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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

CAP.02/05 - fichamento - livro - PELOS TRILHOS (CURITIBA) - PAISAGENS FERROVIÁRIAS - Autores: Dayana Z. Cordova et alli - 2010 - Paraná - Brasil

 Cap. 02/05            leitura e fichamento em setembro de 2021

      O livro cita comentários do Antropólogo e fotógrafo Milton Guran.

         Diz da festa no pedaço e coloca no contexto sociológico.

         Fala de flanar ( ato do flaneur) pela cidade, o que era comum para uns que curtiam ficar andando e contemplando a Paris dos tempos de maior glamour no século XIX quando ela era a Capital do Mundo Cultural.

         O flaneur captava devagar e atento as coisas e tipos do lugar de então.

         O autor acrescenta:  ...” só vemos aquilo que olhamos.   Olhar é um ato de escolha”.    ...”nunca olhamos para uma coisa apenas, estamos sempre olhando para a relação entre a coisa e nós mesmos”.  – citado em Berger, 1999.

         O ramal ferroviário Dona Isabel (do império) que era o trecho Paranaguá – Curitiba.   Iniciado lá e completado em Curitiba em 1885.

         A união construiu a ferrovia e repassou a uma concessionária belga a operação da mesma.   A empresa era controlada pela Société Anonyme de Travaux Dyle et Bacalan.

         No começo essa ferrovia escoava basicamente erva mate para o exterior pelo Porto de Paranaguá.  O destino geralmente era a Bacia do Rio do Prata.

         Durante a segunda guerra mundial a companhia belga faliu.  Na era Getulio Vargas  (1942) a ferrovia foi encampada (tirada da concessão para retorno à União) e então a União passa a operar o trecho.

         Feitos grandes galpões para oficinas ferroviárias em Curitiba e ficaram prontas em 1953 e Getulio Vargas veio para a inauguração dos galpões.    Ele ficou de retornar a Curitiba em dezembro de 1953 quando o Paraná comemorava os 100 anos de emancipação política por deixar de ser província de São Paulo.    Era aqui o tempo do governo de Bento Munhoz da Rocha.     Nos preparativos para o centenário, o governador preparou as seguintes obras:  Teatro Guaira, o Centro Cívico e a Biblioteca Pública.

         Vargas, para incrementar a industrialização, acabou apoiando a implantação de escolas profissionalizantes e dentre estas, a de ferroviários aqui em Curitiba.     A Rede ferroviária local dava cursos para filhos de empregados para depois emprega-los e também construía casas para os empregados e cobrava um aluguel simbólico destes.   Assim tinha estes sempre por perto para eventos de precisar deles mesmo fora do horário de expediente em eventuais emergências.

         Os autores deste livro percorreram os locais de abrangência da ferrovia em Curitiba e encontraram inclusive alguns despachos ou macumbas, o que faz parte da vida da cidade e da diversidade cultural brasileira.

         O marco zero da ferrovia local começa em Paranaguá e segue a Curitiba.    No entorno da ferrovia, galpões enormes que pertenciam ao IBC Instituto Brasileiro do Café.   Eram tão amplos que cabiam nestes até 14 vagões de trem de carga enfileirados.

         Havia aqui em Curitiba local especial para descarregar bovinos vivos que aqui chegavam para o abate nos frigoríficos da cidade e adjacências.   As crianças curtiam ir ver o momento de descarga e carga dos bois.

         Nos anos 1940 Curitiba tinha ao redor de 150.000 habitantes.    No livro há referência ao Rio Juvevê que hoje em dia é praticamente todo canalizado e as pessoas nem sabem por onde ele passa.   Desagua no Rio Belém perto da Rodoferroviária.

         A ferrovia foi bem-vinda com o progresso enorme que trouxe por décadas a Curitiba mas a partir dos anos 60, a cidade já bem servida de rodovias, começa a ter trânsito no qual os trilhos dos trens passa a ser um empecilho ao trânsito e assim passa a ser olhada de forma negativa pelo povo urbano.

         Em 1965 a cidade de Curitiba já contava com 400.000 habitantes.  A rodoferroviária  ficou pronta em 1972.    A região da Rodoferroviária, que é ao lado do Rio Belém, era um terreno bem encharcado, pantanoso no passado.

         Ainda há perto da Rodoferroviária um prédio industrial bastante grande com a placa da empresa Swedish Match.    Esse prédio foi originalmente uma grande fábrica de fósforos.   A Fábrica de Phosphoros de Segurança, fundada em 1895.     O jornalista Ernesto Sevina narra em 1899 o progresso local e a enorme fábrica de fósforos com 600 empregados entre homens, mulheres e crianças.

         Implantada a ferrovia em 1885, em 1887 começou a operar uma malha viária de bondes puxados por mulas em Curitiba.   Um dos usos desses bondes era transportar a erva mate pronta para embarque, dos moinhos até a estação ferroviária de Curitiba.    Esses bondes por mulas foram usados até a década de 1910 quando os bondes passaram a ser elétricos.

 

         Continua no capítulo 03/05

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