VAI UM CRÉDITO ROTATIVO AÍ, FREGUESIA?
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segunda-feira, 27 de setembro de 2021
JUROS ABUSIVOS DOS BANCOS NO BRASIL - VAI UM CRÉDITO ROTATIVO AÍ, FREGUESIA? (setembro de 2021)
quinta-feira, 23 de setembro de 2021
A CORRUPÇÃO PÚBLICA E PRIVADA NO BRASIL - FICAR DE OLHO E COBRAR PUNIÇÃO DE AMBAS SEMPRE - setembro de 2021
A CORRUPÇÃO PÚBLICA E A PRIVADA
terça-feira, 14 de setembro de 2021
CAP. 05/05 (FINAL) - fichamento - livro - PELOS TRILHOS - PAISAGENS FERROVIÁRIAS DE CURITIBA - PR (BRASIL) - co autores: Dayana Z.Cordova et alli
CAP. 05/05 – FINAL
O trem
de passageiros no ramal Curitiba a Rio Branco do Sul-PR rodou até 1991 e depois
foi desativado, ficando só os trens de carga.
Conforme
já foi dito, ultimamente as cargas que circulam nesse trecho são
predominantemente de cimento da grande fábrica que tem naquele município que é
rico em calcário que vai na fabricação do cimento.
Nos
tempos atuais o trem que no passado era sinônimo de novidade e de progresso, é
visto agora como estorvo, negativo por dificultar a mobilidade urbana por
automóveis e outros meios de transporte de pessoas e cargas.
As
locomotivas dos trens da nossa região atualmente são movidas a diesel.
Em 1918
os ferroviários fundaram o clube União Beneficente e Recreativo Morgenau em
Curitiba. Esse clube continua ativo na
cidade.
O ramal
para Rio Branco do Sul aqui em Curitiba segue no rumo do Bairro Cabral e corta
outros bairros mais antes de sair da cidade.
Os
autores citam a Vila Argelina, que era rural no começo do século XX e ficava no
que hoje é o Bairro Boa Vista. Eram
colonos migrantes franceses de procedência da colônia da Argelia que pertenceu
à França.
O bairro
Bacacheri (que tem um pequeno aeroporto) em 1921 teve instalado o 5º Batalhão
de Engenharia de Combate, depois transformado em Regimento da Cavalaria
Divisionaria e, no pós guerra (anos 40), passou a ser o 20º Batalhão de
Infantaria Blindado. Na imediação
deste, na década de 30 foi criado o
Aeroclube do Paraná. Em 1937
foi criado o Complexo militar do Bacacheri em Curitiba.
Avenida
Anita Garibaldi em Curitiba. Nas
imediações desta, tem o chamado Estribo Ahu, que era uma “alça” elevada para as
pessoas embarcarem no trem. Tinha
também uma cobertura para abrigo dos passageiros e pelas fotos do livro, esse
local continua preservado.
Na
região do Ahu, próxima do centro de Curitiba havia no passado fábricas de
barricas (tipo toneis de madeira) para acondicionar a erva mate processada para
exportação. Havia até a Sociedade dos
Barriqueiros do Ahu. Desses tempos,
ainda está ativo o comércio de secos e molhados chamado de 21 na Rua Flavio
Dallegrave.
No tempo
de transporte com tração animal, vinham de Rio Branco do Sul-PR tropas de
burros com seus cestos cheios de mercadorias para vender em Curitiba. Mercadorias como fumo de corda, rapadura,
feijão, galinha. Vinham também boiadas
para os matadouros daqui da capital.
Já os
chacareiros (geralmente migrantes europeus) do entorno de Curitiba traziam com
suas carroças produtos mais perecíveis como verduras, leite, ovos, lenha. Eram tempos de iluminação por lampião a
querosene.
Citando
depoimento de um cidadão que viveu parte dessa época dos trens de passageiros
entre Curitiba e Rio Branco do Sul, este relembra que para ir de Curitiba é
descida e para voltar de RB do Sul é muita subida. As máquinas do trem da época não conseguiam
fazer o percurso de subida com os seis vagões usuais e então traziam três e
depois retornavam para buscar os outros três.
O do
depoimento lembrou que ele mesmo, como muitos outros jovens de sua época, ia de
trem passear e paquerar em Rio Branco do Sul e comumente driblavam o cobrador
para não pagar a passagem.
