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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

CAP. 19/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018

 

capítulo 19/20

 

         Sobre as ameaças, mentiras e bravatas do Trump.   “Ficamos cada vez mais acostumados àquele que antes achávamos escandaloso”.

         O Partido Republicano de Trump não colocou obstáculo ao comportamento inadequado dele.   “Todos os senadores republicanos, exceto um, votaram com o presidente pelo menos 85% das vezes nos seus primeiros sete meses de mandato”.

         A NRA Associação Nacional de Rifles tem ao redor de cinco milhões de filiados  “e é intimamente ligada ao partido republicano.   “Os republicanos Donald Trump e Sarah Palin, são filiados ao NRA desde sempre”.     A presidente do NRA já ameaçou a imprensa.

         Capítulo 9 – Salvando a Democracia         (página 193)

         Duras penas para manter a democracia dos USA.   Enfrentaram até a Guerra Civil no passado.

         ...”mais de um século de estabilidade política”.   Essa estabilidade, contudo, foi alcançada à custa de exclusão social e de dominação unipartidária autoritária no Sul”.

         Foi apenas depois de 1965 que os USA “se democratizaram de maneira plena”.  (com igualdade de direitos aos negros etc)

         Apesar dessa fase pós 1965 trouxe polarização novamente e ameaças de atropelar regras.

         “Há uma percepção crescente de que a democracia está recuando em todo o mundo”.   Venezuela, Tailandia, Turquia, Hungria, Polônia.

         Os autores citam o cientista Larry Diamond, “talvez a mais notável autoridade em democracia no mundo”.    “E Larry acredita que entramos num período de recessão democrática”.

         No mundo as democracias cresceram nos anos 80/90.   Tiveram o auge em 2005 e permaneceram estáveis desde então.     (livro de 2018)

         Umas democracias se degradaram nestes tempos e algumas melhoraram como no caso da Colômbia, Sri Lanka, Tunísia.

         Na regra geral os USA tem sido democrático nas relações com outros países.   “Há numerosas exceções:  onde quer que interesses estratégicos dos USA estejam em jogo, como na China, Rússia e no Oriente Médio, a democracia desaparece da agenda”.

         “O período 1990-2015 foi facilmente o quarto de século mais democrático da história mundial...”

         “Os USA não são mais um modelo de democracia”.

         Trump e sua vocação autocrática é um mal exemplo para outros governos pelo mundo.

         O estado da Carolina do Norte por ação dos republicanos mudou normas, aparelhou a administração pública e alterou até a Corte de Apelação estadual.

         “Quando rivais partidários se tornam inimigos, a competição política se avilta em guerra e nossas instituições se transformam em armas”.

         “O resultado é um sistema constantemente à beira da crise”.

         Os autores resgatam um dos pilares da divisão de poderes e da democracia.   Cita Montesquieu e sua obra de 1749 chamada O espírito das Leis.  Buscava inclusive reduzir o poder abusivo.

         Alguns políticos democratas queriam que o partido desse o troco na mesma moeda, barrando tudo de Trump no Congresso.   Os autores deste livro não concordam com essa de dar o troco.

         “Em nossa opinião, a ideia de que os democratas deviam lutar como os republicanos é equivocada.   Acima de tudo, a evidência oriunda de outros países sugere que essa estratégia beneficia diretamente o jogo dos autoritários”.      E essa de dar o troco afasta aliados moderados.

         “E quando a oposição joga sujo, ela proporciona ao governo justificativa para este reprimir”.

         Na Venezuela de Chávez, seus opositores tentaram jogar duro e, mesmo sem respeitar as instituições.   Acabaram ficando na posição de antidemocráticos e perderam força, reforçando o chavismo.

         Já na Colômbia de Uribe, este vinha endurecendo o regime e tentava um terceiro mandato, fora do que permite a Constituição.   Seus opositores agiram respeitando a Constituição e negaram a ele um terceiro mandato.   Jogaram com as regras do jogo e ganharam a parada.

