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quinta-feira, 2 de abril de 2020

RESUMO - LIVRO - A ERA DO INCONCEBÍVEL - Joshua Cooper Ramo (Ex Redator da revista Time) - trecho final 03/2020


SUMMARY - BOOK - THE AGE OF THE UNTHINKABLE     -    Em Português

 .............

251 – O autor avalia que o revide dos americanos ao ataque de Onze de Setembro de 2001 não foi nada positivo.   “Os ataques diretos fracassaram repetidamente”
252 – África do Sul.  Cidade de Tugela Ferry de 250.000 habitantes.  Cidade pobre. Terra dos zulus.   Um dos mais altos índice de HIV do mundo.  Mais de 40% da população tem o vírus.
254 – Na África do Sul em 2008 morria uma pessoa de HIV por minuto.   Em outra região da África o ebola atacando.  O ebola mata 80% das pessoas infectadas.
256 – Médico que cuidava do HIV constatou em Tugela Ferry que muita gente passou a morrer por outra causa.   Pesquisou e percebeu que era por um bacilo forte da tuberculose.  Matava 98% dos infectados.
258 – A tuberculose convencional, por assim dizer, foi descrita em 1882 por Robert Kock.   Uma das doenças mais comuns do planeta.   Afeta 1/3 do mundo.
262 – Remédio da tuberculose eram ministrados em Tugela num tratamento previsto para seis meses.   Nos primeiros dois meses o uso do remédio era monitorado por agentes de saúde.   Era bem eficiente o remédio mas o paciente com a melhora, acabava depois dos dois meses que tinha que seguir por si o uso do remédio abandonava o tratamento e a doença não se curava e o agente causal acabava ficando mais resistente aos remédios.
Com o HIV foi diferente.   O pessoal da saúde pública explicava muito bem a doença, os remédios, a forma de tomar, os riscos de não tomar direitinho e tudo o mais.   Isto passava uma responsabilidade para o paciente e este também tinha que apresentar um responsável para acompanhar o rigor do uso dos remédios.   Fez toda a diferença.  O pessoal por mais humilde que fosse, tendo para si a responsabilidade efetiva do tratamento, fazia tudo direitinho, ao contrário do que os pacientes da tuberculose.
Isto para deixar claro o seguinte:    Trabalhar com as pessoas, deixar tudo explicado, buscar a cooperação entre elas e fazendo as mesmas assumirem Responsabilidade.   Eis a diferença.
263 – Aprendizado para esta e muitas outras situações.   (No Brasil a Pastoral da Criança de certa forma usou o sistema de treinar agentes voluntários da comunidade para acompanhar tratamento de crianças junto às famílias e deu muito certo)
No momento que se delega poder a outras pessoas, é deflagrada uma explosão de curiosidade, inovação e esforço.”
Isto vale para uma infinidade de situações e não só para a saúde humana.
No passado quando as batalhas eram no corpo a corpo, se tinha que espalhar poder para pequenos grupos e estes se articulavam e o resultado era melhor do que agir em tudo dependente do poder central.
Os cavaleiros mongóis eram imbatíveis dentro desse modelo.  O herói mexicano Emiliano Zapata também usava esse sistema.
264 – Sucessos colaborativos.   Destacou a Wikipédia, a Linux, etc.  Partem de baixo para cima. Partem da base.   As pessoas saem da posição de consumidores para a posição de participantes.  Faz toda a diferença.
267 – Peers   - colaboradores voluntários.
268 – Em 2006 o autor esteve conversando com o médico britânico Moll que atuou no combate ao HIV na África do Sul e que vivenciou as ações colaborativas de sucesso.
269 – O autor propõe um Sistema Imunológico de segurança Profunda com distribuição voluntária de poder.
271 – Buscar dar direitos básicos de sobrevivência a todas as pessoas do mundo.   (tange o que Masllow define em sua pirâmide da hierarquia das necessidades humanas.   Preservar a vida, se defender, se alimentar/agasalhar, etc.)
271 – O que podemos fazer para transformar as pessoas em voluntários?   Ver que podemos fazer muito, independentemente de governo.
272 – Cita o intelectual e político brasileiro Roberto Mangabeira Unger.   “O que devemos criar é uma economia do cuidado”.
273 – Cita seu Norte no caso, o sociólogo Immanuel Wallerstein.
“O que fazemos aos outros, fazemos a nós próprios”.
273 – Cita o caso do empresário brasileiro Ricardo Semler da empresa Semco.   Peças para a indústria naval.  Ele assumiu o negócio da família nos anos 80.   Anos de inflação de três dígitos ao ano no brasil.   Semler disse que dirigir uma empresa no Brasil de então era como montar num touro bravio em cima de um terremoto.
274 – Diz que no Brasil de 1990 a 1994 uma em cada quatro empresas fechou.   A produção industrial caiu ao nível de 1977.  Daí para o Brasil ficou a década chamada de década perdida.
274 -  Para não falir, Semler dividiu seus empregados em grupos de 100 e lhes deu as opções iniciais que eram:  Redução de salário ou demissões.    Os grupos debateram muito e disso surgiu um conjunto heterodoxo de medidas sugeridas pela base.   Reduzir salário + participar do lucro + reduzir o salário da diretoria + controle do fluxo de caixa da empresa com participação dos empregados, via pessoa do Sindicato por eles indicados.   (o representante dos empregados assinava os cheques junto com diretor).   Aceita a forma e assim se fez.  Deu certo.  Em dois meses a empresa voltou ao ponto de equilíbrio.   
Tinha havido na empresa uma explosão de emergia, entusiasmo e flexibilidade.   Os empregados da empresa quadruplicaram a produtividade.
Muitos foram depois, nas expansões, por iniciativa comum, estimulados a montar empresas para fornecer peças e serviços para a Semler com sucesso.
280 – Duro mudar algo, principalmente no Estado, mas temos que iniciar um processo de experimentação institucional.
Sugere além do CSN Conselho de Segurança Nacional, ter um grupo para elaborar a crítica do que se vê e discute no CSN.   Seria essa crítica o CSP Conselho de Segurança Profunda.   Buscar prevenir mais e errar menos.
281 – O que há de velho é o instituto de acumular poder e controlar rigidamente as políticas.  E na hierarquia rígida, o subalterno acaba cumprindo até ordem que acha absurda...
Temos que incentivar dentro e fora do governo, centenas de empreendedores de política externa.  Pessoas que abordem problemas complexos a partir de enfoques NOVOS, radicais e inventivos.
Faz 40 anos que o setor de segurança dos USA passou por uma reengenharia séria.   Está obsoleto.
282 – Erro da Sony nos tempos do videocassete.  Entrou com fitas betamax que era diferente do padrão VHS das demais.  A betamax tinha som e imagem melhor, só que cada cartucho cabia só uma hora de gravação e geralmente filmes tem mais de uma hora.   Resultado.   Os concorrentes que foram para o VHS ganharam essa parada bilionária.
283 – O autor encerra o penúltimo capítulo com citação do brasileiro Mangabeira Unger.    “A tarefa da imaginação consiste em realizar o trabalho da crise sem a crise”.   (se antecipar a ela)  (isto em 2010...)
Hoje o mundo está correndo atrás do prejuízo com o covid 19
O autor diz que estamos diante dessa opção atualmente: imaginação ou crise?   Você escolha.
286 – Ver a tela “Herois Espirituais da Alemanha” do artista plástico Anselm Kiefer  (quadro enorme)     Ele pintou aos 28 anos em 18 meses, de 1972 a 1973.    Representa o interior sombrio de uma Igreja Luterana de madeira e chamas com simbologia dos heróis do nazismo...     A reflexão seria que o quadro chama para o “estamos dentro da história e não podemos ficar passivos”.    (vi o quadro na web)
290 – Como fazer história.   Viver de uma maneira resiliente  
Poupando mais, comendo melhor, dirigindo com cuidado, prestando serviços voluntários aproximando-nos mais dos vizinhos, educando nossos filhos para serem globais e competitivos e fazendo novos amigos.     
... Alguns desafios  - investir anos para compreender culturas diferentes da nossa (ele fez trabalhos voluntários por um ano na África).
Frase do físico Niels Bohr já perto do fim da vida.    “todo ser humano valoroso deve ser um radical e um rebelde, pois o que deve visar é tornar as coisas melhores do que são”.
Frase do autor:  O que mudará o planeta é a rebelião.
Desfecho.   Pergunta ao leitor:  O que esta era exige de mim?
                                      The End.        28-03-2020
     Zap 41  999172552    -   orlando_lisboa@terra.com.br
       (todo feedback será bem vindo!!!)

