Cap 10/12
Em
torno de quarenta anos, armação que caçava até 500 baleias por temporada, foi
caindo e chegava perto de 50 abates por ano.
“De cada baleia se retirava de 12 a 20 barris de óleo, sendo
15 em média.”
Barcos de caça à baleia eram de seis bancos para remadores. Levavam arpões. Ao saírem para pescar o capelão abençoava
cada partida, inclusive porque a atividade era arriscada.
Matavam as baleias, arrastavam elas até a armação, retiravam
a gordura, ferviam para obter o óleo e o torresmo em geral ia para a queima na
caldeira de derreter gordura. O óleo
produzido era colocado em barris e embarcados para venda no Rio de Janeiro.
A temporada da caça anual era curta, menos de dois
meses. Após retirar a gordura da
baleia, largavam a carcaça apodrecendo junto à costa, deixando a região com
muito mal cheiro.
“As pessoas que se ocupavam da pesca eram lavradores muito
pobres quase todos. Ao invés, porém, de
guardarem para o futuro um pouco do dinheiro ganho na curta temporada da caça e
de cultivarem as suas terras nos dias de folga, eles ficavam à toa quando
terminava a pesca e passavam a vida bebendo cachaça, cantando e tocando violão
até que o dinheiro acabasse”.
O autor passou de barco perto de dois fortes na Ilha que
hoje é Florianópolis. Forte da Ponta
Grossa na Ilha e o de Santa Cruz no continente ao lado da ilha.
Capítulo XIII
A ilha de Santa Catarina – a cidade de Desterro
Quando o pesquisador visitou a ilha ela tinha em 1820,
12.000 habitantes.
Ressalva que o medo que as famílias tem do Estado requisitar
seus filhos para o Exército, faz com que muitas famílias omitam dados para o
governo.
...”pois num país onde é aceita a escravidão o número de escravos
serve de base para medir a fortuna dos indivíduos livres”.
O autor fez grande elogio à ilha onde hoje é Florianópolis
pela beleza do lugar. Na ilha, muitas
casas de dois andares, bem construídas e vidraças nas janelas.
Em 1820 os artigos de exportação pelo porto de Desterro eram
principalmente farinha de mandioca, arroz, óleo de baleia, cal, feijão, milho,
amendoim, madeira, couros, potes de barro, peixe salgado, tecidos de linho e
tecidos feitos com uma mistura de cânhamo e algodão, além de melado de cana.
O autor cita muitos sítios e chácaras perto da cidade,
sempre com plantações. Comumente a
mandioca, laranja e outras culturas sem simetria, não alinhadas.
Casas simples e bem cuidadas. Pouca mobília. Mesa e tamboretes para pessoa sentar. No chão a esteira sobre a qual se faz os
trabalhos domésticos de cócoras e são servidas as refeições também consumidas
de cócoras.
Todo sítio da região tem seu tear para confeccionar tecidos
para uso doméstico principalmente.
Pessoas de cabelos finos que demonstra pouca mistura com
sangue indígena.
“As mulheres mais ricas da cidade acompanham a moda do Rio
de Janeiro e estas, por sua vez, acompanham a moda da França”.
...”Quem passa diante de suas casas ouve-as batendo o
algodão; elas fiam e tecem mas de um modo geral empatam o que ganham unicamente
para satisfazer o seu gosto pelas roupas bonitas”.
Em Desterro (1820)...
“Os homens que pertencem à Guarda Nacional deixam crescer o bigode”.
Em SC, poucos negros escravizados e os brancos fazem
inclusive os trabalhos de cultivo da terra.
Diferente de MG onde a cor branca da pele dá uma certa nobreza às
pessoas e estas deixam as tarefas mais duras como cuidar de lavouras aos negros
escravizados.
Capítulo 11/12