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sábado, 30 de abril de 2022

CAP. 11/20 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS - 2021

 Cap. 11/20 –

 

 fichamento do livro - LULA - BIOGRAFIA - volume 1 - Autor Jornalista FERNANDO MORAIS

Cap 7 - Jardim Lavínia, abril de 1980. Com a polícia na porta para prende-lo, Lula ruge: - Estou dormindo, porra! Eles que se fodam!

Na noite anterior, o casal Lula e Marisa jogaram baralho com dois amigos, um deles, o Frei Betto. Jogando e tomando vinho popular.

Dois dias antes, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que então era presidido por Lula, sofreu intervenção federal e todos os diretores foram destituidos. Antes houve greves de até 140.000 trabalhadores do ABC. Área que inclui São Bernardo e Diadema.

Nesse tempo Lula e família moravam numa casa de 33 m2 em São Bernardo do Campo-SP. Na defesa dos dirigentes metalúrgicos, o Jurista José Carlos Dias, presidente da Comissão de Justiça e Paz. Lula era conhecido de José Calos Dias desde 1975.

Pouco antes da intervenção no sindicato, Lula percebeu que era seguido por policiais à paisana. Depois descobriu que os policiais eram da inteligência militar do Exército e da Marinha. Era tempo da Ditadura Militar.

Frei Betto na época era o responsável pela Pastoral Operária na Diocese de Santo André. O PT tinha sido criado dois anos antes e Lula presidia além do Sindicato, também o PT que ajudou a criar.

"Fosse a serviço dos patrões ou do governo, a polícia tinha motivos de sobra para querer tirar Lula de circulação". Três semanas de greve dos metalúrgicos, dentre estes, multinacionais atingidas como Volkswagen, Ford, General Motors, Mercedes, Scania e da nacional Aços Villares.

Eram tempos do General Newton Cruz no SNI Serviço Nacional de Informações. Produzir relatórios ultra secretos que nem o temido DOPS, que fazia prisões por motivos políticos, tinha conhecimento.

As greves do ABC começam a desencadear greves em municípios como Campinas, Taubaté, Sorocaba, Piracicaba etc. Acendeu a luz vermelha da Ditadura Militar e era tempo de governo de SP por Paulo Salim Maluf. Este que era do partido que apoiava a ditadura.

O TST Tribunal Superior do Trabalho declarou a greve ilegal e liberou na prática a repressão pesada. Ao invés de afrouxar a greve, ela se espalhou mais ainda e ficou mais forte.

"Pelas contas do governo, quase meio milhão de trabalhadores paulistas estavam de braços cruzados. Metade dos operários com carteira assinada do Brasil de então".

Grevistas enfrentando cavalaria, tropas de choque da PM. Muitos feridos dando entrada em hospitais. Um dos líderes grevistas era o pequeno "Ratinho", o pernambucano José Dilermando, empregado da Ford.

O Bispo da Diocese de Santo André nos tempos das greves era Dom Cláudio Hummes que apoiava a luta dos trabalhadores.

Em 2021 Dom Cláudio passou a servir no Vaticano onde preside o Conselho Internacional da Catequese.

Greves longas, salário cortado e começava a faltar alimentos para as famílias dos grevistas. Dom Cláudio Hummes articulou um fundo para socorrer os grevistas nas necessidades mais prementes. Ele é da Ordem dos Franciscanos. A Diocese de Santo André de um lado fazia limite com o Bairro paulista do Ipiranga e se estendia até a Serra do Mar, abrangendo Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. (eu, leitor, na época era jovem e residia em Mauá-SP e tinha parentes metalúrgicos).

Na época, região com 1,6 milhão de habitantes e cem paróquias.

Dom Cláudio, um gaucho com 45 anos na época. Comandava um a diocese de Santo André que abrangia vários municípios que tinham o PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a 10% do PIB do Brasil.

Os operários estavam num nível de organização mais adiantado, comparativamente ao período pós 1964 quando começou a Ditadura.

Houve uma campanha de solidariedade aos grevistas que movimentou gente no Brasil afora. Caminhões e caminhões chegavam carregados de doações de alimentos até os postos de coleta. Muitos artistas e intelectuais apoiando o movimento grevista. Iriam promover um mega show beneficente no então famoso Estádio de Vila Euclides (em Santo André), local que era muito usado para assembléias do sindicato. Em assembleias dos metalúrgicos naquele estádio, chegaram a ter ao redor de cem mil operários presentes.

 

 

continua no capítulo 12/20

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