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segunda-feira, 7 de junho de 2021

CAP. 07/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

 CAP. 07/10

         Ela, quando criança, em sua família, nada de mimos.  Assim com seus altos e baixos, se lapidou para escrever.   Se fosse mimada e feliz, nada teria escrito.

         Sobre o Chile dos anos 90-2000, ela afirma:  84% do povo chileno entende que a classe política não o representa.   O povo antes corria mais atrás de política.   Hoje, mais atras de dinheiro e futebol.  (como leitor, diria: mais individualismo...)

         Na ditadura chilena, um dos poucos países a receber refugiados foi a Venezuela.

         Sobre si própria, de não ser mais hospitaleira e outras virtudes.  Não culpa os pais dela.   “No es culpa de ellos, simplemente me faltó matéria prima y además, se me torció el destino”.

         País em desenvolvimento etc.   Se alguém dizer que vai muito bem, é criticado e se pergunta se o gajo não lê notícias dos jornais.

         O Chile conquistou a Independência em 1810 e desde então, sempre governado pelos poderosos.   Ruralistas, depois empresários, industriais, banqueiros...

         Década de 1920, um filho de italianos articula com os sindicatos etc.  Parece algo do nosso Getulismo e cita CLT etc.   É pressionado pelo Parlamento e se exila na Europa.   Após ditadores, o “Leon” foi trazido de volta ao poder no Chile.

         Na primeira metade do século XX, no Chile, educação pública de qualidade, saúde pública, previdência social – qualidade de vida ao povo.  Tempos de consciência política do povo.    Igreja Católica bem influente e obedecendo às Encíclicas (do Vaticano), ajudou na organização da vida social.

         Para fazer frente ao Fla x Flu do capitalismo contra o comunismo na Europa, surgiu a Democracia Cristã.  Partido de centro com mensagem humanista e comunitária.   Tempos no Chile de Eduardo Frei, presidente pela Democracia Cristã.

         Houve união das esquerdas e a eleição de Salvador Allende.  Isto em 1970  (tio da escritora).   Isto para o pavor dos USA.   Allende ganhou com 38% dos votos.   O mundo todo ficou de olho no presidente marxista.   Salvador Allende era médico.

         As minas de cobre do Chile estavam nas mãos dos americanos antes de Allende.   Dez anos antes, o marxismo em Cuba com Fidel Castro.

         Tempos de guerrilha em vários países latino-americanos.  Morte do Chê Guevara.   O surgimento do mito dele de boina.

         Chiste no Chile após Nixon (Presidente dos USA) e seu ministro de relações exteriores Kisinger intervirem no Chile contra o governo socialista.    Depois do golpe no Chile com patrocínio americano, surgiu o chiste no Chile:   “Sabe por que não há golpe militar nos USA?”.    Não há porque lá não tem embaixada americana.  (espionagem, urdir golpe...)

         Os USA usaram meios iguais aos que estão usando na Venezuela.

 

                   Continua no capítulo 08/10

domingo, 6 de junho de 2021

CAP. 06/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

 CAP. 06/10

         Aqui no Chile nos escandalizamos com qualquer tropeço dos outros em público e cometemos pecados bárbaros em privado.

         Procuram não citar diretamente a corrupção, a censura etc.

         Citou de passagem, no contexto, O Último Tango em Paris com o ator Marlon Brando.

         Não há feminismo que se conquiste sem independência econômica da mulher.

         O avô dela dizia:   Quem paga a conta é quem manda.

         Primeira filha, Paula.  Marido, Miguel.

         Lá as mulheres jornalistas em geral são mais preparadas e mais valentes que os homens.  Por outro lado, geralmente trabalham sob as ordens de um homem.

         Tem havido aumento da pobreza na capital e tem aumentado barracos e molambos.  Um político dizia:  “Se há miséria, que não se note”.

         Ela teve contato com esses deserdados, inclusive visitas e entrevistas, o que a ajudou a entender melhor o seu povo.   Vida sem esperança potencializa o alcoolismo e a violência doméstica.  Elas apanham e dão evasivas.   Por que estava bêbado...

