Total de visualizações de página

quinta-feira, 4 de abril de 2019

FOTOS COM LEGENDAS - VIAGEM A MUMBAI - ÍNDIA - EXPEDIÇÃO PECEGE - MARÇO DE 2019



Portal da cidade de Mumbai - Índia - inaugurado em 1911 para a visita do então rei da Inglaterra que mantinha a Índia como Colônia   (atrás do portal fica o mar)


Abaixo, foto de hotel de luxo do Grupo Tata em Mumbai.   Fica ao lado do Portal visto acima.



Abaixo, trânsito pesado no centro de Mumbai, uma cidade densamente populosa


Abaixo, saguão da Bolsa de Mercadorias de Mumbai - Índia.    A metrólope local é um grande centro comercial, portuário e de TI Tecnologia da Informação  (elevadores panorâmicos em destaque)



Abaixo, veículos triciclos usados em larga escala como taxis.   São ágeis e econômicos, apesar de não serem muito seguros.



RESUMO DA VIAGEM À INDIA NA EXPEDIÇÃO PECEGE – CANA DE AÇUCAR – Abril -2019

RESUMO DA VIAGEM À INDIA NA EXPEDIÇÃO PECEGE – CANA DE AÇUCAR – Abril -2019

Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba - PR
Eu fiquei sabendo da viagem à Índia através do velho amigo Francisco Melo que trabalhou comigo no Banco do Brasil por longo tempo e desde então mantemos amizade e contato. Ele é produtor de cana e eu, mesmo aposentado, tenho a curiosidade até pela profissão de Engenheiro Agrônomo, de acompanhar o setor e também mesclar a viagem com turismo e cultura. Nesse contexto, resolvi me integrar à Expedição que é gerida por um órgão de Incentivo à pesquisa ligado à ESALQ USP de Piracicaba-SP onde me graduei em 1976.
Fomos em oito pessoas, sendo um Doutorando em Economia como representante da PECEGE, dois colegas de uma usina de açúcar e álcool de Jacarezinho-PR, um casal de produtores de cana de Rio Verde-GO, um produtor de cana de Assis-SP, o amigo Francisco, produtor de cana e eu, curioso aposentado misturando turismo com o olhar agronômico para a coisa toda.
O roteiro, com conexão em Dubai, incluiu 14 horas de voo de SP a Dubai e mais 4 horas de Dubai a Mumbai que fica no litoral da parte sul da Índia.
Índia que tem 1,3 bilhões de habitantes e civilização milenar com uma mescla oriunda de uns 500 reinos pequenos que foram agregados para a formação atual. São mais de 1.600 dialetos e só na cédula de votação de eleições há textos em 16 diferentes idiomas para tentar ser acessível a todos.
Cidades visitadas: (todas milenares com castelos, templos, fortalezas de diferentes dinastias) pela ordem das visitas.
Mumbai (a quarta em população do mundo) com 21 milhões de habitantes em sua região metropolitana);
Pune (3,1 milhões de habitantes) – 200 km distante de Mumbai
Nova Delhi capital federal da Índia (segundo lugar, só perde para Toquio), com seus 26 milhões de habitantes entre a cidade e região metropolitana.
Agra – aproximadamente 200 km de Nova Delhi. Cidade com mais de 1,5 milhão de habitantes. Cidade onde fica o famoso Taj Mahal, uma edificação que é tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.
Período – 23-03 a 02-04-2019
Por atraso de um voo, ficamos um dia e noite em Dubai que pertence aos Emirados Arabes, ocasião em que pudemos fazer um city tour caprichado, apesar de não estar no programa inicial.
Um pouco do que vimos em Mumbai:
Visitamos dentro da programação o Consulado brasileiro da cidade e fomos recebidos pela Consul local (brasileira) em reunião e em seguida houve um almoço oferecido pela Consul à nossa Expedição.
Visitamos a Bolsa de Mercadorias de Mumbai que é o maior centro econômico do País, cidade histórica, portuária e de grande movimentação econômica.
Visitamos o Portal simbólico junto ao porto, obra que foi construida para receber o Rei da Inglaterra de então, que visitou a Índia que na época (1911) era Colônia do Império Britânico.
Ao lado do Portal, o prédio magestoso do Hotel do grupo Tata, que é uma referência na cidade em termos de hotelaria. Há uma lenda urbana sobre o prédio. Um milionário da Índia teria ido à Inglaterra e resolveu se hospedar no hotel mais chique de Londres e por discriminação racial, teria sido barrado. Por birra, resolveu construir em seu país um hotel mais monumental que o britânico. Consta que na atualidade o complexo que envolve o tal hotel britânico está em franca decadência e o hotel já não funciona mais, enquanto o hotel do milionário, hoje do grupo Tata, está lá firme e forte.
A Índia está com um crescimento de PIB no patamar acima de 6% e obras gigantescas estão em andamento, inclusive ampliação de linhas de metrô. Mumbai está com obras de metrô e causa nessa fase algum transtorno temporário no trânsito que já é nervoso. Lá na Índia tudo é mão inglesa, ou seja, os veículos tem o volante do lado direito, ao contrário dos nossos carros e andam no que seria nossa contra-mão.
Por falar em crescimento, para se ter um parâmetro, o metrô de Nova Delhi tem 300 km enquanto o de São Paulo tem 90 km.
Há pobreza lá em grande número, mas ao que parece, fatores como civilização com cultura milenar, apego a religiões que inclusive inibem o alcoolismo, tem conseguido manter o povo numa condição de vida razoável dentro das possibilidades.
O guia local que nos acompanhou na viagem toda disse que o governo atual da Índia tem focado no apoio às populações de baixa renda, inclusive visando manter os incontáveis micro produtores rurais na zona rural para que estes não migrem para as cidades, já densamente populosas.
A moeda deles é a rúpia e a paridade atual com nossa moeda é de 1 real comprar 16 rúpias. Isto torna a viagem por lá razoável em termos de custos. Há boas rodovias inclusive com pedágios e ótimos hoteis e restaurantes.
O país é bastante forte em medicina e TI Tecnologia da Informação.

