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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

CAP. 14/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 CAP 14/20                        outubro 2020

         Página 235 (de 322 totais) -  Janeiro de 1944.    Mês em que foi liquidado o último gueto de judeus, o de Lódz, que era o maior do Leste.

         No julgamento tentaram imputar ao reu todas as remessas de judeus para Auschwitz e não se conseguiu provas disso.   No geral há o princípio de  “na dúvida – pró reu”, mas nesse caso, na dúvida foi contra o reu.

         Terceiro ponto – queria a acusação imputar responsabilidade a Eichmann sobre os maus tratos nos campos de concentração.   Isto não estava na atribuição dele.

         Quarto ponto – queria a acusação imputar a ele responsabilidade sobre as condições de vida nos guetos de judeus...

         237 – “já em setembro de 1939, Hitler havia decidido matar os judeus poloneses”.

         239 – A ideia que envolvia eliminar os judeus por Hitler já tinha desde 1937.   Expresso no protocolo secreto:   Protocolo Hössback

         “Hitler havia dito que rejeitava todas as ideias de conquistar nações estrageiras, que o que ele queria era um “espaço vazio” no Leste para o assentamento de alemães”.

         O espaço vazio....   “devem ter entendido que uma vitória alemã no Leste resultaria automaticamente na evacuação de toda a população nativa”.

         As medidas contra os judeus orientais não foram apenas resultado de anti semitismo, mas parte de uma política mais abrangente, no curso da qual, se a Alemanha tivesse vencido a guerra, os poloneses teriam sofrido a mesma sorte que os judeus – genocídio”.

         240 – “Parece que os comandantes do Exército protestaram contra os massacres de civis, e que Heydrich chegou a um acordo com o Alto Comando alemão, estabelecendo o princípio de uma limpeza completa e definitiva de judeus...    do clero católico....   e da nobreza”...

         241 – Capítulo XIV – Provas e Testemunhas

         “Durante as últimas semanas da guerra a burocracia da SS ficou ocupada principalmente com a  falsificação de documentos e com a destruição de papeis que atestavam seus anos de assassinatos sistemáticos”.

         241 – Se testemunhas de defesa, nazistas se apresentassem em Israel, corriam sério risco de serem presas e irem também a julgamento.

         A maior parte dos documentos ao longo do tempo foram selecionados por várias entidades para agir contra os nazistas e não à defesa destes.    (A guerra terminou em 1945 e este julgamento foi em 1960/61)

         Tudo isso deixou o julgamento bem desequilibrado contra o reu e sua defesa.

         243 – O Dr Servatius, advogado de defesa, agiu como voluntário neste caso, depois de atuar em vários processos do gênero para nazistas.

         Continua no capítulo 15/20

CAP. 13/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 CAP.  13/20        - outubro 2020

          227 – Capítulo XIII -  Os Centros de Extermínio no Leste

                  Leste – vários territórios, dentre estes o do Governo Geral da Polonia ocupada pelos alemães, a Lituânia, Letônia, Estônia e parte da Russia Branca e a Ucrânia.    Esses territórios de Leste sofreram muito com o extermínio de judeus.   Antes  da II Guerra, mais de 3 milhões de judeus viviam na Polônia.  Mais da metade dos estimados 3 milhões de judeus russos vivia na Rússia Branca, Ucrânia e na Criméia.

         228 – Para o processo contra Eichmann, poucos documentos nazistas...  “e a culpa estaria no fato de que os arquivos da Gestapo  .... haviam sido destruídos pelos nazistas” pertinho do fim da guerra.  

         Para suprir a falta de documentos, o tribunal se escudou em mais testemunhas.

         228 – Na década de 60, no período do julgamento em Israel, havia grande pressão popular inclusive pelo fato de que 20% da população do país era composta de sobreviventes do extermínio perpetrado pelos nazistas.

         No leste, onde houve grande concentração de extermínio, estava fora da jurisdição do acusado.     “... em toda parte, menos no Leste”.

         229 – O advogado do reu tentou impugnar os juízes judeus alegando que eles não teriam imparcialidade para julgar no caso.     Este reu já veio “condenado”  até pelo fato de ter sido sequestrado na Argentina e trazido até o tribunal como foi o caso.

