Total de visualizações de página

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

CAP. 07/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Luiz Henrique Mandetta - Médico e ex Ministro da Saúde

 capítulo 07/20     - novembro de 2020                       

        

         Página 64 – Os casos da Itália no Carnaval.   Os números foram crescendo muito rápido.

         65 – Um brasileiro vindo da Itália.  Foi do aeroporto pra casa e dali uns dias deu um almoço reunindo a família com parentes.   Ao todo, 32 pessoas.   Depois se sentiu mal, foi internado com suspeita e os testes deram positivo para covid 19.   Foi o primeiro caso no Brasil.   A esposa dele não manifestou a doença, mas quatro dos parentes que estiveram no almoço, sim.

         66 – Pela evolução dos primeiros casos no Brasil deu para ver que o vírus se espalha bem rápido.   “Naquele dia 26 de fevereiro de 2020 o dia do primeiro caso no Brasil, eu parei de fumar.   Comecei com o cigarro aos vinte anos e apaguei a última bituca no cinzeiro aos 55 anos de idade”.

         “A pandemia me fez esquecer o cigarro.   O estresse da abstinência do cigarro foi substituído pelo estresse maior da luta contra a pandemia”.

         69 – Lembrou do ditado que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval e de certa forma foi assim.  Encerrou o carnaval e começou a pandemia no Brasil...

         69 – Houve enxugamento das redações e quase não havia repórteres que fossem mais afetos ao setor de saúde e vieram para as coletivas diárias, jornalistas de outras áreas como a de política e a da crônica de Brasilia.  Não se conhecia no Brasil uma cobertura de imprensa desta envergadura.

         69 – Sobre a Itália:   “Aquele era o primeiro país ocidental com a imprensa e a ciência livres, com um sistema de saúde consistente e bom histórico clínico, que entrava em colapso”.

         O sistema de saúde do Irã entrou em colapso antes do da Itátia.  O Irã foi o primeiro que mostrou na TV valas abertas em comum e enterros coletivos.   O país chegou a soltar detentos para tentar amenizar os contágios.

         70 -  A Ásia até se preparou melhor porque lá há fatores específicos de clima, aglomerações urbanas, comercialização de animais silvestres etc.  Pelos riscos, já eles tem uma cultura de se cuidar mais com contatos e uso de máscaras.   Lá na Ásia surgiu a gripe asiática nos anos 60 e a SARS (doença respiratória contagiosa) em 2002.

         Depois da Itália, o covid ataca forte na França, Alemanha, Espanha...

         72 – Em poucos dias, a Europa e o mundo já perceberam a gravidade da covid 19.

         Apenas os USA se mantinham na mão contrária”.

   “Trump retirou da linha de frente do combate à disseminação do novo coronavirus, Dr Robert Redfield, diretor do CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças.   Historicamente é o CDC quem fala pelo sistema de saúde dos USA”.

         Trump colocou no lugar do Dr. Robert, o Vice Presidente Mike Pense para coordenar o enfrentamento da covid 19.  E deu um tom político ao contexto, “sinalizando que o novo coronavirus representa uma ameaça menos do que a estimada e que os USA já tinham os caminhos para enfrentar a situação”    (sqn como de diz no popular)

         73 – Os povos ficaram de olhos nos USA achando que eles tinham alguma solução que os outros não tinham.   Ledo engano.

         73 – “Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e epidemiologista consultor da Casa Branca, frequentemente divergia de Trump, corrigindo-o publicamente sobre as diretrizes de combate à pandemia e, com isso, conquistando o apoio de muitos norte-americanos.”

         A imprensa aqui no Brasil, mais tarde, chegou a publicar manchetes como:   “Trump também tem seu Mandetta”.       Dr Anthony era consultor da Casa Branca há 36 anos, de Reagan a Barack Obama.

         “Então, numa guinada, Trump recuou e colocou os médicos de volta na coordenação das ações contra a pandemia”.

         74 – O Mandetta disse que nas entrevistas diárias deixava mais o Wanderson e o Gabbardo falarem e só participava das que tinham algo de mais relevante a destacar.   Até para evitar super exposição e conotação política.

         “Ele, o presidente, ficava aborrecido se algum Ministro ganhasse muita evidência em seu governo”.   

         Aumentando a pandemia e aumentando os repórteres nas coletivas.   A TV Globo já estava ocupando quase todo o Jornal Nacional com o tema.   Todo dia as cinco da tarde, tinha coletiva e na média em cada, umas dez câmeras de cada emissora de TV.