Segue um segundo capítulo, no qual abordarei a visita à cidade de Pune para acompanhar pesquisa, indústria e lavouras de cana com suas peculiaridades, muito diferente do que temos por aqui.

quinta-feira, 14 de março de 2019

RESENHA DAS FALAS NO EVENTO “GÊNERO E RESISTÊNCIA” - Curitiba - PR. março/19 - Professora Diva - Manuela D´Ávila


RESENHA DAS FALAS NO EVENTO “GÊNERO E RESISTÊNCIA
Realizado dia 11-03-2019 no Teatro da Reitoria da UFPr de casa lotada
            O grupo que vem realizando estudos, articulações e debates sobre o tema tem no Face a página politica.por.de.para mulheres
            O público foi estimado em 95% de mulheres.    Muitas delas, estudantes, professoras, algumas acompanhadas das crianças. 
            Na abertura a cantora Marinalva Gonçalves da Silva cantou à capela uma música engajada.        Umas palavras que captei da letra da música.      ... não queria assistir o fracasso do bom...   o triunfo do mau.    .... eu decidi servir...lutar e construir.    Por isso, Curitiba, eu estou aqui.      (muito aplaudida).
            Duas professoras da UFPr que vem ajudando nas articulações e seminários sobre Gênero e Resistência falaram na abertura e depois passaram a palavra primeiro à Professora Diva Guimarães e em seguida para a Manuela D´Ávila, esta jornalista, que foi vice do Haddad na campanha de 2018 para Presidente da República.
            Consta que o evento teve a transmissão pelo canal de TV da PFPr e deve haver o material no site respectivo.
            Na fala da Professora Eneida Salgado explicando um pouco das atividades dentro do foco do fazer política.   Laboratório / observatório / oficinas.    Destacou que estamos com vinte anos de cotas para a mulher na política (disputando eleições) e tem sido insuficiente.  Busca-se estudar o por quê?   No que melhorar.   Em 2017 fizeram o primeiro curso de formação política para mulheres.    Houve demanda crescente.  Na chamada mais recente, houve 1.647 inscritas.  Um alento.     Saiu um livro dos encontros da pesquisa.   Ela encerra a fala com os dizeres:  Política faz meu gênero.
            Ao citarem uma poeta, deixando claro que o termo já é feminino, destacou algo da nossa poeta Alice Ruiz.      ...”mulher, via um futuro grandioso a quem eu tocava.  Um dia eu me toquei”.
            Foi convidada pelas mulheres do parlamento da Bolívia onde 51% das cadeiras são ocupadas por mulheres.   Até estranhou o fato delas requisitarem a palestra lá, mas as parlamentares bolivianas disseram que apesar de serem maioria no parlamento, mesmo lá entre os pares elas são vistas como pessoas subalternas, o que é uma pena.   Há ainda muito a caminhar por lá também.     
            Dito isso, levantou o punho cerrado e disse: Vamos Resistir.  A plateia toda fez coro.   “Vamos Resistir”.    Falar de gênero é falar de resistência.
                       
