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sexta-feira, 5 de junho de 2020

RESUMO DO LIVRO - A RELIGIÃO E O DESENVOLVIMENTO ECON. DO BRASIL - AUTORES - EDNALDO MICHELLON E LUAN V. BERNARDELLI - MAIO/2020


        Resumo feito pelo leitor - Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida 

         Página 33 – Lutero não tinha intenção de fundar uma nova Igreja.
         O livro cita outro reformador, Calvino.   Fala do legado puritano do Calvinismo.   Rejeita a idéia de luxos externos e divertimentos.   Vida metódica, apoio aos menos privilegiados.
         O Brasil colonizado foi oficialmente católico por quase quatro séculos.
         34 – Pelo advento da República (1889) que se aboliu a condição do Catolicismo como religião Oficial do Brasil.
         Nesta página, na nota de rodapé cita o autor Popper, 1980.   “Todos grupos sociais tem tradições, constituições e ritos próprios”.   (eu, leitor, destaco minha preocupação com relação à necessidade de respeitar sempre as crenças dos índios inclusive na questão religiosa).
         35 – Escolas do pensamento Econômico.
         36 – Teorias do ser humano como independentes e outras do ser humano como interdependentes...    “O problema é que a maioria dos economistas mantém a perspectiva simplista e insustentável de racionalidade humana.”
         Cita (Means, 1966) .   ...”o protestantismo modifica o ser humano e altera a sua conduta.   Certo freio ao capitalismo do laissez – faire. 
         Reforma Protestante -   Ênfase na alfabetização geral.     “.. educação – fator relevante nos gastos da cidade”.
         37 –  Época de Lutero - ... construção e manutenção de bibliotecas.  ... limitar o esforço egoísta.
         Weber...    enfatiza que o esforço protestante foi capaz de criar motivação econômica...   contribuir para a disseminação do capitalismo.
         Putmann (1993).   Estudo no sul da Itália (mais pobre), sobre o desenvolvimento e correlaciona com a prática da fé Católica.   Vínculo vertical do povo com a Igreja e tende a minar a ligação horizontal com os cidadãos.
         Na Espanha, forte presença católica e estudos correlacionam isso impactando negativamente na economia.  Cultura anti usura.
         38 – Protestantismo   ... melhorou o nível de confiança mútua e cooperação...   salários se elevarem...    (dos protestantes).
         Período 1570 a 1750.  Na mesma região da Europa, estudos no período citado mostra que os salários dos católicos caíram.
         Estudos – religião parece afetar salários, a frequência escolar, a saúde e o comportamento criminoso.  (Evans et atl, 1995)
         ... catolicismo, que ao ser hostil ao desenvolvimento de talentos...
         39 -  No Brasil uma das variáveis que se mostrou significativa foi o fator religião.     No estudo do autor deste livro, o estudo utilizou inclusive a ferramenta de Tratamento de dados em Painel.  411 observações de dados.  Fonte:   Censo do IBGE que desde 1940 inclui dados de religião.
         Informa que IDH Índice de desenvolvimento humano envolve longevidade, educação e renda.
         Quadro      - dados em milhões de habitantes  (Brasil)
Período
Protestantes
Católicos
Sem Relig.
Outros
1890
0,14
14,18
0,01
0,00
1980
8,04
108,04
2,00
3,08
1991
13,96
122,80
6,97
3,01
2000
27,28
125,47
12,49
4,18
2010
43,73
123,99
15,35
7,53





Variação no período 80/2010
35,69
Milhões
15,95
Milhões
13,35
Milhões
4,45
milhões
Fonte:   Censo do IBGE – dados tabulados pelos autores
         Proporção da população brasileira nas religiões   (%)
Período
Protestantes
Católicos
Sem Relig
Outras relig
1890
1,00%
98,92%
0,05%
0,02%
1980
6,64
89,18
1,65
2,54
1991
9,51
83,64
4,75
2,05
2000
16,06
73,89
7,35
2,46
2010
22,92
65,00
8,05
3,95





