capítulo 08/25
No tempo de AMAN Academia Militar, Jair ganhou dos colegas o
apelido de “cavalão” por seu desempenho no pentatlo, esporte misto que soma
cinco modalidades.
Cristina, a segunda esposa, de quem se separou em 2007,
deixa o cargo de assessora parlamentar e o cargo de arrecadadora das rachadinhas
para o Clã Bolsonaro passa para o Coronel Guilherme Hudson, que foi colega de
Bolsonaro na AMAN. Página 86 do livro.
Flávio ao se candidatar em 2002 declarou ao TRE como bem só
um carro Gol 1.0. “Nas duas décadas
seguintes, o parlamentar negociaria 20 imóveis”. O Queiroz na jogada ajudando a fluir as
rachadinhas vindas do salário dos assessores parlamentares fantasmas.
Capítulo 7 – O Braço Direito. De PM a faz-tudo do Clã, a trajetória de
Fabrício Queiroz
Rio de Janeiro, 01-12-2018
Data da última aparição do Queiroz antes de fugir. Ele na festa da turma comemorando Bolsonaro
eleito e seus apoiadores também eleitos, inclusive o deputado estadual Rodrigo
Amorim (PSL) que ajudou a arrancar a placa de nome de rua com homenagem à
vereadora Marielle Franco que foi assassinada no curso do mandato.
Na foto dos que arrancaram a placa, em plena campanha
eleitoral, Rodrigo Amorim posa ao lado do candidato a deputado federal Daniel
Silveira e de Wilson Witzel, candidato a governador do RJ.
Flávio Bolsonaro é eleito senador em 2018 e Queiroz é
desligado da assessoria dele como deputado porque estava na mira do Ministério
Público.
Queiroz foi por onze anos assessor no gabinete de Flávio
Bolsonaro. No mesmo dia do desligamento
de Queiroz, a filha dele, Nathalia, foi exonerada do gabinete de Jair Bolsonaro
por ser mais uma assessora fantasma.
Queiroz preocupado por ter que depor no Ministério Público
sobre as rachadinhas. Logo o jornal O
Estado de SP publicou o caso das rachadinhas do Clã Bolsonaro e Fabrício era um
dos executores das tarefas de arrecadação de parte dos salários dos assessores
fantasmas para o Clã.
Fabrício na mira da justiça, assediado por repórteres e recém
separado da esposa. Acuado, morando
provisoriamente com a filha.
“Eu fiquei de cama, eu não conseguia comer, eu não entendia
nada, eu não sabia que ia acontecer esse problema todo”.
... “Queiroz era íntimo dos Bolsonaro e sabia que a regra
principal de trabalho junto ao clã era não desobedecer Jair. A ordem era a mesma desde o tempo de
Exército”.
Lá atrás, no tempo da Ditadura Militar, governo Ernesto
Geisel, Orlando Geisel era ministro do Exército. Foi dos tempos próximos que Jair Bolsonaro,
capitão, tinha convivência já com Hamilton Mourão e o soldado Fabrício
Queiroz. Se encontravam em eventos
esportivos militares.
Foi desse grupo de paraquedistas do qual Bolsonaro depois
participou, que as Forças Armadas destacaram “agentes para torturar presos
políticos e faze-los desaparecer”.
(página 90). “Os paraquedistas
também foram selecionados a dedo para atuar em cárceres clandestinos, como a
Casa da Morte de Petrópolis – RJ, da qual apenas uma pessoa saiu viva. Inês Etienne Romeu, a sobrevivente, relatou
que o grupo de militares que a torturou fez pelos menos dez vítimas fatais”.
Em 1986 Bolsonaro, mesmo não podendo assinar artigos
políticos por norma militar, deu entrevista à Revista Veja, reclamando dos
baixos salários dos militares. Foi
punido com prisão militar. Este foi um
dos episódios que abriram caminho para ele partir para a política.
Ele se elegeu pela primeira vez em 1988. O amigo Fabrício Queiroz em 1987 deixou o
Exército e foi para a PM do RJ. Ambos
amigos que sempre estavam juntos em festas, pescarias e futebol. Queiroz vascaíno, já Bolsonaro, “ora torce
para o Botafogo, ora pelo Flamengo, e ainda se diz palmeirense”.
Queiroz na PM e sua fama de violento. “Fez muita mãe chorar”, disse uma moradora da
comunidade de Cidade de Deus. Queiroz
admitia ser violento e teria dito. “Para
não chorar a minha mãe, chora a dele”.
Os PMs e os “autos de resistência”. Sempre usavam o mesmo argumento de que
estavam em patrulha e viram suspeitos e ao tentar abordar, foram recebidos a
bala e revidaram. Assim fizeram muitas
chacinas e nos relatórios deles ficava sempre a versão única dos
policiais. (página 93).
O livro narra execuções feitas pelo PM Queiroz ao longo da
carreira. Há caso em que ele age com
Adriano da Nóbrega. Este que depois
virou miliciano, foi expulso da polícia e chegou ao comando do Escritório do
Crime que operava em Rio das Pedras.
Depois foi morto pela polícia.
A esposa de Adriano foi uma das assessoras fantasmas do clã
Bolsonaro.
Queiroz, apesar de não ser investigado pelas execuções,
ficou incomodado e pediu ajuda em 2003 ao amigo Jair Bolsonaro. Pediu para ser destacado no gabinete de
Flávio Bolsonaro na ALERJ Assembleia Legislativa do RJ.
No cargo de assessor, Queiroz ganhou prestígio e se
reaproximou os policiais, aí incluído o violento policial Adriano da
Nóbrega. Este que comandava o GAT Grupo
de Ações Especiais e o grupo era conhecido como a “guarnição do mal”. E a família Bolsonaro condecorando essa
gente.
Segue o capítulo 09/25