O Brasil
já teve 35.000 km de ferrovias e hoje só tem 10.000 km.
Há
espalhados pelo Brasil muitos grupos que lutam pela memória das ferrovias e dos
ferroviários. Um exemplo é a Associação
Brasileira de Preservação Ferroviária.
Os
autores fecham o livro com uma frase de um antigo ferroviário: “Cada viagem, uma história”.
Na
bibliografia do livro consta dentre outros:
História do Brasil, de autoria de Boris Fausto, 10ª edição, EDUSP, ano
2002. Também: História do Paraná, pelo professor da UFPR –
Ruy Christovam Wachowicz, editado pela Imprensa Oficial do Paraná – 2002.
Fim da
leitura e fichamento – 01-09-2021
CAP.04/05 - fichamento - livro - PELOS TRILHOS - PAISAGENS FERROVIÁRIAS DE CURITIBA - PR - co autores: Dayana Z. Cordova, Aline Iubel, Fabiano Stoiev e Leco de Souza
CAP. 04/05 leitura feita em setembro de 2021
A
ferrovia da região inaugurada em 1885, no ano de 1894 já se estendia até Ponta
Grossa e Rio Negro-Pr.
Em 1913
houve uma grande explosão nos armazéns da Rede Ferroviária causando grande
estrago.
Capítulo
– Paisagem – Prédios e lugares públicos e de serviço
O
arquiteto italiano Ernesto Gaíta elaborou o projeto da Estação Ferroviária de
Curitiba e vários outros prédios, inclusive o que hoje é a sede da Câmara
Municipal de Curitiba, ao lado da Praça Eufrazio Correia, em frente ao Shopping
Estação. A obra do prédio começou em
1891 e foi concluído em 1895. Contém
elementos greco-romanos e capiteis coríntios.
Diga-se
de passagem, o prédio está muito bem conservado e é muito bonito.
Paralela
à Rua das Flores ou Rua XV de Novembro no centro de Curitiba, temos a Avenida Marechal
Deodoro que antigamente se chamava Rua do Comércio. A então Rua da Liberdade, que corta na
transversal a XV de Novembro, liga o centro à Estação Ferroviária que ainda
ficava meio afastada do núcleo urbano.
A morte do destacado diplomata Barão do Rio Branco foi impactante ao
povo brasileiro e Curitiba em homenagem a este, mudou o nome da Rua da
Liberdade para Rua Barão do Rio Branco.
Era
brejo a região central de Curitiba. A
chegada da ferrovia acelerou a expansão e melhoria da cidade. Houve drenagem urbana, saneamento,
alargamento de ruas e avenidas etc.
Nestor Vitor, narrando a surpresa de rever a cidade no começo do século
XX, dezessete anos depois da visita anterior.
Assustou com o progresso e seu anfitrião Emiliano Pernetta disse que os
sapos e os pobres foram sendo empurrados para longe do centro de Curitiba.
Bondes
- Ponto final das linhas de bonde eram
junto ao prédio onde hoje é a Câmara Municipal de Curitiba. Ao lado da Praça Eufrazio Correia e
adjacente à Estação ferroviária.
Eram
bondes puxados em trilhos, mas movidos a tração animal e começaram a operar em
Curitiba em 1887, dois anos após a inauguração da ferrovia. Ficaram nessa condição por 26 anos até que
em 1913 os bondes passaram a ser movidos a eletricidade. O início de operação deles era concentrado
no transporte de erva mate pronta para exportação, dos moinhos de processamento
até a estação Ferroviária.
Os
bondes elétricos, que fazem o transporte de passageiros tiveram ligações com
lugares como Batel, Seminário, Guabirotuba, Juvevê, Bacacheri e Portão. Operaram até 1952 quando foram
substituídos por ônibus urbanos.
Nas
proximidades da Estação Ferroviária surgiram muitos hotéis. Atualmente destes só continua em
funcionamento o Hotel Roma. Já um prédio
que está com o teto desabado em frente ao Shopping Estação e escorado por fora
com estruturas metálicas era o Hotel Tassi.
Um
prédio muito bem conservado e amplo na esquina da Avenida Sete de Setembro com
a Praça Eufrazio Correia foi a casa Emilio Romani.
