RESENHA DA PALESTRA DO SENADOR CRISTOVAM BUARQUE
Palestra realizada em Curitiba – PR dia 15-07-2016
Local – horário: Na
sede da ACP Associação Comercial do Paraná das 14 as 16 horas.
Anotações feitas
pelo Eng. Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
Alertando desde já
que o texto abaixo é um apanhado do que ele disse e que foi anotado conforme
entendi que fosse o mais relevante, sem colocar a minha opinião pessoal sobre
cada tema abordado. O convite a ele
tem a ver com o fato do mesmo estar entre os que não firmaram posição na
votação do afastamento da presidente e a expectativa do grupo anfitrião (ACP) é
de forma cabal pelo afastamento.
O tema abordado
seria cenário atual para o Brasil com algum foco em educação que é a área mais
específica do senador que é pernambucano, 70 anos, engenheiro mecânico,
professor universitário e publicou mais de três dezenas de livros. Foi reitor da Universidade de Brasilia, foi
governador do Distrito Federal. Tem
mandato de senador até 2018. Foi do
PT, esteve no PDT e está atualmente no PPS.
A ACP tem 126 anos
e foi fundada pelo Barão do Cerro Azul e o presidente atual é o Sr. Antonio
Espolador. A entidade tem até Conselho
Político na diretoria.
Já nas falas
iniciais, a diretoria da ACP entregou uma carta ao senador e pelo que se
percebe é no sentido de persuadi-lo a votar no senado pelo afastamento da
presidente.
Ele lembrou que
foi o criador do Bolsa Escola e que o programa seria de cunho emancipador dos
beneficiários. Na linha do ensinar a
pescar.
Disse que sua fala
seria norteada por quatro pontos sobre o Brasil:
Onde estamos; como
chegamos até aqui; como sair dessa e por último, para onde ir e como ir? continua....
(clique para continuar lendo o texto....)
Estamos onde não gostaríamos
de estar. Nossa produção historicamente
é de produtos primários com pouca agregação de valor, calcada na agricultura,
na mineração e na indústria mais elementar.
Temos poucos produtos com inovação que nós mesmos criamos. A produtividade da nossa mão de obra é
baixa (por baixa escolaridade, etc) Somos ricos no conjunto e um país pobre em
relação aos seus indivíduos. Somos um
país de elevado nível de desigualdade
social.
Nos anos recentes
tivemos programas sociais que deram assistência ao povo mas não foram
promotores de emancipação das pessoas.
Atualmente é
elevado o número de pessoas cursando universidade. Ele tem constatado que é bem baixo o nível
de formação dos alunos que chegam à universidade. Baixo nível intelectual.
País muito
burocratizado. Não conseguimos fazer a
democracia funcionar porque não nos articulamos. Falta diálogo.
Como chegamos
aqui? Há fatores estruturais e
conjunturais. Temos de 12 a 13 milhões
de analfabetos. Gente que não consegue
nem ler o que consta em nosso pavilhão nacional. Amarramos demais a nossa indústria. Não fizemos o dever de casa histórico. O quadro mais visível vem dos últimos
governos.
Irresponsabilidade
no manejo da coisa pública. Gastar mais
que o possível para obter voto.
Aparelhamento dos órgãos públicos.
Corrupção generalizada.
Dentre as
consequências, debilitou empresas públicas como a Petrobrás, BNDES, Eletrobrás,
etc. Lula e Dilma nos enganaram nas
narrativas falsas. Citou os mais de 30
milhões que mudaram da faixa de renda e saíram da pobreza extrema. Disse que isso foi vendido como uma grande
conquista ao povo, mas ele acha que não.
Que pintaram o feito com cores mais fortes do que deveriam. Que melhorou a renda mas não os transformou
em cidadãos.
Citou o que
entende como expectativas exageradas com relação ao pré-sal.
Diz que o PT não
fez a reforma da educação, etc. Disse
que colocou mais dinheiro no setor, mas que não seria a solução sem uma
reforma.
Assistência não
tira a pessoa da pobreza.
Disse que quando
era Governador do DF, criou a Bolsa Escola e que esta era para apoiar e
emancipar os de baixa renda beneficiários.
