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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

cap. 20/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018

 

capítulo – final – 20/20

 

         “Protestos devem ser vistos de maneira semelhante. O protesto político é um direito básico e uma atividade importante em qualquer democracia, mas seu objetivo deve ser a defesa dos direitos e das instituições, não sua ruptura”.

         “As forças anti Trump devem  construir uma ampla coalizão pró-democracia.”    ...”extrema divisão partidária... não só por divergências políticas .... inclusive diferenças raciais e religiosas...”

         “A maior polarização dos USA precede a presidência de Trump e muito provavelmente vai perdurar depois dela”.

         “O Chile tem sido uma das democracias mais estáveis e bem sucedidas da América Latina nas últimas três décadas”.

         “O Partido Republicano nos USA foi a principal força motriz do abismo que se abriu entre os partidos”.

         A partir do ano de 2008 o P. Republicano foi caminhando mais para a direita.   Um dos fatores foi a elevação à cúpula do partido, lideranças provenientes de fundos por angariadores milionários, lideranças com menos habilidade política”.

         Outro fator crucial foi a crescente influência da TV Fox News e sua voz conservadora de alto grau de penetração no eleitorado republicano.

         “Esse esvaziamento ativo deixou o partido vulnerável à encampação por extremistas”.

         O Republicano teria que ser “refundado” nos seguintes eixos:   finanças, organização de bases, comunicação social e seleção de candidatos.

         No mundo, cita um desafio enorme que foi o caso da Alemanha reconstruir o regime democrático depois da guerra (e o nazismo) e ela conseguiu isso.

         Após 1945, perdida a guerra, a Alemanha tenta reconstruir seus partidos políticos em outras bases.   Formaram a CDU União Democrata Cristã.    “Uma sociedade cristã que rejeitava a ditadura e abraçava a liberdade e a tolerância”.    A CDU conseguiu ter católicos e protestantes que antes não conseguiam politicamente caminhar juntos.

         A CDU  ...”líderes de católicos e protestantes deram origem a um novo partido de centro-direita que reformaria a sociedade alemã.”

         Os autores deste livro citam a ironia.   No pós guerra os USA apoiaram os alemães na restauração da democracia e hoje em dia se espelha nela para corrigir rumos da democracia dos USA.

         Alertam os autores que isto sem comparar Trump com Hitler, que não é o caso.

         Para o futuro os autores indicam caminhos para o partido republicano e para o democrata.  Os desafios para o Republicano são bem maiores.   Para os Democratas, uma pista seria uma reaproximação com dois grupos, o de brancos de renda média e baixa e de trabalhadores brancos.

         A economia americana está em ritmo lento e está aumentando a pobreza, dificultando a estabilidade dos USA.   Cria um ressentimento social.  O ressentimento social alimenta a  polarização política da sociedade.

         Nos USA há dificuldade do Estado dar apoio financeiro aos mais pobres porque há comumente nos mais pobres a sobreposição de raça e outros fatores.   Tipo acharem que a sociedade está socorrendo negros e imigrantes (potenciais eleitores do Democrata).

         Virou um tabu para os americanos até o termo Assistência Social.

         ...”uma percepção de que os beneficiários não eram merecedores”.

         Um exemplo positivo é o Seguro Saúde que ajuda os muito pobres e também outras classes intermediárias e assim o povo aceita melhor custear o benefício via pagamento de impostos.

         “A despesa dos USA com famílias é hoje igual a um terço da média dos países avançados, o mesmo patamar de México e Turquia”.

         Desafios...  “é imperativo que...   lidem com a questão da desigualdade.    Trata-se afinal, de uma questão de justiça social.   A própria saúde de nossa democracia depende disso.”

         “A democracia é um empreendimento compartilhado.   Seu destino depende de todos nós”.

         “Temos que tornar nossas normas inclusivas”.

         “Poucas sociedades conseguiram ser multirraciais e genuinamente democráticas.    Esse é o nosso desafio”.                                FIM

                              19-02-2023

Obs – Este livro tem ao todo 270 páginas, sendo que 220 do texto em si e as 50 páginas finais tem como conteúdo as referências bibliográficas de citações dos autores comprovando suas fontes, o que robustece a credibilidade de um livro escrito por professores/pesquisadores do ramo.

         Completa o conteúdo o índice remissivo cujos termos, em ordem alfabética, ajudam a localizar em quais páginas cada citação está localizada. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

CAP. 19/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018

 

capítulo 19/20

 

         Sobre as ameaças, mentiras e bravatas do Trump.   “Ficamos cada vez mais acostumados àquele que antes achávamos escandaloso”.