            Fala da Professora Diva Guimarães, 78 anos de idade, professora e fisioterapeuta, dedicou a vida ao ensino.   Negra, neta de escravos, viu na mãe um exemplo de resistência e luta.     A mãe nasceu em 1907 em Jacarezinho-PR.          A mãe dela, menina de sete anos, entregava leite na cidade e ficou sabendo de uma professora e pediu para ela ensiná-la a ler.  Um dia o pai dela descobriu e deu uma bronca enorme nela e a proibiu de continuar porque entendia que ela iria passar a ter problemas com o povo da época, pela década de 40. 
            Nos tempos que moravam em Bandeirantes-PR, a mãe atuava junto à Igreja Católica e sempre lutando pelos mais fracos.   Espalharam o boato de que ela era comunista.    Passou a sofrer segregação.   Quando ela quis batizar a Diva aos quatro anos e meio, a igreja local não aceitou.   Teve que fazer o batizado na vizinha Andirá-PR e na hora de batizar, o nome de Diva deu enrosco, porque “não tinha nome de santo”.   Mais uma batalha, mas foi batizada.    
            Estudou primário, ginásio e parte dos estudos em colégio de freiras.   Sempre segregada e tendo que se defender.   Foi inclusive atleta de basquete e disse que treinava bem mais que as colegas para ser aceita.   No primeiro tempo do jogo, era vaiada por uns, mas depois que viam que ela jogava acima da média, passava a ser aplaudida.  Uma luta de cada dia.
            Teve muitas professoras, mas foram cinco que fizeram a diferença na vida dela pelo lado positivo.    Disse que professora pode ser um deus ou um diabo na vida de um aluno.   Pode ser incentivo ou fator de desânimo.   Faz cicatriz na alma e cicatriz na alta não tem cura.
            Aos dez anos de idade ela leu um livro sobre Lampião e se identificou com a luta dele e usa como inspiração. 
            Aqui em Curitiba ela como professora passou em segundo lugar num concurso e poderia ter escolhido dar aulas no Colégio Estadual do Paraná, de destaque, mas optou pelo colégio de periferia lá do Valetão onde estariam seus iguais.   O pessoal estranhou a escolha dela, mas ela tinha em mente que na periferia poderia fazer a diferença para alunos de baixa renda.   Se ela chegou lá em termos de estudo e profissão, que eles também tinham potencial para chegar lá.
            Numa retrospectiva da luta do negro no Brasil, lembrou que em 1837 criaram lei que negro não podia frequentar escola.   Houve estado do Brasil no qual essa lei veio sendo executada na prática até 1950.   Pela lei das Terras, de 1850, foi determinado que terra seria vendida e assim negro não teria acesso à terra para produzir e viver.
            Mudou a chibata.   Antes era do feitor, mais modernamente é o cassetete que é usado nas periferias contra pobres em geral e negros em particular.    Costuma-se dizer que o negro é invisível, mas na hora de perseguição pela polícia à noite, conseguem ver preferencialmente os negros com suspeição e discriminação.
            Aos 78 de idade, ativa e muito lúcida, é um exemplo de resistência e luta.    Ela não perde a esperança na educação.        Foi longamente aplaudida em pé por todos.    Emocionante!

            Fala da Manuela D´Ávila
            Diz ser um privilégio fazer o que ela faz.  Mulher, mãe, jornalista, militante.  Luta e Resistência.
            Leu trecho de um poema de uma poeta da Nicaragua que chegou a ser Secretária da Educação no governo sandinista.
            Uns pequenos trechos que captei.     .... não percas a compaixão... nadar contra a corrente.... uma mulher forte.
            No Brasil morrem 62.000 pessoas assassinadas por ano.  Muitos deles, jovens, pobres, negros.
            A Revolução Francesa trouxe alentos da liberdade, igualdade e fraternidade, mas na prática as classes e “raças” sempre em luta.
            Destacou que a sociedade em geral está num contexto de consumismo exacerbado.   As novas tecnologias desempregam.  O sistema econômico mundial está em colapso.   O sistema gera novas formas de Colônias.    Há descarte em massa de camadas da população.
            Ela acredita em Deus.   (a Direita anda postando na internet que ela não acredita em Deus).
            Os primeiros a serem punidos por este sistema econômico são as primeiras, as mulheres.
            Ela está aos 37 de idade.   Aos 25, da luta estudantil, acabou disputando uma vaga a deputada federal pelo RS e foi eleita com meio milhão de votos.
            Destacou que o congresso congelou (aprovou isso do Executivo) o orçamento por vinte anos.    Os programas sociais tem restrição de verbas.    Mães precisam de creches para colocar as crianças para poderem trabalhar.   Corte de orçamento afeta a vida do povo em geral e da mulher em particular.
            A mulher se emancipar.  É importante estar na cabeça da pessoa isso, mas tem que haver condições materiais para isso e políticas públicas tem que estar no contexto.  Um dos exemplos é a demanda por creches.
            Ela destaca a luta das mulheres paranaenses.   Tem que se encarar o problema das desigualdades.    A Manuela é dos quadros do Partido Comunista e destaca que a questão de classe é levada muito em conta nisso tudo.
            Estamos vivendo um período difícil na política brasileira, mas ela até para manter a cabeça em dia, viaja pelo Brasil a convite, proferindo palestras como forma de Resistência.
            Ela inclusive divulgou e autografou o livro REVOLUÇÃO LAURA.
            “Precisamos continuar acreditando no Brasil”.   Amor, empatia, solidariedade.   Ingredientes da resistência.   Depois disso tudo, que venha a primavera e que ela seja nossa.         Aplauso geral.        21 h

     Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
WhatsApp  41 999172552    -  Curitiba – PR      orlando_lisboa@terra.com.br





quinta-feira, 7 de março de 2019

RESENHA DO LIVRO – O QUE VEM AO CASO – AUTORA: INEZ CABRAL (março/2019)



    (    filha de João Cabral de Melo Neto – mas tem luz própria)

         Resenha (fichamento) pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida

         Editora Alfaguara – RJ, ano 2018 – 165 páginas

         Carpina – cidade pernambucana onde o avô tem um sítio.   Mestre Carpina é personagem do poema Morte e Vida Severina  - de João Cabral de Melo Neto
         página 10 – A menina (auto biografia) quer ser fazendeira. O pai pergunta por quê?
                   Pra andar a cavalo, tocar berrante e juntar gado.
         11 – ela dividindo as balas trazidas pelo pai com os irmãos e primos.  Uma para cada e o restante pra ela.    (na minha infância ocorria algo bem assim)
         18 – Em Sevilha (onde o pai serviu como Diplomata).   Os pais colocam ela numa escola pública (religiosa) para imersão na cultura local.   Aulas das 7 as 19 h
         20 – Entre Málaga e Cadiz, região de clima deserto.  O costume da siesta após o almoço.
         51 – O pai é ateu ou agnóstico.   Mãe e irmãos ir à missa nos domingos.  Em certo tempo ela, adolescente sai dizendo que vai à missa mas não vai.   Quando vai, o faz durante a semana.
         53 – Primeira sessão matinê no cinema.   Meias que apertam as pernas grossas, diferentes do padrão das espanholas.   Se lembra de um chavão:   “mulher pra estar bonita tem que sofrer”.
         54 – A mãe dela é assim:  ou pensa como eu ou está errada”
         54 – Enrosco na matéria Geografia.  A mãe envia ela a um povoadinho basco onde vivem menos de 500 habitantes.   Lá tem um mosteiro das freiras ursulinas.  O local se chama Lecumberri.
         55 – Longe da mãe, a principal das vantagens.
         56 – Paqueras aos jovens seminaristas.   “tem coisa melhor na vida do que desencaminhar um seminarista?”
         57 – Em Sevilha, os pais viajavam e os filhos ficavam com a Adela.   Filhos fazem uma festa para celebrar a liberdade, só que os pais chegaram um dia antes, em plena festa... sobrou alguma bronca para Adela mas os pais deixaram a festa continuar.
         Mudam para Genebra na Suiça.
         61 – Na Suíça, dependências da ONU e muitos diplomatas atuantes.   Na escola, discriminação de filhos de diplomatas de outros países.    Certo dia, na frente da comunidade escolar, a mãe de um aluno pergunta à brasileira se é muito difícil subir em árvores.    A menina, de bate pronto, responde:  - Claro que não!  E no meu país há elevadores bem mais modernos do que os seus por aqui.   Risada geral.
         Depois dessa, mãe e filho tomaram chá de sumisso.
         Boletim escolar.  Primeiro a mãe vê e dá a bronca e depois o pai assina.
         63 -  As aulas de francês.  Muitos poemas, inclusive de Victor Hugo.
         74 – termo curioso e popular.   Ela tem um amigo da pá virada.
         77 – Fazer colinha pra prova de química “em letra de formiga”
         85 – Ela tentando arte na escola e a professora não aprova nada.  Conselho do pai poeta:  Não siga o caminho mais fácil.  Arte é suor”.
         87 – Pais conversando sobre ela e ela escutando escondida.   A mãe acha que tudo é fígado, matéria.   Ele pensa em psiquiatra.    (anos 60)   Aqui na Espanha, psicanálise é proibida, dizem que é coisa de falta de fé.   Ela fica muito revoltada com os pais.   Achava que eles poderiam conversar mais com ela e não quererem enquadrá-la.
         O pai sempre compreende e sugere que ela comece a escrever.  Assim não terá professores para podá-la na arte.
         88 – Ela pelos cinquenta consegue conversar mais com o pai.  Logo ele morre e cai a ficha:  deveria ouvi-lo mais nas dicas para a vida e a arte.
         90 – Sair, na juventude, e ter que voltar antes das três da madrugada.  Pais colocam o despertador para três da matina e ela tem que chegar, entrar no quarto deles e desligar antes de soar o alarme.
         94 - … aceita seu destino: ser brasileira e morar no Brasil.
         95 – Anos 60/70.   Mulher no Brasil era pra casar, ser fiel, do lar e o homem pode pular cerca, etc.   Na Europa já havia mudado um tanto essa mentalidade.