A Praça
Eufrázio Correia foi o “coração de Curitiba” até a metade do século XX. Na praça a administração do prefeito
Cândido de Abreu estruturou a mesma e ornou
com fontes e estatuetas vindas da França. Há também a escultura “O Semeador” na
referida praça.
Houve uma pessoa de destaque que em 1929 foi candidata
a Miss pelo Paraná, conhecida por Didi Caillet. Natural do litoral do Paraná, nos tempos de
candidata a Miss, residia em Curitiba.
O
militar João Gualberto, que morreu na Guerra do Contestado (PR x SC) chegou a
ter a patente de Coronel do Exército.
A
estação ferroviária passou a perder prestígio quando da criação do Centro
Cívico e da Rodoferroviária, esta que passou a receber os trens de passageiros
em local distinto da antiga estação de trens mais antiga.
A
ferrovia partindo de Curitiba tem um ramal que desce a Paranaguá e outro ramal
mais curto que se liga a Rio Branco do Sul que é uma região rica em calcário e
tem várias indústrias de extração do minério incluindo o mármore branco. Há uma grande indústria de cimento que nos
tempos atuais é a que tem a maior demanda pelos trens de carga naquele ramal.
Rio
Branco do Sul era no passado conhecido por Rocinha.
Continua
no capítulo final 05/05
segunda-feira, 13 de setembro de 2021
CAP. 03/05 - fichamento - livro - PELOS TRILHOS (CURITIBA) - PAISAGENS FERROVIÁRIAS - Autores: Dayana Z. Cordova et alli. Ano 2010 - Curitiba/Paraná/Brasil
CAP. 03/05
Citam o
prédio que pega quarteirão todo perto da Rodoferroviária de Curitiba, onde
funciona o 5º Batalhão de Suprimento do Exército para atender os estados do
Paraná e Santa Catarina. Instalado em
1934. E a logística do suprimento
contava com a ferrovia. Há ainda nas
cercanias, o prédio circular de paredes sólidas que era o Paiol de munições do
Exército e havia um pequeno ramal ferroviário que se ligava ao Paiol que hoje é
um espaço cultural.
Entre as
indústrias de Curitiba, havia a fábrica de Biscoitos Aymoré. Havia inclusive em épocas passagens embalagem
em lata com bolachas ou biscoitos.
Citam os
silos de concreto cilíndricos e elevados do moinho de trigo Anaconda perto do
Viaduto do Capanema. São enormes e
ficam estrategicamente ao lado da via férrea.
Datam do ano de 1961.
Na
década de 60 começa a se expandir a malha rodoviária e o transporte de cargas e
passageiros vai migrando rápido dos trens para as rodovias. O esvaziamento da demanda para as
ferrovias fez com que a região adjacente à estação de Curitiba fosse ficando
meio abandonada e até insegura.
No auge
da ferrovia no Paraná e SC havia 27 associações de ferroviários na região. Em geral elas se instalavam em edifícios da
rede ferroviária e tinham sede com churrasqueiras e campo de futebol.
No ano
de 1928 sob a administração da Brasil Railway, esta era a maior empresa do
Paraná e contava com 6.000 ferroviários.
A obra
cita o ferroviário Napoleão Lazzarotto, parente do artista plástico Poty
Lazzarotto que é destaque na arte paranaense.
Em 1955
a rede ferroviária inaugurou no Bairro Cajuru o Hospital dos ferroviários com
cem leitos, o que era algo de destaque para toda a região. Depois o hospital passou a ser administrado
pela PUC Pontifícia Universidade Católica e passou a ser um Hospital-Escola
para o Curso de Medicina.
Em 1930,
foi criado do CAF Clube Atlético Ferroviário.
Clube de futebol que era chamado carinhosamente de Boca Negra. O estádio do CAF foi inaugurado em
1947. O estádio recebeu o apelido de
Colosso do Capanema. Era o terceiro
maior estádio do Brasil de então, abaixo só do Pacaembu (SP) e o São Januário
(RJ). Houve alguns dos jogos da Copa do
Mundo de 1950 aqui no Colosso do Capanema.
Hoje campo do Paraná Clube.
No
passar dos anos, foi decaindo a ferrovia e o apoio aos clubes como o CAF. Este se associou a mais dois clubes da
capital, o Britânia e o Palestra Itália, dando origem ao Colorado. Passado longo tempo, o Colorado se juntou ao Pinheiros e formou o atual
Paraná Clube.