         231 – Ele estando fugitivo na Argentina, os cabeças do extermínio, jogaram culpa nele, assim como fizeram com outros lideres que estavam sumidos ou mortos.

         Assim pesava mais acusação sobre ele do que realmente era de fato culpado.

         232 – Os juízes...   “o que significa que eles pretenderam se concentrar no que foi feito e não no que os judeus sofreram”.    (em resumo a justiça objetivamente se atém aos fatos e às provas).

         232 – Os juízes alegam que os sofrimentos estavam “acima  da compreensão humana”, matéria para os “grandes escritores e poetas”, que não cabem numa sala de tribunal, enquanto os atos e motivos que os causaram não estavam nem além da compreensão, nem além de julgamento.

         233 – Os juízes estudaram e entenderam os mecanismos da burocracia nazista e no despacho, deixaram um valioso documento histórico.     ...”a sentença, tão agradavelmente despida de oratória barata... encontraram razões para incluir entre os crimes de Eichmann algo do ocorrido no Leste, em acréscimo ao crime principal”.

         233 - ...”como comandantes dos Militares do nazismo eram membros da elite intelectual da SS  Serviço de Segurança, enquanto suas tropas eram ou de criminosos ou de soldados comuns convocados em dever punitivo – ninguém seria voluntário”...

                       Continua no capítulo 14/20

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

CAP. 12/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM - (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

 CAP 12/20                     outubro de 2020 

         A Hungria, fazendo parte do Eixo, foi o único país a mandar para o front oriental, alinhados com os alemães, tropas compostas por judeus do seu Exército.   Foram 130.000 soldados em força auxiliar com fardas húngaras.

         Por outro lado os alemães em 1943 ocupam a Hungria e decidem azeitar a liquidação do povo judeu local.   A busca era evacuar 800.000 judeus da Hungria.    Nessa ocasião já tinham sido evacuados outros países ocupados.   Nesse ponto o povo já sabia o destino dos judeus que fossem deportados.

         219 – Eichmann com sua experiência em organizar Conselhos Judeus em Viena, Praga e Berlim, conseguiu formar o de Budapeste em duas semanas.

         220 – Eichmann atuando na Hungria, alojado em Budapeste.

         Em Viena foi feita uma Conferência para ampliar o sistema de extermínio.

         Höss, em Auschwitz ... foi informado...   ordenou a construção de ramal ferroviário para descarregar os judeus praticamente na porta dos crematórios ou câmaras de gás.   Os encarregados foram ampliados de 224 para 860 pessoas.  Preparados para matar entre 6.000 e 12.000 pessoas por dia.   Isto em maio de 1944.   (a guerra durou até 1945)

         221 – Sionistas protestaram e países neutros e o Vaticano reprovaram essa matança.

         221 – A Suécia mais uma vez tomou a dianteira e abriu suas portas para receber judeus deportados.

         Essa ação foi depois seguida pela Suiça, Espanha e Portugal.

         221 – O epicentro das deportações era no momento a Hungria e os aliados publicaram uma lista de 70 lideranças que promoviam as deportações.      Fizeram ameaças a estes e à Hungria.   Os USA, sob a presidência de Roosevelt, fez ameaça e no dia 02-07-1944 fez um bombaradeio aéreo em Budapeste para mostrar que a ameaça era para valer.         Aí pararam as deportações na Hungria.

         Em 13-02-1945 o Exército húngaro se rendeu ao Exército Vermelho que liberou o povo local da ocupação alemã.

         223 – Eslováquia.   País pequeno, pouca população, pobre e atrasado.

         “O maior pecado dos judeus não era pertencer a uma `raça´ estranha, mas ter riqueza”.

         225 – Em junho de 1942, 52.000 judeus eslovacos foram deportados para campos de extermínio na Polônia ocupada pelos nazistas.