         “Se Trump for derrotado através de instituições democráticas, isso vai fortalecer essas instituições”.

 

         Próximo capítulo – final – 20/20

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

CAP. 18/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018

 capítulo 18/20

 

 

         O Partido Republicano implantou a Comissão sobre Integridade Eleitoral.  A justificativa seria buscar evitar fraudes nos cadastros de eleitores.   Por outro lado, se nota que esta comissão adota meios que dificultam aos imigrantes e ao povo mais pobre, terem acesso ao voto.  E os pobres e imigrantes são eleitores de forma majoritária ao Partido Democrata.

         Apesar dos ataques de Trump às regras democráticas, em 2017 ele “raspou as barreiras” mas não conseguiu rompe-las.   “Não ultrapassamos o limite rumo ao autoritarismo”.

         No passado dois presidentes tentaram romper a barreira rumo ao autoritarismo e foram barrados por seus próprios partidos.  Caso do Democrata Roosevelt e do republicano Richard Nixon.

         No governo Trump o seu partido, o Republicano, era maioria no senado e na Câmara Federal.   Importantes senadores do partido de Trump que em 85% das votações, votaram favorável aos pleitos dele...”tomaram medidas importantes para conter o presidente”.

         O respeito à opinião pública nos USA.   Quando um líder eleito desfruta, digamos, de uma taxa de aprovação de 70%, os críticos trocam a camisa e aderem; a cobertura da mídia se suaviza, os juízes são mais relutantes em tomar decisões contra o governo e mesmo os políticos adversários abaixam a bola.

          “Chávez, Fujimori e Erdogan tinham imenso apoio popular quando lançaram seus ataques às instituições democráticas”.

         O estado da Virgínia Ocidental é o estado mais pró Trump.

         “Os USA combateram em guerras terrestres ou sofreram ataques terroristas graves sob seis dos seus últimos doze presidentes”.

         Caso explodisse um conflito na gestão de Trump, as chances dele se transformar num autocrata desenfreado era muito grade.

         Trump no mandato...   “expandiu a zona de comportamentos presidenciais aceitáveis, dando a táticas antes consideradas aberrantes e inadmissíveis, como mentir, trapacear e intimidar, um lugar proeminente na caixa de ferramentas dos políticos”.

         Sobre Trump na presidência...  “ele foi um violador em série de normas”.

         “Trump quebrou uma tradição de 150 anos por não ter um animal de estimação durante seu mandato”.

         Ele no mandato colocou em dúvida o sistema eleitoral dos USA.

         “Nenhum político mais importante em mais de um século havia questionado a integridade do processo eleitoral dos USA”.

         “Numa pesquisa realizada antes da eleição de 2016, 84% dos eleitores republicanos disseram acreditar que um número significativo de fraudes tinha ocorrido em eleições norte-americanas”.

         ...”Essas dúvidas persistiram após as eleições de Trump”.   Ele também abandonou regras básicas de civilidade política.    Ele quebrou normas de reconciliação pós eleitorais, pois continuou a atacar Hillary Clinton mesmo depois de eleito”.

         Trump no mandato era recorrente em mentiras.    “O site de checagens políticas Politic Fact classificou 69% de suas declarações públicas como ´principalmente falsas´.  Apenas 17% como verdadeiras...

         O valor das eleições é diminuído quando cidadãos não tem fé nos líderes que elegem.   Presidente deve ser acessível à imprensa.   Não era o caso de Trump.

         “Ele disse que a mídia estava entre os seres humanos mais desonestos do planeta”.

         Trump também quebrou normas estabelecidas ao excluir seletivamente, repórteres de eventos de imprensa.

         O único precedente foi o caso de Nixon barrar na Casa Branca especificamente repórteres do Jornal Washington Post, este que ecoou o escândalo de Watergate protagonizado por Nixon, espionando o partido dos adversários.