Variação % de 1980 a 2010
16,28%
- 24,18%
6,64%
1,41%
Fonte:  Censo do IBGE – tabulado pelos autores.
         Em resumo, aumentou significativamente nos últimos 30 anos o número de protestantes e de pessoas sem religião  e diminuiu a população de católicos.   
         No livro há uma quantidade grande de tabelas mostrando inclusive o desempenho das igrejas evengelicas tradicionais em relação às pentecostais.
         42 – Segundo Mccleary, 2011, o fator chave do declínio do catolicismo no período citado acima foi decorrente do posicionamento da Igreja acerca das formas artificiais de controle de natalidade.   A Católica só aceitava os métodos naturais.
         43 – Aumentou bastante os protestantes no Norte do Brasil e em menor grau no Nordeste.    Em termos de IDH, o maior fica no Distrito Federal e os menores no Norte do Piauí e no Sudoeste do AM e no Marajó.
         A maior concentração de evangélicos – Leste Rondoniense.
         ... “há uma alta relação linear entre o nível de desenvolvimento econômico e a proporção de protestantes...”   (no BR no período estudado)
         ... “indício de uma mudança institucional positiva ao desenvolvimento econômico...    há uma relação negativa entre o catolicismo e o IDH no BR no período em estudo.  (1980-2010)
         45 – escolha da religião...  distintas regras e condutas de vida...
         Nota de rodapé número 27.    “Evidentemente, não é apenas a religião que molda a forma pela qual a sociedade se organiza”
         Considerações finais do capítulo
         46 – De 1980 a 2010 – catolicismo diminuiu 27% no BR e os protestantes aumentaram 250%.
         53 – Religião x crescimento econômico – alguns fatores
         Honestidade, parcimônia e vontade de trabalhar.
         (há quadro comparativo entre índices econômicos Brasil, África do Sul e USA para o período do estudo).     Eu como leitor discordo de algumas comparações, de forma intuitiva apenas, com base no fato de que os USA tem uma política heterodoxa de exploração econômica junto a terceiros países e isso ao meu ver interfere nos resultados.    
         58 – Uma das diferenças entre católicos e protestantes.
         Católicos – práticas como confissão, missa, sermão – práticas que não exigem leitura.
         Protestantes – exige leituras – inclusive as mães tem que saber ler.     “porque  a salvação não viria pela intercessão de um sacerdote, mas através da compreensão da palavra escrita por Deus na Bíblia”.
         59 – No Brasil avançou o protestantismo inclusive pela aceleração da urbanização e da industrialização  (anos 20 em diante).   ... cita fraqueza institucional da igreja católica.
         Estudo de Martin (1990) constata que a América Latina estaria passando na atualidade por uma Reforma Protestante...  que o autor compara com a Reforma do século XVI com Lutero.

................................  na matéria seguinte - parte final .....
        


        

PARTE 4 (FINAL) RESUMO DO LIVRO - A RELIGIÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO BRASIL - MAIO/2020 - AUTORES - EDNALDO MICHELLON E LUAN V. BERNARDELLI



Resumo elaborado pelo leitor - Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida 

         Página 59 – As ondas de entradas de igrejas evangélicas no Brasil.  Primeira onda, por volta de 1910 – Congregação Cristã do Brasil, Assembléia de Deus, outras. 
  Segunda onda – por volta de 1960 – Quadrangular, Brasil para Cristo, Deus é Amor. 
Terceira onda – anos 80 – IURD Ingreja Universal do Reino de Deus.
Martin (1990).     ... o avanço pentecostal tem o potencial de transformar a moral individual, a cultura, a política e a economia dos países latino-americanos.      (eu, leitor, diria que tendem a aumentar o conservadorismo e uma tendência a se alinhar mais com os USA, o que não me parece uma opção interessante, mas é do cenário).
Ainda Martin- “reestruturam relações familiares e de gênero; ajudam os pobres a reorganizar a vida”.      (nisto penso que está um dos grandes trunfos delas para expansão da base).
...”as igrejas pentecostais desempenham um papel importante na formação de redes comunitárias de solidariedade e sociabilidade e na atenuação da vulnerabilidade social”.
59 – Ainda Martin.    O protestantismo Pentecostal desenvolve e aprimora as habilidades de liderança, comunicação, expressão, oratória, organização, voluntarismo, pontualidade, honestidade, parcimônia em seus fieis.
Inclui rejeição ao álcool, respeito às mulheres, ética no trabalho...   e o sentido de valor pessoal.
60 – Mariano (2011) – em seus estudos.    ...bastante estudado o avanço do Protestantismo, considerando sua relevância crescente como movimento religioso, como força demográfica, como legislador e como empreendedor midiático no País.
60 - ... a ideia de estar sempre agindo aos olhos de um ser superior e motivo capaz de restringir as ações humanas.
61 – Nos USA – estudos com cinco deferentes religiões.  Resultado.  A religião não exercia influência nos hábitos e nas atividades econômicas...
A Secularização da crença, segundo estudo, associada ao declínio na participação das atividades religiosas.
Outros estudos mostraram controvérsias ao estudo citado dos USA.
62 – Diferenciações pentecostais.     ... alegam praticar os dons do Espírito Santo como fazer milagres e curas.
Leem a Bíblia mais literalmente que os Protestantes Tradicionais.
... compartilham a fé com os não cristãos...   receber revelações de Deus....    testemunhar exorcismo...   
Dados Estatísticos
Página 63 -   No estudo dos autores deste livro, uma das fontes de dados foi o IBGE e vários Censos Demográficos.
Foram 4.267 observações para cada censo, por 3 censos, dando um total de 12.801 observações diferentes.
Os dados tabulados já foram resumidos na parte 3 deste relato.
Alguns resultados do estudo.
Elevou-se  o número de protestantes no BR com mais ênfase no período de 1991 a 2000 e destaque para os Pentecostais.
66 – No passado o Brasil dificultava o avanço do protestantismo por causa do elevado analfabetismo.     Brasil em 1950 tinha segundo o Censo do IBGE, 50,58% da população analfabeta.   Em 1991 caiu o percentual de analfabetos para 9,62% da população, inclusive com a grande migração da zona rural para a zona urbana no período.
Em 1950 eram 36,1% da população brasileira morando na zona urbana.    Em 1991 passou para 75% da população na zona urbana.    Fatores como queda no analfabetismo e concentração na zona urbana facilitou a expansão das religiões evangélicas.
68 - ... “relação linear positiva entre o protestantismo e a renda”  (comprovado estatisticamente neste livro)
...”a religião não opera somente em questões espirituais, mas também molda o ser humano e determina seus hábitos de consumo, trabalho e renda, alterando a forma de organização social”.
70 -  Crescimento no BR da participação de protestantes tradicionais e pentecostais e elevação da proporção de pessoas sem religião.    Queda no catolicismo em termos percentuais da população.
77 – Resumo da quantidade de Denominações religiosas captadas pelo Censo do IBGE. (o órgão desde 1940 levanta dados sobre religiões)
Católicas.................. 10 denominações;
Protestantes.............. 57 denominações;
Outras religiões........ 59 denominações. (inclusive afros e indígenas)
83 – De 1991 a 2010 houve um incremento de 17 milhões de evangélicos no Brasil.
85 – Censo 2010.       Protestantes tem nível de renda e escolaridade acima da média brasileira.
... enquanto as Pentecostais permanecem avançando, sobretudo na base da pirâmide social....  (estudo de Mariano – 2013)
Pentecostalismo avançando... populações mais vulneráveis economicamente, concentrando-se nas periferias das capitais e nas fronteiras agrícolas das regiões Norte e Centro Oeste do Brasil.
94 – Dados tabulados  - período 2000 a 2010
Denomin.......... sabe ler........ Cresce/Diminui
Luterano............. 91%............  – 6%
Presbiteriano....... 89...............  – 6%
Metodista.............89...............     0%
Batista..................87...............  + 18%
Adventista........... 85...............  + 29%
Assembléia.......... 81...............  +46%
Quadrangular...... 85................  +37%
Universal............ 83 .............  – 11%
Católica.............. 82..............   – 1,7%

