CAP 08/20
Na França em 2017 no risco da candidata radical de extrema
direita, Marie Le Pen, o candidato conservador resolveu apoiar Macron que é de
centro-esquerda, apesar da diferença ideológica entre ambos. Tudo para evitar o risco à democracia.
Nos USA vários eleitores do Partido Republicano votaram na
Democrata Hillary Clinton contra Trump para fugir do risco do autocrata.
Os políticos de peso do Partido Republicano se colocaram a
favor de Trump e o povo acabou elegendo este.
Notar que nos USA há dois partidos predominantes, ficando
quase impossível fazer coalizão para enfrentar um candidato de tendência
autocrática.
Nos USA aumentou a quantidade de eleitores que se alinharam
da forma mais sólida ao seu partido e se radicalizou esse eleitorado.
...”eleitores... cada vez mais leais aos seus partidos – e hostis
ao outro”.
Nesse cenário tende a haver sucessivas eleições
presidenciais polarizadas e apertadas, com ambos adversários próximos dados de
tendência de votação.
Página 76 - Subvertendo
a Democracia
Em 1990 o peruano Alberto Fujimori era reitor de
universidade no Peru. Resolveu entrar
na política partidária e não conseguiu partido.
Fundou um partido.
Em 1990 o Peru
estava em crise económica e política. Havia
a ação do grupo terrorista Sendero Luminoso, de tendência maoísta, iniciado em
1980.
O povo cansado e desiludido com a classe política. Vem um Fujimori com o slogan “Um presidente que gosta de você”.
Ele concorreu com o escritor Mario Vargas Llosa e ganhou.
Fujimori tinha pouco apoio dos políticos. O Congresso estava na oposição. A mídia não apoiava Fujimori.
“Fujimori tinha sido inclemente em seus ataques contra a
elite política, descrevendo-a como uma oligarquia corrupta que estava
arruinando o país”.
Eleito, percebeu que muitos políticos influentes ainda
controlavam muitas instâncias de poder no país. E Fujimori era resistente a negociações
políticas para destravar o exercício do Executivo. Não tinha paciência para tal e agia isolado,
até se gabando disso. Governo direto do
meu computador, afirmava.
Andou atacando legisladores e juízes. Passou a contornar o Congresso, lançando
decretos do executivo.
No combate ao terrorismo, andou por decreto, soltando muitos
presos por pequenos delitos para ter vagas nos presídios para os terroristas.
Passou a ser visto como autoritário. Como “um imperador japonês”.
O confronto do presidente com o Congresso chegou a um ponto
crítico.
Um mandatário do governo chegou a dizer: “ou o Congresso matar o presidente, ou o
presidente matar o Congresso”.
O presidente matou o Congresso. Em abril de 1992 (com dois anos de mandato)
Fujimori anunciou na TV que dissolveu o Congresso e a Constituição foi
anulada. Tudo naquela visão de ver os adversários como
inimigos.
“Fujimori ligava seus oponentes ao terrorismo e ao tráfico
de drogas”.
“Se o público passar a compartilhar a opinião de que
oponentes são ligados ao terrorismo e de que a mídia está espalhando mentiras,
torna-se mais fácil justificar ações empreendidas de forma autocrática”.
...”a ascensão inicial de um demagogo ao poder tende a
polarizar a sociedade, criando uma atmosfera de pânico, hostilidade e
desconfiança mútua”. (livro publicado
em 2018). (como leitor, parece que
vimos esse filme por aqui recentemente, infelizmente).
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continua no capítulo 9/20