         Anos dourados (anos 60) tempos de agito da juventude.  Peças  Hair e Oh Calcuttá!
         101 – Frase sobre o namorado que atua em cinema  (ele uns 16 anos mais velho que ela, desquitado): “Ao cabo de um mês, mudou-se para a casa dele de onde só saiu oito anos e dois filhos depois”.
         105 – O poeta João Cabral (pai dela) e família eram amigos de Dom Helder Câmara (então bispo).
         114 – Filha dela nasceu e recebeu o nome de Dandara.  A avó paterna não se conforma com o nome e torce para que não seja menina para fugir do nome escolhido.    Dandara foi crescendo e se tornou mandona.
         120 – O filho recebeu o nome de Sereno.   Coisa de bichos grilos dos tempos de hippies.
         123 – Um truque de mãe que inventou na hora das crianças irem dormir ou que deveriam ir.   Só deixa chamá-la de mãe até a hora combinada para dormir.  Depois desse horário, tem que chamar pelo nome da mãe.    As crianças entraram na linha e às vezes até iam dormir mais tarde, mas não perturbavam a mãe.
         126 -  Desfaz o relacionamento e avisa por telegrama o pai.  Ele dá força total a ela.
         129 – Ela perticipa da montagem do filme “O Amuleto de Ogum”.
         130 – Resolve ficar com uma mulher.  Tentar outras possibilidades.
         132 – O pai das crianças é omisso total, até em afeto às crias.
         134 – Agora ela tem um “ficante” que trabalha com ela em montagens de filmes.
         137 – A professora idiota que fica na marcação da filha dela que já é alfabetizada e não presta atenção na aula.    A mãe, após reclamação, orienta a filha. A filha leva o ano na boa e no fim a psicologa veio perguntar como a mãe solucionou o problema.   A mãe não queria responder, mas acabou dizendo:   Eu falei pra filha que a professora era uma idiota (não ver que a menina já sabia ler) ...e que ela fizesse tudo direitinho sem incomodar a professora.
         140 – Ela é da geração “bicho grilo”, anos dourados.  (anos 60)
         Hippies, pílula, LSD, etc.
         142 – O problema de punir a criança sem explicar o por quê.
         146 – Um dia ela leva o filho de sete anos para visitar o avô dele.   Na casa do avô poeta, dois amigos estavam presentes.   Otto Lara Rezende e Rubem Braga.  O menino de sete anos tinha lido um conto de Rubem Braga  “A triste história do tuim”. O autor ficou lisongeado e o Otto Lara ficou com ciume.   Gostaria de escrever algo que fosse lido e compreendido inclusive pelas crianças.
         156 – O velório do pai na ABL Academia Brasileira de Letras no RJ.   Os figurões e os holofotes das Tvs.   E ela num canto só observando as falsidades e egos.
         Citou inclusive o episódio dos mortos da queda do avião com o time da Chapecoense.   Que o Temer foi a Chapecó e a turma da segurança convidou os parentes dos mortos para irem ao local onde estava o presidente para os cumprimentos.   Um dos pais disse que não ia porque o Temer era só o presidente e não tinha nada a ver com a família e o momento deles.   -  Eu não vou.  O velório é aqui. Se ele quiser, que venha nos cumprimentar no velório.
         159 – Como ela conseguiu enquadrar o filho de dezesseis anos que andava mal na escola, fumando maconha inclusive no momento de estudar pra prova do dia.  Ela deu a bronca e desafiou ele a sair de casa e se virar.   Ele disse que iria passar a pousar nas marquises, logo no RJ onde o perigo é vinte e quatro horas por dia.   Ela combinou diferente:   Você vai entar pela porta da cozinha, preparar sua comida, lavar suas roupas e dormir no seu quarto sem importunar ninguém.   E assim se fez.   Um dia após ele fazer um café veio perguntar pra mãe se ela aceitava um gole. 
         163 – Ela, cineasta, recebe uma encomenda da Pastoral da Criança, um filme curto e de muito baixo orçamento.   Ela topa a parada e mãos à obra.   Num dia das filmagens, conversa com uma mãe.    A mãe preocupada com o filho jovem e o risco dele querer um tenis de marca e cair na mão de traficantes.   Ela pergunta se essa mãe tem filha.  A mãe diz que tem, as que com elas não se preocupa.
                   Tenho sim, duas.  Mas com as meninas é mais fácil.
                   Mais fácil?
                   Claro.  Se uma menina quiser uma roupa cara, basta abrir as pernas. Depois, lavou, tá novo.