O livro
cita do começo do século XX em Curitiba a empresa britadeira de pedras da
família Greca.
Nos
fundos do Cartório Cajuru tem preservada uma casa de madeira com a forma de um
vagão, criada pelo artista plástico Poty Lazzarotto. A família teve um comércio no local e nos
fundos tinha espaço para os animais usados em transporte com tração animal. Havia um restaurante que foi instalado no
local e se transformou num ponto de encontro de pessoas de destaque inclusive
na área cultural da cidade. O Vagão
então era um restaurante com a forma de vagão ferroviário e decorado a caráter. Estaria ainda aberto à visitação e o nome é
Vagão do Armistício em referência ao fim da segunda Guerra Mundial.
No tempo
que o Vagão funcionava como restaurante era maior e reduziram bem o tamanho
para funcionar mais recentemente como um pequeno museu.
Item –
Paisagem. Conjunto Central da Rede
Ferroviária.
Num trechinho
de uma crônica de 1952, consta que os trens aqui eram movidos a vapor ainda
nessa época. Cita a chamada Ponte
Preta ao lado do Shopping Estação. Uma
ponte ferroviária feita de ferro e que atualmente é tombada pelo Patrimônio
Histórico do Paraná em 1976. A Ponte
Preta feita originalmente por volta de 1885 foi substituída por uma mais
moderna em 1944, também de ferro.
O Rio
Ivo que hoje em dia é quase todo canalizado, passa por baixo da Praça Zacarias,
no centro de Curitiba. Desagua no Rio
Belém.
O grande
edifício Teixeira Soares fica logo após a Ponte Preta, sentido
centro-bairro. Hoje em dia está sendo
ocupado por alguns departamentos da UFPR Universidade Federal do Paraná.
Um
Arquiteto italiano projetou a estação ferroviária de Curitiba inspirada nos
prédios das estações da ferrovia Bolonha-Ancona-Roma.
02-02-1885
foi a inauguração solene da Estação Ferroviária de Curitiba.
Inauguração
festiva com povo, autoridades e foguetório.
Mas nem tudo foi festa. Bem
próximo dali, na praça da Câmara
(Eufrasio Correia), havia um protesto dos carroceiros que há décadas e
décadas atuavam no transporte de erva mate de Curitiba a Paranaguá pela Estrada
da Graciosa.
Continua no capítulo 04/05
CAP.02/05 - fichamento - livro - PELOS TRILHOS (CURITIBA) - PAISAGENS FERROVIÁRIAS - Autores: Dayana Z. Cordova et alli - 2010 - Paraná - Brasil
Cap. 02/05 leitura e fichamento em setembro de 2021
O livro
cita comentários do Antropólogo e fotógrafo Milton Guran.
Diz da
festa no pedaço e coloca no contexto sociológico.
Fala de
flanar ( ato do flaneur) pela cidade, o que era comum para uns que curtiam
ficar andando e contemplando a Paris dos tempos de maior glamour no século XIX
quando ela era a Capital do Mundo Cultural.
O
flaneur captava devagar e atento as coisas e tipos do lugar de então.
O autor
acrescenta: ...” só vemos aquilo que
olhamos. Olhar é um ato de
escolha”. ...”nunca olhamos para uma
coisa apenas, estamos sempre olhando para a relação entre a coisa e nós
mesmos”. – citado em Berger, 1999.
O ramal
ferroviário Dona Isabel (do império) que era o trecho Paranaguá –
Curitiba. Iniciado lá e completado em
Curitiba em 1885.
A união
construiu a ferrovia e repassou a uma concessionária belga a operação da
mesma. A empresa era controlada pela
Société Anonyme de Travaux Dyle et Bacalan.
No
começo essa ferrovia escoava basicamente erva mate para o exterior pelo Porto
de Paranaguá. O destino geralmente era a
Bacia do Rio do Prata.
Durante
a segunda guerra mundial a companhia belga faliu. Na era Getulio Vargas (1942) a ferrovia foi encampada (tirada da
concessão para retorno à União) e então a União passa a operar o trecho.