         O Partido Republicano de Trump não colocou obstáculo ao comportamento inadequado dele.   “Todos os senadores republicanos, exceto um, votaram com o presidente pelo menos 85% das vezes nos seus primeiros sete meses de mandato”.

         A NRA Associação Nacional de Rifles tem ao redor de cinco milhões de filiados  “e é intimamente ligada ao partido republicano.   “Os republicanos Donald Trump e Sarah Palin, são filiados ao NRA desde sempre”.     A presidente do NRA já ameaçou a imprensa.

         Capítulo 9 – Salvando a Democracia         (página 193)

         Duras penas para manter a democracia dos USA.   Enfrentaram até a Guerra Civil no passado.

         ...”mais de um século de estabilidade política”.   Essa estabilidade, contudo, foi alcançada à custa de exclusão social e de dominação unipartidária autoritária no Sul”.

         Foi apenas depois de 1965 que os USA “se democratizaram de maneira plena”.  (com igualdade de direitos aos negros etc)

         Apesar dessa fase pós 1965 trouxe polarização novamente e ameaças de atropelar regras.

         “Há uma percepção crescente de que a democracia está recuando em todo o mundo”.   Venezuela, Tailandia, Turquia, Hungria, Polônia.

         Os autores citam o cientista Larry Diamond, “talvez a mais notável autoridade em democracia no mundo”.    “E Larry acredita que entramos num período de recessão democrática”.

         No mundo as democracias cresceram nos anos 80/90.   Tiveram o auge em 2005 e permaneceram estáveis desde então.     (livro de 2018)

         Umas democracias se degradaram nestes tempos e algumas melhoraram como no caso da Colômbia, Sri Lanka, Tunísia.

         Na regra geral os USA tem sido democrático nas relações com outros países.   “Há numerosas exceções:  onde quer que interesses estratégicos dos USA estejam em jogo, como na China, Rússia e no Oriente Médio, a democracia desaparece da agenda”.

         “O período 1990-2015 foi facilmente o quarto de século mais democrático da história mundial...”

         “Os USA não são mais um modelo de democracia”.

         Trump e sua vocação autocrática é um mal exemplo para outros governos pelo mundo.

         O estado da Carolina do Norte por ação dos republicanos mudou normas, aparelhou a administração pública e alterou até a Corte de Apelação estadual.

         “Quando rivais partidários se tornam inimigos, a competição política se avilta em guerra e nossas instituições se transformam em armas”.

         “O resultado é um sistema constantemente à beira da crise”.

         Os autores resgatam um dos pilares da divisão de poderes e da democracia.   Cita Montesquieu e sua obra de 1749 chamada O espírito das Leis.  Buscava inclusive reduzir o poder abusivo.

         Alguns políticos democratas queriam que o partido desse o troco na mesma moeda, barrando tudo de Trump no Congresso.   Os autores deste livro não concordam com essa de dar o troco.

         “Em nossa opinião, a ideia de que os democratas deviam lutar como os republicanos é equivocada.   Acima de tudo, a evidência oriunda de outros países sugere que essa estratégia beneficia diretamente o jogo dos autoritários”.      E essa de dar o troco afasta aliados moderados.

         “E quando a oposição joga sujo, ela proporciona ao governo justificativa para este reprimir”.

         Na Venezuela de Chávez, seus opositores tentaram jogar duro e, mesmo sem respeitar as instituições.   Acabaram ficando na posição de antidemocráticos e perderam força, reforçando o chavismo.

         Já na Colômbia de Uribe, este vinha endurecendo o regime e tentava um terceiro mandato, fora do que permite a Constituição.   Seus opositores agiram respeitando a Constituição e negaram a ele um terceiro mandato.   Jogaram com as regras do jogo e ganharam a parada.

         “Se Trump for derrotado através de instituições democráticas, isso vai fortalecer essas instituições”.

 

         Próximo capítulo – final – 20/20

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

CAP. 18/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018

 capítulo 18/20

 

 

         O Partido Republicano implantou a Comissão sobre Integridade Eleitoral.  A justificativa seria buscar evitar fraudes nos cadastros de eleitores.   Por outro lado, se nota que esta comissão adota meios que dificultam aos imigrantes e ao povo mais pobre, terem acesso ao voto.  E os pobres e imigrantes são eleitores de forma majoritária ao Partido Democrata.

