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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Cap. 7 - fichamento do livro - SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SÃO PAULO - autor: Botânico francês SAINT HILAIRE (ano de 1822)

 capítulo   7                maio de 2025

 

         As estalagens para viajantes no interior  ...  “não passam de verdadeiros prostíbulos, quer mantidas por mulheres ou homens”.    ....”tais mulheres, além disto, são muito raramente bonitas e sempre desprovidas de graças e atrativos”.

         A abundância de peixes nas vilas do vale do Rio Paraíba do Sul.   No comércio, peixe fresco ou peixe conservado salgado como se faz com o bacalhau.

         O autor cita pastos de ervas peludas e eu, leitor, acho que se trata do capim gordura ou capim catingueiro.  Ele diz que essas tais ervas peludas não são bem aceitas por cavalos e burros.

         Vê na região povo muito pobre, mal vestido e sujo.   As crianças são até bonitas mas dos doze anos em diante  ficam feias de feição por conta da má nutrição.

         Jacareí – SP  - página 153 de 220

         “Desde Baependy-MG até Jacareí – SP não cesso de vier gente com bócio”   (papo por falta de iodo na alimentação por isso hoje em dia se adiciona iodo ao sal comum para evitar esse mal)

         “Mais gente com bócio em Jarareí-SP”.

         Os homens dessa região do Vale do Paraíba   “Não mostram a menor curiosidade, falam pouco e são muito menos educados que os de Minas.   Os mulatos são comuns em Minas e raros no vale do Paraíba”

         Diz que o povo não via quase nada de vantagem entre o Brasil colônia de Portugal (até 1822) e o Brasil agora independente.   Ele em expedição no Brasil entre 1818 e 1822 neste percurso.   Ele fez outros por Goiás, Norte de MG, estados do sul.

         A única diferença que os povos locais notam é que após a independência, podem exportar produtos como tabaco, açúcar e café sem passar pelo crivo e taxação de Portugal. 

         Na região de Jacareí, nota a rotina do povo em casa na beira da estrada catando piolhos entre si sem preocupação em ser vistos.

         Mogi das Cruzes SP.   Terras pouco férteis.   Na época a principal produção era de algodão nessa vila.    No passado plantavam cana mas o café passou a ser mais lucrativo e foram migrando para a cultura do café.

         Taubaté -SP e Jacareí – SP.  Região de criação de porcos que são tangidos até o Rio de Janeiro ou abatidos em parte e enviado o toucinho para Santos.

         A paróquia de Nossa Senhora da Penha na cidade de São Paulo fica num lugar alto e é vista de longe.

         O pesquisador destacou o papel relevante de José Bonifácio de Andrada e Silva e do irmão deste no desenvolvimento da região.

         Capítulo VI      A volta de São Paulo rumo ao Rio de Janeiro.

         Alugou oito burros para a viagem.  Custo de uma “dobra” por animal alugado.

         Atrasou a partida de São Paulo por causa das festas da Páscoa.   Ele descreve de forma interessante como o povo celebrava a Semana Santa em São Paulo no ano de 1822.    Ele participou dos ritos e chegou a tomar a comunhão das mãos do Bispo de São Paulo.    Lamentou que o povo simples não dava muito atenção para os ritos em si.    Disse que o povo conhece pouco dos fundamentos da religião Católica e tem pouca leitura.

         Cita passar na estrada por pessoa nobre.   O nobre leva um copo de prata preso por uma corrente também de prata pendurada ao pescoço.  Usa o copo com a corrente para alcançar água nos regatos da estrada sem descer do cavalo.  Viu isso de forma recorrente entre os nobres na região.

         (uns tropeiros na terra deste leitor, anos 1960, usavam um copo feito de guampa, o cifre de boi na forma de copo e um cordão para pendurar no pescoço e poder alcançar água sem descer do cavalo)

         O algodão é plantado na região porque é colhido antes da chegada do inverno.   Assim fica salvo de sofrer geadas.   Já a cana e o café ficam por longo tempo em campo e em invernos com geadas, são afetados.

         Fala dos nobres paulistanos presunçosos...   “Neles entretanto não exclui esta balda e polidez e a benevolência, não sendo irritante como a arrogância dos hespanhois.  Estes parecem reunir à alta opinião que de si tem o desprezo pelos demais humanos”.