segunda-feira, 30 de março de 2020

SÍNTESE - GRIPE ESPANHOLA DE 1918 - CURITIBA - BRASIL


FICHAMENTO DO LIVRO – O MEZ DA GRIPPE   
         Autor:   Venâncio Xavier – editora Cia das Letras – SP – 1998
         Fichamento de leitura pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida.      www.resenhaorlando.blogspot.com.br 
         Faço um curso de Patrimônio Histórico do Paraná, no qual se insere inclusive a arte em geral e a literatura em particular.   Foco nos paranaenses natos ou não.
         Numa das aulas no centro histórico de Curitiba no Solar do Rosário, o tema abordou a vida e obra de Venâncio Xavier que tem um trabalho um tanto heterodoxo em TV e mesmo na literatura.   Este livro é mesclado de uma colcha de retalhos de recortes de jornais da época da gripe (1918) , poesias curtas, mórbidas e eróticas anônimas e tudo o mais numa apresentação meio caótica, fora da casinha.     Li um exemplar da Biblioteca Pública do Paraná da qual sou sócio.  Parece que o livro é raro em sebos.
         Esclarecendo que ele coloca foco na gripe espanhola que assolou o mundo e teria matado ao redor de 50 milhões de pessoas e que no Brasil fez um estrago enorme em 1918.   O vírus era uma variação do H1N1 que agora nos assusta e nos dá um toque de recolher.      Só lembrando que o nome da gripe, ironicamente teria vindo da geopolítica, ou seja.   As potências do norte estavam na primeira Guerra mundial e a doença teria chegado lá pelos soldados americanos e se espalhou pelos hospitais de campanha, trincheiras e nas populações.   A Espanha ficou neutra nessa guerra e por ser uma monarquia parlamentarista democrática, divulgava o que lá ocorria pela imprensa enquanto os países em guerra omitiam as notícias inclusive para não desanimar as tropas em combate.     Assim sendo, a gripe de 1918 foi injustamente batizada como gripe espanhola.
         Então vamos voltar aos relatos do Venâncio Xavier sobre a gripe espanhola aqui em Curitiba em 1918.    Ele usou inclusive notícias de jornal da época para coletar dados e relatos.  
         Página 23 – Em 1918 já havia a creolina Pearson como uma opção de desinfetante de ambientes.    Tinha um cheiro forte característico.
         P.24 -  Alemães em guerra capitulando em 1918.
         26 – Curitiba com população perto dos 80.000 habitantes em 1918.
         26 – Além da gripe que matava, também a febre tifoide ainda fazia vítimas fatais por aqui.
         27 – No Rio de Janeiro a gripe espanhola ganhou o apelido de puxa puxa mas o autor não explicou o motivo do apelido.   Se puxava a pessoa para a cova...
         28 – Fim de Primeira Guerra Mundial na Europa e alguns alemães aqui moradores desafiavam as pessoas.    Cantavam, alguns, o hino deles por aqui em plena guerra.   Um dia um grupo foi preso por isso.   Na ocasião eles estavam acompanhados das esposas.   No momento a polícia ficou no imbróglio de como as mulheres deles voltariam para casa.   Ofereceu policiais para acompanha-las.    Elas recusaram a oferta e preferiram ir pra casa sozinhas.     A fonte : o Jornal do Commercio do Paraná.
         28 – Além de mortes por febre tifoide e da gripe espanhola, aqui em Curitiba de 1918 havia morte por tuberculose, lepra.
         29 – Recado do cotidiano de então no jornal da cidade:  Precisa-se de uma mulher para viver com bom homem solteiro.    Rua Saldanha Marinho, 168  (das 5 as 6 h da tarde)
         29 – O autor coletou depoimentos da Dona Lucia (em 1976) que viveu o tempo da gripe espanhola.   Ela narra o que vivenciou.
         32 – Fala da notícia de jornal anunciando a inauguração em 1918 de Majestoso prédio do Hospício em Curitiba.
         33 – A polícia censurou os jornais daqui sobre a gripe e os mortos.
         Depoimento da Dona Lucia:    No começo, caixões e mortalhas.  Depois, levavam com os caixões, enterravam só o corpo e traziam o caixão para outro enterro.
         34 – Na Rua XV – rua das Flores, havia a redação do Jornal do Commercio do Paraná.   Tempo da Guerra e alguns dos alemães daqui afrontando as pessoas.   O jornal cita inclusive o alemão e o livro também.  O alemão Rodolfo André Damm veio até a parta de entrada do jornal na rua XV e fez cocô na porta em protesto.
         35 – 1918 – o presidente do Brasil era Wenceslau Braz.
         43 – Fala dos “elétricos” que seriam os bondes que circulavam em Curitiba.   Pertenciam à South Brazilian Railway.    Os bondes ficaram um tempo sem circular à noite pela cidade por causa da gripe.
         44 – Aqui em Curitiba em 1918 havia jornal clandestino editado em alemão.  Tinham contato por telegrama com grupos da Argentina.    Cita  fonte o Jornal do Commercio de 06-11-1918.
         44 -   No jornal.   Alguém se referindo à gripe espanhola.    ...Mas a senhora espanhola parece que não tem vontade de deixar ninguém em paz.
         45 – O armistício da Primeira Guerra Mundial foi dia 07-11-1918.
         46 – Diz que além da gripe, repressão às notícias pelas autoridades e assim aumentam os boatos.    Os boatos matam mais que a gripe.
         46 – O prefeito de Curitiba em 1918 era o João Antonio Xavier.
         49 – Doutor Nilo Cairo fala dos sintomas da gripe espanhola.
         49 – Reclamações no jornal.   “A cada enterro toca o sino na igreja do Rosário (no Centro Histórico).   Com o cemitério logo acima, o sino tocando seguidamente e irritante...  espalhando a apreensão, a mágoa e a tristeza.”
         55 – Os versinhos obscenos entremeados no livro, destacados do jornal da época da gripe.  Autor anônimo.    Li e são mais fortes que os contos do Dalton Trevisan  ( o do Vampiro de Curitiba).
         64 – Poesias no jornal, apesar da gripe.
         65 – Os bondes, parados no tempo da gripe, voltam a circular em 30-11-1918, num sábado.
         67 – Balanço dos óbitos oficialmente documentados (1918)
         Novembro     295 óbitos
         Dezembro -      89 óbitos
         Total de 384 óbitos em Curitiba com população de 73.000 habitantes.
         Total de doentes em Curitiba pela gripe:    45.249 pessoas.   Mais da metade de toda a população como se pode observar.
         O boletim é assinado pelo médico Dr Trajano Reis, responsável pelo Serviço Sanitário da cidade.
         72 – O episódio do louco no hospício que pegou a muleta de outro paciente e saiu acertando a cabeça dos que encontrava pela frente.   Formou um aranzel no hospício.     (meu pai, paulista do interior, usava o termo “aranzé”).  Um bafafá...
         Fala em certo ponto do uso do pó de arroz pelas mulheres.    Cita em outro trecho o cineasta auto didata que andou fazendo quase sem recursos, alguns filmes aqui em Curitiba.   Ele era conhecido por Maciste.   Chegou a fazer filmes eróticos por aqui.  
         Li este livro em julho de 2019 e tudo parecia tão surreal e agora estamos vivendo em março de 2020 o sufoco do covid 19 que é uma variação do vírus da gripe espanhola.     Naquele tempo, o atrapalho pelos boatos e hoje em dia os nefastos fake News que desinformam e colocam pânico nas pessoas de forma negativa.   O povo precisa de informação e muitos cuidados.     Todos nós esperando por dias melhores.                                             Março de 2020.