         Apesar dos ataques de Trump às regras democráticas, em 2017 ele “raspou as barreiras” mas não conseguiu rompe-las.   “Não ultrapassamos o limite rumo ao autoritarismo”.

         No passado dois presidentes tentaram romper a barreira rumo ao autoritarismo e foram barrados por seus próprios partidos.  Caso do Democrata Roosevelt e do republicano Richard Nixon.

         No governo Trump o seu partido, o Republicano, era maioria no senado e na Câmara Federal.   Importantes senadores do partido de Trump que em 85% das votações, votaram favorável aos pleitos dele...”tomaram medidas importantes para conter o presidente”.

         O respeito à opinião pública nos USA.   Quando um líder eleito desfruta, digamos, de uma taxa de aprovação de 70%, os críticos trocam a camisa e aderem; a cobertura da mídia se suaviza, os juízes são mais relutantes em tomar decisões contra o governo e mesmo os políticos adversários abaixam a bola.

          “Chávez, Fujimori e Erdogan tinham imenso apoio popular quando lançaram seus ataques às instituições democráticas”.

         O estado da Virgínia Ocidental é o estado mais pró Trump.

         “Os USA combateram em guerras terrestres ou sofreram ataques terroristas graves sob seis dos seus últimos doze presidentes”.

         Caso explodisse um conflito na gestão de Trump, as chances dele se transformar num autocrata desenfreado era muito grade.

         Trump no mandato...   “expandiu a zona de comportamentos presidenciais aceitáveis, dando a táticas antes consideradas aberrantes e inadmissíveis, como mentir, trapacear e intimidar, um lugar proeminente na caixa de ferramentas dos políticos”.

         Sobre Trump na presidência...  “ele foi um violador em série de normas”.

         “Trump quebrou uma tradição de 150 anos por não ter um animal de estimação durante seu mandato”.

         Ele no mandato colocou em dúvida o sistema eleitoral dos USA.

         “Nenhum político mais importante em mais de um século havia questionado a integridade do processo eleitoral dos USA”.

         “Numa pesquisa realizada antes da eleição de 2016, 84% dos eleitores republicanos disseram acreditar que um número significativo de fraudes tinha ocorrido em eleições norte-americanas”.

         ...”Essas dúvidas persistiram após as eleições de Trump”.   Ele também abandonou regras básicas de civilidade política.    Ele quebrou normas de reconciliação pós eleitorais, pois continuou a atacar Hillary Clinton mesmo depois de eleito”.

         Trump no mandato era recorrente em mentiras.    “O site de checagens políticas Politic Fact classificou 69% de suas declarações públicas como ´principalmente falsas´.  Apenas 17% como verdadeiras...

         O valor das eleições é diminuído quando cidadãos não tem fé nos líderes que elegem.   Presidente deve ser acessível à imprensa.   Não era o caso de Trump.

         “Ele disse que a mídia estava entre os seres humanos mais desonestos do planeta”.

         Trump também quebrou normas estabelecidas ao excluir seletivamente, repórteres de eventos de imprensa.

         O único precedente foi o caso de Nixon barrar na Casa Branca especificamente repórteres do Jornal Washington Post, este que ecoou o escândalo de Watergate protagonizado por Nixon, espionando o partido dos adversários.

        

         Continua no capítulo 19/20

CAP. 17/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - USA

 

capítulo 17/20

         Os brancos protestantes lá no passado foram dominantes no poder e adeptos do Partido Republicano.   Agora...  “brancos protestantes são uma minoria do eleitorado  ... e uma minoria declinante”.  (e republicana)

         ...”compartilham a percepção de que o país no qual eles cresceram está escapando entre os dedos, ameaçados pela rápida transformação do que eles acreditam ser a ´verdadeira américa´.”

         “No recente livro do sociólogo Arlie Hochschild, eles se percebem como estrangeiros em sua própria terra”.  (os brancos protestantes ligados ao Republicano).    Eles se julgam serem os verdadeiros americanos.   O slogan de Tornar a América Grande de Novo é a proposta de supremacia dos que se acham verdadeiros americanos, frente aos democratas.

         “O perigo de tais apelos é que caracterizar os democratas como americanos não verdadeiros constitui um verdadeiro ataque frontal contra a tolerância mútua”.

         Isso tem um preço, pois coloca em risco a democracia dos USA.

         “Quando Trump assumiu o governo em 2017, as grades de proteção da democracia ainda estavam de pé, mas estavam mais fracas do que jamais foram ao longo de um século  - e as coisas estavam prestes a piorar”.

