Parte III -
RESUMO (FICHAMENTO) DO LIVRO - HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Autor do livro - Historiador e Professor da UFPr Dr. Ruy Christovam Wachowicz
Página 40 - Rocha Pombo, cujo nome completo é João Francisco da Rocha Pombo, nascido em Morretes-PR no litoral do Paraná era jornalista, poeta e historiador. Em 1891 – se lança na luta por uma universidade.
Ano 1891 – Curitiba tinha 20.000 habitantes. Rocha Pombo aos 34 anos de idade e sem dinheiro, tentou apoio oficial do governo mas não conseguiu. Ficou revoltado e era de bater de frente com os políticos. Foi político também.
Rocha Pombo foi abolicionista na escravatura, republicano na monarquia e protestante num país católico. Acabou migrando para o Rio de Janeiro e por lá ficou. Lá envelheceu dando aula e pobre na velhice, o jornal daqui fez pedido de ajuda para ele poder viver com alguma dignidade.
44 – Só filho de rico do Paraná tinha dinheiro para fazer faculdade em São Paulo e Rio de Janeiro antes da criação da Universidade do Paraná. 45 – Alguns estudantes do Paraná que tinham dinheiro iam estudar na Argentina ou no Uruguai. A intelectualidade “Tingui”. (nome de tribo indígena).
46 – Vitor Ferreira do Amaral, muito bem articulado com empresários e políticos, em 1912 levanta fundos para criar a Universidade. Feita reunião dia 11-06-1912 para dar encaminhamento.
47 –Comissionaram o jurista renomado, Dr. Pamphilo de Assumpção para organizar a Universidade. Na mesma época e sem troca de idéias sobre projetos, um grupo de militares e engenheiros de ferrovia, junto com o Médico militar Dr Nilo Cairo articula a criação de outra universidade em Curitiba.
50 – Colocam a nova universidade que está sendo criada sob o comando do Dr Vitor Ferreira do Amaral que já foi deputado estadual e tem grande poder de articulação.
51 – Os grupos de Vitor e de Nilo Cairo se juntam então num esforço comum.
53 – Houve em Curitiba na ocasião muitos grupos contra a criação da universidade. Um dos argumentos era que o ensino básico estava ruim e a este deveria ser dado mais atenção.
55 – Emblema da nova Universidade. No centro uma elipse da trajetória da terra; num lado, um ramo de carvalho – poder da vontade e do outro – um ramo de louro – o poder da inteligência.
58 – Criada em 19-12-1912, na festa do primeiro ano de criação em 1913, fizeram uma festa de impacto com todos os professores e alunos de beca e capelo, isto na presença de autoridades como o governador e tudo o mais.
61 - O primeiro endereço da Universidade foi na Rua Comendador Araujo, 42 no centro de Curitiba.
62 – Como universidade com uma diversidade de cursos, foi a primeira do Brasil.
65 – Projeto da sede da Praça Santos Andrade foi do arquiteto militar Baeta de Faria.
67 – A mudança para a nova sede. Os alunos queriam mudar com o prédio inconcluso, mas o diretor não queria. Queria com o prédio todo pronto e acompanhado de uma festa com pompa. Em 1914, num dia os alunos simularam um incêndio no prédio da Comendador Araujo e em fila indiana fizeram a mudança por conta própria.
No local onde fica o prédio histórico da UFPr tinha uma baixada encharcada, um brejo. Os alunos e empregados ajudaram a aterrar o local antes da construção do prédio. Usaram muitos restos de demolições, etc.
Página 73 - Concomitante com a fundação da Universidade em 1912, Vitor Ferreira do Amaral lutava por uma maternidade preocupado com a penúria do povo mais pobre. Já havia em Curitiba a Santa Casa.
Vitor Ferreira queria uma maternidade em outro local para que as parturientes não se expusessem aos riscos de doenças diversas atendidas na Santa Casa.
1914 - A Maternidade se instala na Rua Comendador Araujo, 42. Um dos médicos era o Dr Petit Carneiro.
79 – A Maternidade foi pela Universidade batizada com o nome do Dr. Vitor Ferreira do Amaral.
81 – Com a Lei Rivadávia de 1911, de controle estatal, o ensino superior passou a ficar sem controle algum e privados criaram fábricas de diplomas Brasil afora. Diplomas de Médico, Engenheiro, Advogado...
84 – Lei de 1915 – traz rigor às instituições de ensino. Acaba com as escolas fajutas que vendiam diplomas, mas traz um parâmetro que a Universidade do Paraná não conseguia cumprir. Teria que estar em cidade com mais de 100 mil habitantes. Os interessados fizeram um censo para verificação e chegaram a 66.000 pessoas em Curitiba da época. Como os cursos continuaram aqui na Universidade, depois se buscava o reconhecimento do diploma por outra escola que fosse credenciada. Quem conseguia o reconhecimento do seu diploma em outros estados, também ficavam habilitados a atuar legalmente no respectivo estado.
86 – O órgão federal equivalente ao atual MEC tinha então um paranaense no comando. Foi escrita uma carta ao mesmo para que interviesse em prol da nossa Universidade, via uma inspeção com vistas à aprovação. Usaram inclusive um argumento jurídico: “Não se condena um réu sem primeiro ouvi-lo”. O do MEC era o paranaense Basilio Machado e ele não atendeu ao pedido da comunidade paranaense.
90 – Na crise com a guerra mundial (1914-1918) a USP fechou e muitos alunos que já estavam cursando a mesma, migraram para o Paraná para continuar o curso. A universidade daqui era privada e paga. Muitos eram alunos de medicina e isso trouxe um reforço de caixa para nossa Universidade numa fase de crise.
90 – Situação limite de falta de recursos. Faltavam professores para uma porção de disciplinas nos cursos de medicina e odontologia. O Dr Vitor apelou para o “o que tem pra hoje”, trabalhar com o que tinha em mãos. Colocou o Dr. Petit Carneiro para lecionar todas as disciplinas em que havia falta de professores. Era aceitar ou fechar as portas.
91 – Em 1918, ano da Gripe Espanhola que causou muitas mortes pelo mundo afora e Curitiba não ficou de fora, a crise chegou a provocar a separação da Universidade em três faculdades. A de direito, a de Medicina e a de Engenharia.
92 – Em 1920 se obteve o reconhecimento da Faculdade de Direito, Depois, da Engenharia.