                                            Espero ter despertado a curiosidade dos leitores para lerem a íntegra do livro que é feito em mini contos de uma a duas páginas cada.   Todos ricos em conteúdo e bem objetivos na forma de expressão.   Recomendo muito.
                           www.resenhaorlando.blogspot.com.br         


        

        


sábado, 16 de fevereiro de 2019

RESENHA DO EVENTO - AGROTÓXICO MATA - NO MPT MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO - CURITIBA PR - FEVEREIRO 2019




Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – filiado ao Senge
Sindicato dos Engenheiros no Paraná
Data: 12-02-2019 – local – Antifeatro do MPT no centro de Curitiba

O evento ocorreu no espaço do grupo que se reune há anos sob o nome de Forum Lixo & Cidadania e que debate a situação dos catadores de recicláveis e a busca de inclusão social dos mesmos integrando os elos para troca de experiências e conquista de melhorias para o setor. Tenho participado há anos do Forum desde Maringá e depois aqui em Curitiba.
Os catadores de recicláveis já tem uma boa caminhada de associativismo e ainda há muitos desafios a vencer e o apoio da sociedade é muito importante inclusive pelo serviço deles que tem um viés ecológico importante na medida que o que se recicla reduz a quantidade de lixo descartado e há menor pressão sobre novas matérias-primas. Outro fator é que lixo pelas ruas aumenta o risco da dengue e outras doenças semelhantes causadas por água empoçada.
Nas reuniões do Forum – sempre abertas à comunidade – vem pessoas do interior inclusive para trazer resultados de ações realizadas, assim como buscar outras experiências exitosas para levar para sua base. Um intercâmbio entre catadores, autoridades públicas, pessoas de ongs e demais cidadãos que ajudam como voluntários na busca do bem comum.
Vamos ao que estava hoje na pauta - EVENTO – AGROTÓXICO MATA
Na mesa de condução dos trabalhos, o Dr Sinclair – Promotor de Justiça ligado à questão de meio ambiente em âmbito estadual há decadas.
Dra. Rosana – Promotora Pública da Comarca de Campo Mourão – PR.
Um pouco da fala da Dra. Rosana. Ela tem na jurisdição 36 municípios abrangidos pelas ações contra os excessos no uso de agrotóxicos, inclusive nas chamadas áreas periurbanas, afetando a vida das pessoas que moram na cidade. Os produtores aplicam venenos e o vento produz a chamada deriva, que é o arraste de resíduos de veneno para fora das lavouras, podendo atingir a cidade, os córregos, mananciais de abastecimento, etc.
Há tempos ela como Promotora de Justiça recebeu um abaixo assinado com mais de 150 assinaturas de pessoas da cidade de Luziana-PR que pertence à comarca de Campo Mourão. A partir daí ela vem num embate de mais de cinco anos junto com a comunidade dialongando com os proturores e buscando forma de resolver os problemas sem inviabilizar as atividades dos produtores rurais.
No contexto, tem sido criadas as chamadas Cortinas Verdes buscando proteger a zona urbana, inclusive com respaldo de leis municipais criadas para esse fim. Uma das alternativas é deixar de aplicar venenos (agrotóxicos) numa distância definida da zona urbana. Outra é fazer agricultura orgânica (sem uso de venenos) nessa faixa periférica à cidade e outra é plantar fileiras de determinadas árvores para evitar que o veneno trazido pelo vento chegue à cidade.
Já são 14 municípios daquela região de C.Mourão que adotaram a lei municipal da Proteção Verde ou Cortina Verde. Buscam em conjunto comunidade e autoridades, soluções para trazer alternativas aos agricultures para que estes tenham opção viável de continuar tendo renda para continuar na agropecuária.
Havia caso em Campo Mourão onde o Hospital Regional era confrontante em divisa com lavouras que recebiam carga de venenos periódicos. Hospital com setores de Maternidade, Oncologia e outros. A promotoria vem agindo com rigor para evitar que situações desse tipo volte a ocorrer.