         Na região de Jacareí o povo plantava fileira de caraguatá (planta da família do abacaxi).   Planta de folhas com espinhos nas bordas que servia de cerca das propriedades.

 

         Continua no capítulo                8

sábado, 24 de maio de 2025

Cap.6 - fichamento do livro - SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SÃO PAULO - autor: Botânico francês SAINT HILAIRE

 capítulo 6                    maio de 2025

 

         No cultivo do fumo, semeavam na região em setembro/outubro e transplantavam as plantinhas novas no local definitivo em dezembro.   No canteiro fica mais fácil de cuidar e até molhar as plantinhas novas.  Depois que elas estavam mais crescidas, eram transplantadas para a lavoura em si.

         Após colher as folhas do fumo, arrancavam as plantas e plantavam milho  por um ou dois anos e depois deixavam a terra descansar.

         Na época Pouso Alto MG era sede de comarca em 1822.  (hoje em dia não sei se mantem o mesmo nome).

         No local chamado Passa Quatro, o rio Paraíba faz quatro curvas seguidas e daí vem o nome da comunidade local.

         Alguns ricos de MG iam ao RJ comprar escravos baratos e levavam para MG e vendiam para receber de forma parcelada ganhando juros e ficavam mais ricos.     Costumavam receber dos produtores mineiros fumo como pagamento em certos casos, produto este que tinha franco mercado no RJ e até para exportação.

         No meio do caminho havia uma cruz de madeira indicando a divisa do RJ com SP.     Rumo a SP, chegaram no vale do Paraíba a terras mais baixas e encontraram inclusive lavouras de cana e de café.     Nesta fase da caminhada, estão em Lorena-SP.   Seguiram por longo trecho com estrada acompanhando de perto o rio Paraíba.

         Para atravessarem o rio na região, usaram três canoas emparelhadas, amarradas entre si e colocaram até oito burros numa só travessia.  

         Cita que havia também bananais e plantações de laranja em pequena escala na região.    A goiaba era cultura bem recorrente por lá também.

         Nas vilas, sempre havia as oficinas de pessoas que colocavam ferraduras nos animais de carga, o que era algo essencial na época.

         Destaca a importância da estrada que havia entre o RJ e Baependy-MG.   Uma das cargas comuns para o RJ era o fumo e do Rio para MG, o sal vindo do litoral.

         Quem descia a Serra da Mantiqueira vindo de Minas Gerais, num ponto a estrada se bifurcava, sendo à esquerda para o RJ e à direita, para SP.

         Guaratinguetá, região de terra arenosa.   Culturas de cana, café e mandioca.

         O autor compara.   Em MG mesmo os mais simples moravam em casas e não tinham o hábito de dormir em redes como fazem os índios.   Já no interior de SP era comum o povo simples da roça dormirem em redes.

         Ele destaca:   “Já tive muitas vezes a ocasião de notar que por toda parte onde existiram índios, os europeus, destruindo-os, adotaram vários de seus costumes e lhes tomaram muitas palavras da língua”.

         Diz que os mineiros tem algo de superior porque “pouco se misturaram com os índios”.

         Cita da passagem por Guaratinguetá.    Cidade de igreja grande.  Maioria do comércio fechado durante a semana e as moradias também.  Os moradores ficam nas roças e criações durante a semana e vem para a Vila nos fins de semana para ir à igreja e para fazer as compras.

         Fala da cidade de Aparecida, banhada pelo rio Paraíba.   Em Aparecida... “não se vê uma casa que denuncie bem estar”...

         Gente aos domingos indo à missa.   Inclui mulheres acompanhadas e sem companhia.   Ao passar, não olham para os lados e nem respondem ao cumprimento.  Só olham “de rabo de olho” ao passar.

         Falou de Aparecida e da imagem que lá tem de Nossa Senhora.   “A imagem que ali se adora, passa por milagres e goza de grande reputação, não só na região, como nas partes mais longínquas do  Brasil”.

         Região de estrada plana e perto do rio.  Dava para se viajar numa berlinda.  (algo como uma carruagem de quatro rodas).

         Taubaté, Pindamonhangaba, também na rota rumo a SP.

         Capítulo V  - página 145

         “A vila de Taubaté é a mais importante das quais atravessei desde que entrei na capitania de SP.”   Cinco ruas cortadas por muitas travessas.