Ordem do número de adeptos no Brasil  - 2010
1       Católico               123,2 milhões
2       Assembléia          12,3  
3        Batista                   3,7   
4       Universal               1,87 
5 -     Quadrangular          1,8  
6 -     Adventista               1,56 “
7 -     Luterana                   1,00”
8 -     Presbiteriana            0,92 “
9       Metodista                 0,34 “

Este foi um resumo do que li e do que mais me tocou no livro que tem 116 páginas        com muitas tabelas detalhadas, muito conteúdo relevante e que nos ajuda a entender a dinâmica da nossa sociedade.  Destaco que no livro há citação de extensa bibliografia consultada e citada e tem pistas inclusive para estudos mais aprofundados.   Recomendo muito.
            WhatsApp    (41)  999172552     Orlando
Este material completo com os quatro capítulos estará daqui a pouco no blog    (05-06-2020)      www.resenhaorlando.blogspot.com.br 

                  

sexta-feira, 15 de maio de 2020

FICHAMENTO DO LIVRO - O MEZ DA GRIPPE - VALÊNCIO XAVIER - SOBRE A GRIPE ESPANHOLA (1918) OU GRIPE AMERICANA

FICHAMENTO DO LIVRO – O MEZ DA GRIPPE    (1918 em Curitiba PR)
 Autor:   Valêncio Xavier – editora Cia das Letras – SP – 1998
 Fichamento de leitura pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida.      www.resenhaorlando.blogspot.com.br  
 Faço um curso de Patrimônio Histórico do Paraná, no qual se insere inclusive a arte em geral e a literatura em particular.   Foco nos paranaenses natos ou não.
 Numa das aulas no centro histórico de Curitiba no Solar do Rosário, o tema abordou a vida e obra de Venâncio Xavier que tem um trabalho um tanto heterodoxo em TV e mesmo na literatura.   Este livro é mesclado de uma colcha de retalhos de recortes de jornais da época da gripe (1918) , poesias curtas, mórbidas e eróticas anônimas e tudo o mais numa apresentação meio caótica, fora da casinha.     Li um exemplar da Biblioteca Pública do Paraná da qual sou sócio.  Parece que o livro é raro em sebos.
 Esclarecendo que ele coloca foco na gripe espanhola que assolou o mundo e teria matado ao redor de 50 milhões de pessoas e que no Brasil fez um estrago enorme em 1918.   O vírus era uma variação do H1N1 que agora nos assusta e nos dá um toque de recolher.      Só lembrando que o nome da gripe, ironicamente teria vindo da geopolítica, ou seja.   As potências do norte estavam na primeira Guerra mundial e a doença teria chegado lá pelos soldados americanos e se espalhou pelos hospitais de campanha, trincheiras e nas populações.   A Espanha ficou neutra nessa guerra e por ser uma monarquia parlamentarista democrática, divulgava o que lá ocorria pela imprensa enquanto os países em guerra omitiam as notícias inclusive para não desanimar as tropas em combate.     Assim sendo, a gripe de 1918 foi injustamente batizada como gripe espanhola.
 Então vamos voltar aos relatos do Venâncio Xavier sobre a gripe espanhola aqui em Curitiba em 1918.    Ele usou inclusive notícias de jornal da época para coletar dados e relatos.   
 Página 23 – Em 1918 já havia a creolina Pearson como uma opção de desinfetante de ambientes.    Tinha um cheiro forte característico.
 P.24 -  Alemães em guerra capitulando em 1918.
 26 – Curitiba com população perto dos 80.000 habitantes em 1918.
 26 – Além da gripe que matava, também a febre tifoide ainda fazia vítimas fatais por aqui.
 27 – No Rio de Janeiro a gripe espanhola ganhou o apelido de puxa puxa mas o autor não explicou o motivo do apelido.   Se puxava a pessoa para a cova...
 28 – Fim de Primeira Guerra Mundial na Europa e alguns alemães aqui moradores desafiavam as pessoas.    Cantavam, alguns, o hino deles por aqui em plena guerra.   Um dia um grupo foi preso por isso.   Na ocasião eles estavam acompanhados das esposas.   No momento a polícia ficou no imbróglio de como as mulheres deles voltariam para casa.   Ofereceu policiais para acompanha-las.    Elas recusaram a oferta e preferiram ir pra casa sozinhas.     A fonte : o Jornal do Commercio do Paraná.