        

         Continua no capítulo 19/20

CAP. 17/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - USA

 

capítulo 17/20

         Os brancos protestantes lá no passado foram dominantes no poder e adeptos do Partido Republicano.   Agora...  “brancos protestantes são uma minoria do eleitorado  ... e uma minoria declinante”.  (e republicana)

         ...”compartilham a percepção de que o país no qual eles cresceram está escapando entre os dedos, ameaçados pela rápida transformação do que eles acreditam ser a ´verdadeira américa´.”

         “No recente livro do sociólogo Arlie Hochschild, eles se percebem como estrangeiros em sua própria terra”.  (os brancos protestantes ligados ao Republicano).    Eles se julgam serem os verdadeiros americanos.   O slogan de Tornar a América Grande de Novo é a proposta de supremacia dos que se acham verdadeiros americanos, frente aos democratas.

         “O perigo de tais apelos é que caracterizar os democratas como americanos não verdadeiros constitui um verdadeiro ataque frontal contra a tolerância mútua”.

         Isso tem um preço, pois coloca em risco a democracia dos USA.

         “Quando Trump assumiu o governo em 2017, as grades de proteção da democracia ainda estavam de pé, mas estavam mais fracas do que jamais foram ao longo de um século  - e as coisas estavam prestes a piorar”.

         Capítulo 8 – Trump contra as grades de proteção da Democracia

         Trump no mandato chamou a mídia de “inimiga do povo americano”.    ...”questionou a legitimidade dos juízes da Suprema Corte.    A mídia respondeu com rigor.    Foram “inclementes” com Trump como reação aos ataques dele.

         Primeiros cem dias de governo e a cobertura da mídia.    80% era negativa em relação a Trump.   Já outros presidentes tiveram percentuais menores de notícias negativas em cem dias.  Clinton teve 60%, George W Bush teve 57% e Barack Obama teve 41%.

         Trump dobrou a aposta, batendo mais e mais nos adversários.   Trump no mandato usou as três estratégias que são típicas de autocratas:

- capturar árbitros; - tirar da partida adversários importantes; - reescrever as regras...

         “Trump tentou todas as três regras acima que indicam estilo autocrata de governo”.

         Buscou lealdade pessoal com chefes da CIA, do FBI e da NSA a Agência de Segurança Nacional.

         Blindou investigação de suposta ajuda da Rússia à sua campanha presidencial.    “Trump tentou punir ou expurgar agências que atuavam com independência.”   Ele não teve colaboração do chefe do FBI e destituiu o mesmo, mesmo esse cargo sendo com mandato de dez anos.   Foi a primeira vez em 82 anos que isso ocorreu – destituir um Chefe do FBI.

         Um procurador federal investigava Trump por lavagem de dinheiro e foi destituído do cargo pelo presidente.

         Página 172 -   “Trump falou abertamente em usar o Departamento de Justiça e o FBI para perseguir Democratas, inclusive Hillary Clinton.

         Trump afastou o chefe do FBI mas não conseguiu que o seu indicado para substitui-lo fosse um “lealista” por conta da reação do Senado que aprova o nome indicado.   (aqui no Brasil chamam o lealista de lambe botas do chefe).

         Trump atacou a mídia.   Alegou que o New York Times e a CNN estariam atacando ele e sua família com fake News.

         Ameaça de Trump ao jornal Washington Post e ao dono deste, Jeff Bezos.   Numa tuitada, Trump disse:  “Se eu for presidente, ah, eles vão ter problemas”.

         Em 2017 Trump ameaçou de cassar a licença da TV NBC e outras.

         Os pobres votam mais nos Democratas.   Trump criou uma lei de identificação de eleitores que na prática dificulta aos pobres (e negros) o acesso ao voto.

         Trump dizendo sempre que havia falha no sistema de identificação de eleitores e que ensejava fraudes.   “A informação não tem base”.

        

Continua no capítulo 18/20

domingo, 19 de fevereiro de 2023

CAP. 16/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição original 2018

capítulo 16/20

 

         Página 157 -  No governo Obama, republicanos formaram no parlamento o “Partido do Não”.  Tentar barrar iniciativas do governo para Obama não se reeleger.   Uma das técnicas seria a obstrução de projetos no legislativo. 