         Casinhas com quintal e neste, plantação de bananas, de café etc.

         Igreja grande mas sem janelas laterais.  Muito escura por isso.

         Na vila de Taubaté já havia um convento dos Franciscanos em 1822.

Terra de cana e de café na época.

        

         Continua no                 capítulo   7

terça-feira, 20 de maio de 2025

Cap. 5/10 - fichamento do livro SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SÃO PAULO - autor: Botânico francês SAINT HILAIRE (ano 1822)

 capítulo 5                        maio de 2024

 

         Os que criam carneiros, tosquiam os animais duas vezes por ano.   Para gado bovino, colocam em pasto de 12 km x 12 km ao redor de 600 a 700 bovinos.

         O pesquisador, já experiente de outras expedições pelo interior, carrega feijão como reforço alimentar.    Se alguém dá pouso e comida para eles, se o café da manhã for fraco, ele pede para os da casa cozinharem feijão e ele leva o feijão cozido para reforçar a dieta da equipe.

         Encontra na região do eixo RJ SP pequenas cidades perto dos rios e a igreja sempre em lugar mais alto, livre de enchentes.

         Na época, nas fazendas de gado havia menos escravos porque a pecuária exige pouca mão de obra comparando com lavouras.

         Na época (1822) a média de empregados em fazendas de gado era de um escravo para cada três homens livres.   Diferente das fazendas com lavouras, onde a proporção de escravizados era bem maior.

         Uns plantam café entre os morros mas não é raro as geadas afetarem os cafezais no inverno.

         Plantam mandioca para fazer farinha, mas preferem comer farinha de milho que é mais nutritiva e saborosa.

         O milho também alimenta porcos, burros, cavalos, galinhas.

         Os colonizadores chegaram a plantar trigo na região até que a doença fúngica da ferrugem do trigo dizimou as lavouras.    

         Encontrou na região do vale do rio Paraiba entre outras culturas, frutas como pêssego, maçãs e uva.   Além da goiaba e banana.

         O autor chama a araucária (pinheiro do Paraná) pelo nome então popular de Pinheiro do Brasil.      ...”com sua forma majestosa e pitoresca”.

         O pesquisador cita cena recorrente de curiosos nos lugares onde se hospeda e faz suas análises de plantas coletadas.

         “Enquanto trabalho, as mulheres, segundo o hábito de MG, intrometem a nariz pela porta adentro para verem o que faço.   Se me volto bruscamente, percebo ainda um pedaço de rosto que se adiantara e retira-se apressadamente”.

         ...”chuvas... estava o tempo muito enfarruscado.... “   (a expressão enfarruscado era comum na região de Cerquilho-SP, onde nasci)

         Cita a altura aproximada de uma cachoeira.  50 covados, que equivaleria segundo ele a 33 m aproximadamente.

         Rio Juruoca.      Cita a planta verbena.  Também a planta congonha.

         Ele anda pela serra do Papagaio que é um pedacinho da Serra da Mantiqueira.   Vai coletando (e citando) as ervas do interesse dele.

         Cita a planta nativa que fornece frutos comestíveis:  o imbiri.

         Pousou num casebre bem pobre e sujo acima da média na região.

         Disse que apesar do casebre nessas condições, a dona os atendera bem.

         Ele disse que no interior da França também há casas pobres, mas a diferença é que o bom atendimento traz consigo a expectativa da remuneração.  Que seja quinze minutos de serviço prestado, já tem preço.  Qualquer item que servem aos viajantes também tem seu preço.   Essa busca de remuneração não se via tão evidente no interior do Brasil de então.

         Cidade de Baependy MG.   Lugar de montanhas e matas.  Por lá também tem araucárias.    Hotel na cidadezinha com vários quartos com porta para a rua.   O dono não cobra o pouso e cobra aluguel do pasto para os animais e as refeições dos viajantes.

         Página 119

         Em Baependy os curiosos na porta vendo o pesquisador manipular seus materiais de vegetais, o herbário.   Ninguém entendia o trabalho do pesquisador.  Uns achavam que ele estava coletando imagens para futuras estampas de roupas de chita, tecido comum para o povo mais simples.