         Capítulo 8 – Trump contra as grades de proteção da Democracia

         Trump no mandato chamou a mídia de “inimiga do povo americano”.    ...”questionou a legitimidade dos juízes da Suprema Corte.    A mídia respondeu com rigor.    Foram “inclementes” com Trump como reação aos ataques dele.

         Primeiros cem dias de governo e a cobertura da mídia.    80% era negativa em relação a Trump.   Já outros presidentes tiveram percentuais menores de notícias negativas em cem dias.  Clinton teve 60%, George W Bush teve 57% e Barack Obama teve 41%.

         Trump dobrou a aposta, batendo mais e mais nos adversários.   Trump no mandato usou as três estratégias que são típicas de autocratas:

- capturar árbitros; - tirar da partida adversários importantes; - reescrever as regras...

         “Trump tentou todas as três regras acima que indicam estilo autocrata de governo”.

         Buscou lealdade pessoal com chefes da CIA, do FBI e da NSA a Agência de Segurança Nacional.

         Blindou investigação de suposta ajuda da Rússia à sua campanha presidencial.    “Trump tentou punir ou expurgar agências que atuavam com independência.”   Ele não teve colaboração do chefe do FBI e destituiu o mesmo, mesmo esse cargo sendo com mandato de dez anos.   Foi a primeira vez em 82 anos que isso ocorreu – destituir um Chefe do FBI.

         Um procurador federal investigava Trump por lavagem de dinheiro e foi destituído do cargo pelo presidente.

         Página 172 -   “Trump falou abertamente em usar o Departamento de Justiça e o FBI para perseguir Democratas, inclusive Hillary Clinton.

         Trump afastou o chefe do FBI mas não conseguiu que o seu indicado para substitui-lo fosse um “lealista” por conta da reação do Senado que aprova o nome indicado.   (aqui no Brasil chamam o lealista de lambe botas do chefe).

         Trump atacou a mídia.   Alegou que o New York Times e a CNN estariam atacando ele e sua família com fake News.

         Ameaça de Trump ao jornal Washington Post e ao dono deste, Jeff Bezos.   Numa tuitada, Trump disse:  “Se eu for presidente, ah, eles vão ter problemas”.

         Em 2017 Trump ameaçou de cassar a licença da TV NBC e outras.

         Os pobres votam mais nos Democratas.   Trump criou uma lei de identificação de eleitores que na prática dificulta aos pobres (e negros) o acesso ao voto.

         Trump dizendo sempre que havia falha no sistema de identificação de eleitores e que ensejava fraudes.   “A informação não tem base”.

        

Continua no capítulo 18/20

domingo, 19 de fevereiro de 2023

CAP. 16/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição original 2018

capítulo 16/20

 

         Página 157 -  No governo Obama, republicanos formaram no parlamento o “Partido do Não”.  Tentar barrar iniciativas do governo para Obama não se reeleger.   Uma das técnicas seria a obstrução de projetos no legislativo. 

         Entre 2007 e 2012 foram 385 obstruções.   Um número absurdo e sem precedentes.    Anteriormente, se passaram sete décadas para se ter um número semelhante de obstruções no parlamento.

         Os republicanos também dificultaram a aprovação de cargos indicados pelo presidente e que precisavam do OK do Senado.  No passado, 90% dos indicados eram aprovados.   No governo Obama, caiu para apenas 50% dos indicados serem homologados pelo Senado.

         Para poder destravar as ações de governo, Obama usou com frequência “memorandos executivos” que não precisavam passar pelo legislativo.  Não violou a Constituição, mas feriu o princípio da norma não escrita chamada “reserva institucional”.

         A Suprema Corte dos USA por tradição é de nove juízes.   Democratas e Republicanos, respectivamente campo liberal e campo conservador predominam nas casas legislativas.

         De vinte e cinco anos para cá (até 2018) os eleitores dos dois partidos passaram a ficar divididos “por raça, religião, geografia e mesmo por modo de vida”.

         Pesquisa de 1960 mostrou que de 4 a 5% de eleitores democratas e republicanos ficariam descontentes se seus filhos se casassem com alguém do partido oposto.  Em 2010, 33% dos democratas e 49% dos republicanos ficariam “um pouco ou muito infelizes” no citado quesito.   Já em 2016, 46% dos republicanos e 55% dos democratas dizem que o partido adversário lhes traz “medo”.

         “Entre os norte-americanos politicamente engajados, os números são maiores.    70% dos democratas e 62% dos republicanos dizem que vivem com medo do outro partido”.   (página 162 do livro)

         Cores partidárias.   Vermelho nos republicanos e cor Azul nos democratas.