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

FICHAMENTO DO LIVRO LAMPIÃO & MARIA BONITA - escrito por um Jornalista mediante pesquisa


FICHAMENTO DO LIVRO – LAMPIÃO E MARIA BONITA
Autor: jornalista Wagner G.Barreira – Editora Planeta – 2018 – 224 p.
Livro lido em março de 2019 e fichamento pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida - WhatsApp (41) 99917.2552
Destaco que faz pouco tempo que estive visitando a cidade de Piranhas AL à margem do Rio São Francisco e na ocasião fomos até o local exato, do outro lado do rio, já em Sergipe, onde Lampião foi fuzilado junto com seu bando.
Já do livro – a lenda do sal. Segundo a qual um dia um do bando do Lampião reclamou da falta de sal na comida e Lampião teria mandado comprar sal e fez o cabra comer sal puro.
Página 14 – Cita o Anarquista Buenaventura Durruti e suas lutas. Inclusive dos catalães contra a Ditadura de Franco na Espanha. Buenaventura morreu em 1936 em luta, sendo contemporâneo de Lampião.
14 – Franco toma o poder na Espanha e instala uma ditadura iniciada em 1948, que perdura por quatro décadas.
14 – A primeira biografia de Lampião é publicada quando ele ainda estava nas batalhas. Tanto que ele chegou a ler a biografia e destacou as incorreções na visão dele.
14 – Estima-se em mais de 1.500 publicações sobre Lampião e o cangaço entre livros, artigos, filmes, etc. aqui e no exterior.
15 – A história de Lampião é ficção coletiva. Quem a constrói tem necessidades, convicções e ambições...
16 – A casa onde moraram os pais de Maria Bonita virou museu a partir de 2006. Fica no interior da Bahia.
16 – Documentos oficiais douram a pílula das ações da polícia no caso...
16 – “Com voz pausada, grave e baixa, deixa vazar o que interessa”. Sobre a forma de expressão de Lampião.
17 – Historiadora francesa. Coloca três certezas sobre Lampião. Pele escura, cicatrizes de batalha e um olho ruim. (usava óculos)
17 - ...”conheceu e negociou com o Padre Cícero. Tornou-se por ordem do religioso, Capitão do Batalhão Patriótico financiado com verbas do Estado brasileiro. (tentativa de se antepor à Coluna Prestes na região)
18 – Opinião de Rubem Braga (escritor capixaba): “Não creio que o povo o ame só porque ele é mau e bravo. O povo não ama à toa. O que ele fez corresponde a algum instinto do povo. Há algum pensamento certo atrás dos óculos de Lampião: suas alpercatas rudes pisam algum terreno sagrado”
21 – O pai de Lampião era almocreve e agricultor. Almocreve era uma atividade de alta confiança onde uma pessoa tinha uma tropa de animais e uma equipe preparada para longas caminhadas com riscos levando dinheiro vivo de comerciantes para compras no atacado para os referidos comerciantes.
21 – Expedita é o nome da filha de Lampião e Maria Bonita.
28 – As onze cabeças cortadas, duas delas de mulheres, Maria Bonita e Enedina, junto com as de nove do bando, incluindo Lampião. Foram colocadas como troféu nas escadas da prefeitura de Piranhas AL. (eu, leitor, estive no prédio da prefeitura que ainda é no mesmo local).
Cortar cabeça vem de longe e é uma das formas de impor grande humilhação ao inimigo abatido. E mais fácil de transportar para provar o feito.
28 – Cabeças expostas na escada da prefeitura dia 28-07-1938.
29 – Telegrama do tenente João Bezerra que comandou a chacina na madrugada, avisando da liquidação do bando.
Determinado pelo governo que as cabeças fossem enviadas para Maceió, distante 266 km de Piranhas. Na época o cortejo demorou quatro dias. Em cada cidadezinha que passavam, expunham as cabeças numa frente de igreja ou prédio público.
30 - Havia na época vários outros bandos em ação em toda a região até pela fraca presença do Estado no interior. As “volantes”, policiais itinerantes criadas para reprimir a violência rural.
31 – No caso da chacina de Lampião e seu bando houve um dedo duro. O local chamado Angico, onde houve a chacina, era na fazenda do sergipano Coronel Antonio Caixeiro, este que emprestou metralhadora para a volante policial.
32 – Coiteiro – quem dava abrigo aos cangaceiros. Positivo, nome dado a informante dos cangaceiros.
Corisco, o que escapou na chacina e era do bando, chamava a grota de Angico, onde houve a chacina de cova de defunto. Se fossem atacados, não tinham por onde fugir. (é a encosta que desce para o Rio São Francisco coberta de caatinga com muitos espinhos e um pequeno rio que não é perene. Seca em muitos períodos e do lado desse leito pedregoso, uma caverna rasa na qual estavam os cangaceiros acampados). Eu, leitor, estive no local.