 28 – Além de mortes por febre tifoide e da gripe espanhola, aqui em Curitiba de 1918 havia morte por tuberculose, lepra.
 29 – Recado do cotidiano de então no jornal da cidade:  Precisa-se de uma mulher para viver com bom homem solteiro.    Rua Saldanha Marinho, 168  (das 5 as 6 h da tarde)
 29 – O autor coletou depoimentos da Dona Lucia (em 1976) que viveu o tempo da gripe espanhola.   Ela narra o que vivenciou.
 32 – Fala da notícia de jornal anunciando a inauguração em 1918 de Majestoso prédio do Hospício em Curitiba.
 33 – A polícia censurou os jornais daqui sobre a gripe e os mortos.
 Depoimento da Dona Lucia:    No começo, caixões e mortalhas.  Depois, levavam com os caixões, enterravam só o corpo e traziam o caixão para outro enterro.
 34 – Na Rua XV – rua das Flores, havia a redação do Jornal do Commercio do Paraná.   Tempo da Guerra e alguns dos alemães daqui afrontando as pessoas.   O jornal cita inclusive o alemão e o livro também.  O alemão Rodolfo André Damm veio até a parta de entrada do jornal na rua XV e fez cocô na porta em protesto.
 35 – 1918 – o presidente do Brasil era Wenceslau Braz.
 43 – Fala dos “elétricos” que seriam os bondes que circulavam em Curitiba.   Pertenciam à South Brazilian Railway.    Os bondes ficaram um tempo sem circular à noite pela cidade por causa da gripe.
 44 – Aqui em Curitiba em 1918 havia jornal clandestino editado em alemão.  Tinham contato por telegrama com grupos da Argentina.    Cita  fonte o Jornal do Commercio de 06-11-1918.
 44 -   No jornal.   Alguém se referindo à gripe espanhola.    ...Mas a senhora espanhola parece que não tem vontade de deixar ninguém em paz.
 45 – O armistício da Primeira Guerra Mundial foi dia 07-11-1918.
 46 – Diz que além da gripe, repressão às notícias pelas autoridades e assim aumentam os boatos.    Os boatos matam mais que a gripe.
 46 – O prefeito de Curitiba em 1918 era o João Antonio Xavier.
 49 – Doutor Nilo Cairo fala dos sintomas da gripe espanhola.
 49 – Reclamações no jornal.   “A cada enterro toca o sino na igreja do Rosário (no Centro Histórico).   Com o cemitério logo acima, o sino tocando seguidamente e irritante...  espalhando a apreensão, a mágoa e a tristeza.”
 55 – Os versinhos obscenos entremeados no livro, destacados do jornal da época da gripe.  Autor anônimo.    Li e são mais fortes que os contos do Dalton Trevisan  ( o do Vampiro de Curitiba).
 64 – Poesias no jornal, apesar da gripe.
 65 – Os bondes, parados no tempo da gripe, voltam a circular em 30-11-1918, num sábado.
 67 – Balanço dos óbitos oficialmente documentados (1918)
 Novembro     295 óbitos
 Dezembro -      89 óbitos
 Total de 384 óbitos em Curitiba com população de 73.000 habitantes.
 Total de doentes em Curitiba pela gripe:    45.249 pessoas.   Mais da metade de toda a população como se pode observar.
 O boletim é assinado pelo médico Dr Trajano Reis, responsável pelo Serviço Sanitário da cidade.
 72 – O episódio do louco no hospício que pegou a muleta de outro paciente e saiu acertando a cabeça dos que encontrava pela frente.   Formou um aranzel no hospício.     (meu pai, paulista do interior, usava o termo “aranzé”).  Um bafafá...
 Fala em certo ponto do uso do pó de arroz pelas mulheres.    Cita em outro trecho o cineasta auto didata que andou fazendo quase sem recursos, alguns filmes aqui em Curitiba.   Ele era conhecido por Maciste.   Chegou a fazer filmes eróticos por aqui.   
 Li este livro em julho de 2019 e tudo parecia tão surreal e agora estamos vivendo em março de 2020 o sufoco do covid 19 que é uma variação do vírus da gripe espanhola.     Naquele tempo, o atrapalho pelos boatos e hoje em dia os nefastos fake News que desinformam e colocam pânico nas pessoas de forma negativa.   O povo precisa de informação e muitos cuidados.     Todos nós esperando por dias melhores.                                             Março de 2020.

domingo, 3 de maio de 2020

RELAÇÃO DE LIVROS LIDOS - SEGUNDA PARTE - DE 2015 ATÉ 2020 - MAIO.



