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segunda-feira, 11 de abril de 2022

CAP. 05/20 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - volume 1 - Autor: Jornalista e Escritor FERNANDO MORAIS - edição 2021

 CAP. 05/20

         Como já dever ter sido citado, a cela específica onde Lula ficou preço na PF de Curitiba tem uns 25 m2 e nunca tinha sido usada como cela.  Era chamada de “Sala de Estado Maior”.     Sala em andar superior do prédio com duas janelas altas (não se via a rua) e vidros opacos.    Antes, era usada como dormitório para agentes da PF.

         Ao coloca-lo na cela.    Quando os policiais pediram para Lula tirasse o cinto, os cadarços do tênis e os cordões dos shorts, Lula sorriu:  “Fiquem tranquilos, eu não vou me suicidar. Ainda tenho muita coisa a fazer pelo Brasil”.

         Capítulo 5  (página 86) -  “Depois de enfrentar a vizinhança e a PF, uma centena de pessoas passa 581 dias saudando Lula três vezes ao dia em alto e bom som.    Ele só ouvia de dentro da cela na PF.

         Lula no início do cumprimento da pena pensava que iria ser solto em breve.   Nisso ele errou na previsão.

         Na vizinhança do prédio da prisão, os militantes acamparam do primeiro ao último dia dos 581 da pena.   Ficaram acampado no local que se chamou de Vigília Lula Livre.   Se alternavam caravanas do Brasil inteiro.  Havia diversos tipos de atividades nelas e o mais marcante era a parte dos cumprimentos dos militantes em som alto que Lula conseguisse ouvir.  Sempre nos mesmos horários, cedo o Bom dia presidente!! Repetido mais duas vezes.   À tarde, o Boa tarde presidente (3x) e no cair da noite, o Boa noite presidente (3x).   Todo dia.    Era um alento para Lula.

         (Estive presente umas cinco vezes ao longo da prisão do Lula e duas delas foram.   Uma no dia que anunciaram que ele seria solto e articularam jeito de mante-lo preso e outra vez foi no dia muito concorrido da soltura do Lula com muita gente, emoção e discursos).

         Durante o período de prisão, Lula recebeu muitas visitas de correligionários, autoridades, líderes políticos, artistas.

         Cinco ex chefes de Estado estrangeiros:  Massimo D’Alema (Itália), Eduardo Duhalde (Argentina), Ernesto Samper (Colômbia), José “Pepe” Mujica (Uruguai) e um futuro presidente da Argentina, Alberto Fernandez. 

         Dois ganhadores do Nobel da Paz, sendo o indiano Kailash Satyarthi e o argentino Adolfo Perez Esquivel.     ...”o economista argentino Juan Grabois, representante do Papa Francisco – que foi visitar Lula e levar um rosário abençoado pelo Papa e a PF não deixou ele entregar o rosário  ...”alegando não se tratar de dia de receber visitas religiosas”.

         Vieram também importantes líderes sindicais dos USA e Europa. (são citados nominalmente no livro – as pessoas e suas entidades).

         O destacado internacionalmente escritor e pensador americano Noam Chomsky visitou Lula.    O ator de Hollywood Danny Glover também.

         Há em Curitiba uma linha de ônibus de dois andares que faz o city tour pela cidade.    Devido à quantidade de gente que se interessava em visitar o local onde Lula estava preso, o ônibus passou a fazer uma parada no local da PF.

         No dia da prisão, a Senadora Gleisi e alguns dos líderes do PT estavam a praticamente três dias sem dormir no agito que precedeu a prisão.   Ficaram num hotel em Curitiba para um breve descanso e para definirem os próximos passos a seguir diante dos fatos.

         Lula é natural de Caetés – PE.   Os dois advogados que atendiam ele na prisão, dois pernambucanos primos entre si, casualmente são naturais de Buique-PE, cidade distante apenas 70 km de Caetés.      Eles não conheciam Lula até ele ser preso.  Aceitaram atender Lula preso com a condição de trabalho “pro bono”, sem cobrança de honorários.   São radicados em Curitiba há muitos anos e tem bancas de advocacia destacadas.  Um deles é o Rochinha e outro, Caetano.

         Há ao lado da cela um espaço onde Lula podia tomar banho de sol numa laje murada sobre o prédio da PF, sendo que tomar sol é direito de todo preso no Brasil.

         Lula nunca foi um sedentário.  Fazia esteira diária na prisão e leu bastante livros.

         Ele saia com frases bem humoradas.    “Virei um senhor muito jovem – repetia com um sorriso maroto.  – Tenho 72 anos do ponto de vista biológico, energia de 30 anos e tesão de 20 anos”.