         Entre 2007 e 2012 foram 385 obstruções.   Um número absurdo e sem precedentes.    Anteriormente, se passaram sete décadas para se ter um número semelhante de obstruções no parlamento.

         Os republicanos também dificultaram a aprovação de cargos indicados pelo presidente e que precisavam do OK do Senado.  No passado, 90% dos indicados eram aprovados.   No governo Obama, caiu para apenas 50% dos indicados serem homologados pelo Senado.

         Para poder destravar as ações de governo, Obama usou com frequência “memorandos executivos” que não precisavam passar pelo legislativo.  Não violou a Constituição, mas feriu o princípio da norma não escrita chamada “reserva institucional”.

         A Suprema Corte dos USA por tradição é de nove juízes.   Democratas e Republicanos, respectivamente campo liberal e campo conservador predominam nas casas legislativas.

         De vinte e cinco anos para cá (até 2018) os eleitores dos dois partidos passaram a ficar divididos “por raça, religião, geografia e mesmo por modo de vida”.

         Pesquisa de 1960 mostrou que de 4 a 5% de eleitores democratas e republicanos ficariam descontentes se seus filhos se casassem com alguém do partido oposto.  Em 2010, 33% dos democratas e 49% dos republicanos ficariam “um pouco ou muito infelizes” no citado quesito.   Já em 2016, 46% dos republicanos e 55% dos democratas dizem que o partido adversário lhes traz “medo”.

         “Entre os norte-americanos politicamente engajados, os números são maiores.    70% dos democratas e 62% dos republicanos dizem que vivem com medo do outro partido”.   (página 162 do livro)

         Cores partidárias.   Vermelho nos republicanos e cor Azul nos democratas.

         Pós 1965 houve um alinhamento ideológico mais definido.  Republicanos sendo conservadores e democratas sendo liberais.

         Polarização...        “empurrando o Partido Republicano mais agudamente para a direita do que empurrou os democratas para a esquerda.”

         Em alguns países há posições ideológicas dividindo o eleitorado...   “mas em nenhum desses países observamos o ódio sectário que hoje vivemos nos USA”.     (página 164)

         Alguns fatores a considerar.  Dos anos 60 para cá houve muita entrada de imigrantes nos USA, primeiro da América Latina e depois, a maioria veio da Ásia.

         Em 1950 os não brancos eram 10% dos norte americanos.  Em 2014, são 38% e há estimativa de que em 2044 os não brancos sejam maioria da população dos USA.

         “Juntamente com a emancipação negra (anos 60), a imigração transformou os partidos políticos americanos”.    Estes dois grupos foram mais que proporcionalmente para o partido Democrata.

         “Já os eleitores republicanos, anos 2000, são quase 90% brancos.”

         Republicano – brancos e evangélicos brancos.

         Os evangélicos aderiram em massa ao republicano nos anos 70 contra a legalização do aborto.    Em 2016, 76% dos evangélicos brancos se identificaram como republicanos.

         Os dois partidos estão divididos em função de raça e religião.   Fatores importantes e de potencial de hostilidade ao oposto.

         Nos anos 2000, transformações na mídia inclusive com incremento na internet.

         Eleitores republicanos acompanham mais a TV favorável a eles.  Em 2010, 69% dos eleitores republicanos eram espectadores da Fox News que é um canal de TV conservador.    Locutores com discursos “incivis” são citados por nome de cada um no livro, sendo de diversas TVs e rádios.

         No governo Obama a mídia conservadora de rádio e TV adotaram a prática de “Sem Concessões” ao presidente e mesmo aos políticos conservadores quando estes adotavam postura de não dificultar o governo.