                       Continua no capítulo   13/20

CAP 11/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

         

CAP. 11/20                  - outubro 2020

         Página 200 – Capítulo XI do livro – Deportação dos Balcãs – Iugoslávia, Bulgária, Grécia e Romênia

         Após a I Guerra Mundial (1918), os vencedores formataram a criação de vários Estados independentes que não tinham muita correlação com etnias etc.    (juntaram croatas e sérvios num mesmo país e assim por diante)

         Antes da I Guerra Mundial, havia por séculos povos na Europa sob três Impérios:  Império Russo no Norte; Império Austro-Hungaro no Sul e o Império Turco-Otomano no Sudeste europeu.

         O fim da Primeira Guerra Mundial ensejou os tratados de Trianon e Saint Germain.    Foi assinado o tratado de paz na Conferência de Versalhes colocando fim na guerra.

         201 – Não se respeitaram fronteiras naturais e havia muitos descontentes.    Hungria, Romênia e Bulgaria se tornaram parceiras no Eixo contra os Aliados buscando aumentar territórios.

         204 – A Bulgária, aderindo à Alemanha, conseguiu expansão territorial significativa.   Isto às expensas da Romênia, Iugoslávia e Grécia.

         A Bulgária era um reinado.   Não ajudou na Guerra contra a Rússia.

         206 – A Bulgária estava dificultando a extradição dos judeus.   O rei Boris ficou sob suspeição dos nazistas e ele foi morto e é “quase certo” que tenha sido pelos alemães.   O Parlamento e o povo búlgaro eram contra extraditar judeus do seu país.

         208 – Grécia -   A Grécia estava ocupada ao Norte pelos Alemães e ao sul pela Itália.   Ela, por ordem dos nazistas, concentrou 2/3 dos judeus do país e esses 2/3 totalizaram 55.000 judeus.    Deportaram muitos judeus da Grécia, por trem cargueiro com destino a Auschwitz para o extermínio.

         210 – “Não chega a ser exagero afirmar que a Romênia foi o país mais anti-semita da Europa pré guerra”. 

         212 – A Romênia por sua iniciativa e seus métodos chegou a exterminar 300.000 judeus.    Nessa época o país era o mais corrupto dos Balcãs e espoliava os judeus antes de extermina-los.     Os romenos acharam um meio de ganhar muito dinheiro executando a emigração forçada de judeus e cobrando em valores da década de 1940, 1.300 dolares por judeu que emigrava.    Muitos destes foram para a Palestina durante a guerra.

         213 – Em agosto de 1944 a Romênia se rendeu ao Exército Vermelho, o que poupou a vida inclusive de muitos judeus .   “Cerca de metade dos 850.000 judeus da Romênia sobreviveu”.     Muitos e muitos deles migraram depois para Israel.

         214 – Capítulo XII – Deportações – da Europa Central – Hungria e Eslováquia

         Kaiser – imperador.   A Hungria, que antes fez parte do Império Austro-Húngaro, após 1918 (fim da Primeira Guerra Mundial), passou a ser um dos chamados Estados Sucessores por designação dos Aliados.    Era a Hungria na época um dos países mais pobres da Europa.

         Continua no capítulo 12/20

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

CAP 10/20 - fichamento - Livro - EICHMANN EM ISRAEL (Julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

CAP 10/20             - outubro de 2020

         Decretos – A Alemanha expediu decretos que cassavam a cidadania de judeus.   Houve etapa em que estes perdiam a cidadania e seus bens eram confiscados pelo Estado alemão.

         Página 177 – Todos os judeus europeus eram estimados em 11 milhões.

         180 – Capítulo X – Deportações da Europa Ocidental – França, Holanda, Bélgica, Dinamarca e Itália.

         183 – A França já tinha deportado milhares de judeus para os “assentamentos” da Alemanha ou de seus territórios ocupados.   O nome assentamento era para disfarçar os campos de concentração.    A França vinha enviando judeus sem pátria e judeus que imigraram para lá e evitavam de mandar judeus que eram franceses.   Quando a Alemanha determinou que enviassem também os judeus franceses, as coisas se complicaram e emperraram.

         184 – Judeus da Bélgica -    Lá por uma série de fatores não foram tantos os judeus enviados para os campos de concentração e posterior extermínio.

         Holanda -   Na guerra, fugindo dos alemães, o país foi deixado sem governo, cujos integrantes se refugiaram para Londres junto com a família real holandesa.