         Data atual – maio de 2020
          (A lista anterior de 01 a 177 vai de 07-1994 a 12-2014) também publicada aqui)
Número      obra                              autor                             mês/ano
178 - Os Chineses                            Claudia Trevisan           01-2015
179- Os Garotos da Fuzarca  Ivan Lessa                              04-15
180 – A Medida do Exagero.. Caetano Fisher Ranzi             09-15
181 – Louvados Sejas            Papa Francisco                       09-15
182 – Eu, Malika Oufkir...     Malika Oufkir e outra             09-15
183 – Xangai Baby                Wei Hui                                  10-15
184 – Azules (poesia)             Cristiane Grando                    10-15
185 – Maria                            Rodrigo Alvarez                     12-15
186 – Por tras daquela Foto   Varios autores                        12-15
187 – Caim                             José Saramago                       01-2016
188 – Um Proj.para o Brasil  José Bonifácio de Andrada     01-16
189 – Sua Resposta vale 1 bi Vikas Swarup                        03-16
190 – O filho Eterno              Cristovão Tezza                     05-16
191 – O Caçador de Pipas      Khaled Hosseini                     05-16
192 – Os Americanos -           Antonio Pedro Tota               06-16
193 – O Diário da Queda                 Michel Laub                  07-16
194 – O Beijo de Schiller        Cezar Tridapalli                     08-16
195 -  O Estrangeiro               Albert Camus                         09-16
196 – O Caminho do Peregr.  Laurentino Gomes e ou          09-16
197 – A Radiografia do Golpe         Jessé Souza                   12-16
198 – As Brasas                     Sándor Marai                         12-16
199 – Geografia da pele                   Evaristo de Miranda      12-16         
200 – Pensamento Ecológico  Coletânea                               01-2017
201 – O Mercador de Veneza William Shakespeare              01-17
202 – Perdição                        Luiz Vilela                              02-17
203 – Contos Eróticos           Luiz Vilela                              03-17
204 – O homem lento             J.M.Coetzee                            03-17
205 – A Trégua                      Mario Benedetti                      04-17
206 – A Eternidade e o Desejo    Ines Pedrosa                      05-17         
207 – Memórias de m.Putas Tristes – Gabriel G.Marques    06-17
208 – Noite Sobre Alcântara  Josué Montello                       06-17
209 – As Avós                       Doris Lessing                         06-17
210 – Rota 66                        Caco Barcellos                       06-17
211 – Feministas                    Chimamada N.Adichie           10-17
212 – A origem do Estado Islamico – Patrick Kochburn       10-17
213 – Manuscritos ... Accra   Paulo Coelho                          11-17
214 – Madame Bovary           Gustave Flaubert                    12-17
215 – Sapiens                         Yuval Noah Harari                 12-17
216 – Amandine                     Marlena de Blasi                    07-2018
217 – A grande Aventura dos Jesuitas -  Tiago Cordeiro      08-18
218 – Mi País Inventado                  Isabel Allende               11-18
219 - Boy Erased                   Garard Conley                        01-2019
220 – O que vem ao Caso      Ines Pedrosa                           03-19
221 – Fazes Me Falta             Inês Pedrosa                           03-19
222 – Lampião & M.Bonita   Wagner G.Barreira                 03-19
223 – Caderno de Memórias  Isabela Figueiredo                  07-19
224 – História do Cerco de L.    – José Saramago                 07-19
225 – A Vagabunda               Gabrielle S.Colette                 08-19
226 – Universidade do Matte (UFPR)  Ruy C.Wachowicz    08-19
227 – Dom Quixote Americano -    Richard Powell              10-19
228 – Essa Gente                   Chico Buarque                       12-19
229 – Rei Lear                        William Shakespeare              01-2020
230 –A Expedição Montaigne   Antonio Calado                   02-20
231 – O Ensino de História...     Jaime Pinsky e outros          03-20
232 – A Era do Inconcebível  Joshua Cooper Ramo               03-20
233 – A Elite do Atraso                   Jessé Souza                     04-20
234 – 21 questões para o Sec. XXI – Yuval N. Harari            05-20

(lista atual e a anterior que abrange o período de 1994 a 2014 no blog www.resenhaorlando.blogspot.com.br   - Tenho fichamento em letra cursiva de todos os livros lidos de 1994 até 2020.   Estão em 20 cadernos tamanho 16x20 espiral.    Destes fichamentos, vários estão publicados no blog, em geral atualidades.   Romance, ficção, etc. não publico fichamento)                             