Numa rápida fala, a Vereadora de Curitiba, Dra Maria Letícia Fagundes que é médica, destacou que pode haver correlação entre o excesso de agrotóxicos e o aumento de certos tipos de doenças, dentre as quais a intolerância a certos alimentos e mesmo alergias diversas. Disse que como vereadora nota que ao município não há muito espaço legal para legislar sobre o tema, mas busca dentro do possível encontrar alternativas que ajudem a proteger a sociedade.
Ela disse que no Plano Diretor de Curitiba há algumas normas sobre produção, transporte, armazenamento e uso de agrotóxicos. Aqui foi criada lei municipal para dar amparo à agricultura urbana que vem se expandindo de forma alentadora.
Lei de 1989 proibe que no espaço público da cidade se use herbicidas para controle de ervas daninhas.
Ela falou inclusive da preocupação com cemitérios, onde tem que haver critérios para evitar que infiltre água contaminada pelos túmulos e afete o lençol freático da cidade.
Doutora Rosana, usando a palavra, destacou que há um dilema. Produtores rurais não estocam sempre os agrotóxicos na zona rural pelo risco de roubos frequentes. Acabam estocando no quintal de casa na zona urbana, colocando em risco a família e vizinhos. Ela tem cobrado de forma rigorosa ações da ADAPAR e do IAP que são órgãos públicos estaduais que tem obrigações nessa área e o dever de fiscalização.
Disse que espera que nos Planos Diretores das cidades sejam sempre contempladas diretrizes sobre o tema dos agrotóxicos.        ( continua......)
            
  (para continuar lendo, clique no local indicado logo abaixo e o texto continua.....)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

FOTOS DA VIAGEM DE TREM PELA SERRA DO MAR - CURITIBA A MORRETES (PR)

Fotos tiradas com câmera Canon Rebel 75.    Bem amador - Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida - janeiro/19

OBS - na matéria seguinte, há o texto descritivo da viagem em si com dicas sobre o passeio de trem.   Fiz esse passeio duas vezes.
Recomendo.

  Acima, passando pelo município de Pinhais-PR vizinho de Curitiba


  Até aqui, ainda antes de descer a Serra.  Estamos na região que está em altitude de uns 940 m acima do nível do mar.   
Curiosidade:   No alto, antes da serra em si, há araucárias como a vista acima.   Logo em seguida na Serra do Mar já não há araucárias pela mudança do ambiente em si.

 A Mata Atlântica é bem úmida e por isso muito favorável à presença de bromélias que são parentes do abacaxi e muitas vivem sobre a copa das árvores.   Isto é ajudado por haver umidade no ambiente.
 Já na descida da Serra do Mar.   Construções antigas que ainda estão em poder da União estão abandonadas.   A União não cuida e a concessionária Rumo, ex ALL não cuida por não fazer parte da concessão.   Uma pena.

 A guia disse que esta casa acima já foi o que havia de mais moderno em sua época em toda a região.  Com roda de água, gerador de eletricidade, piscina, prédio em três andares e luxo europeu.


 Em destaque as flores do manacá da serra.   Planta que pode ter diferentes nomes conforme a região.  Uns chamam a planta de quaresmeira.



 Essa cachoeira está a uns 400 m da linha do trem.  Usei o zoon máximo da câmera e saiu o que foi possível.

 Aqui o altar da santa do Cadeado.    Passa tão de supetão que quando fui clicar, quase já era.   Ficou um fiapo do altar à esquerda da foto.

 Esta é a ponte metálica sobre o Rio São João, onde o trem passa.   Foto com zoom máximo também.   Consta que esta ponte de mais de 130 anos foi projetada aqui, feita na Belgica e montada aqui.  Vão de quase 100 m e altura na casa dos 70 m. 
 Pico Marumbi em sua beleza.
 Outra vista do famoso pico Marumbi que não é o ponto mais alto do Paraná. 

PASSEIO TURÍSTICO DE TREM PELA SERRA DO MAR - TRECHO CURITIBA A MORRETES (PR)