         Pós 1965 houve um alinhamento ideológico mais definido.  Republicanos sendo conservadores e democratas sendo liberais.

         Polarização...        “empurrando o Partido Republicano mais agudamente para a direita do que empurrou os democratas para a esquerda.”

         Em alguns países há posições ideológicas dividindo o eleitorado...   “mas em nenhum desses países observamos o ódio sectário que hoje vivemos nos USA”.     (página 164)

         Alguns fatores a considerar.  Dos anos 60 para cá houve muita entrada de imigrantes nos USA, primeiro da América Latina e depois, a maioria veio da Ásia.

         Em 1950 os não brancos eram 10% dos norte americanos.  Em 2014, são 38% e há estimativa de que em 2044 os não brancos sejam maioria da população dos USA.

         “Juntamente com a emancipação negra (anos 60), a imigração transformou os partidos políticos americanos”.    Estes dois grupos foram mais que proporcionalmente para o partido Democrata.

         “Já os eleitores republicanos, anos 2000, são quase 90% brancos.”

         Republicano – brancos e evangélicos brancos.

         Os evangélicos aderiram em massa ao republicano nos anos 70 contra a legalização do aborto.    Em 2016, 76% dos evangélicos brancos se identificaram como republicanos.

         Os dois partidos estão divididos em função de raça e religião.   Fatores importantes e de potencial de hostilidade ao oposto.

         Nos anos 2000, transformações na mídia inclusive com incremento na internet.

         Eleitores republicanos acompanham mais a TV favorável a eles.  Em 2010, 69% dos eleitores republicanos eram espectadores da Fox News que é um canal de TV conservador.    Locutores com discursos “incivis” são citados por nome de cada um no livro, sendo de diversas TVs e rádios.

         No governo Obama a mídia conservadora de rádio e TV adotaram a prática de “Sem Concessões” ao presidente e mesmo aos políticos conservadores quando estes adotavam postura de não dificultar o governo.

         Fala de um senador de direita.  “Se você se afasta minimamente da extrema direita, você é atacado pela mídia conservadora”.  (página 166)

         Grupos poderosos financiando campanhas políticas e por trás, a busca de pagarem menos impostos.  Um exemplo:   Família bilionária Kock participando do financiamento do partido republicano.  Só em 2012 no governo Obama, os Kock alocaram mais de 400 milhões de dólares na campanha dos republicanos.     O fato novo é que esse mecanismo faz o poder do dinheiro deixar para trás candidatos mais preparados para a política e abrir espaço para aventureiros com patrocínio, enfraquecendo a democracia e pondo a mesma em risco maior.

        

         Continua no capítulo 17/20 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

cap. 15/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - edição 2018 nos USA e 2021 no BR

 

capítulo   15/20                                          FEVEREIRO DE 2023

 

         Houve esforço para tentar ligar Obama ao terrorismo.   Políticos republicanos de grande expressão embarcaram nesse tipo de discurso carregado de intolerância.

         “Tom DeLay, por exemplo, declarou que a não ser que Obama prove que eu estou errado, ele é um marxista”.

         O republicano que concorreu com Obama foi John McCain.  Este não usava muito a retórica da intolerância, mas sua correligionária colega de chapa dele atacava direto o democrata Barack Obama.  Se referindo à fala dessa correligionária chamada Sarah Palin, esta... “em seus discursos racialmente codificados induziam gritos de ´traidor´, ´terrorista´ e até ´acabem com ele!´ nas multidões.

         Ano de 2008, Obama eleito e a esperança de redução da intolerância.   “Na noite da eleição... Obama  “falou generosamente, congratulando McCain por sua carreira heroica de contribuições à nação.”  Mais cedo, McCain tinha feito discurso reconhecendo a vitória de Obama.

         A turma do grupo conservador da política reunido no Tea Party, conspiravam contra Obama.   “O Tea Party questionava o próprio direito do presidente ser presidente”.

         Um opositor que ganhou a eleição para o Senado, Joni Ernst, tuitou... afirmou... “que o presidente Obama tinha se tornado um ditador”.

         Fared Zakaria, apresentador de TV na CNN escreveu um livro chamado O Mundo Pós Americano”.    A oposição montou foto de Obama segurando o livro e dizendo que ele está lendo esse livro.

