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quarta-feira, 6 de julho de 2016

FICHAMENTO DO “CADERNO FISENGE”***- SÍNTESE DO SANEAMENTO NO BRASIL


Autor do Caderno: Eng. Clovis Francisco do Nascimento Filho
Fichamento pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida – conselheiro consultivo Senge Sindicato dos Engenheiros no Paraná
***  (Fisenge – Federação de Sindicatos dos Engenheiros)
Data do fichamento – julho de 2016
Tenho ao longo do tempo, como cidadão, acompanhado entre outros temas, a questão ambiental de forma geral e a questão dos resíduos sólidos urbanos. Há o Forum Lixo & Cidadania capitaneado pelo MP do Trabalho (9ª Região) que promove a mais de uma década reunião mensal sobre o tema dos resíduos sólidos e a busca de cidadania aos Catadores de Recicláveis. Acompanho esse trabalho desde Maringá há mais de uma década. De 2003 para cá o governo federal tem apoiado bastante essa causa dos resíduos sólidos urbanos no viés inclusivo em relação ao catador, dentro da lei que dá suporte para esta visão.
Além dos resíduos sólidos, tenho acompanhado também de forma interdisciplinar, vários eventos na área de saneamento básico e tenho inclusive elaborado resenhas de palestras e visitas técnicas nesse contexto, sendo uma delas, visita a uma ETE Estação de Tratamento de Esgotos da Sanepar em Curitiba, próxima à divisa com São José dos Pinhais.
Nesse contexto, encontrei no Senge o Caderno cujo fichamento segue abaixo e os pontos mais relevantes ao meu ver são: (o Caderno é de 2007 mas é um histórico interessante do Saneamento em mais de quatro décadas no Brasil e entendo que as constatações ainda são muito atuais. São 24 páginas que compõem o caderno).
Página 4 - “Finalmente, no ano em curso (2007) foi sancionada a lei 11.445/07 institucionalizando a Política Nacional de Saneamento Básico no País.”
Histórico:
P.7 – Nos anos 20 que começaram importações de itens para o saneamento básico no Brasil. Começo pelo RJ, SP e Recife. Eram iniciativas do setor privado. As cidades cresceram e o jeito foi passar em seguida para o poder público essa tarefa do saneamento.
P.7 – Curiosidade histórica: Na Segunda Guerra Mundial a demanda por matérias-primas e o Brasil fornecia parte desta, mas havia problemas como malária e outras doenças. Os USA assinaram um acordo de cooperação com o Brasil para ações de saneamento básico para garantir suprimento de matérias-primas. Surge o SESP Serviço Especial de Saúde Pública.
P.8 - Outro marco, em plena Ditadura Militar (anos 60), surge o Planasa Plano Nacional de Saneamento Ambiental. Nesse bojo são criadas as companhias estaduais de saneamento. Ensejou também a criação de vários cursos de Engenharia Sanitária no Brasil.
Surge a ABES Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.
No ano de 1985, já no início da fase pós Ditadura (fase da redemocratização do Brasil), extinguiram o BNH Banco Nacional de Habitação que tinha foco em construção de casas populares e saneamento básico. Com a extinção do BNH em 1985, o saneamento ficou sem rumo.
Só agora em 2007 com a nossa lei do Saneamento se criou (ou recriou) uma política pública para o setor.
P.8 – Fala do projeto de lei PL 199 de 1994 do grupo que queria privatizar todo o sistema de saneamento. Só que a lei não foi aprovada pelo Congresso. O autor deste caderno destaca que não se aprovou a lei, mas conseguiram nessa época (1995 por aí) a privatização de setores como :
> Telecomunicações;
> Energia Elétrica
> Gás canalizado
> Mineração (a Vale do Rio Doce, etc)
> O Sistema bancário, etc.
P.9 – O Senador José Serra e o PL 266 que tentava privatizar o Saneamento. Não conseguiu aprovação. Houve reação de setores do movimento social, incluindo os ligados à Igreja Católica.
P.9 – Houve ainda o PL 4147 do FHC com a mesma proposta de privatizar o setor de saneamento. Também não teve êxito por pressão popular.
P.9 – Com a eleição do Presidente Lula foi criado o Ministério das Cidades e entre outras tarefas, colocou-se o foco no Saneamento como serviço público. Nesse novo ministério foi criada a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental.
A União volta a investir no setor de Saneamento, o qual estava parado na gestão FHC.
No Governo Lula houve onze seminários regionais e um nacional para ouvir o povo visando adotar medidas no Saneamento. Inclusive Conselhos de Saúde.
P.10 – A luta para aprovar no Congresso a lei de 2007 que deu novo marco para a política de saneamento. O PL 5296 recebeu mais de 800 emendas dos parlamentares, incluindo a bancada das privatizações – os que defendiam os interesses privados no setor. Ao fim e ao cabo, foi aprovada a Lei voltada ao interesse público com o esforço do Governo Federal.
O autor deste caderno dá N explicações das virtudes da Lei 11.445/07 na qual pressupõe participação popular via Conselhos, controle social, exigência das companhias de saneamento informar dados técnicos, econômicos, etc ao povo. É um marco legal Cidadão.
Entre outras coisas, a lei exige que todo projeto a ser elaborado para Saneamento tenha que estar compatível com o respectivo Plano de Saneamento Básico. (Eu, Eng. Orlando, me lembro aqui o caso do engenheiro prefeito de Maringá que queria queimar lixo de forma terceirizada e um dos trunfos contra isso encontrado pela população, com apoio da UEM e a engenharia foi que além de ferir a lei que é inclusiva (tem que levar em conta os catadores) também tem que estar condizente com o Plano Municipal de Saneamento Básico.
… inclusive há lei federal que dispensa de licitação para contratação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis para apoiar na questão de resíduos sólidos urbanos. Dentro do princípio da postura inclusiva destes, que prestam um serviço de interesse social e ambiental.
P.12 – O autor dá um panorama dos números do Saneamento no Brasil. Envolve água potável, coleta de esgoto, tratamento de esgoto, drenagem urbana, coleta de lixo, etc.
P.14 – Fala das companhias estaduais de Saneamento e seus problemas de gestão. Inclusive as que não conseguem Certidões para tentar novos financiamentos para obras.
P.19 – Fala do PAC Programa de Aceleração do Crescimento. Este destinava entre 2004 e 2010 40 bilhões para saneamento. Verbas do Orçamento Geral da União, do FGTS, do FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador, etc.
P.20 - Fala da situação atual (2007) das empresas públicas e privadas de saneamento.
P.21 - Fala dos Consórcios do setor. Vários municípios se unem para atuar em conjunto em alguns setores como aterro sanitário, etc. Estariam previstos na Constituição Federal, art. 241.
P.22 – Propostas. O autor é um estudioso do setor e foi por anos e anos gestor na área e faz uma série de propostas e emite uma conclusão. É um texto que merece ser lido por quem tem interesse nessa importante área que tem desdobramentos na saúde pública e muito mais.


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