Feitos
grandes galpões para oficinas ferroviárias em Curitiba e ficaram prontas em
1953 e Getulio Vargas veio para a inauguração dos galpões. Ele ficou de retornar a Curitiba em
dezembro de 1953 quando o Paraná comemorava os 100 anos de emancipação política
por deixar de ser província de São Paulo.
Era aqui o tempo do governo de Bento Munhoz da Rocha. Nos preparativos para o centenário, o
governador preparou as seguintes obras:
Teatro Guaira, o Centro Cívico e a Biblioteca Pública.
Vargas,
para incrementar a industrialização, acabou apoiando a implantação de escolas
profissionalizantes e dentre estas, a de ferroviários aqui em Curitiba. A Rede ferroviária local dava cursos para
filhos de empregados para depois emprega-los e também construía casas para os
empregados e cobrava um aluguel simbólico destes. Assim tinha estes sempre por perto para
eventos de precisar deles mesmo fora do horário de expediente em eventuais
emergências.
Os
autores deste livro percorreram os locais de abrangência da ferrovia em
Curitiba e encontraram inclusive alguns despachos ou macumbas, o que faz parte
da vida da cidade e da diversidade cultural brasileira.
O marco
zero da ferrovia local começa em Paranaguá e segue a Curitiba. No entorno da ferrovia, galpões enormes que
pertenciam ao IBC Instituto Brasileiro do Café. Eram tão amplos que cabiam nestes até 14
vagões de trem de carga enfileirados.
Havia
aqui em Curitiba local especial para descarregar bovinos vivos que aqui
chegavam para o abate nos frigoríficos da cidade e adjacências. As crianças curtiam ir ver o momento de
descarga e carga dos bois.
Nos anos
1940 Curitiba tinha ao redor de 150.000 habitantes. No livro há referência ao Rio Juvevê que
hoje em dia é praticamente todo canalizado e as pessoas nem sabem por onde ele
passa. Desagua no Rio Belém perto da
Rodoferroviária.
A
ferrovia foi bem-vinda com o progresso enorme que trouxe por décadas a Curitiba
mas a partir dos anos 60, a cidade já bem servida de rodovias, começa a ter
trânsito no qual os trilhos dos trens passa a ser um empecilho ao trânsito e
assim passa a ser olhada de forma negativa pelo povo urbano.
Em 1965
a cidade de Curitiba já contava com 400.000 habitantes. A rodoferroviária ficou pronta em 1972. A região da Rodoferroviária, que é ao lado
do Rio Belém, era um terreno bem encharcado, pantanoso no passado.
Ainda há
perto da Rodoferroviária um prédio industrial bastante grande com a placa da
empresa Swedish Match. Esse prédio foi
originalmente uma grande fábrica de fósforos.
A Fábrica de Phosphoros de Segurança, fundada em 1895. O jornalista Ernesto Sevina narra em 1899
o progresso local e a enorme fábrica de fósforos com 600 empregados entre
homens, mulheres e crianças.
Implantada
a ferrovia em 1885, em 1887 começou a operar uma malha viária de bondes puxados
por mulas em Curitiba. Um dos usos
desses bondes era transportar a erva mate pronta para embarque, dos moinhos até
a estação ferroviária de Curitiba.
Esses bondes por mulas foram usados até a década de 1910 quando os
bondes passaram a ser elétricos.
Continua
no capítulo 03/05
sexta-feira, 10 de setembro de 2021
CAP. 01/05 - fichamento do livro: PELOS TRILHOS - PAISAGENS FERROVIÁRIAS - Co-autores - Dayana Z. Cordova, Aline Iubel, Fabiano Stoiev e Leco de Souza
FICHAMENTO DO LIVRO-
PELOS TRILHOS – PAISAGENS FERROVIÁRIAS
O livro
foi editado em 2010 com apoio cultural da Fundação Cultural de Curitiba.
No livro
consta que há um site que trata do tema ferroviário: www.pelostrilhos.net
O livro
tem autores de várias áreas como Antropologia, História e Fotografia.
A cidade
de Curitiba tem desde 1993 lei de incentivo à cultura que apoia financeiramente
projetos por ela aprovados. Este livro
está nesse contexto.
Adquiri
o livro no Solar do Rosário, entidade que mantem galeria de artes e muitos
cursos presenciais e na web sobre temas culturais diversos como História da
Arte, História da Arte Sacra, Patrimônio Histórico do Paraná e outros
mais. Eu curso Patrimônio Histórico
que costuma ser presencial mas na pandemia está na web.