         187 – A Holanda foi o único país da Europa em que os estudantes entraram em greve quando professores judeus foram deportados.   Houve também uma série de greves de trabalhadores quando os judeus deportados foram executados em campos de concentração.    Mas houve reviravolta porque os judeus holandeses se sentiam em posição superior aos que vieram como imigrantes para a Holanda.       Assim os judeus holandeses ajudaram na captura de judeus imigrantes.    Em julho de 1944, da Holanda embarcaram 113.000 judeus para o campo de Sobibor na Polonia ocupada e ¾ destes foram executados.

         Dinamarca -   Não tinha nenhum movimento fascista ou nazista.    Já a Noruega tinha simpatizantes pro nazista e havia o anti-semitismo.

         191 – Em agosto de 1943, depois do fracasso da guerra contra a Rússia e revés nos combates na Tunísia, o governo sueco cancelou acordo que autorizava tropas alemãs a atravessar seu território.

 

         194 – Itália -  “A Itália  era o único aliado real da Alemanha na Europa, tratada como igual e respeitada como Estado soberano independente”.   Italia então governada pelo fascista Mussolini.   Regime semelhante ao nazismo.

         Mussolini era muito admirado pelos alemães nazistas.

         Já ambas as nações juntas na guerra, Alemanha e Itália.      ....”e Mussolini, por sua vez, não tinha muita confiança na Alemanha nem muita admiração por Hitler”.

         195 – “No verão de 1943, e da ocupação alemã de Roma e Norte da Itália, Eichmann e seus homens não tinham permissão para agir no país.

         A Itália tinha ocupado parte do território de países como na França, na Grécia e na Iugoslávia.

         Pela influência de Mussolini, a ação alemã contra os judeus não foi efetiva na Itália e também em países igualmente fascistas da Europa como França, Hungria, Romênia e Espanha do General Franco.

         196 – “No outono de 1943, quando a Itália declarou guerra à Alemanha, o exército alemão conseguiu finalmente ocupar Nice (na França).

         196 – Desde os anos de 1930 a Itália sempre usando elementos de farsa com a Alemanha no tema judeu.   Criou lei na Itália para proteger judeus e descendentes que foram do Partido Fascista.      Havia duas décadas que os judeus se filiavam, ao menos um em cada família, ao Partido Fascista até para conseguir emprego público, restrito a filiados ao partido.

         197 -  Itália...    “Mesmo os anti-semitas italianos convictos pareciam incapazes de levar a coisa a sério, e Roberto Farinacci, chefe do movimento anti-semita italiano, tinha um secretário judeu a seu serviço.

         Itália...    um dos poucos países da Europa em que perseguir os judeus era impopular.     “... nas palavras de Ciano:  levantaram um problema que felizmente não existia”.

         A Itália convive com judeus desde o Império Romano.

         198 – Como a Itália estava fazendo corpo mole com os judeus, veio ordem para os próprios soldados alemães prendessem os 8.000 judeus de Roma.  Agentes italianos avisaram os judeus e muitos destes tiveram tempo de escapar – uns 7.000 escaparam.

         Numa etapa mais tardia, os alemães ainda conseguiram mandar milhares de judeus do Norte da Itália para os campos de concentração e ao redor de 7.000 foram executados.

         Continua no capítulo   11/20 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

CAP. 09/20 - fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

CAP 09/20   -                 outubro de 2020   (Sub título do livro:    Um Relato sobre a Banalidade do Mal)

         Página 147 – Houve campo de concentração de Gurs no Sul da França.

         Mesmo os alemães intercederam junto às autoridades para poupar algum judeu em espanhol.    O nazismo evitava a executar judeu que tivesse visibilidade no exterior, o que daria repercussão negativa.

         O poderoso Heydrich e também Göring eram meio sangue judeu.

         150 – Arrependimento.   Heydrich, que após o atentado durou nove dias até morrer, se arrependeu dos seus feitos nesses dias.

         Hans Frank (governador geral da ocupada Polonia) que foi um dos maiores criminosos de guerra, enquanto aguardava o julgamento em Nuremberg se arrependeu e depois se suicidou.