Classe média – arrivistas.  Luta de classes.  Os de classe baixa lutam apenas para manter a pele.  Sobreviver.

         Classe média abasteceu a esquerda e deu suporte ao governo socialista de Salvador Allende  (tio da escritora).  Anos 70.   (golpe em 1973).    Quando a esquerda caiu, a classe média foi a que mais sofreu repressão dos militares golpistas.

         Uns diziam que ela inventava.   Ela diz que algumas vezes exagerava um pouco...    (exagerava mas não inventava fatos)

         O marido ganhou bolsa para estudar engenharia na Bélgica.   Ela estudou lá rádio e TV.  Aprimorou o idioma francês.  Lá ela percebeu que com seu feminismo não era a única “bruxa” no mundo.   Eram muitas.

         Allende, 1970, presidente até 1973. 

         Revista Paula e os temas feministas.  Causaram um furacão no Chile.

         “Me dei conta de que esperar que te respeitem por ser feminista é como esperar que o touro não invista porque és vegetariana”.

         Foi fazer programa de humor na TV e daí todo mundo era amistoso com ela nas ruas.   Aos 45 de idade, se divorciou, após 25 de casada.

         Se divorciou nos USA.  Ela viveu nos USA e na percepção dela o povo americano é otimista enquanto o povo chileno é pessimista.   Nos USA o direito de busca da felicidade consta na Constituição Federal.

         Continua no capítulo 07/10

CAP. 05/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

 CAP. 05/10         

          Cita de 2002, o tempo presente quando escrevia, o presidente Ricardo Lagos governando o Chile.   Ele mora em casa simples, alugada e ajuda a esposa fazer o café e servir.  Assusta visitantes.  Comportamento que ela atribui a boas universidades públicas e humanísticas.

         Ela acha que os nobres de lá, mais antigos, eram sóbrios talvez por dor de consciência pelos mais pobres do país.   Caridade – coisa da mulher.

         Houve em 2002 uma enchente muito grave no Chile.   Michele Bachelett (que depois foi presidente) ajudando muito e se locomovendo em veículo militar, agindo no socorro aos desabrigados.   Ela (que é médica), teve o pai assassinado na Ditadura Militar do General Pinochet.

         Reunião domingueira de família com comilança e doses de pisco do sul.    (o sul deles é quase polar e o pisco é um destilado com elevado teor de álcool – o pisco é um destilado feito com uva e teor de álcool entre 30 e 40% - no caso o whisky tem teor de álcool de 38 a 54%).   Então nesse clima rolam discussões homéricas “de perder a amizade” até o próximo domingo...

         O avô dela não perdoaria quem faltasse nessas reuniões domingueiras da família.

         Se escondem em sete chaves as mazelas das pessoas.  Inclusive no que se refere a aborto e nem se cogitam leis sobre tal (ano 2000), porque parece que fugindo do tema se pensa resolver o problema...

         No Chile o ato de depenar frango se chama “pelar” frango e usa-se o termo também para o ato de falar mal dos outros.

         Ela fala dos parentes nos livros que escreve.   Por isso “metade deles” não falam mais com ela.  

         O Chile tem dois ganhadores do Nobel.   Pablo Neruda e Gabriela Mistral.

         Beber bebida alcoólica.   Nisso nos parecemos com os irlandeses.

         Novela O Direito de Nascer.   Passou lá e durou um tempo enorme.

         Já houve pena de morte no Chile.  Alguns foram executados.

         Hospitalidade – oferecer um “tecito”.   Tea – chá em inglês.

         Comida picante.   Mais comum na Índia e no México.

         Ela já escreveu para a TV do Chile textos de humor.   Fez isso na Venezuela e não se deu bem.    Neste país, Venezuela, o humor é mais direto e menos cruel.

         Ela casada com um americano.   Tipo de humor diferente e um não entende essa faceta do outro.     Um não ri do humor produzido pelo país do outro em geral entre ambos.    Nos USA, só riem juntos dos discursos de improviso de George W. Bush  (então presidente dos USA).