33 – Sila, bem jovem, viu “luz de pilha” (farolete) longe e alertou mas acharam que era vagalume. Sila se safou.
A volante toda sediada temporariamente em Piranhas-AL para a perseguição. Eram 45 soldados armados.
34 – Os soldados, sabendo do local do esconderijo, se dividiram em quatro grupos, cada um com uma metralhadora Hotchkiss com apelido de “costureira”. Madrugada, chuviscando, nem os cachorros latiram. As tendas facilitaram a mira dos policiais. Eram14 tendas. Os sobreviventes falaram que ao todo o bando então estava em 36 pessoas no local.
37 – A polícia justificou a degola dos 11. Argumentou que havia soldados feridos e não dava para levar os corpos todos dos abatidos. E as cabeças, para comprovar que o bando não mais existia.
38 – No mesmo dia a notícia chegou ao RJ e ao jornal e no outro dia ao New York Times. (em 1938)
39 - As cabeças ficaram em vidros com formol até 1969 no Instituto Nina Rodrigues.
A neta de Lampião levou o crâneo dele e sepultou num túmulo da família em Aracaju-SE.
40 – Corisco ( vulgo Diabo Loiro), que não estava no acampamento, vingou as mortes e decapitou uma família. Em 1940 foi morto.
44 – A origem do nome Virgulino Ferreira da Silva. Do livro lunário de 1594 editado em espanhol. Fala da constelação da Virgem e disso veio o nome Virgulino. Nascido em 07-06-1897 em Serra Talhada PE.
45 – O pai, agricultor e pecuarista, que também atuava como almocreve, criava cabras, jumentos e gado e fazia pequenas roças.
46 – Na pré adolescência e mesmo na infância de Lampião a criançada brincava de lutas entre cangaceiros e as volantes (policiais). Só que não era a visão de bandidos e mocinhos, do mal e do bem. O cangaceiro era visto como quem resolve entreveros de conflitos entre famílias, etc. Eram respeitados na comunidade.
Muitos cangaceiros atuavam na comunidade como justiceiros, substituindo a justiça e a polícia que eram ausentes nos lugares remotos.
... muito comumente atuando como justiceiros a serviço dos grandes proprietários e chefes políticos da região.
46 – 1910 – naquele tempo todo mundo tomava partido dos cangaceiros. Pentes de bala cruzados no peito, armas, chapéu de couro. O sertão era uma sociedade armada.
O herói da infância de Lampião era Antonio Silvino, que foi para o cangaço e vingou a morte do pai. Era tido como o Rifle de Ouro. Se hoje em dia a criançada tem ídolos no futebol, lá pelo Sertão do Pajeú (rio Pajeú), os ídolos eram cangaceiros armados.
Silvino foi preso em 1914 e deixou de ser herói por isso.
47 – Havia a presença apenas eventual de professores no meio onde havia esse povo sertanejo. Lampião mesmo estudou três meses. Aprendeu para “ler uma carta e respostar outra”...
47 – Lampião aprendeu a lidar com couro, como fazer arreios, etc. Tocava sanfona de oito baixos e dançava bem.
A principal fonte de renda da família dele era a almocrevaria (ir fazer compras longe, na cidade, para os comerciantes locais).
Essa profissão de almocreve vem de Portugal antigo. Almocreves atuavam em longas distâncias pela BA, AL, PE e CE.
Aos 12 anos Lampião já tinha o conhecimento básico da lida com animais e o pai o achou apto a seguir numa das viagens para a cidade onde se abasteciam.
48 – Uma rota lucrativa era ter acesso à cidade de Pesqueira, até onde chegava a ferrovia inglesa que partia de Recife. (ferrovia de 200 km)
Pesqueira PE era um centro regional por ter acesso à ferrovia. Tinha fábrica de doces, curtumes (com mal cheiro danado) e cinemas que exibiam filmes mudos. Tinha também um teatro e uma orquestra. Era então a Atenas pernambucana.
A região demandava então encomendas como bolachas, cachaça, “massa do reino” (farinha de trigo), açúcar, arroz, tecidos. Imaginar um garoto da zona rural aos 12 anos ver tudo isso numa primeira viagem.
Ficou encantado por tudo que viu.
Nas sucessivas viagens como almocreve, Lampião foi conquistando contatos com comerciantes, etc. Conhecia muito bem a geografia da região e sabia caminhos e locais onde havia água, elemento escasso na região da catinga. E, claro, lugares seguros para pernoitar.
49 – A grande seca de 1915 no NE. (inclusive retratada no romance O 15 de Rachel de Queiroz). Uns 100.000 morreram e uns 250.000 migraram do Nordeste fugindo da seca.
............... continua na postagem seguinte.