         152 – Capítulo VIII Deveres de um Cidadão respeitador de Leis

         153 – Eichmann declarou que vivia de acordo com os princípios morais de Kant.  Mas sobre o dever...  “a moral de Kant está intimamente ligada à faculdade de juízo do homem, o que elimina a obediência cega.”

         155 – “A Hungria havia aderido à guerra do lado de Hitler em 1941, simplesmente a afim de receber mais alguns territórios dos países vizinhos: Eslováquia, Romênia  e Iugoslávia.

         Com o decorrer da guerra, as coisas mudaram e a Hungria acabou recebendo de fora uns 300.000 judeus, no saldo depois de ter deportado muitos judeus.                

         157 – Os alemães ocupam a anti semita Hungria e dentre outros, Eichmann é destacado para ficar em Budapeste e desenvolver suas tarefas envolvendo judeus de lá.

         O Exército Vermelho (URSS) já estava próximo e Eichmann azeitou a máquina.   Em menos de dois meses, lotou 147 trens de carga com judeus e enviou para Auschwitz, levando 434.351 judeus para execução.

         158 – Judeus com posses na Hungria.    Ativos financeiros que interessavam aos alemães na guerra.   Dos 110.000 estabelecimentos comerciais e industriais da Hungria, 40.000 eram de judeus.

         161 – O exército russo libertou a Hungria do  domínio alemão.

         162 – O assistente de defesa do seu advogado lamentava mais a “falta de gosto e educação” do reu do que os crimes cometidos por Eichmann.   E declarou também que o reu era “arraia miúda”.

         O próprio advogado dele, Dr Servatius, mesmo antes do julgamento, declarou que a personalidade do cliente era a de “um carteiro comum”.

         164 – No transcurso do julgamento os juízes usaram urbanidade com o reu e este achou que isso iria resultar em absolvição e se decepcionou ao confundir urbanidade com afrouxamento.

         165 – Os russos tendo libertado a Hungria, Eichmann foi trazido de volta a Berlim e lá deram uma missão na inexpressiva “Luta Contra as Igrejas” e desse tema ele não entendia nada.

         165 – Ordem do Füher era lei, mesmo sendo não escrita.  Não se encontraram ordens escritas de Hitler para a Solução Final, para as execuções.    Houve a ordem, mas não por escrito.

         166 – O juramento dos integrantes da SS (Serviço de Segurança) era diferente do juramento militar dos soldados.   Os da SS juravam fidelidade a Hitler e os soldados, à Alemanha.

          166 – Em Nuremberg ao interrogarem os generais de Hitler.   “Como é possível que todos vocês, honrados generais, tenham continuado a servir um assassino com lealdade tão inquestionável?   Ao que um general respondeu:   “não é tarefa de um soldado agir como juiz do seu comandante supremo.   Que a história se encarregue disso, ou Deus do céu”.   Este era o General Alfred Jodl, que após julgado foi enforcado.

         168 –Capítulo IX – Deportações do Reich.  Alemanha, Áustria e Protetorado.

         171 -  ...”os nazistas que estavam genuinamente convencidos de que o anti semitismo poderia se tornar o denominador comum a unificar toda a Europa”.    “Este foi um erro grande e custoso”.

         Os povos do Leste é que concordavam com a visão anti semita mais radical dos alemães:  ucranianos, estonianos, letões, lituanos e até certo ponto, romenos.     Os nazistas consideravam os judeus desses países “como hordas bárbaras sub humanas”.

.......................... próximo capítulo 10/20 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

CAP. 08/20 - Fichamento - Livro - EICHMANN EM JERUSALÉM - (julgamento do nazista) - Autora: Hannah Arendt - Filósofa alemã judia

CAP 08/20                       - outubro de 2020

         Página 119 -  O líder da oposição Goerdeler escreveu a um general da Guera, ao Marechal Von Kluge:   ...”continuar a guerra sem possibilidade de vitória era um crime óbvio”.

         119 – Em guerra o povo alemão perdeu sintonia com o mundo  ....”o surpreendente novo conjunto de valores alemães não tinha seguidores no mundo exterior”.

         120 – Entre os poucos que se opunham ao nazismo na época.   “... e de intelectuais socialistas que tentaram ajudar os judeus que conheciam”.