         Saiu de perto dos avós aos nove anos e mudou de país.  Ganhou a coleção de W. Shakespeare e leu e releu.

         Viagem de trem para a Bolívia e ganhou um caderno e instruções para um diário.   Ela foi anotando as novidades e recordando passados, nostalgias.  Começou a escrever cedo.

         Na infância e juventude, filha de diplomata, viveu no Bolívia e no Líbano.   Dois anos na Bolívia e depois, Líbano.   Houve guerra civil no Líbano e então ela aos 15 voltou para a casa da avó.

         O avô ensinando a neta.   Faltava paciência e sobrava severidade.  Jovem quer lutar pela igualdade mas percebe que isto a afasta das amizades e paqueras.    Arrumou o primeiro namorado e se aferrou a ele.   Casaram e tiveram dois filhos.  Ficaram casados por 25 anos.

         O russo Henri Troyat e novelas russas de artes e depois, da revolução.

         Lugares frios, rústicos, íngremes, são bons para escrever livros.   Já não cai bem para tal, paraiso tropical com praias lindas etc.  (paraiso tropical não combina com dramas etc)

         Os tipos que aparecem nos coletivos urbanos.    As pessoas no volante se transforam em competidores.  Parecem apostar corrida entre um semáforo e outro.    O homem no trânsito estende a mão pela porta do carro parecendo pedir esmola..  mas está mostrando mão grande para dizer que tem a genitália também grande.  Macho!

         Viajando pela cordilheira os Andes e até pela Patagônia.   Tudo com o avô e guias locais.   Acampamentos, roda de chá amargo e sem fazer cara feia para a bomba (do chimarrão) metálica com saliva e gosto de tabaco...

         O avô dela não acreditava em vermes nem em fantasmas pela lógica:  nunca os viu.

         Notou pela mãe, que nascer mulher naquela condição era má sorte.

         O homem controlava o dinheiro e dava as ordens em casa.     ...”norma.... casar  antes dos 25, ter filhos logo para não pensarem que estava usando anticoncepcional...” (anos 60-70)

         No Chile só se conseguia pílula com um médico liberal e atestado de matrimônio...

         Continua no capítulo 06/10

sábado, 5 de junho de 2021

CAP. 04/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

 CAP. 04/10

         Sobre espiritualidade.  “Um povo que vive entre montanhas, volta os olhos para o céu”.   Ela estudando budismo e praticando yoga.

         No Chile da infância dela, quase só povo católico no país.   Agora, também evangélicos e pentecostais.

         Há também os que falam com Deus sem intermediários.   “Não precisam passar pela burocracia sacerdotal”.

         Após o Chile privatizar a saúde, o povo se voltou pelas curas ancestrais, xamãs etc.    ...”com iguais resultados”.

         Ela na juventude se alia às demais guerrilheiras pela luta do feminismo e se afastam da religião.    Um rumo dela:  “o que de mais generoso se pode fazer neste caso?”.

         Padres e monges geralmente do lado dos mais fracos.   E socorreram os que precisaram na repressão da ditadura.

         Fala da Virgem de Lourdes, ou A Tirana.   Diz da festa meio estilo carnaval à Tirana na cidade de Iquique.     Ao sul de Chiloé, ilha com cultura própria e muito encantadora.   (página 84 da edição que li)

         Chiloé se torna república em 1826 e queria pertencer aos ingleses.

         A avó da Isabel Allende também era Isabel.   A autora ainda tem uma mesa que foi da avó e esta mesa já rodou o mundo nas mudanças da autora.

         Antes de 1849 a cidade de São Francisco não existia e o local era pertencente ao México.   Havia povos por lá;  caçadores, traficantes de peles etc.    Lá teve a febre do ouro depois.  

         No tempo do avô dela quase ninguém esquiava na neve no Chile.  Ela diz:   “Minha infância não foi alegre, mas sim, interessante”.  Ela já de pequena era boa leitora.