         Em fevereiro de 2015 o ex prefeito de Nova Iorque, Rudy Giuliani  “questionou abertamente o patriotismo de Obama declarando:  Eu não acredito, e eu sei que esta é uma coisa horrível de dizer, mas eu não acredito que Obama ame a América”.

         Página 154 -   Setores da oposição a Obama...  “foi ainda mais longe, pondo em dúvida se Obama havia nascido nos USA – e consequentemente, questionando seu direito constitucional de ocupar a presidência.

         Muitos senadores e deputados endossaram essa dúvida caluniosa sobre Obama.

         Em 2011 quando Donald Trump queria concorrer à presidência, também declarou em público que duvidava que Obama fosse americano nato.   Trump, nessa eleição, não concorreu mas suas falas mentirosas deram mais popularidade a ele.

         “A intolerância se mostrava politicamente útil”.    Muitos eleitores republicanos acreditavam nas mentiras sobre a nacionalidade de Obama.

         “Uma pesquisa de 2011 da Fox News  (conservadora) mostrou que 37% dos republicanos acreditavam que Obama não nasceu nos USA”.

         Uma importante diferença em relação ao passado.   No passado muitos políticos atacavam o adversário com mentiras, mas essas mentiras não eram apoiadas pela cúpula dos partidos.   Já nos casos contra Hillary Clinton e Obama, os que atacavam tinham apoio até da cúpula do partido republicano.   O que veio ser o fato novo e ruim.

         No final do governo Obama, a oposição republicana tinha a posição de achar que os democratas “eram antiamericanos e representavam uma ameaça ao modo de vida americano”.    Os autores completam:   Este é um território perigoso.

 

                            Continua no capítulo 16/20

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

CAP. 10/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Editado em 2018 e no BR em 2021

 capítulo 10/20

 

         “Guerras e ataques terroristas produzem um efeito de reagrupamento em torno da bandeira no qual o apoio público ao governo aumenta...”

         Bush e o ataque de 11 de setembro que derrubou as torres gêmeas.   A aprovação dele saltou de 53% para 90%.  

         Comumente as constituições dos países toleram que o presidente aumente seu poder em casos como guerras.   Isto se torna uma ameaça às democracias.

         Página 96    ...”autoritários em potencial estão sempre prontos a explorar crises para justificar a tomada do poder”.     “Uma crise de segurança facilitou a virada autocrata de Vladimir Putin.   Em setembro de 1999, pouco depois dele assumir como novo primeiro-ministro, uma série de atentados a bomba em Moscou e outras cidades – presumivelmente de autoria de terroristas chechenos – matou quase trezentas pessoas.  Putin respondeu fazendo guerra contra a Chechênia e seu poder e prestígio aumentou.   Há controvérsia se os atentados foram mesmo por chechenos ou pelo próprio regime de Putin...”

         Ano de 2015 -  Erdogan na Turquia ameaçada pelo EI Estado Islâmico, endureceu o regime.  Repressão maciça.    ...”incluiu o expurgo de cem mil mandatários e funcionários públicos, o fechamento de vários jornais e houve mais de cinquenta mil prisões”...

         ...”prisões inclusive de centenas de juízes e promotores públicos, 144 jornalistas e até mesmo dois membros da Corte Constitucional”.

         “As crises permitem aos autocratas expandir seu espaço de manobra e se proteger de inimigos aparentes”.

         Página 99 – Capítulo 5 – As grades de proteção da Democracia

         Os USA e seu povo acreditavam na Constituição...    “...e que eram uma nação escolhida, providencialmente guiada – um farol de esperança e possibilidade para o mundo”.      Essa de farol eles já não estão mais na certeza, mas continuam cultuando a Constituição.   Esta que ajudou o país a se ver defendido contra aspirantes de autocratas no governo.

         Richard Nixon e o caso Watergate em 1972.   Ele fez gravações ilegais e foi descoberto.  O caso foi pra justiça e ele viu que perderia o mandato e resolveu renunciar e assim o fez.

         Em 1919 a Alemanha tinha uma excelente constituição, mas esta não resistiu à investida de Hitler em 1933.   Os países da América Latina ao conquistarem a independência, montaram uma estrutura de governo inspirada na dos USA.   Presidencialismo, sistema de Senado e Câmara Federal (sistema bicameral).

         O sistema na América Latina não ajudou muito.  Houve golpes de estado, governos ditatoriais.   As Filipinas (na Ásia) tinham uma constituição muito semelhante à dos USA.   Previa no máximo dois mandatos consecutivos ao presidente.  Ferdinand Marcos peitou isso e foi adiante com mais mandatos.