         Rotina do povo local é a criação de animais.  Alguns agricultores plantam fumo que é bastante valorizado de tal forma que propriedade que tem a cultura tem seu preço avaliado pelo tanto de pés de fumo que há nela plantado.   Cita que em 1 alqueire (24.200 m2) cabem 20.000 pés de fumo.

        

         Continua no        capítulo 6

terça-feira, 13 de maio de 2025

Cap. 4/10 - fichamento do livro SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SÃO PAULO - Autor: Botânico francês SAINT HILAIRE (Ano 1822)

capítulo 4 de 10                    maio de 2025 

         O autor fala que na região de Barbacena-MG  o Rio Grande tem apenas 22 passos de largo e é curioso saber que no sul este rio e outros afluentes desaguam no enorme Mar Del Plata entre Argentina e Uruguai.

         São João Del Rei, uma comarca populosa, já em 1822.  Pouco comum na sua época.    Decorrência da descoberta do ouro.

         Cita a vegetação de Cerrado na região de Barroso-MG.

         No trecho, a equipe do pesquisador pegou muitos bichos de pé e isto causava transtorno já que a caminhada na ocasião era à pé ou em lombo de burro.

         Comenta passagem pela região do Rio das Mortes.     Na região, ele foi descontar uma carta de crédito com um comerciante e este pediu o desconto de 6% por conta do que seria uma taxa que na sede do governo no RJ iriam cobrar do comerciante.    Não era usual cobrarem essa taxa dos viajantes.   Depois o autor descobriu que o comerciante mesquinho era europeu.

         “Como eu já tive, muitas vezes, a ocasião de observar, os comerciantes europeus estabelecidos no Brasil, são quase todos grosseiros e sem educação”.

         Os brasileiros dissipam mais do que tem... já os europeus  “ajuntam tostão por tostão, privando-se de tudo para se tornarem ricos”.    ...”ao se tornarem ricos conservam a grosseria inata e a ela sobrepõem a mais insuportável arrogância, tratando com desdém os Brasileiros a quem devem a fortuna”.    (página 79 do livro na edição que li)

         Ele fala de Vila Rica  (depois, Ouro Preto MG).  Fala de quão dura é a despedida de pessoas que você tem por elas amizade e você sabe que não as verá mais.

         Ele falando da forma de construir porteiras de fazendas já naquela época, com o mourão meio torto de forma que fica meio pesada ao abrir e ao soltar, ela volta a fechar por conta do peso e do mourão um pouco torto.   Isto eu conhecia no meu tempo de morar na zona rural.

         Cita na região de MG, muro de pedras da altura de uma pessoa, separando a casa do patrão das senzalas dos escravos.  (escravizados)

         A ponte sobre o Rio Grande na região tinha um pedágio cobrado pelo governo central que foi quem fez a obra.

         Nas andanças de coleta de materiais botânicos pela região, de vez em quanto algumas pessoas ficavam admiradas com aquilo.  Vinham perguntar sobre a coleção de plantas e os objetivos.  O autor faz uma bela reflexão sobre aquele que se interessa pela ciência.       

         “Pode-se esperar que aqueles que se envergonham de sua ignorância, dela logo procurem sair”.

         Cita o Rio Juruoca, afluente do Rio Grande.   Serra das Carrancas.  Muito pasto e pouco gado na região.   Produção de queijos que são enviados em lombo de burros até o Rio de Janeiro.   Em Vila de Carrancas, a igreja feita de pedra.

         Era rotina haver caravanas levando sal para MG e de MG, levando toucinho (gordura de porco) e queijos.

         Para transportarem queijos de São João Del Rey até o RJ, usavam balaios feitos de bambu trançados.  Também chamados jacás.  Dois balaios em cada burro de carga.  50 queijos em cada balaio.   Quando é toucinho de porco, são 3 arrobas (15 kg cada arroba) cada balaio para animais mais jovens e quatro arrobas por balaio em burros já treinados.

         Pouso na fazenda de uma viúva.  Ela foi criadora de carneiros, mas a estrada virou rota de tropeiros e os cães destes acabavam devorando os carneiros nos pastos e foi dizimado o rebanho com o tempo.

         Página 95 – foto de tela com o tema Pousada de Tropeiros já em Jundiai de Goiás.   Obra de Hercules Florence, ano de 1826.