        

         Continua no capítulo 06/20

sábado, 9 de abril de 2022

CAP. 03/20 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - volume 1 - Autor: Jornalista e Escritor/Biógrafo FERNANDO MORAIS - Editado em 2021

 CAP. 03/20

         Sábado no sindicato, junto com a multidão, há a missa (na verdade, uma celebração) pela alma de Dona Marisa pelo aniversário dela.  Celebrada por Dom Angélico Sândalo Bernardino (bispo que conheço pessoalmente.  Piracicabano e tio de um colega de turma meu da ESALQ USP).

         A GloboNews solta uma fake News.  “Lula vai resistir à ordem de prisão de Moro”.     Nisso a audiência do canal sobe 694%.

         Lula é amigo de Fernando Haddad desde a década de 90 e Haddad e família vão ao sindicato se solidarizar com o ex presidente.

         Fernando Haddad é formado em Direito, tem Mestrado em Economia e Doutorado em Filosofia.   É um professor universitário gabaritado e político experimentado.     No passado, no governo Lula, Haddad foi por dois mandatos, Ministro da Educação e entre outros programas, participou da equipe que montou o Prouni  Programa Universidade para Todos.   Trata-se de oferta de bolsas de estudos para alunos carentes.

         Antes de se entregar à PF, por não ter esgotado os recursos jurídicos previstos em lei, os advogados de Lula entraram com pedido de habeas corpus solicitando que se sorteasse entre os ministros do STF a decisão sobre o pedido.    A presidente do STF Carmem Lúcia decidiu de forma monocrática, passar o pedido de habeas corpus para o Edson Fachin que indeferiu o pedido.

         Gleisi – presidente do PT – foi escalada por Lula para ir lá fora do sindicato e avisar a multidão que pedia para ele resistir à prisão, que Lula havia decidido a se apresentar à PF.  

         Gleisi:   “Ele sabe que vocês querem resistir, mas ele não quer que ninguém seja ferido, que ninguém se machuque.    O que está em jogo não é só a história dele, mas a vida dele.   A gente tem que respeitar”.

         Houve a celebração da palavra por Dom Angélico, amigo de Lula, mas estavam na jurisdição do Bispo da Diocese de Santo André, o conservador Dom Odilo Scherer.   Dom Odilo tem simpatia pela Opus Dei.

         A celebração era pelos 68 anos de Dona Marisa, se viva fosse, estaria de aniversário nesse dia.

         Em solidariedade a Lula no local, artistas famosos, autoridades políticas e mídia nacional e internacional.    Dom Angelico tinha sido bispo do ABC nos tempos que Lula era líder sindical dos metalúrgicos e em tempos de greves na fase da Ditadura Militar o bispo era solidário aos trabalhadores como sempre foi.

         Em torno de 40 anos antes, o então líder sindicalista chegou a ser preso em função da repressão do governo militar aos movimentos grevistas.

         Agora, Dom Angelico na sua fala, destaca a pressa da justiça em prender Lula:   “Aqui está um cidadão que já esteve preso, mas nenhuma prisão prende o coração, a mente e os ideais de um cidadão.   Que Jesus o proteja e seja sua força, meu irmão e companheiro!”.

         Naqueles dias teve na TV o famigerado Power Point colocado com show midiático pelo procurador Deltan Dallagnol, que atuava na Operação Lava Jato.   Colocava Lula como chefe de pessoas que teriam cometido crimes (sem provas) segundo a Lava Jato.

         Lula no discurso aos apoiadores relembram os tempos de sindicato e seu aprendizado com os companheiros de lutas – trabalhadores como ele.

         Na época, preso, perdeu a mãe, Dona Lindu.   Fato marcante na vida dele.    E agora nessa fase da Operação Lava Jato, perde a esposa Dona Marisa.

         Desabafo de Lula no Sindicato:   “- Agora estou na mesma situação daquela época: de novo estou sendo processado por crimes que não cometi”.

         O povo todo pedindo para ele resistir à prisão e ele argumenta.    Ele insistiu em que não se considerava acima da justiça e que, se não acreditasse nela, “Não teria construído um partido político, tinha feito uma revolução”.

         A imprensa em geral já tinha condenado ele no caso da Lava Jato sem provas.  Lula diz:    “Não se pode fazer um julgamento subordinado à imprensa”.   Porque depois o juiz vai julgar e dizer:   “Eu não posso julgar contra a opinião pública”.

        

Continua no capítulo 04/20