segunda-feira, 27 de abril de 2020

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROFESSOR DR JESSÉ SOUZA - EM VÁRIAS ETAPAS ABAIXO. ABRIL 2020

FICHAMENTO DO LIVRO – A ELITE DO ATRASO
AUTOR: JESSÉ SOUZA 13-04-2020 parte 1/6 fichamento pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
O autor é Professor Universitário (UFF Universidade Federal Fluminense), fez estudos no Brasil, Alemanha e USA e tem mais de 20 livros publicados. Já assisti palestra com ele aqui em Curitiba-PR
A epígrafe do livro: Frase de Dom Helder Câmara
“Se dou comida aos pobres, me chamam de santo. Mas quando pergunto por que são pobres, me chamam de comunista”.
Página 8 - ...” é também uma crise de ideias”. Velhas ideias que nos legaram no tema corrupção política como o grande problema nacional. É falso, apesar de ter um grão de verdade.
8 – Faz um contraponto às ideias expressas em Raizes do Brasil, livro de Sergio Buarque de Holanda, livro de 1936. Destaca que Sociólogos atuais seguem as pegadas do autor citado. Cita também no contexto Raymundo Faoro, Fernando Henrique Cardoso (enquanto Sociólogo), Roberto DaMatta. O autor diz que mesmo intelectuais da esquerda no Brasil tem a cabeça feita por essa corrente que o autor cita como velha e inadequada.
8 – Sergio Buarque ao seu modo respondeu a três perguntas:
De onde viemos?
Quem somos?
Para onde (provavelmente) vamos?
Passou a ser a interpretação oficial do povo brasileiro.
Esse discurso legitima a Operação Lava Jato. Também com essa interpretação, a Rede Globo legitima sua violência simbólica. O STF se legitima.
Sergio Buarque construiu uma narrativa totalizadora, assim como a narrativa das religiões que não podem dar margem a lacunas e dúvidas do Brasil e sua história.
Segundo ponto: Sergio Buarque criou a legitimação perfeita para uma dominação oligárquica e antipopular com aparência de estar fazendo crítica social. E isso que o faz ser amado pela direita e pela esquerda.
9 – Até os últimos dois séculos, quem construía a visão de mundo eram os religiosos. Depois, nestes dois séculos recentes, passou aos intelectuais, à Ciência.
No passado, a visão de mundo “vinha de cima”, do sagrado e ficava muito difícil fazer a crítica. (que o diga Galileu...)
9 – Hoje o mundo em crise e essa aceitação de que é assim por algo que veio do sagrado perde parte da “naturalidade” e fica menos difícil estudar e contestar. É hora de desconstruir as velhas verdades que nos oprimem.
9 – Desafio: “Mas é preciso que se reconstrua um novo sentido que explique e convença melhor que o anterior”.
10 – Destaca que em Portugal não existia a escravidão e se usou largamente a escravidão aqui no Novo Mundo.
Uma tese do autor tem a ver com o tanto que a escravidão marca o nosso País. Coisa que o Sergio Buarque passa como algo meio natural. Outra tese do Professor Jessé envolve discutir a luta de classes...
11 – Sergio Buarque não dá importância à luta de classes e constrói aquela do brasileiro “cordial” e Roberto DaMatta, a tese do “jeitinho brasileiro”.
11 – Criou-se o mito do confronto entre um Estado corrupto e patrimonial e um mercado virtuoso.
11 – A mídia nada faz para clarear isto.
Capitulo: O Racismo de Nossos Intelectuais.
O brasileiro como vira-lata. Estudar a coisa. O poder. É ele quem nos dirá quem manda e quem obedece. Quem fica com os privilégios e que é o excluído.
Raymundo Faoro - ...”de que o Estado abriga uma elite corrupta que vampiriza a nação”.
13 – O autor aqui mostra que a Lava Jato fez o que fez com apoio da mídia e facilitou a privatização dos campos de petróleo e lesou o Brasil de forma marcante. Diz que isto sim é a corrupção real que nos afeta. Mas o sistema torna invisível essa manobra e essa entrega, essa rapina contra o País.
13 – Se comparar o achaque no Brasil com o mundo das drogas, ele diz que os políticos são os “aviõezinhos” que levam uns trocos mas a fortuna quem faz está no mundo privado e manipula o poder real. Estes do poder não aparecem diretamente no palco da política. Ficam na “sombra”.