         No Brasil, Getúlio Vargas passou por cima da constituição.

         “Regras constitucionais também estão sempre sujeitas a interpretações conflitantes”.      O autor destaca que tudo que for levado ao pé da letra trava o processo, não funciona.   Cita como exemplo na área do trabalho, quando operários resolvem fazer uma operação padrão.   Nela, eles seguem com rigor o que  está escrito como atribuição e nada além disso.    O sistema trava.

         Algo semelhante vale para a Constituição e sua intepretação.

         Nos USA a constituição original tinha apenas quatro páginas.   Foi sendo alterada ao longo dos anos.

         Salvaguardas dos USA  ...”grande parte da resposta está também no desenvolvimento de normas democráticas fortes”.

         Todas as democracias tem também normas informais que são respeitadas por todos e ajudam a nação em termos de governo.     Ele até faz uma comparação com uma modalidade amadora de futebol de rua.   Praticamente não tem norma escrita, mas tem seus regulamentos informais aceitos por todos.   Assim a coisa flui sem problemas.

        

         Continua no capítulo 11/20

domingo, 5 de fevereiro de 2023

CAP. 09/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - edição 2018 e no BR 2021

capítulo 9/20

 

 

         Página 80 – Juan D. Peron assumiu pela primeira vez a presidência da Argentina em 1946.

         ...”A democracia é um trabalho árduo”.      ...”esquadrões de exércitos podem ser governados por ordens, democracias exigem negociações, compromissos e concessões”.

         Para os autocratas: “Para eles, freios e contrapesos são vistos como uma camisa de força”.

         Autocratas ao destruir a democracia.   Uns usam golpe, numa só cajadada.   “Com maior frequência, porém, a investida contra a democracia começa lentamente”.

         As instituições   ... “Se elas permanecem independentes, tem a capacidade de denunciar e punir abusos governamentais.”

         Em regime autocrata... “Agências de inteligência podem ser usadas para espionar críticos e descobrir material para chantagens”.   

         Na Hungria em 2010 Viktor Orbán aparelhou as instituições com seus partidários para agir com impunidade.

         Peru – O conselheiro de inteligência de Fujimori espionou, gravou atos e falas dos oponentes, inclusive juízes, usando suborno inclusive.

         Coletou materiais para cooptar ou chantagear adversários.

         Fujimori comprou juízes às escondidas.

         “Juizes incorruptíveis podem ser visados para impeachment”

         Fujimori tentou conseguir na Suprema Corte um terceiro mandato, contra a Constituição.

         Na Hungria, Orbán aumentou o número de juízes para poder indicar vários que fossem seus aliados e assim ter a Justiça sob seu controle.

         Na Venezuela Chavez mudou a Constituição através de uma Assembleia Constituinte, alterou a Suprema Corte, ampliou o número de juízes e aparelhou a nova corte.

         Assim governou sem ser incomodado.   Fez isso em 2004 e governou os nove anos seguintes sem resistência.    “A maneira mais fácil de lidar com oponentes potenciais é compra-los”.

         Fujimori, via Montesinos, “comprou” (subornou) emissoras de TV para estas fazerem o jogo dele.   Este livro cita emissoras e valores pagos.

         Página 86 -  O jornal equatoriano El Universo foi em 2011 processado pelo presidente Rafael Correa.  O jornal, antes da punição, em editorial tinha chamado Correa de ditador.

         Em julho de 2000, Putin com menos de três meses como presidente russo, convocou 21 empresários mais ricos do país e demonstrou que não iria incomodá-los, na condição de que eles ficassem longe da política.    Um bilionário russo não seguiu essa determinação e apoiou políticos opositores de Putin.   Esse empresário ganhou destaque e tendência de concorrer contra Putin nas eleições.   Putin colocou o fisco contra o empresário e este ficou preso quase uma década.

         “Por fim, autocratas eleitos com frequência tentam silenciar figuras culturais – artistas, intelectuais, estrelas pop, atletas – cuja popularidade ou postura moral faça deles uma ameaça”.     (vimos esse filme no Brasil...)_

         Comumente autocratas usam a estratégia de tentar cooptar figuras culturais para ao menos não tê-las como opositores.

         Os autocratas tendem a fazer reformas na Constituição para flexibilizar o poder de ação deles.

         Página 91 -   No passado os americanos criaram muitos tipos de empecilhos para evitar que os negros votassem.   A Lei das Sete Urnas, de 1882, criou um sistema no qual se cobrava taxa para quem quisesse votar e se exigia alfabetização, também no sentido de barrar os negros.