         Capítulo IV -  A fazenda dos Pilões

         Num local de pouso a dona da fazenda foi muito gentil com a equipe mas o autor percebeu que ela tratava os escravos dela aos gritos.   Ele diz que era uma atitude usual na época, apesar de absurda.   Diz que os brancos na época não consideravam os escravizados negros como seus semelhantes.

         Caminho novo do Parayba.   (região do Rio Paraiba do Sul)

         Num local de pouso onde foram bem recebidos, o casal tinha filhos na faixa dos vinte anos.  O autor notou que ao despedirem para dormir, beijaram a mão do pai e pediram a benção.   Era pouco usado o costume na época e o autor achou curioso.

         A praxe dos pecuaristas da época era venderem no máximo 10% do rebanho para não desfalcar o capital.   E manter sempre as vacas de cria para novas expansões do rebanho.

        

         Continua no        capítulo 5

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Cap.3 - fichamento do livro - SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SÃO PAULO - Botânico SAINT HILAIRE (ano 1822)

 capítulo 3                maio de 2025

 

         Fala de andar por matas fechadas que tem sua beleza, mas não se avista longe.   Já quando se abre um campo, vegetação baixa, a vista alcança longe e se vê muitas plantas floridas que são uma beleza.     ...”é impossível... que não nos ocorra certo deslumbramento”.

         Lamento por ter que voltar ao país dele, a França.       “... mas desejaria ao menos gozar, mais tempo, do prazer de admirar este belo país...”

         A decisão de partir de Barbacena-MG até São Paulo.      Num dos pousos, numa fazenda, o pesquisador despachou para a Vila dois criados com as mulas e as cargas para comprarem provisão para a partida rumo a São Paulo.

         Na época na Corte no RJ estava um reboliço político (1822).   A população da Vila ficou em alvoroço achando que fosse gente do governo vindo recrutar contingente para enfrentar rebelião na Corte.

         ...”nossa chegada causara alarme na cidade”.

         Capítulo II

         Cita o roteiro de lugares onde passou.  Entre estes, Bicho de Pé e São João Del Rey.     (há um lugarejo histórico naquela região que se chama Bichinho.   Será que teria relação com o tal Bicho de Pé)

         Pág. 59 -  Fazenda do Tanque.   Cita também Rio do Sal, Rio Brumado e Rio do Peixe em MG.

         Descreve um lugar com paredão de pedra ao lado de um riacho e no paredão há algo da natureza parecido com uma imagem humana.   Na crença popular ligaram a imagem a Santo Antonio e o local virou ponto de peregrinação da região.    Iam inclusive pedir para encontrar objetos ou animais perdidos.    Os devotos diziam que após a visita e as preces, sempre encontravam o que procuravam.

         Ele cita que encontrou num rancho na zona rural uma mulher mulata e várias criancinhas bonitas.   O marido dela estava no serviço do campo por perto.   Ele perguntou à mulher se não achava tedioso ficar num lugar assim sem vizinhança.

         Ela   “disse-me que ali estava, havia apenas um ano e nunca sentira um único momento de tédio.  Os trabalhos caseiros, as galinhas e os animais domésticos tomavam-lhe o tempo todo”.

         O dono da casa disse que em um ano se estabelecendo no local teve que matar dez onças para tornar o local mais seguro para a família e os animais de criação.

         O autor fala que estava num dos lugares mais altos da montanhas onde se chegava a avistar  ao longe o Rio de Janeiro.

         Página 63 – Reprodução de uma tela com a cena de tropeiros acampados.   Tela de Jean Baptiste Debret.    (não cita data)

         No trecho, o pesquisador percebe que seu guia já andava enfadado com as paradas dele para coletar amostras de plantas.

         Nos pastos, fala do capim flecha que seria muito comum na região.

         Cita ter visto no alto de montanha na Serra da Mantiqueira em MG, um bosque de araucárias  (tipo o pinheiro do Paraná).  Região de Ibitipoca.

         Destacou que as araucárias são vistas em lugares de altitude de Minas Gerais para baixo, pelo Sul do Brasil.

         Encontrou comitiva indo para Araxá-MG buscar algodão para levar ao comércio do RJ.    A demora é em torno de sete meses para fazer a ida e volta por estradas de chão usando burros no transporte das cargas.

         Ele fala um pouco de Barbacena-MG que já era comarca em 1822.   “É célebre, entre os tropeiros, pela quantidade de mulatas que nela habitam e entre as quais deixam os homens o fruto do trabalho”.