13 – “O imbecil perfeito é criado quando ele, o cidadão espoliado passa a apoiar a venda subfaturada desses recursos (petróleo, etc) a agentes privados imaginando que assim evita a corrupção estatal”.
14 – Lembrou da entrega da Vale do Rio Doce na gestão FHC nos anos 90. Entregaram na bacia das almas a empresa que hoje em dia drena nossa riqueza e paga um royalt irrisório. (fora os danos ambientais)
O povo não vê porque criaram o espantalho perfeito que é o “estado corrupto” o culpado de tudo.
14 – Sem a ajuda dos intelectuais respeitados entre nós, a mídia não teria o caminho livre para ajudar o “poder real” a nos distrairmos com o “Estado corrupto” e olhássemos para as reais rapinas das nossas riquezas.
15 – Força do culturalismo conservador entre nós.
15 - ... “em condições normais ninguém pensa além do seu tempo”. O senso comum tem limitação para ver de forma mais abrangente.
16 - ...”a inovação possível de um mesmo paradigma é sempre superficial e nunca sequer toca o aspecto fundamental”.
16 – Nas Ciências Sociais o conceito “racista” e o “culturalista”.
Até a década de 20 a ciência usava o conceito de diferentes raças (cor, etc) para justificar intelecto, etc.
17 – O culturalismo substituiu o racismo, mas sem mudar paradigma. Os americanos dentro do culturalismo colocam a teoria da Modernização como “padrão” e que os demais para estar bem na foto, teriam que seguir o seu padrão. Surgiram N pesquisas empíricas para sacramentar essa “verdade”.
17 – Cita o americano Talcott Parsons que usou seu prestígio junto a gente de projeção nos USA e com apoio do governo fez campanha lá e no mundo, inclusive no Brasil, sobre a “maravilha da riqueza e democracia americana”.
(hoje com a pandemia fica claro que eles não são o padrão que andaram vendendo – observação do leitor)
18 – Ninguém na mídia cria conhecimento.
19 – Hoje em dia dizemos que superamos o racismo, mas se pratica a separação entre seres humanos “de primeira classe” e de “segunda classe” como os americanos fazem em relação a latinos, africanos e asiáticos.
19 – Acreditam em algo sem respaldo científico. “Os seres superiores seriam mais democráticos e mais honestos que os inferiores, como os latino-americanos, por exemplo”.
“Superiores” os países que tem a condição de domínio, legitimando esse domínio.
19 – Hoje nos USA e Europa ninguém deixa de achar inferiores os latino-americanos e africanos.
20 – Dominadores, fazem seu povo não reclamar do seu país porque este seria “melhor” que os outros.
20 – Se ajudam entre os “superiores” e acham mais fácil expropriar as riquezas de povos que se acham mesmo inferiores e desonestos.
O povo aceita isso bovinamente e até os especialistas entram no jogo.
20 – Os classe média daqui se sentem “alemães” e se julgam acima do povo inclusive nas suas certezas. Taxa o povo de preguiçoso, ignorante, que vota mal, etc.
21 – Povo explorado, os de mais estudo e recurso, acham natural o privilégio.
22 – Quem faz a cabeça dos mais humildes ao longo de séculos foram os religiosos. Os valores morais e a salvação. Depois o mundo secular com interesses mais diretos do capital...
Pessoa culta tem espírito (na visão da exploração) e não culto é só corpo, quase animal. Homem culto é espírito e mulher culta é afeto.
23 – Divisão sexual do trabalho. Relega à mulher o trabalho invisibilizado e desvalorizado na casa e no cuidado dos filhos.
Não refletimos sobre isso. Parece coisa tão natural ignorar isso como o ato de respirar.
Força poderosa porque a tornamos naturais ou melhor, naturalizadas.
“Esquecemos que tudo que foi feito pelo ser humano, também pode por nós ser refeito”.
23 – As 500 maiores empresas do mundo. Os CEOs delas, 492 são homens.
23 - ... enorme eficácia para colonizar a mente e o coração também de quem é inferiorizado e oprimido.
.................... continua.