FICHAMENTO - PARTE FINAL - LIVRO LAMPIÃO E MARIA BONITA - ESCRITO POR JORNALISTA MEDIANTE PESQUISA

PARTE FINAL - FICHAMENTO DO LIVRO LAMPIÃO & MARIA BONITA
51 – A família de Lampião foram 400 km de ida e volta a Juazeiro do Padre Cícero. Ao voltar, sentiram falta de algumas cabras marcadas. Acharam o couro delas enterrados no quintal da fazenda dos vizinhos, até então, amigos.
Naquele tempo não havia cercas por lá nas divisas das fazendas. Era a marca dos animais que indicava o dono. E os chocalhos (sinos no pescoço) dos animais. Era comum, se os animais invadiam a propriedade dos outros, o atingido cortava o rabo das cabras e amassava os chocalhos.
51 – Acusação do vizinho de que Virgulino havia roubado um chocalho deu treta. Tempos depois, em outra ocasião, Antonio que era o irmão mais velho de Virgulino falou que iria levar um cavalo para cobrir a mãe e a sogra do vizinho. Ofensa da maior. “No sertão, quem não se vinga está moralmente morto”.
Na primeira refrega a tiros com os vizinhos, Virgulino tinha 18 anos.
61 – Humilhante. Tomar surra com cipó de boi (feito com o pênis de boi)
63 – A mãe de Virgulino morre aos 47 anos por mal do coração. O pai dele foi assassinado numa vingança. Os irmãos, três deles, agora sem nada, resolvem vingar, matar até serem mortos.
63 –Saturnino, o primeiro inimigo (vizinho) morreu por morte natural aos 87 anos em 1981.
64 – O Lucena, da volante (policial), acusado de matar o pai de Virgulino foi perseguido por tempos, mas teve oportunidade de estar entre os que mataram Lampião. Subiu na carreira militar e depois na política. Foi prefeito de Maceió e deputado estadual. Morreu em 1955.
No sertão era mistura de índios com branco e não dava mulato. Já no litoral era branco com preto e havia os bem escurinhos. Daí surgiu entre os cangaceiros de chamarem os das volantes (policiais) de macacos.
Lampião era racista mas em muitas ocasiões teve negros entre os do bando.
73 – O apelido de Lampião teria vindo pela luz do disparo de arma de fogo continuamente em conflitos.
No auge do bando dele era o auge do cangaço como um todo. Na caatinga entre 1919 e 1927, havia mais de cinquenta bandos de cangaceiros em ação.
73 – Voz espaçada e calma. Gostava mais de ouvir do que falar. Mas sempre a decisão final era dele.
A baronesa idosa, mãe de políticos influentes e o casarão em Água Branca. Para descontar as afrontas da família dele nessa cidade e para levantar dinheiro para o bando, Lampião invadiu o casarão e saqueou joias, etc.
76 – Algumas táticas para não serem perseguidos. Varredores com galhos apagando rastros. Andar sobre pedras e andar com as sandálias (alpercatas) com a sola invertida. (tipo curupira).
77 – Dançar era só entre os marmanjos, fazendo de par na dança, a própria espingarda. E daí surge o xaxado, pelo barulho das sandálias no chão.
Quelé, que foi do bando de Lampião foi desligado do grupo e com o tempo passou a ferrenho ativista da volante à caça dos cangaceiros. Participou de 21 refregas contra o bando de Lampião.
81 – Lampião levou tiro no calcanhar, o que fez um bom estrago. Quase foi pego.
82 – Ele foi seleiro, que trabalha com couro, fazendo arreios, etc.
Nessa profissão, Lampião lançou o hábito de colocar enfeites e detalhes em couro na roupa e chapéu dos cangaceiros. Enfeites e moedas aplicados na roupa e chapéu.
85 – Cego de um olho e o acidente que causou isso. No tiroteio com a volante, um tiro acertou num cacto perto de lampião e um espinho voou e furou o olho dele. Apesar do autor deste livro dizer que há controvérsia sobre esse olho defeituoso. Consta que ele há tinha problema nesse olho desde pequeno.
O olho bom dele era o esquerdo e ele era canhoteiro. Dizia que com um olho só era até mais fácil fazer mira.
86 – Teve óculos com lentes presenteadas pela fabricante alemã Zeiss. (até pelo prestígio que ele tinha numa grande região).     Outro detalhe interessante.   Ele era tão famoso na região que chegou a fazer comerciais de Cafeaspirina para a alemã Bayer.
87 – No estado do CE ele andou por uns tempos mas até por respeitar o Padre Cícero, não fazia confrontos naquele estado.
92 – Várias vezes noticiaram a morte de Lampião. Já havia fake News naquela época.
A Coluna Prestes com 2.000 homens com treinamento militar andou pela região na época de Lampião.
95 – Padre Cícero já aos 82 anos, ainda super influente. Decidiu dar patente de Capitão do Exército ao Lampião para este ajudar a combater a Coluna Prestes se fosse o caso. O padre, para não aparecer numa aliança do bandido com o exército, procurou alguém do Poder Público federal para dar a patente a Lampião. O mais graduado funcionário público federal local era o Engenheiro Agrônomo Pedro Albuquerque Uchoa, do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. E assim fez.
Numa reunião o agrônomo foi requisitado pelo padre que ditou os termos e o funcionário público ia redigindo. Ao final o padre determinou ao funcionário: Assine! Não houve como escapar, tal era a autoridade de fato do padre Cícero. Com o documento assinado, Lampião passa a assinar Capitão. E recebe fardamento e armas modernas (fuzil mauser alemão) para si e seus jagunços. Tudo isso em Juazeiro do Norte CE, terra do padre Cícero.
98 – O médico do Crato CE, Dr Octacilio Macedo, o entrevistou. Capitão Virgulino então com anéis de brilhantes e pedrarias. Seis anéis. Na entrevista citou que matou três oficiais e mais de duzentos combatentes.
99 – Disse que respeita as famílias e quando descobre que um do bando não respeita, ele castiga. Pagava espiões inclusive. Declarou que seu bando variava de 15 a 50 homens.
101 – O padre Cícero foi candidato a deputado federal.
102 – Fase mais violenta de Lampião e ele e o bando usavam medalhas com a imagem do Padre Cícero, a única pessoa a quem ele respeitava.
104- O grande plano feito detalhado de enfrentar e derrotar todas as volantes numa batalha só, feito por Virgulino.
Chegou a sequestrar um representante da Standard Oil e outro da Souza Cruz e pediu um resgate em valor que dava para passar um ano na Europa. 20 contos de reis.
107 – A batalha envolveu 297 militares contra 72 cangaceiros.
108 – Lampião liberou o refém e fez carta ao Governador do PE a ser entregue pelo refém. Que o governo reconhecesse a autoridade de Lampião como governador do interior e o governador do Estado ficaria com parte mais para os lados do litoral. E assim haveria paz.
111 – Depois da morte do irmão Antonio pelo disparo acidental da arma de um conhecido, Lampião passou a deixar o cabelo e unhas compridas. Muitos do bando seguiram isso. Ao atacarem, o aspecto dos cangaceiros era mais assombroso.
112 – O plano de atacar Mossoró-RN. Ouvia dizer que no Banco do Brasil local haveria 900 contos de reis. Mossoró, cidade rica pelo algodão e pelas salinas. Distante 280 km de Natal com ligação por estrada de ferro. Tinha a cidade então 20.000 habitantes. Cidade com teatros, roupas vindas da Europa, mais de cem residências com piano. Houve a tentativa mas a reação foi muito forte e o bando debandou.
Na narrativa do livro fica um pouco fora da ordem cronológica a sequência de fatos e o autor coloca a morte de Lampião numa fase intermediária da obra. Destaco que no final do livro há uma extensa bibliografia citada pelo autor. Publicado no Face aos 14-02-20