        

         Continua no capítulo 4 de 10

sábado, 3 de maio de 2025

Cap. 2 - fichamento do livro - SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SP - (ANO 1822) - Autor: Botânico francês - SAINT HILAIRE

  SEGUNDA VIAGEM DO RJ A MG E A SP

Original de 1822 - Autor : Botânico francês SAINT HILAIRE
O poder público incentivou abrir pequenas vilas, mas sem estrutura.
“Seria mais proveitoso encorajar-se os casamentos, auxiliar estrangeiros e repartir as terras com maior equidade”. (página 37)
A moeda era em reis e tinha moeda de certo valor que chamavam de pataca.
Ainda sobre o uso da terra: (página 38) “Nada se equipara à injustiça e a inépcia graças às quais foi até agora feita a distribuição de terras”. (isto em 1822)
...”os pobres que não podem ter títulos, estabelecem-se nos terrenos que sabem não ter dono. Plantam, constroem pequenas casas, criam galinhas e quando menos esperam, aparece-lhes um homem rico, com o título que recebeu de véspera, expulsa-os e aproveita o fruto do seu trabalho.” O pobre só consegue sob pedido ao dono, um pedacinho de terra para plantar lavouras de ciclo curto como feijão, arroz ou milho. Não pode plantar café, por exemplo, que é cultura perene.
Postos de registro, examinam as malas dos viajantes para ver se levam cartas de terceiros. É ilegal porque concorre com o monopólio do Correio.
Já no território de MG rumo a Barbacena. Ele cita nas regiões do interior do RJ e MG o sistema de cobrir casas com troncos (estipes) de coqueiros cortados na longitudinal ao meio e tirado a parte do miolo que é mole. Ficam como telhas curvas e encaixam uma com vão para cima e outra com vão para baixo sucessivamente. Dessa forma é comum cobrirem casas também em Valença- RJ.
Fala dos solos. Antes em lugares de solo argiloso e agora lugar de terra branca e arenosa. “Varia a vegetação ao mesmo tempo que o solo”.
Tempo de inverno e bate a melancolia. Vontade de rever a mãe idosa lá na França.
Peões atravessando rebanhos de gado a nado no rio. Sem gritaria nem desordem. Ele disse que na França é bem diferente. Os peões da lida gritam, fazem muito barulho ao lidar com gado.
Ao chegarem no alojamento, cada pessoa cumprimenta os demais e logo se trava conversa nesta região de MG. Todos vem ver o trabalho do pesquisador botânico e querem dar uma olhada na lente que ele usa.
“São estes homens as vezes inoportunos, mas sempre polidos”.
O pesquisador há três anos já tinha andado pela mesma região e estava no mesmo percurso agora. (Página 47)
Tem trechos do caminho pela montanha que são muito estreitos, menos de dois pés de largura. Num lado, o barranco ou paredão de pedra e do outro, o precipício.
O botânico caminha quase sempre à pé com uma bolsa no ombro. “Não existe casa nenhuma na montanha e o caminho é estreito e perigoso.”
Difícil desviar das boiadas. Por não haver concorrência, as fazendas vendem alimentos aos viajantes por preço elevado, até por não haver alternativa a estes.
Ele constatou que os brasileiros eram muito adeptos de amuletos e “simpatias” para tentar curar doenças. Muitos benzimentos também.
Na ortografia de 1938 (edição em português), a palavra ontem era grafada hontem.
O autor pergunta numa fazenda o que o fazendeiro acha do governo. O fazendeiro reclama e o autor comenta o caso. “A maioria dos homens tem a necessidade de se apegar aos que os governam”.
Lugar com vestígios de garimpo nos rios. Montes de pedregulhos etc.
“Na mata virgem quase nunca se tem perspectivas mas a vegetação é tão majestosa e variada e seus efeitos tão pitorescos que nelas nunca me aborreci”.
Fala de andar por matas fechadas que tem sua beleza, mas não se avista longe. Já quando se abre um campo, vegetação baixa, a vista alcança longe e se vê muitas plantas floridas que são uma beleza.
continua no capítulo 3