O livro
é bem ilustrado com fotos diversas.
Se divide em três capítulos: 1 –
Pelos Trilhos – paisagens de Curitiba; 2 – Preservação do Patrimônio
Arquitetônico industrial paulistano – iniciativas de levantamento, valorização
e tutela; 3 – Paisagem cultural e políticas de patrimônio: tradições conflitos.
Na capa
do livro um desenho do curitibano (filho de ferroviário) Poty Lazzarotto. O nome da obra do Poty na capa: “Menino caminhando sobre os trilhos”. Esta obra está no chamado Vagão do
Armistício, um espaço construído pelo Poty e que contém obras do mesmo. O espaço é descrito mais adiante.
Cita do
ano de 1912 texto sobre Curitiba de então, de autoria de Nestor Vitor: “A Terra do Futuro”. Vitor conheceu Curitiba desde 1876. Em 1885 foi a inauguração solene em
Curitiba, da estrada de ferro Paranaguá a Curitiba. Tempo de locomotivas movidas a vapor.
A
chegada da ferrovia deu um enorme impulso à cidade de Curitiba e toda a
região. E estava findando a escravidão
e muitos imigrantes da Europa chegando ao Brasil em geral e em particular ao
Paraná.
Nesse
tempo foi promulgada a lei das terras e também há um impulso da
industrialização do Brasil. O
fenômeno mais marcante dessa época era mesmo a expansão ferroviária no Brasil
que trouxe uma importante via eficaz de transporte de cargas e pessoas. O que havia de mais moderno então era o
setor ferroviário e os benefícios que trazia.
Em certo
tempo a ferrovia ligava por ramais Paranaguá e Rio Branco do Sul, também no
Paraná. Mais adiante a ferrovia chegou
a Ponta Grossa e Rio Negro, já vizinho de Santa Catarina.
Período
das Concessões. A União construía as
ferrovias e repassava para concessionárias privadas para explorarem a
atividade, isto no período de 1885 a 1930 na região. Comumente as concessionárias eram
estrangeiras.
No
centro de Curitiba há a rua que se chamava Rua da Liberdade, que ligava o
centro da zona urbana com a estação ferroviária que ficava num local pouco
povoado. Após a morte do Barão do
Rio Branco, a Rua da Liberdade passou a se chamar Rua Barão do Rio Branco.
O Bairro
Rebouças, atrás da estação no sentido centro-bairro, era lugar de armazéns e
indústrias.
No
período de 1930 a 1957 passaram por encampação, ou seja, deixaram de ser
operadas pelas concessionárias privadas e voltaram a ser operadas pela União.
Em 1942
no governo Getulio Vargas foi criada a RVPSC Rede Ferroviária Paraná Santa
Catarina. Nesse tempo havia Escola
Profissional Ferroviária. Era comum os
filhos dos ferroviários estudarem cursos profissionalizantes na escola para
aprenderem ofícios ligados ao setor.
Em 1957
foi criada a RFFSA Rede Ferroviária Federal SA e a RVPSC passou a integrar a
RFFSA.
O
escoamento de produtos pela ferrovia foram variando conforme a mudança dos
tempos. Atualmente é comum o transporte
de madeiras de reflorestamento ao Porto de Paranaguá e também papel e
celulose. Produtos agrícolas também
compõem o mix dos serviços, assim como petróleo da Refinaria de Araucária-PR.
No livro
de Claude Lewis-Strauss ele escreve de visita ao Brasil: “Concebemos as viagens como um deslocamento
no espaço. É pouco. Uma viagem inscreve-se simultaneamente no
espaço, no tempo e na hierarquia social”.
Temos o
Museu Ferroviário em Curitiba, gerido pela ABPF Associação Brasileira de
Proteção Ferroviária. Boa parte das
pesquisas para o livro foram destacadas da Revista Correio dos Ferroviários que
foi editada por longo tempo por aqui.
Cita
....”fotografar para descobrir e para contar...”
Uma
pesquisa arquitetônica no tema ferroviário local resultou o Relatório da
Paisagem Material que entre outros artigos está disponível no site: www.pelostrilhos.net.
O livro
cita comentários do Antropólogo e fotógrafo Milton Guran,
Continua
no capítulo 2/5