domingo, 16 de fevereiro de 2020

FICHAMENTO DO LIVRO BOY ERASED - Autor: Garrard Conley (Auto biografia)


FICHAMENTO DO LIVRO – BOY ERASED – Uma Verdade Anulada
Autor do livro: Garrard Conley    (auto biografia) –Editora Intrínseca – RJ ano de 2019 a edição brasileira  - 320 páginas  (li em fevereiro de 2019)
         Fichamento pelo leitor Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida
                                                   orlando_lisboa@terra.com.br
         Dedica o livro:    “Aos meus pais”  
         No prólogo do livro, apresenta uma cronologia da entidade AEA Amor em Ação    (que promete cura aos homossexuais)
         1973 – A Psicologia dos USA, a Associação Americana de Psicologia tira o homossexualismo da lista de doenças mentais.
         O pessoal contra, através de igrejas fundamentalistas cristãs, cria a AEA prometendo curar os “vícios sexuais”.
         1977 – Um integrante da AEA há quatro anos, Jack MC – Jack McIntire se suicida.  Bilhete de despedida:
         “Prostraram-me diante de Deus continuamente, pedir perdão e fazer promessas que não vou conseguir manter é mais do que posso suportar”.
         A AEA e a Exodus International se espalham pelo mundo.  Holanda, Portugal, Austrália, Brasil.    John Evan – co fundador da AEA.
         O mesmo John Evan, em 1993 desnuda a AEA no The Wall Street Journal:     “Eles estão destruindo a vida das pessoas.   Se não fizer o que eles querem, você não é de Deus, vai para o inferno.  Eles estão vivendo num mundo de fantasia.”
         No ano de 2000 há em Quito (Equador) uma conferência da AEA.  Ela já está expandida para a China, Índia, Indonesia, Malásia, México, Scri Lanka e Taiwan.
         2003 – A AEA começa com o Programa Refúgio.
         2004 – O autor deste livro, jovem (19 anos), passa pelo tratamento.
         Página 13 – O manual a ser seguido pelos internos em tratamento contém 274 páginas.   Os Doze Passos para Ação.
         14 – O manual fala do que é desvio sexual no conceito da entidade.
         15 – Conselho ao novato e ao grupo.   “manter a cabeça aberta”.
         O protagonista disse que estava ali por escolha própria.  Sentia vergonha desde que os pais descobriram que ele era gay.     No internato do tratamento, o mestre era um ex- gay.
         16 – “Os gays estão usando o pecado para preencher o vazio da falta de Deus”.
         17 – O jovem vem de uma família Cristã Batista, que nos USA tem mais de 100 diferentes ramificações.
         Norma:   Ao entrar aqui, deixe tudo para trás.  Aqui só a Bíblia e o manual...
         18 – Literaturas escolhidas pela direção da casa, além de textos com depoimentos de ex gays vitoriosos.
         18 – Ora para si algo que vira um mantra:   Senhor, torne-me puro.
         19 – A mãe o levou de carro para internação.  Programa de duas semanas das 9 h até as 17 horas.   Após as sessões, pousava com a mãe num hotel próximo.  Noites com tarefas a cumprir (e confinado).
         24 – Na matrícula – entrega do celular à Casa.   O da recepção avisa, por “regra” que vai ver todas as fotos e mensagens do celular.
         25 - ... sobre foto com namorado... medo de revelar a vergonhosa vontade de ter um namorado.
         O diário dele.   Teve que entregar na recepção também.   O rapaz da recepção arrancou as páginas... no grupo.
         30 – No grupo a maioria vinha do Sul dos USA, do chamado cinturão da Bíblia.    Pais e o ultimato...   mude isso senão...   corte de mesada, etc.
         30 – A maioria dos internos era para um programa de três meses ou mais.
         32 – Primeiro passo:  admitir o erro e querer mudar.
         32 – Saiu num jornal.   No início, o guru local colocou para um interno:   É melhor se matar do que...   (e o rapaz se matou).   Houve outros suicídios de pessoas em tratamento.
         33 – Medos que evitam o suicídio:  medo da vergonha e medo do inferno.
         33 – Ele, ajoelhado em sua igreja, nos últimos 18 anos, isto três vezes por semana.    Pedindo para não ser homossexual.
         38 – Tarefa aos novos internos – escrever a sua genealogia e dados da família para captar indícios de motivos para o ativismo do internado.
         38 – Nos dias do tratamento dele, o pai dele foi Ordenado como Pastor da Igreja Batista que a família frequentava desde sempre.
         39 – Os desafios da Igreja Batista de então:  Divórcio, coabitação, homossexualismo.
         47 – Medo do Armagedon, do Arrebatamento.  ( e julgamento)
         O pai dele via na internet indícios que que estava chegando o momento do Arrebatamento e a pressão aumentava.     
         Entre os fieis, esperava-se que se elegesses presidentes republicanos...
         O pai do jovem era vendedor de carros e os outros funcionários também, todos evangélicos.   Ler a Bíblia no trabalho.    Um dia pedem ao jovem protagonista deste livro que lesse a Bíblia.  Ele não consegue.
         Para si:  não consegue se ajustar a vender carros, a falar de religião, de curtir a namorada.   Se esquiva de tudo e espera um dia superar tudo e deixar esses segredos no passado trancado.
         63 – Puberdade, o fascínio pelos  personagens do vídeo game.  O masculino o distraia.   Ficava grudado no jogo.
         Antes dos 16 anos, ele a fazer xixi no pé da cama com desenhos tipo infinito, etc.   Tudo para chamar a atenção da mãe.
         Ele e a namorada, cada um passou numa faculdade diferente e teriam que encarar o curso e a separação.  As dúvidas:   Parar de namorar? Continuar? Casar?
         67 – Uma das regras da Igreja Batista dele.  Castidade.
         71 – Recado do colega da revenda de carros onde o pai dele trabalhava e ele ajudava.   – Estamos no fim dos tempos.   Fique esperto!  (ameaça como sendo de Deus)
         77 – O irmão novo da namorada também era gay.   E disse que os outros namorados da irmã agiam de outra forma com ela.  (transavam)
         79 – Ele vai para a faculdade de Artes.
         86 – A mãe de Cloe (namorada dele) pegou o filho gay tentando uma relação sexual com outro amigo.   A casa caiu e ela chamou o pastor, o pai do nosso protagonista.
         81 -  Ele colocou o equipamento de game na banheira e soltou água.  Chamou os pais para verem.    “Cansei do jogo”.   (fica insinuado que contou aos pais sobre sua homossexualidade.
         83 – A AEA em Memphis – USA.
         84 – Notícias de violações da lei americana na prisão de Guantanamo (em Cuba) pelos americanos.
         Na internação.    Tarefa – cada um analisar sua trajetória pecaminosa até chegar à homossexualidade.
         85 – Literatura que leu teria ajudado nesse caminho.   O Retrato de Dorian Gray, dentre outras.    (contou inclusive fantasias...)
         85 – Lia bastante e ficava com medo que a leitura iria leva-lo a ser um herege.
         Na faculdade, liberou a leitura.   Inclusive Laranja Mecânica (que também há em filme).   Ao ler, sentia sensações que atribuía à ação do demônio.
         No tempo de tratamento.   No hotel, vontade de ligar o game como fuga, mas o regulamento da AEA não permitia.
         Inventário Moral.  Se refletir nos pecados para superá-los.
         Resgatar o pecado, dizer ao grupo, se arrepender e pedir perdão a Deus.
         90 – Na igreja dele o pastor achava que todo problema  se resolvia com fé e oração.   Nada de terapia.
         95 – Boy achou que o colega de AEA pelo jeito teria sido educado em casa  (sem vida social ativa)
         95 – Estudar em casa, sem uso da escola.  Comum no cinturão da Bíblia.  (na atualidade há quem busque incentivar essa prática)
         97 – Ele diante do genoprograma da AEA (os vícios de cada parente) se sentiu mais confortável para encarar cada um deles.   Afinal, eles cheios de pecados, quem seriam para julgar os seus?    (pergunta do protagonista)
         98 – Após relacionamento frustrado, mais culpa e dor. Acreditar em mentiras: que ele não valia nada, que não tinha esperança de futuro.   Ele cita algo dos evangélicos Menonitas.
         104 – Auto punição.   Comer só 500 calorias por dia e correr duas horas por dia.   Perdeu 22 kg.    Quando falhou com a namorada.
         108 – No passado o pai do Boy (protagonista) lidou com  beneficiamento de algodão.
         109 – O Criacionismo e o medo da Evolução das espécies  (a ciência).
         113 – Fez sexo oral no colega dele de faculdade.
         114 – o Boy lendo Memórias do SubSolo de Dostoievski.
...................................................     