         120 – Gestos isolados de coragem.    “... foi quando os Scholl, dois estudantes da Universidade de Munique, irmão e irmã, sob a influência do Professor Kurt Huber, distribuíram os famosos panfleto em que afinal chamavam Hitler daquilo que ele era de fato – assassino de massa”.

         120 – A autora diz que caso Hitler fosse deposto pelos alemães, os que conspiraram também não tinham propósitos tão nobres e razoáveis para o mundo exterior.

         121 – Himmler e a frase de Hitler de 1931 para aumentar o ânimo dos subordinados.    “Minha honra é minha lealdade”.

         Frases chavões para animar as lideranças.    “A ordem para resolver a questão judaica, essa foi a ordem mais assustadora que uma organização jamais recebeu”.

         121 – “O que afetava a cabeça desses homens que tinham se transformado em assassinos era simplesmente a ideia de estar envolvidos em algo histórico, grandioso, único...”

         122 -   ...” programa de eutanásia ordenado por Hitler nas primeiras semanas da guerra e aplicado aos doentes mentais da Alemanha, até a invasão da Rússia”.

         124 -  A primeira câmara de gas foi instalada em 1939.   Resultado de decreto de Hitler datado de 01-09-1939:    “As pessoas incuráveis devem receber uma morte misericordiosa”.    (serem exterminadas)

         124 – Entre 1939 e 1941, cerca de 50.000 alemães doentes mentais foram executados com monóxido de carbono.

         128 – Capítulo VII – A Conferência de Wannsee, ou Poncio Pilatos

         Wannsee é um subúrbio de Berlim.    Fazer a concertação (combinar as bases) para a ação integrada na Solução Final.    O que fazer com os que eram ½ sangue ou ¼ de sangue judeu?

         129 – Na Conferência “ a Solução Final foi recebida com extraordinário entusiasmo por todos os presentes.”   A reunião demorou entre uma hora e uma hora e meia.

         130 – Eichmann foi na conferencia dos graúdos do poder e no final foi encarregado da ata e ficou com dois do alto comando para essas providências.  Para ele isso foi o máximo.

         “Naquele momento, eu tive uma espécie de sensação de Poncio Pilatos, pois me senti livre de toda a culpa”.

         133 – “Eichmann contou que o fator mais potente para acalmar a sua própria consciência foi o simples fato de não haver ninguém, absolutamente ninguém, efetivamente contrário à Solução Final”.

         133 – “Não fosse a ajuda judaica no trabalho administrativo e policial – o agrupamento dos judeus em Berlim foi, como já mencionei, feito inteiramente pela polícia judaica -, teria ocorrido ou o caos absoluto ou uma drenagem extremamente significativa do potencial humano alemão”.

         134 - ...”os funcionários judeus mereciam toda confiança ao compilar as listas de pessoas e de suas propriedades, ao reter o dinheiro dos deportados para abater as despesas de sua deportação e extermínio...”

         135 - ...”as pessoas se apresentavam voluntariamente para a deportação.... para Aushwitz e denunciavam como insanas aquelas que tentavam lhes dizer a verdade”.

         135 – Por ironia o Conselho Judeu de Varsóvia era presidido não por um rabino e sim por um engenheiro descrente, Adam Czerniakow que se suicidou para não colaborar com os nazistas nas execuções.   Ele seguiu um dito rabínico:  “Deixe que matem você, mas não cruze a linha”.

         136 – Em Israel nos livros escolares da década de 60 esses temas foram expostos de forma surpreendentemente claras até porque os fatos foram muito bem documentados.

         142 – O número de judeus mortos “teria ficado em 4 a 6 milhões.  “Pelos cálculos de Freudiger, metade delas estaria salva se não tivesse seguido as instruções dos Conselhos de Judeus”.

         143 – Eichmann sobre Hitler:    “pode ter estado errado do começo ao fim, mas uma coisa está acima de qualquer dúvida: esse homem conseguiu abrir seu caminho de cabo lanceiro do Exército alemão até Füher de um povo de quase 80 milhões.... bastava o seu sucesso para me provar que eu devia me subordinar a esse homem”.

............... continua no capítulo 09/20