         O tio dela apoiava suas leituras.   Já o avô só permitia luz acesa até as vinte e uma horas.  O tio deu a ela uma lanterna e ela lia debaixo das cobertas após as 21 h.     Leu inclusive a coleção Tesouro da Juventude  (eu li na casa do cunhado quando fazia a faculdade em Piracicaba).   Era tipo o Google da época, juntamente com a Barsa.

         A leitura ajudou-a na infância.  A mãe, abandonada pelo marido, sendo bela, procurava não viver triste e tinha admiradores.  Só que nesse tempo era complicado a mulher sair desacompanhada ao cinema etc.

         O padrasto era  casado e pai de quatro filhos.  Um escândalo pra a época.  O avô da escritora bancou essa barra toda.   Viveram juntos a mãe e o padrasto e na infância ela detestava ele, mas depois passou a te-lo como a um pai verdadeiro e amigo.

         O povo do Chile gosta de votar em nome conhecido.   Familia Errázurez, três presidentes, trinta e tantos senadores e um sem número de deputados.

         ...ávaros (os nobres) disposição bondosa... para ganhar o reino do céu.    Toleram o alcoolismo no homem.   Na mulher, não!

         No tempo dela as mulheres não pintavam as unhas, nem as ricas porque o povo entendia como pessoa que nada faz e isso era mal visto.

         As terras do Chile não são favoráveis a lavouras que trazem prosperidade como algodão, tabaco e café.

         Na capital Santiago, os que viviam em mansões eram os árabes novos ricos.

         Nada de festa dos quinze anos para as moças.   Mas no retorno do capitalismo, já vem mudando...

         Continua no capítulo 05/10

 

CAP. 03/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

 CAP. 03/10

          O pai da autora, deu no pé quando a família estava em Lima no Peru e os filhos do casal ainda eram pequenos.   Deixou-nos na mão e endividados.

         Depois disso, voltaram a morar com os avós em Santiago.  Ela quase nada se recorda desse tempo de infância em Lima.   As casas antigas já não existem mais, inclusive a que foi moradia deles no passado.

         O jornalista do Japão que veio para conhecer o casarão dela que aparecia no filme.   O casarão já tinha sido demolido.

         Na ocasião da demolição, retiraram as velhas palmeiras e replantaram em outro lugar.  A autora fez um paralelo entre a mudança das palmeiras e as mudanças dela.   A casa antiga na Calle Cueto.  (cueto – baixo)

         Lema “pela razão ou pela força”.   Coisa dos chilenos.

         Ela diz que nasceu “lá pelos anos 40...”

         Saber a classe social da pessoa pela praia que ela frequenta...

         Após o Golpe Militar de 1973, além de distinguir as classes sociais, tinha-se que detectar de que lado a pessoa ficou no episódio.

         Calor forte no verão e frio danado no inverno.    O Chile, que tem imensa área da Cordilheira dos Andes, tem ao redor de 600 vulcões.  Não citou se algum deles está em atividade.

         Há várias etnias dos povos nativos no Chile e uma delas é a dos Mapuches.

         Destacou as mulheres venezuelanas que são muito de ganhar concurso de beleza.     A autora, jornalista, trabalhou em revista e conheceu muitas modelos.  Altas, claras, anoréxicas, olhos “parados”.  Não eram o padrão da verdadeira chilena.     A autora tem 1,50 m de altura.

         Ao contrário das chilenas que não são de  muita maquiagem, a autora gosta de cabelos coloridos, roupas mais diferentes e sempre maquiada.

         Quanto mais dinheiro tem uma mulher, menos ela come.  A de classe alta se distingue pela magreza.

         As mulheres, no ambiente profissional, não são respeitadas.  Para se destacarem tem que se dedicar em dobro.  Ela diz que o Chile é um país “testosterona”, bem machista.

         Índios araucanos e mapuches eram polígamos.   Os colonizadores espanhóis, nem se fala.   Resultou em muitos filhos mestiços.    Um povo com filhas criadas para servir e filhos para serem servidos.

         As jovens se rebelam, mas ao se casarem e terem filhos, repetem tudo, confundindo amor com serviços.

         Na média elas estudam mais e cuidam melhor da saúde.  Em média são mais honestas no mundo empresarial.