– segunda parte (final) - vide no artigo da sequência....












        
        


Parte Final do Fichamento do livro Boy Erased - Autor : Garrard Conley - 2019

Continuação.....   Fichamento do Livro Boy Erased

         Página 117 -  Boy fala de um estupro que sofreu do Davi, mas que o colega não era mais forte do que ele.   E que secretamente até torceu por isso.
         125 -  Pastores culpam o homossexualismo pelo terrorismo.
         129 – Fazendo amor do jeito deles.  Com David
         132/133 – O David liga para a mãe do Boy e conta que ele é gay.   A mãe do Boy vem busca-lo e pergunta.  Ele confirma.  Ela encaminha ele para falar com o pai.   O pai disse que se ele continuar assim, não terá mais faculdade paga e nem a casa da família para morar.
         136 -  Com um ano de faculdade, ele tinha se  transformado (e o pai imaginava isso) num herege, num cético.
         140 – Na AEA o guru – indica que ele tem necessidade de praticar esporte para não ficar efeminado.
         145 – Homossexual e uma super novidade.    Constava no Manual: “Quando sua manipulação fracassa, eles ficam profundamente deprimidos e a auto estima deles despenca”
         152 – Ele tinha fantasias sexuais desde o sétimo ano da escola.
         152 – Seu pai pregando e expandindo o rebanho.  Pregando até na prisão, aos detentos.
         154 – Pais falando com ele após caso na faculdade.  Não ir à escola.  Estar em casa, distante duas horas da faculdade.
         155 – O pai:    - Você nunca mais vai pisar nesta casa se agir de acordo com o que sente.
         156 – Por várias vezes pensou em suicídio com a ponta da tesoura.   O pai pregando na prisão e conseguia recuperar tanta gente e o filho ali no sofrimento.
         A filha do pastor da igreja do pai dele era drogada e cheia de problemas.   A filha pródiga.
         164 – Imitação da vida – nome de filme de introdução para brancos sobre o que é ser negro.
         189 – A AEA era a mais forte dos USA para “formar a pessoa hetero”.
         193 – Frase de Foucault sobre regra e poder . citada...
         197 – Cita também ter lido O Retrato de Dorian Gray.
         201 – Após passar pela AEA  ... ficou sem falar com antigos namorados.
         210 -   Ele e a mãe no carro indo na posse do pai como Pastor.
         246 -  Está para ir com a mãe na médica que vai mostrar resultado do teste do nível de testosterona dele.   Ele sente sensações que supõe ter a ver com o nível de testosterona baixo.   (hormônio masculino).   Nessa hipótese, acha que se isso for constatado e ele num tratamento colocar o nível no normal, resolve seu caso, alterando seus sentimentos.
         247 – Meditações e orações não conseguiram, ao longo do tempo, reverter seu quadro.
         Antes de fazer o teste de testosterona, a médica fica a sós com ele e já sabendo da sua homossexualidade.   Ela pergunta:
         Quer tocar a vida assim?  Há os que querem, encaram tudo e se dão bem.   Se não quer, vamos ao exame.
         259 – No hotel no período de tratamento.   Sai de fininho uma noite para correr.  Olha pro céu.    Diz:  Foda-se Deus.
         260 – A terapia estava me transformando em alguém que eu não reconhecia...
         268 – Lembrança do avô alcoólatra.    “A face de alguém que havia trocado todos os seus bons sorrisos por uma última gota de álcool”.
         269 – O avô alcoólatra batia no pai dele, quando este era criança.
         271 – O pai dele, quando garoto, do time.   A mãe, jovem, chefe de torcida.   Se casaram e todos torciam pelo jovem casal.   Bebida alcoólica só na noite do Ano Novo.
         271 – Casal feliz ia ter um filho e perdeu por aborto natural.   O segundo foi o Boy.   Familia com tudo para ser feliz.   E o garoto se torna um problema.
         277 – Questão existencial:   Se ele se cura e perder a identidade?
Viver um discurso e não a ação.
         280 – Sem motivação para estudar.   O pai não mais pagaria seu estudo e empresas não contratam gay.
         286 – Foi ao quarto de Kaleb, fez sexo com ele e mesmo sabendo que deus o vigiava, desta vez não se importou com isso.
         290 -  Kaleb acendendo o cachimbo.    O Boy não concorda com as exigências impostas por Deus.   “eu prefiro ir para o inferno com todas as pessoas interessantes”.
         294 – O orientador da AEA.  Foco na oração, na fé...  ameaça do diabo, do castigo.
         298 – O Boy disse que no dia anterior mais uma vez pensou em suicídio.
         300 – O “jogo” na AEA.   Conte tudo e será salvo.
         310 – Epílogo.    Ele, o Boy, já está fazendo mestrado em escrita criativa.   Os amores que vem e que vão.  Não a sério.   “Ninguém chegaria perto o bastante para me machucar”.
         311 – Pensa em  retornos de visita aos pais e imagina eles sofrerem por terem internado o filho.
         313 – Viver longe da família.   A maior barra são os feriados típicos de estar em família.   Ação de Graças, Natal, etc.
         313 – Frase de um que passou pela “reorientação” na AEA.    “Ela fez a sexualidade deixar de ser uma parte da minha vida e se tornar o centro dela”.   Tudo gira em torno do medo e do medo de ser descoberto.
         314 – Perdeu muito, ficou confuso.    Em relação a Deus, fé, o lugar que pertenço, o lugar aonde devo ir...      (e segue a vida)