         “ A participação negra que tinha alcançado na Carolina do Sul em 1876, 96% dos negros, caiu para 11% em 1898.”

         Naquele tempo os negros votavam majoritariamente no Partido Republicano.    Leis iam sendo criadas par barrar o voto do negro.

         “O comparecimento negro no Sul dos USA caiu de 60% em 1880 para apenas 2% em 1912.”

         Nas Filipinas, Ferdinand Marcos governou por dois mandatos e a Constituição barrava um terceiro mandato.  Ele ficou esperando uma oportunidade...   houve suspeitos ataques a bombas na capital Manila e ele aproveitou para implantar a Lei Marcial e suspendeu a Constituição.

         Culpou o risco do comunismo para virar ditador.   Assim governou mais quatorze anos.

 

         Continua no capítulo 10/20 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

CAP. 08/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - Steven & Daniel - Edição original 2018

 CAP 08/20

 

         Na França em 2017 no risco da candidata radical de extrema direita, Marie Le Pen, o candidato conservador resolveu apoiar Macron que é de centro-esquerda, apesar da diferença ideológica entre ambos.   Tudo para evitar o risco à democracia.

         Nos USA vários eleitores do Partido Republicano votaram na Democrata Hillary Clinton contra Trump para fugir do risco do autocrata.

         Os políticos de peso do Partido Republicano se colocaram a favor de Trump e o povo acabou elegendo este.

         Notar que nos USA há dois partidos predominantes, ficando quase impossível fazer coalizão para enfrentar um candidato de tendência autocrática. 

         Nos USA aumentou a quantidade de eleitores que se alinharam da forma mais sólida ao seu partido e se radicalizou esse eleitorado.

         ...”eleitores... cada vez mais leais aos seus partidos – e hostis ao outro”.

         Nesse cenário tende a haver sucessivas eleições presidenciais polarizadas e apertadas, com ambos adversários próximos dados de tendência de votação.

         Página 76 -  Subvertendo a Democracia

         Em 1990 o peruano Alberto Fujimori era reitor de universidade no Peru.   Resolveu entrar na política partidária e não conseguiu partido.  Fundou um partido.

           Em 1990 o Peru estava em crise económica e política.   Havia a ação do grupo terrorista Sendero Luminoso, de tendência maoísta, iniciado em 1980.

         O povo cansado e desiludido com a classe política.   Vem um Fujimori com o slogan  “Um presidente que gosta de você”.

         Ele concorreu com o escritor Mario Vargas Llosa e ganhou.

         Fujimori tinha pouco apoio dos políticos.   O Congresso estava na oposição.   A mídia não apoiava Fujimori.   

         “Fujimori tinha sido inclemente em seus ataques contra a elite política, descrevendo-a como uma oligarquia corrupta que estava arruinando o país”.

         Eleito, percebeu que muitos políticos influentes ainda controlavam muitas instâncias de poder no país.    E Fujimori era resistente a negociações políticas para destravar o exercício do Executivo.   Não tinha paciência para tal e agia isolado, até se gabando disso.   Governo direto do meu computador, afirmava.

         Andou atacando legisladores e juízes.    Passou a contornar o Congresso, lançando decretos do executivo.

         No combate ao terrorismo, andou por decreto, soltando muitos presos por pequenos delitos para ter vagas nos presídios para os terroristas.

         Passou a ser visto como autoritário.   Como “um imperador japonês”.

         O confronto do presidente com o Congresso chegou a um ponto crítico.

         Um mandatário do governo chegou a dizer:  “ou o Congresso matar o presidente, ou o presidente matar o Congresso”.

         O presidente matou o Congresso.  Em abril de 1992 (com dois anos de mandato) Fujimori anunciou na TV que dissolveu o Congresso e a Constituição foi anulada.    Tudo naquela visão de ver os adversários como inimigos.

         “Fujimori ligava seus oponentes ao terrorismo e ao tráfico de drogas”.

         “Se o público passar a compartilhar a opinião de que oponentes são ligados ao terrorismo e de que a mídia está espalhando mentiras, torna-se mais fácil justificar ações empreendidas de forma autocrática”.

         ...”a ascensão inicial de um demagogo ao poder tende a polarizar a sociedade, criando uma atmosfera de pânico, hostilidade e desconfiança mútua”.    (livro publicado em 2018).   (como leitor, parece que vimos esse filme por aqui recentemente, infelizmente).

         ......................    continua no capítulo 9/20