CAP. 05/20
Como já dever ter sido citado, a cela específica onde Lula
ficou preço na PF de Curitiba tem uns 25 m2 e nunca tinha sido usada como
cela. Era chamada de “Sala de Estado
Maior”. Sala em andar superior do prédio com duas
janelas altas (não se via a rua) e vidros opacos. Antes, era usada como dormitório para
agentes da PF.
Ao coloca-lo na cela.
Quando os policiais pediram para Lula tirasse o cinto, os cadarços do
tênis e os cordões dos shorts, Lula sorriu: “Fiquem tranquilos, eu não vou me suicidar.
Ainda tenho muita coisa a fazer pelo Brasil”.
Capítulo 5 (página
86) - “Depois de enfrentar a vizinhança
e a PF, uma centena de pessoas passa 581 dias saudando Lula três vezes ao dia
em alto e bom som. Ele só ouvia de
dentro da cela na PF.
Lula no início do cumprimento da pena pensava que iria ser
solto em breve. Nisso ele errou na
previsão.
Na vizinhança do prédio da prisão, os militantes acamparam
do primeiro ao último dia dos 581 da pena.
Ficaram acampado no local que se chamou de Vigília Lula Livre. Se alternavam caravanas do Brasil inteiro. Havia diversos tipos de atividades nelas e o
mais marcante era a parte dos cumprimentos dos militantes em som alto que Lula
conseguisse ouvir. Sempre nos mesmos horários,
cedo o Bom dia presidente!! Repetido mais duas vezes. À tarde, o Boa tarde presidente (3x) e no
cair da noite, o Boa noite presidente (3x).
Todo dia. Era um alento para
Lula.
(Estive presente umas cinco vezes ao longo da prisão do Lula
e duas delas foram. Uma no dia que
anunciaram que ele seria solto e articularam jeito de mante-lo preso e outra
vez foi no dia muito concorrido da soltura do Lula com muita gente, emoção e
discursos).
Durante o período de prisão, Lula recebeu muitas visitas de
correligionários, autoridades, líderes políticos, artistas.
Cinco ex chefes de Estado estrangeiros: Massimo D’Alema (Itália), Eduardo Duhalde
(Argentina), Ernesto Samper (Colômbia), José “Pepe” Mujica (Uruguai) e um
futuro presidente da Argentina, Alberto Fernandez.
Dois ganhadores do Nobel da Paz, sendo o indiano Kailash Satyarthi
e o argentino Adolfo Perez Esquivel.
...”o economista argentino Juan Grabois, representante do Papa Francisco
– que foi visitar Lula e levar um rosário abençoado pelo Papa e a PF não deixou
ele entregar o rosário ...”alegando não
se tratar de dia de receber visitas religiosas”.
Vieram também importantes líderes sindicais dos USA e
Europa. (são citados nominalmente no livro – as pessoas e suas entidades).
O destacado internacionalmente escritor e pensador americano
Noam Chomsky visitou Lula. O ator de
Hollywood Danny Glover também.
Há em Curitiba uma linha de ônibus de dois andares que faz o
city tour pela cidade. Devido à
quantidade de gente que se interessava em visitar o local onde Lula estava
preso, o ônibus passou a fazer uma parada no local da PF.
No dia da prisão, a Senadora Gleisi e alguns dos líderes do
PT estavam a praticamente três dias sem dormir no agito que precedeu a
prisão. Ficaram num hotel em Curitiba
para um breve descanso e para definirem os próximos passos a seguir diante dos
fatos.
Lula é natural de Caetés – PE. Os dois advogados que atendiam ele na prisão,
dois pernambucanos primos entre si, casualmente são naturais de Buique-PE,
cidade distante apenas 70 km de Caetés. Eles não conheciam Lula até ele ser preso. Aceitaram atender Lula preso com a condição
de trabalho “pro bono”, sem cobrança de honorários. São radicados em Curitiba há muitos anos e
tem bancas de advocacia destacadas. Um
deles é o Rochinha e outro, Caetano.
Há ao lado da cela um espaço onde Lula podia tomar banho de
sol numa laje murada sobre o prédio da PF, sendo que tomar sol é direito de
todo preso no Brasil.
Lula nunca foi um sedentário. Fazia esteira diária na prisão e leu bastante
livros.
Ele saia com frases bem humoradas. “Virei um senhor muito jovem – repetia com
um sorriso maroto. – Tenho 72 anos do
ponto de vista biológico, energia de 30 anos e tesão de 20 anos”.
Continua no capítulo 06/20
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