         Fala de um senador de direita.  “Se você se afasta minimamente da extrema direita, você é atacado pela mídia conservadora”.  (página 166)

         Grupos poderosos financiando campanhas políticas e por trás, a busca de pagarem menos impostos.  Um exemplo:   Família bilionária Kock participando do financiamento do partido republicano.  Só em 2012 no governo Obama, os Kock alocaram mais de 400 milhões de dólares na campanha dos republicanos.     O fato novo é que esse mecanismo faz o poder do dinheiro deixar para trás candidatos mais preparados para a política e abrir espaço para aventureiros com patrocínio, enfraquecendo a democracia e pondo a mesma em risco maior.

        

         Continua no capítulo 17/20 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

cap. 15/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - edição 2018 nos USA e 2021 no BR

 

capítulo   15/20                                          FEVEREIRO DE 2023

 

         Houve esforço para tentar ligar Obama ao terrorismo.   Políticos republicanos de grande expressão embarcaram nesse tipo de discurso carregado de intolerância.

         “Tom DeLay, por exemplo, declarou que a não ser que Obama prove que eu estou errado, ele é um marxista”.

         O republicano que concorreu com Obama foi John McCain.  Este não usava muito a retórica da intolerância, mas sua correligionária colega de chapa dele atacava direto o democrata Barack Obama.  Se referindo à fala dessa correligionária chamada Sarah Palin, esta... “em seus discursos racialmente codificados induziam gritos de ´traidor´, ´terrorista´ e até ´acabem com ele!´ nas multidões.

         Ano de 2008, Obama eleito e a esperança de redução da intolerância.   “Na noite da eleição... Obama  “falou generosamente, congratulando McCain por sua carreira heroica de contribuições à nação.”  Mais cedo, McCain tinha feito discurso reconhecendo a vitória de Obama.

         A turma do grupo conservador da política reunido no Tea Party, conspiravam contra Obama.   “O Tea Party questionava o próprio direito do presidente ser presidente”.

         Um opositor que ganhou a eleição para o Senado, Joni Ernst, tuitou... afirmou... “que o presidente Obama tinha se tornado um ditador”.

         Fared Zakaria, apresentador de TV na CNN escreveu um livro chamado O Mundo Pós Americano”.    A oposição montou foto de Obama segurando o livro e dizendo que ele está lendo esse livro.

         Em fevereiro de 2015 o ex prefeito de Nova Iorque, Rudy Giuliani  “questionou abertamente o patriotismo de Obama declarando:  Eu não acredito, e eu sei que esta é uma coisa horrível de dizer, mas eu não acredito que Obama ame a América”.

         Página 154 -   Setores da oposição a Obama...  “foi ainda mais longe, pondo em dúvida se Obama havia nascido nos USA – e consequentemente, questionando seu direito constitucional de ocupar a presidência.

         Muitos senadores e deputados endossaram essa dúvida caluniosa sobre Obama.

         Em 2011 quando Donald Trump queria concorrer à presidência, também declarou em público que duvidava que Obama fosse americano nato.   Trump, nessa eleição, não concorreu mas suas falas mentirosas deram mais popularidade a ele.

         “A intolerância se mostrava politicamente útil”.    Muitos eleitores republicanos acreditavam nas mentiras sobre a nacionalidade de Obama.

         “Uma pesquisa de 2011 da Fox News  (conservadora) mostrou que 37% dos republicanos acreditavam que Obama não nasceu nos USA”.

         Uma importante diferença em relação ao passado.   No passado muitos políticos atacavam o adversário com mentiras, mas essas mentiras não eram apoiadas pela cúpula dos partidos.   Já nos casos contra Hillary Clinton e Obama, os que atacavam tinham apoio até da cúpula do partido republicano.   O que veio ser o fato novo e ruim.

         No final do governo Obama, a oposição republicana tinha a posição de achar que os democratas “eram antiamericanos e representavam uma ameaça ao modo de vida americano”.    Os autores completam:   Este é um território perigoso.