         O homem quando lava um prato já acha que está ajudando a mulher.

         Quando elas se unem numa causa... no tempo socialista, paneleiras de direita foram protestar em frente  aos quarteis para pedir providências.

Já na Ditadura, as mulheres de esquerda foram protestar contra cacetetes, jatos de água dos militares...

         Ao invés de uns se dizerem ateus, que cai muito mal no país católico, os ateus preferem o termo agnóstico.   Mas no leito de morte.... a conversão.

         Continua no capítulo 04/10

sexta-feira, 4 de junho de 2021

CAP. 02/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

 CAP. 02/10    

         Na juventude não se entrosava com a moçada... mais por timidez do que por feiura, pretendo supor...

         Fingia o tudo bem, mas daria a alma ao diabo para ser entrosada, ser integrada ao grupo.

         Mas quando adulta se tornou jornalista e aí podia perguntar coisas sem ser intrometida e conseguiu se expandir bem.

         Tudo truncou com a Ditadura do General Pinochet após o golpe que derrubou Allende.    “Pelo golpe, me tornei uma estrangeira em minha própria pátria”.  Na ditadura...  A curiosidade e o atrevimento estavam proibidos por decreto...

         Quando terminou a ditadura, ela podia voltar ao Chile, mas já estava casada com um norte americano.  Por outro lado, ela visita o Chile com frequência.

         O Chile é um país geograficamente estreito e comprido.  São 4.300 km de norte a sul.    Ao Norte, o deserto de Atacama, o mais seco do mundo ao menos no que diz o povo.     O jornal mais importante:  El Mercurio.   Tem um suplemento agrícola lido com avidez até pelo povo da cidade que não planta nada nem cria animais.

         Cidade de Antofagasta que em língua quíchua quer dizer “povoado do salar grande”.  É uma cidade portuária na costa do Pacífico.

         Essa cidade chilena surgiu no século XIX com as minas de salitre. (que entre outras aplicações é um fertilizante agrícola nitrogenado)

         Quando o produto natural começou a ser substituído por nitrato sintético, já o cobre girava a economia e o porto local.   A decadência da mineração do salitre deixou na região uma porção de cidades fantasmas.

         No deserto de Atacama, seco e frio durante a noite.

         Como tem o ditado de que agora nada adianta porque Inês é morta, a autora diz.   A oposição argumenta enquanto Inês é viva...

         Já nos anos 80 por aí ela falava dos conflitos entre agricultura e meio ambiente.

         Ela diz que o povo chileno se julga uma ilha e pensa europeu.  Seriam na época que ela cita, ao todo 15 milhões de chilenos.

         Terra do renomado poeta Pablo Neruda.    A cidade de Santiago (capital) tem na sua época 5,5 milhões de habitantes.    Capital com belos parques, porém o ar muito poluído.

         Quando chove, limpa o ar e se enxergam os picos da Cordilheira.

         Ela citou Caracas (na Venezuela) e Cidade do México onde pobres e ricos se mesclam mais em moradia, em bairros.  Isto não ocorre muito na capital chilena.

         Dos tempos mais antigos, ela se lembra das estradas ruins para ir até as praias no Chile.   Hoje as estradas são esplêndidas.     Se recorda do constrangimento dos ricos com os farofeiros das praias.

         Fala de recordações como doces caseiros em potes.   Doce de leite na versão dela.  Leite, açúcar, vanila e casca de limão.  Lamenta:  hoje se compra tudo pronto.

         O padrasto dela foi diplomata.    Viajaram bastante em família.

         Na página 39 da edição que eu li ela cita onde ela se espelhou para criar a ficção A Casa dos Espíritos.

         Conta que tinha doze tios excêntricos, mas nenhum “loco de atar”...

         Expressões que ouvia:  mulher de “meio pelo” como sinônimo de classe baixa.   Pelo – cabelo.

         Um antepassado da família fracassou nos negócios e se suicidou.

Isto nos tempos em que a pessoa que cometesse suicídio não era aceito que fosse sepultada em cemitério católico.