Disse que Lula e
Dilma fortaleceram as corporações e lembrou que o Lula veio de uma delas, do
movimento sindical. E até frisou que na
condição de dirigente sindical o Lula foi muito competente.
Alegou que hoje
temos um País mais dividido do que nunca.
Como sair
dessa? Ele disse que a volta da
presidente seria um desastre para o País.
Ele defende o Parlamentarismo.
Ele disse que os
que afastam a presidente tem que fazer isso de forma a não deixar cheiro de
golpe. (por causa do risco das
possíveis reações populares)
“Vamos trabalhar
com o governo Temer” . Elenca medidas que acha necessárias e
relevantes:
Arrumar as contas
públicas;
Nossa imagem lá
fora está ruim;
Que se tenha
confiança em si;
Ele disse que se
assustou com os aumentos que o Temer está dando aos funcionários públicos. Que abala a confiança da população nesse
governo.
Retomar o diálogo
inclusive com o Congresso. Ninguém nem
partido algum tem o monopólio da verdade.
O Temer tem que
conquistar os “deseleitores” dele. Os
que estão contra. Os que defendem as
políticas sociais, etc. (os movimentos
sociais, etc). Ele afastou muita gente
não nomeando mulheres, negros...
Ele espera que
volte o crescimento da economia e do emprego.
Ele disse que tem
grande admiração inclusive pelo FHC, mas destaca que ele não fez a reforma da
previdência.
Defende que o
governo faça mais PPP Parceria Público Privada. Ele tem um termo que seria
publicização. Poderia mesmo agentes do
mercado, em parceria com o ente público, construir e gerir escolas, por exemplo
e estas serem gratuitas, de qualidade e publicizadas. Ou seja, com acesso a todos e ter
participação privada.
Reforma política
que preconiza:
Passa pelo Parlamentarismo;
Campanha política
não deve ser tão cara;
Fim da impunidade;
Acabar com a
imunidade parlamentar; (aplaudido)
Reforma da
educação. Tem que ter metas de longo
prazo. A escola deveria ser igual para
todos. Não escola boa só para filhos
dos ricos.
Disse como exemplo
da questão de oportunidade: Somos bons
em futebol porque a bola é redonda para todos – acessível a todos.
Uma boa escola:
Professor
escolhido entre os melhores jovens (e bem remunerado)
Tem que acabar com
a estabilidade plena. Que a falta de
competência e empenho permitam a demissão dos que não se enquadram.
A escola tem que
ser funcional e bonita. Atrativa.
Escola em horário
integral. (manter o aluno longe das
ruas)
O Brasil precisa
gastar dez mil reais por aluno por ano em valores atuais. Não dá para deixar crianças serem condenadas
pelos seus CEP e CPF. Lugar onde vive e
condição social vulnerável.
Oportunidade para todos em boas escolas.
Ele diz que com 5%
do PIB o Brasil tem como dar esse ensino de qualidade aos alunos na educação
básica.
Ele apoia o limite
de gastos no Orçamento da União, fixado em lei.
Mudança da
mentalidade das prioridades.
As pessoas estão
percebendo que sem educação seus filhos não conseguem emprego. Ele defende que todo cidadão na idade
adequada deveria (sexo masculino) fazer o serviço militar obrigatório.
Uma retórica
curiosa: “Não só tirar a presidente e
colocar outro no lugar. É tirar esse Brasil e colocar outro no lugar”.
O mais difícil foi
acabar com 300 anos de escravidão e nós conseguimos.
Ele acredita que
na união nacional se pode avançar e acredita que é possível. Disse que veio para fazer o que gosta (área
da educação) e na esperança de mudar o Brasil.
Não foi aberto
espaço para perguntas da plateia e um dos argumentos é que eles teriam um
compromisso partidário do PPS que tem o Deputado Rubens Bueno como líder do
partido no Paraná. Estarão logo em
seguir num encontro de formação para candidatos a prefeito no estado aqui em
Curitiba. Disse que fizeram já o
encontro para aspirantes a candidatos a vereador em outra ocasião. Consta que é uma praxe do partido deles.
Isto foi o que
consegui anotar das falas do senador e espero que seja útil para a reflexão das
pessoas.
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