 

                            Continua no capítulo 16/20

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

cap. 14/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL (2018)

 capítulo      14/20

        

         Obama indicou uma pessoa moderada e qualificada para o cargo.    “Porém, pela primeira vez na história, o Senado se recusou até mesmo a considerar a indicação feita para ocupar a Suprema Corte” que partiu de Obama.

          Pagina 142 -   Passou um ano e assumiu a presidência o republicano Donald Trump e ele indicou um juiz conservador para a Suprema Corte.

         “O partido republicano pisoteara uma norma democrática básica ao manobrar para indicar o juiz após o mandato do Obama”.

         “As tradições que sustentam as instituições democráticas americanas estão de desintegrando...”.

         ...” nós nos tornamos cada vez mais vulneráveis a líderes autocratas”.

         “Donald Trump, um violador em série de normas...”

         Voltam os autores aos anos 90 e um novo político republicano resolve fazer guerra na forma de fazer política.  Fez escola.   Mobilizou jovens.   Passou a recomendar expressamente aos congressistas republicanos a chamarem seus rivais democratas de adjetivos negativos como “patético, doente, grotesco, deslealdade, contra a bandeira, contra a família e traidores”.

         Este foi o começo da mudança para pior na política dos USA.    O mentor dessa “guerra” de agressões foi Gingrich que em 1995 chegou à Presidência da Câmara e continuou com as expressões de ódio aos adversários.

         Ele deu impulso à “política como guerra”.    Gingrich e seus seguidores   ....”tratam aqueles de quem discordam como maus e imorais.

         Agora esse pessoal implanta.... “a busca pela vitória por quaisquer meios necessários”.

         Gingrich deixou o Congresso em 1999 mas a linha dura que ele usava foi ainda mais praticada.    Teve um político do  “se não for ilegal, faça”.

         O político DeLay rompeu a cerca invisível que contém outros sectários.   Trouxe a violação costumeira da norma para o século XXI.

         Bush fez dois mandatos como presidente e se propôs a ser “unificador”.   DeLay, segundo fontes, rebateu Bush.   “Nós não trabalhamos com democratas.  Não vai haver nada desse negócio de unificador”.

         Os democratas no Senado também abandonando regras como a norma constitucional de respeitar indicações de nomes para juízes, deixaram de votar os nomes indicados pelo presidente no Senado.     Os democratas abandonaram a regra para prejudicar o presidente republicano Bush e por outro lado, os republicanos abandonaram a regra contra os democratas, protegendo o presidente.

         Guerra contra o Iraque no governo Bush.  Chegam ao Congresso acusações de violência na prisão de Abu Ghraib sob controle das forças americanas.

         No livro, página 150, se refere também a Senado Estadual nos USA.

         Rompendo outra norma não escrita, nos anos 2000, após o atentado de 11 de setembro de 2001, os republicanos começaram a atacar os democratas dizendo que eles não eram patriotas e que apoiavam os terroristas da Al Qaeda.

         Ano de 2008, divisor de águas na questão da intolerância partidária.

         Midia de direita com destaque para a “TV Fox News, a TV a cabo mais assistida dos USA”.   “O candidato Barack Obama foi pintado como marxista, antiamericano e secretamente muçulmano”.

 

                   Próximo capítulo   15/20

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

cap. 13/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL

cap  13/20

 

         Página 128 (de 220)

         Os autores falam dos presidentes quando escolhem juízes “lealistas” – leais a quem os indicou.

         Mudar a suprema Corte para fins políticos:    “... a Suprema Corte dos USA mudou de tamanho sete vezes entre 1800 e 1869 – todas ela por razões políticas”.

         Tentando romper com o costume, Roosevelt, em 1937, após reeleito por ampla maioria e tendo maioria na Câmara e no Senado, tentou alterar a Suprema Corte.   Foi enorme a reação contrária a isso pelas instituições, pela imprensa.   Tanto que a proposta dele morreu no Senado.

         Nunca mais um presidente dos USA tentou forçar a barra contra a Suprema Corte.    Os autores chamam essas travas informais que são respeitadas, mesmo não estando na letra da lei, de Norma de Reserva Institucional.   Os três poderes políticos dos USA costumam respeitar essa norma.