         Nesse tempo mais antigo, viúva só saía de casa para assistir missas diárias.   Essa parente viúva virou uma baleia e é representada no filme A Casa dos Espíritos.

         Rapazes dançarem a polca.  Disse que os chilenos não são muito de dança.   Já os venezuelanos são mais chegados à dança.    Ela diz que no tempo dela “nossas festas parecem funerais”.   Os homens num canto falando de negócios e em outro as mulheres, que se virem como puderem.

         Jovens dançam músicas americanas e após se casarem se comportam como seus pais.  Negócios pra cá, mulheres que se virem. (e cuidem das crias)

         Continua no capítulo 3/10

quinta-feira, 3 de junho de 2021

CAP. 01/10 - fichamento - livro - MI PAÍS INVENTADO - autora - Isabel Allende (chilena)

CAP. 01/10

         Eu tomei conhecimento há anos, do livro A Casa dos Espíritos que tem sido muito comentado, mas não cheguei a ler.   Um dia me chegou às mãos o livro dela chamado Cuentos de Eva Luna.   Li e gostei bastante, mesmo com alguma dificuldade por estar em castelhano.     Deu para perceber que ela é uma escritora de primeira linha.

         Certo dia, peguei para ler dela o livro Mi País Inventado, também em castelhano.   Li em novembro de 2018 e fiz o fichamento.   Resolvi agora revisitar o texto do fichamento que está em manuscrito e colocar no word e publicar no Face e depois no blog, em dez capítulos diários.

         Vamos à obra:

         Livro editado na Argentina em 2009 (a edição que li) pela editora Debolsillo.   São 220 páginas.

         Ela (sobrinha do presidente Salvador Allende) nasceu em Santiago do Chile no tempo da II Guerra Mundial.  Ela é santiaguina como diz.

         Frase citada por ela sobre a cidade de Santiago:   “Camarão que dorme, a onda leva”.  Já ouvi também essa frase por um sambista carioca.

         Consulta com psicólogos em Buenos Aires e nos USA.  Ela alega que no Chile tem tabu nisso e só loucos usam visitar psicólogos pelo que diz o imaginário popular.

         Até os anos setenta no Chile, os problemas iam aos ouvidos do padre ou das tias...

         Escreve sendo avó.    O neto olhando para ela com rugas e diz: Não se preocupe, velha, vai viver uns anos mais...

         Nessa ela levou um tranco.

         Ela não é de viajar e ficar em alojamento desconfortável.  Prefere uma cadeira no guarda-sol do quintal e boa leitura.

         Terceiro Mundo – O dela.   Qual o segundo, ela se pergunta...

         Mesmo assim ela teve que viajar pelos cinco continentes, inclusive exilada, em auto exílio após a deposição do tio presidente Salvador Allende, socialista.    Peregrinou por mais caminhos do que se pode recordar.

         Tem cidadania americana e morou na Califórnia.

         Dia onze de setembro de 1973 foi o Golpe Militar no Chile.  Orquestrado pela CIA, diz ela.   (O órgão de inteligência americano)

         Depuseram Salvador Allende da presidência, ele que exercia o mandato num regime democrático.

         Ela diz:   Nesse dia perdi o meu país.    O livro foi escrito não muito depois de 2001, quando também num 11de setembro, foram derrubadas as Torres gêmeas em NY.

         A infância feliz é um mito.   Nos tempos da infância dela “não havia os abusos infantis”.   Se supunha que educar as crianças era com a correia numa mão e a cruz na outra.  

         E nesse tempo “se dava o direito” de bater na mulher se esta servisse uma sopa fria.

         “O escrever... é um intento de compreender as circunstâncias próprias e clarear a confusão da existência”

         ... ocorrem aos escritores, que se tornam tais depois de terem fracassado em outros ofícios...

         ... pacificou ela.  Não sou um monstro.  Há outros como eu. (escritores).

         Na juventude não se entrosava com a moçada... mais por timidez do que por feiura, pretendo supor...

         Fingia o tudo bem, mas daria a alma ao diabo para ser entrosada.

                   Continua no capítulo 02/10