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Cap. 1 - fichamento do livro SEGUNDA VIAGEM AO RIO, MINAS GERAIS E SÃO PAULO - Autor: SAINT HILARIE - Ano de 1822

 leitura em abril a maio de 2025

Autor: Pesquisador Botânico Saint Hilaire - 1822
Leitura em abril/maio de 2025 (Editora Biblioteca pedagógica Brasileira - 1938) 2a. edição
O livro foi editado primeiro na França e depois Affonso de E. Taunay traduziu para o português. Estou lendo uma tradução rara de 1938
Neste livro consta uma relação de livros editados com viagens do mesmo autor francês. Há edição que cita viagem a SC, ES, RS, GO, Bacia do Rio São Francisco.
Na viagem ao Rio Grande do Sul ele foi por terra e voltou em navio até o RJ que era a capital federal.
Na viagem do RJ a SP ele caminha com dois criados, dois índios montados em burros e um tropeiro para cuidar dos animais.
Caminhavam entre duas e quatro léguas por dia, cada légua em torno de 6 km.
O objetivo dele era coleta de materiais principalmente da nossa flora para estudos e também coletou material de animais.
Diário de viagem onde ele vai destacando detalhes das pessoas e das paisagens com olhar de cientista. Narrando viagem do RJ a Vila Rica (MG) e de Vila Rica a São Paulo.
O botânico trouxe para o RJ uma coleção de amostras de plantas coletadas por ele e equipe no interior. (herbário por ele coletado e catalogado)
Conta com grande desgosto que perdeu muito material coletado em jornadas longas. Perda por deterioração por temperatura e umidade elevadas, também por ataque de traças.
Coletou e preparou para conservação amostras de muitas plantas, animais incluindo entre estes, muitos pássaros e insetos. Cita uso de éter para conservação de alguns animais.
Página 18 - Ele desabafa sobre a extrema lerdeza dos operários do RJ que compunham sua equipe.
Página 20 - Sobre o clima tropical que tem mais exposição ao sol quase o ano todo e as florestas são mais exuberantes. Na Europa o clima tem temporada mais fria e é comum as florestas perderem folhas. Ele cita:
“Aqui a vegetação nunca repousa e em todos os meses do ano bosques e campos estão armados de flores”.
Destaca o grande movimento nas principais estradas de acesso à cidade do Rio de Janeiro.
...”varas de porcos, rebanhos de gado, sendo tangidos pelas estradas para serem abatidos no mercado da capital RJ seguem levantando poeira nas estradas.”
(inclusive porcos são tocados por terra, caminhando até de MG para o RJ)
Cita um lugarejo com nome de Inhuma, que é uma ave de porte grande e que na época da passagem dele pela região já eram raras. Ele ouviu do povo local que o esporão acima do bico da ave teria algum efeito na medicina popular, o que acarretou uma caça desenfreada da espécie.
No caminho o pesquisador consegue um lugar para pousar numa construção rústica com teto e sem três paredes laterais, anexa à moradia do que deu hospedagem. Eram comum isso e chamavam de “telheiro”. Ao menos tinha teto para se proteger de chuvas.
Página 26 - “A posse de um engenho de açúcar confere, entre os lavradores do RJ, como que uma espécie de nobreza”. Ser recebido por um desses donos de engenho “é algo de ambição geral”.
Ele faz breve citação sobre o modo de cultivar cana de açúcar na região. “Dá aqui três cortes, depois das quais é necessário deixar a terra descansar quatro anos seguidos...”
Alguns que tem áreas pequenas, estercam o canavial para a cana produzir por mais de três anos seguidos.
Ele e seu grupo na margem do Rio Paraiba. Constata que as tropas atravessam a nado o rio.
Falou do tipo magro dos tropeiros vindos de MG. Magros e de pés no chão.
Ele cita os almocreves (profissão que ouvi falar por um jornalista num livro chamado Lampião e Maria Bonita de Wagner Gutierrez Barreira). Estes tinham tropa e se especializavam em levar o dinheiro e encomendas dos comerciantes até a cidade onde se abasteciam e voltavam com as compras para os comerciantes colocarem no comércio local. Era risco por conter valores.
... “já no RS os homens só apreciam os exercícios físicos. Não buscam muito o conhecimento do viajante”.
Num trecho o autor fala do povoado de Valença no RJ. Cita o povo local construindo a igreja com uso de pedras. Diz que achou o lugar triste.
Segue no capítulo 2 de aproximadamente 6.
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