         No legislativo deles, a cortesia:   “A regra primordial... era não permitir que desacordos políticos influenciassem sentimentos pessoais”.

         “Isso era difícil, pois, como disse um senador, é difícil não chamar um homem de mentiroso quando você sabe que ele é um mentiroso”.

         Por outro lado, um político declarou:   “Meus inimigos em determinada questão podem ser meus amigos na seguinte”.

         No legislativo eles percebem que se forçarem a barra para aprovar algo, como reação, os outros passam a não cooperar e a retaliar.

         No legislativo deles a obstrução da pauta de votações era em último caso.   No século XIX inteiro, só houve 23 obstruções de pauta.

         Sobre indicações do presidente para juízes da Suprema Corte a serem apreciadas pelo Senado.   Geralmente o Senado aprova.  Do ano 1800 a 2005 somente nove indicações de presidentes foram rejeitadas pelo Senado.

         Há  o poder do Congresso de destituir o presidente através do impeachment.  Foram raras as ocasiões que isso ocorreu nos USA.

         Anos 40 e a URSS como potência nuclear causou medo no povo norte-americano.

         “A histeria anticomunista podia ser usada para fins partidários.   Políticos podiam fustigar ou perseguir pessoas suspeitas de comunistas ou angariar votos dizendo que seus oponentes eram comunistas ou simpatizantes de comunistas”.    (página 136 do livro)

         “Fustigar ou perseguir comunistas ou pessoas suspeitas de comunismo se tornou uma tática comum dos candidatos republicanos dos anos 1950”.

         Cita caso de adversários disputando o senado, um colocando o outro como vermelho, comunista.

         1952 -Campanha presidencial.   Acusar o adversário de comunista ...  “era um porrete útil com o qual derrotar democratas”.

         O mais estridente nos ataques usando o mote do comunismo nos anos 1950 foi o senador Joseph McCarthy.   Usando essa cantilena, percorreu o país em campanha.

         Ele mais adiante foi desmoralizado...  “a derrocada de McCarthy veio nos confrontos dele com o conselheiro chefe do Exército, Joseph Welch em 1954.”  Welch diz:  “o senhor não tem senso de decência” e denunciou a farsa que era o discurso sobre o comunismo nos USA.

         Richard Nixon era um presidente autoritário e serviu de teste ao sistema de freios e contrapesos.    Ele perseguiu adversários democratas.   Chegou a encomendar lista de “traidores” que atuavam na esfera pública.  Perseguiu a imprensa.    Se deu mal no caso de ter encomendado espionagem no que se chamou Caso Watergate.   Foi descoberto, tendo que renunciar diante de um processo para impeachment contra ele.

         Um resumo da ópera:    “A proximidade ideológica dos democratas sulistas com os republicanos conservadores reduziu a polarização e facilitou a concertação bipartidária, mas ao grande custo de manter os direitos civis – e a democratização plena do país – fora da agenda política”.

         As normas da política nos USA nasceram em contexto de exclusão.

         Lá o processo de inclusão social começou depois da Segunda Guerra (pós 1945, portanto).   Culminou em 1964 com a Lei dos Direitos Civis e em 1965 com a Lei do Direito de Voto.   Enfim, democratizaram plenamente a Nação.   “Mas também irá polariza-la ...  intolerância....

         Página 141 – Capítulo 7 – A desintegração

         Em 2016 morreu um juiz da Suprema Corte no tempo do mandato de Barak Obama e causou alvoroço nos partidos e ruídos nas redes sociais.   Uns queriam que a indicação do novo juiz fosse pelo próximo presidente.   Obama indicou uma pessoa moderada e qualificada para o cargo.    “Porém, pela primeira vez na história, o Senado se recusou até mesmo a considerar a indicação feita para ocupar a Suprema Corte” que partiu de Obama.

        

         Continua no capítulo      14/20