RESUMO - LIVRO - A ELITE DO ATRASO - AUTOR: PROFESSOR DR JESSÉ SOUZA - CONTINUAÇÃO - ABRIL 2020


Continuação
         Página 24 – A vantagem do culturalismo racista sobre o racismo clássico é que ele não se vincula à cor da pele e até os negros americanos podem se sentir superiores, por exemplo, aos latinos e estrangeiros em geral.
         24 – Conseguem vantagens bem concretas a partir desse fato.
         24/25 – Vender esse culturalismo que nos rebaixa e nos faz sentirmos que está correto algo como a Operação Lava Jato que propiciou a rapina sobre nosso patrimônio na forma da entrega do nosso petróleo em larga escala às multinacionais.
         O povo bovinamente acredita “que é melhor entregar nossas riquezas a quem sabe melhor utilizá-las, já que outro são honestos e tem berço”.
         25 – Dentro dessa linha de racismo na forma de culturalismo que possibilita a legitimação de todo ataque contra qualquer governo popular.
         25 – “Todo racismo, inclusive o culturalismo racista dominante no mundo inteiro precisa escravizar o oprimido no seu espírito, e não apenas no seu corpo”.
         “Colonizar o espírito e as ideias de alguém é o primeiro passo para controlar seu corpo e seu bolso”.
         25 – A mídia não esclarece.  Ela reforça tudo isso na cabeça do oprimido.
         26 – A mídia retira seu poder de fogo desse reservatório de ideias dominantes e consagradas.
         Ela é limitada no seu alcance pelo prestigio que essas ideias e seus autores, que ela veicula, desfrutam na sociedade.
         26 – “Quem controla a produção de ideias dominantes controla o mundo”.    As ideias dominantes são sempre produtos das elites dominantes.     .... (elite)...    se apropriar da produção de ideias para interpretar e justificar tudo que acontece de acordo com seus interesses.
         26 –  E entra a ciência para legitimar tudo isso.    Ela estando do lado da elite...    ela oprime os mais fracos.
         27 – Após a II Guerra Mundial, os USA....   “O novo racismo culturalista americano foi implementado como Política de Estado, não foi deixado à ação espontânea de ninguém”. 
         Hollyood, ufanismo deles com bandeiras; as cores deles em tudo.  A música, etc.   Isso sem contar as “Missões de Paz” enviadas pelo mundo afora.    Além de treinar lá nos USA militares de outros países de interesse deles.
         27 – Por guerra, governo Harry Truman, o Estado colocou recursos pesados para que eles ditassem o paradigma deles como verdade universal.   Vender os USA como modelo para o mundo.  Eles perfeitos e o resto, não.  A meta seria os de fora mirarem no modelo deles.
         28 – Nossos intelectuais são escravos da nossa elite dominante e ambos são escravos do Grande Irmão (USA).
         28 – Década de 30.   Talcott Parsons, do governo Truman – implementou um engenhoso esquema na Teoria da Modernização do Mundo.    Desenharam lá nos USA o americano como sendo:
Objetivos / pragmáticos / antitradicionais / universalistas e  produtivos.
         (tudo no foco superioridade em relação aos demais povos)
         Nós aqui construindo a imagem de vira latas.   Bem dentro do jogo deles.   O Brasil construindo:
         Brasileiro pré moderno / tradicional / particularista / afetivo e tendência à desonestidade.
         Gilberto Freyre ajuda a construir isso.  Dá uma roupagem “científica” a tudo isso.
         29 – Nos anos 20, do século XX o crítico do racismo científico foi o Sociólogo alemão de vanguarda, Franz Boas.   Ele influenciou a Atropologia a chegar ao culturalismo que na verdade doura a pílula do racismo.      Gilberto Freyre embarcou nessa onda e “elevou” o Brasil ao nível da “ciência” nesse tema.  Configurou assim o “vira lata”.
         ...”procurou levar o culturalismo vira lata ao seu limite lógico”.   Ele procurou e conseguiu criar um sentimento brasileiro de identidade nacional que permitisse algum orgulho nacional como fonte de solidariedade interna.   (lembrar que estávamos novos como República e muito perto da escravidão).    
         ... “cultura única luso brasileira....   abertura ao diferente.... encontro de contrários.... com virtudes associadas ao corpo e não ao espírito”.  (ideias de Freire).
         Assim o brasileiro era:  sensualidade, emotividade, calor humano, hospitalidade...    
         30 – Diz que Darcy Ribeiro seria o último de destaque no tema que ainda defendia que o brasileiro tinha algo de “original para o mundo”.  Um pouco na linha de Freyre.
         30 – Freyre constrói um conjunto de imagens positivas do brasileiro e Sergio Buarque de Holanda parte desse trabalho e cria meio que um lado negativo.   Na versão de vira lata criada por Buarque faz com que ela se torne o porta voz oficial do liberalismo conservador   brasileiro.
         (O Bolsonaro se diz liberal na economia e conservador nos costumes)
         31 – O autor diz que Buarque regrediu em relação a Freyre que ao menos combatia o racismo científico.
         32 – E Buarque tira onda (e é aceito por 90% dos intelectuais brasileiros) de ele ter “descoberto” as razões da fraqueza nacional.
         32 – O autor explica que Buarque emplacou o termo patrimonialismo para o Brasil.      “O patrimonialismo defende que o Estado no Brasil é um alongamento institucionalizado do homem cordial e é tão vira lata quanto ele, abrigando elites que roubam o povo e privatizam o bem público”.  
         32 – As teorias de Buarque vem com jeito de crítica radical e faz sucesso em 360 graus.      “O Estado patrimonialista seria a principal herança do homem cordial e o maior problema nacional”.
         32 – Essa do Buarque de ancorar sua tese no “homem cordial” torna invisíveis todos os nossos conflitos reais...   (não toca em luta de classes, etc)
         33 – “Está criada a ideologia do vira lata brasileiro.
         33 – Endeusa como superiores os americanos e europeus.  Por outro lado, os americanos criam a bolha das hipotecas de 2008, logo eles os “não corruptíveis” e honestos...    Os danos se espalharam pelo mundo afora.
         33 – No Brasil quem tem acesso a relações pessoais importantes é quem já tem capital econômico ou capital cultural sob alguma forma.
         33 – E são essas pessoas que conseguem esse “link” com a elite que esconde os mecanismos sociais que tornam invisíveis a exclusão social, a pobreza.
         Buarque – sua análise é totalizante.   Explica tudo.  (ele é pai de Chico Buarque.   Pai liberal e filho socialista).
         Para Buarque pai, Sergio, o Estado é a Geni em quem todos tem que atirar pedras.   Por tabela, ele endeusa a iniciativa privada.   (justo a que achaca o estado e deixa como gorjeta a propina a certos políticos).
         34 – O autor cita outra “vaca sagrada” da Sociologia que faz a cabeça de setores da sociedade.   Raymundo Faoro.
         “Buarque, ao localizar a “elite maldita” no Estado, torna literalmente invisível a verdadeira elite rapina do Brasil que se encontra no Mercado”.  Aí surge a animosidade entre o mercado Santificado e o Estado Cruel e inimigo da Nação.  
         Assim, deixa os rapinas invisíveis, fora da briga, justo os que corrompem e levam o dinheiro grosso do Estado e da Nação.
         34 – Ambiente para golpe de estado com base em “corrupção seletiva” a mando da elite do capital ocorreu no Brasil recente inclusive.
         35 – Discípulos de Faoro:   FHC, Roberto DaMatta, etc.
         O autor, Jessé Souza, afirma que ele é o primeiro pesquisador a desmontar aqui as narrativas de Freyre, Buarque, Faoro...
         Nas nossas universidades o estudo se pauta nos “vacas sagradas” já citados – Freyre, Buarque, Faoro, etc.
         ...”que ensinam o jovem a (não) perceber e a (não) compreender os reais problemas brasileiros.
         36 – Isso tudo que deu suporte ao Golpe de 2016  no Brasil e tirou a presidente Dilma do poder.
         38 – Capítulo:    O mundo que a escravidão criou.

........................................................   CONTINUA....................