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

TURISMO NO BEACH PARK PRÓXIMO A FORTALEZA-CE - DEZEMBRO/2019

Eu demorei para ter uma oportunidade de passear pelo litoral do Nordeste.  Resido no estado do Paraná.   Passada a fase mais pesada do estudo das filhas, enfim surgiu a oportunidade.
     A primeira capital nordestina que visitei há mais de uma década foi exatamente Fortaleza e as praias da região.  
     Passados estes anos, conseguimos visitar João Pessoa, Maceió (duas vezes), Natal, São Luis, Porto Seguro e no Norte, Belém do Pará.     De todas essas devo ter feito matérias para o meu blog.
     Desta vez, planejamos uma semana curtindo o litoral do Nordeste com a família toda.   Filhas, genros e os três netinhos.   Decidimos em conjunto pelo Beach Park, um belo Parque Aquático ao lado de uma praia excelente no município de Aquiraz que fica a uns 18 km de Fortaleza.   No complexo local há o Beach Park e quatro Resorts de ótima qualidade com acesso facilitado ao Parque Aquático e à praia.   Optamos pelo Resort Wellness, que nos atendeu muito bem e tem vários blocos de apartamentos, um jardinamento caprichado e várias piscinas com salva vidas sempre atentos com atenção especial às crianças.
     Para a turma mais radical, o atrativo mais chamativo do Beach Park é o Insano, um tobogan com aproximadamente 44 m de altura que tem em frente até uma pequena arquibancada para os torcedores dos corajosos ficarem à espera do amigo ou parente que está descendo e que merece a foto na descida radical.    Minha turma se contentou com tobogans menores e tem mais de 15 deles, desde o radical insano até verdadeiros escorregadores kids com direito a descer para dentro da piscina com a profundidade adequada para cada idade.  
     À noite, shows praticamente na praia, em palco montado para determinados eventos.    Assistimos numa noite um show de humor com o cearense Anderson que manda  muito bem.   Os nordestinos tem um veio humorístico como poucos e são um celeiro do ramo.  Vale destacar Chico Anisio, Renato Aragão, Tom Cavalcante e tantos outros.
     Na noite da véspera de Natal houve um excelente show natalino com fadas, personagens de vários países representados no palco por artistas regionais e uma complexa e brilhante ilustração com computação gráfica que remetia todos a cada cidade destacada no tema Natal como no México, na França, nos USA e outros mais.   Tudo muito lindo e que encantou a todos e em particular as crianças, pois o show era para elas em especial.  
     Uma semana de passeio, uma semana de sol.    Sol e a brisa do mar, sempre muito agradável e a sombra dos ambientes do Beach Park e também dos coqueiros enormes que foram plantados no passado e hoje formam um ambiente acolhedor e cercado de natureza em plena praia.
     No Resort, além do ótimo serviço de atendimento em geral, destaque para a Sininho e outras colaboradoras que são da área de recreação infantil e ficam na brinquedoteca cuidando e brincando com as crianças dando alguma folga para os pais.
     Nos jantares, um espaço com mesinhas para crianças ao lado dos pais e neste setor do restaurante, uma dupla de Recreadores Infantis de enorme simpatia e habilidade com as crianças.   A Marie e o Ninja.    Mandam muito bem e quando apareciam, as crianças corriam para encontra-los e depois voltavam juntos para a refeição interagindo com os habilidosos recreadores.   
     Na noite de hoje, Natal, houve ao lado da piscina do Resort um palco enfeitado e vieram três personagens do Beach Park, caracterizados como três diferentes animais retratados em brinquedos do Parque.   Tudo para posarem para fotos no palco enfeitado com balões coloridos junto com as crianças que eram chamadas uma a uma para subirem no palco e tirarem uma foto junto com os personagens, sob a animação do Ninja e equipe.
     Tudo nota dez.    Nosso agradecimento a todos e tudo foi um passeio de sonho e valeu muito a pena, inclusive por estarmos em familia celebrando o Natal unidos e reunidos num lugar acolhedor e encantador.      Valeu!