Neste mês de janeiro de 2019 fizemos num grupo de amigos, um passeio turístico de trem da companhia Serra Verde que desce a Serra do Mar num percurso lindo, nas encostas das montanhas com muito verde e paisagens de tirar o fôlego.   Fui nesse passeio pela segunda vez e nesta fomos entre velhos amigos o que tornou a viagem ainda mais agradável.
     Um pouco do que é a viagem.    O percurso é de uns 80 km e há dois tipos de trens.  Um em estilo mais convencional com vários tipos de serviços em diferentes vagões.    Outro tipo é a chamada Litorina que é como um vagão com maquinário de locomoção preparado para viagem mais exclusiva no ambiente, no serviço e nas paradas no trecho.   O preço também é diferenciado.
     Fomos no trem que tem ao redor de três categorias entre mais simples, mediana e de mais luxo.   Na mais simples, bancos revestidos de forma parecida com os de ônibus urbano e servem uma água, sendo que as demais bebidas são pagas à parte.  
     Na categoria intermediária, na qual fomos, há no combo uma água ou refrigerante e um lanchinho e uma guia que vai explicando sempre em português, os detalhes e particularidades do passeio.   As falas da guia são fundamentais porque as pessoas recebem informações da mata atlântica, um pouco da história da região e da própria ferrovia que é de 1885 e tudo o mais.    Destaco que é a mesma ferrovia que leva mercadorias ao Porto de Paranaguá e vice versa.
     A ferrovia foi feita em apenas cinco anos o que era e ainda seria uma proeza da engenharia, por cortar uma Serra tão íngreme coberta de mata, penhascos e tudo o mais.
     Voltando ao serviço de bordo.    A guia alerta um pouco antes de cada detalhe que merece uma olhada mais apurada de uma ponte, um rio, uma montanha (como o Pico Marumbi), uma casa histórica.    Sem esse alerta que às vezes é visto por frações de segundos, o turista passaria batido, não conseguiria fotografar, nem entender a importância da vista.
     Quanto ao trem no ou nos vagões de mais luxo e também na Liturina, consta que há guias bilingues, o que é fundamental para o tanto de turistas internacionais que descem a Serra do Mar.     Destaque-se que nesta região temos a maior faixa (uns 80 km) de Mata Atlântica preservada, o que é raro no Brasil.
     O passeio de descida da Serra do Mar de Curitiba a Morretes dura entre 3 e meia hora e quatro horas inclusive porque o trem faz paradas técnicas no percurso porque há no trecho os trens de carga compartilhando o trecho e todos são lentos.
     Além da Mata e das montanhas, se vê obras da engenharia como casas, pontes, túneis cavados na pedra há mais de 130 anos (parece haver treze) por onde o trem passa, além de marcos como a cruz do local onde assassinaram o Barão do Cerro Azul e também o Monumento do Cadeado (curva na forma de elo de cadeado) com um pedestal e uma santa.    No terço final da descida, de longe já se enxerga o litoral com parte do oceano e da cidade de Morretes.     As árvores de manacá da serra estão floridas nesta época em suas flores típicas de cor rosada com tons próximos do pink, passando por rosa mais suave e a cor branca.       Há também a subida da serra de trem, porém não recomendo pela demora.      Geralmente quem desce de trem retorna em Vans com ar condicionado que fazem o percurso por preço módico por estrada boa e demoram ao redor de uma hora e meia (pela BR 277 pista dupla) para retornar de Morretes a Curitiba.    Alerto que é uma alternativa interessante já contratar a Van para a volta (paga ao embarcar) ainda em Curitiba onde os agentes contratam "de boca" e entregam um boton para a pessoa usar na lapela e com esse boton o motorista da Van (lá em Morretes) já vai recebendo os visitantes e levando da estação ferroviária para o centro de Morretes.    Em seguida, combinam a hora da saida de volta e pronto.
     Há também ônibus regular que faz o percurso.     É ver os horários e não deixar para a última hora para garantir a passagem para um momento adequado.
     Um dos atrativos de Morretes que tem séculos de história e casario antigo é o prato típico chamado barreado.   Diz a guia que o prato original é feito em panela de barro onde se cozinha carne bovina em fogo brando (panela fechada com massa própria sem saida para vapor) por 12 horas seguidas.   Dizem que os antigos deixavam a carne ao molho cozinhando por 24 h.     É um ensopado de carne que é servido junto com arroz e farinha de mandioca crua e banana da terra.    O prato é saboroso e vale a pena provar.   Cachaça de banana, bala de banana e outras iguarias são destaque da culinária local.
     Caso a pessoa goste do lado histórico, há a opção de visitar também a vizinha Antonina (30 km) que igualmente tem muita história (tem porto local) e um belo casario e bons restaurantes .    A própria igreja matriz de Antonina há anos fez 300 anos de existência e é ampla e imponente.   Visitamos e gostamos.
     Em um dia daria para visitar Morretes e Antonina, mas se a pessoa for ligada em história como eu, pode ser que interesse pousar uma noite em uma das duas cidades.
     Sem dúvida, podendo voltar de carro ou Van pela famosa Estrada da Graciosa, o percurso é um passeio memorável também.    Ela é pavimentada, centenária e vai fazendo as curvas da serra, o que encanta os turistas.   Devido ao traçado da estrada, é de tráfego lento o que também é compatível com quem está passeando e contemplando as paisagens.     Muitos ciclistas sobem ou descem a serra cotidianamente e há pontos de parada para olhar dos mirantes a paisagem da Serra.
  Boa viagem!!!!     orlando_lisboa@terra.com.br      (Uso o Face também)