.................... continua no capítulo 08/20

CAP 06/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Luiz Henrique Mandetta - Médico e ex Ministro da Saúde

 CAP 06/20   - novembro de 2020

         51– O Mandetta destacou gente do Ministério da Saúde para trabalharem na operação.   O Wanderson decidiu chamar a médica Ho Yeh Li, que é chinesa de Taiwan e coordena a UTI do Hospital das Clínicas da USP.   Ela acompanhou a missão à China.   Resgatar 34 brasileiros, mas foram usados quatro aviões e 120 pessoas que foram para lá.   “Eu disse aos militares que era prudente enviar o menor número possível, mas mandaram gente do Exército até para filmar o resgate”.    (busca de mídia)

         Página 52 – O exército manteve os resgatados em isolamento em Anápolis – GO (na base aérea)   mais uns poucos dos que foram para o resgate e dispensaram a maioria dos tripulantes de ficar em isolamento.  Correram com isso o risco de espalhar a epidemia.

         O nome que o Exército deu à operação:  “Regresso à Pátria Amada Brasil”.

         53 – “Os militares colocaram em prática o que chamam de quarentena à brasileira:  bem – intencionada, mas sem a participação dos técnicos do Ministério da Saúde”.   No confinamento os confinados podiam interagir entre si; assistiram um filme escolhido pelos militares, chamado “Epidemia” e assistiram inclusive um show ao vivo de uma dupla sertaneja de Goiania.    Tudo inadequado para um isolamento.

         54 – Doutora Li era a única da delegação que falava chinês, dos 120 da comitiva que foi ao resgate.

         Felizmente na quarentena deu tudo certo apesar da forma.

         56 – Começou acontecer no Brasil, preconceito contra pessoas de origem asiática.

         57 – O Embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming.   Na feira calçadista no Sul do Brasil e os promotores do evento passaram a barrar chineses do setor que compram ou vendem calçados no evento.

         “O pano de fundo foi a declaração do Presidente dos USA, Donald Trump, classificando o novo coronavirus como vírus chinês”.

         Já no caso da gripe H1N1, porque estudantes de NY pegaram a gripe após voltarem do México, começaram a chamar a gripe de mexicana.    A norma internacional dá um nome à doença que nunca vincula a um país exatamente para evitar xenofobia contra o país.

         58 – Na Olimpiada de 2016 no Brasil e a ocorrência da Zika e a microcefalia em certos casos a ela ligados.   Gente do exterior ficou com medo de contágio e de “importar” a doença para seus países.  

         No meado de fevereiro de 2020 e os chineses, por causa da pandemia, estavam reduzindo suas exportações.      “Nós e o resto do mundo compramos os insumos da área de saúde dos fabricantes chineses.   Aqui os estoques estavam baixando muito rápido, mesmo sem qualquer caso de coronavirus detectado”.    Isto incluía luvas e máscara de uso hospitalar.

         60 – O Mandetta como ministro tinha se reunido com o diplomata da China e isso ajudou no abastecimento de materiais hospitalares.

         “O problema foi que, no mês seguinte, essa boa relação caiu por terra após o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, publicar nas redes sociais uma mensagem considerada ofensiva pela Embaixada chinesa no Brasil.   O teor do twitter de 18-03-2020:

         “Quem assistiu Chernobyl vai entender o q ocorreu.  Substitua a usina nuclear pelo coronavirus e a ditadura soviética pela chinesa.  + 1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas q salvaria inúmeras vidas.    A culpa é da China e a liberdade seria a solução”.

         Azedou nossa relação com a China que é nosso maior parceiro comercial.   Na véspera do twitter, o Trump tinha mais uma vez dito o termo “vírus chinês” causando atritos entre os USA e a China.    E nessa o Brasil se alinhou à postura do Trump e ambos passaram a atacar a OMS Organização Mundial da Saúde.

         63 – “O boletim diário é uma exigência quando há uma pandemia porque é útil para todos os países”.

         63 – O caso do navio de Cruzeiro de luxo Diamond Princess atracado na costa do Japão com os turistas e tripulantes a bordo em quarentena desde 03-02-2020, decorrente de casos positivos de covid 19 a bordo.

         Os americanos usaram helicópteros para resgatar do navio mais de 400 norte americanos entre os que estavam a bordo.   Deu uma enorme repercussão mundial e cresceu o medo do covid 19.

         64 – Os casos da Itália no Carnaval.   Os números foram crescendo muito rápido.

 

 

                   Continua no capítulo 07/20

terça-feira, 10 de novembro de 2020

CAP 05/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL (SOBRE A PANDEMIA) - Autor: Luiz Henrique Mandetta - Médico e Ex Ministro da Saúde

 CAP 5/20

         Página 43 – O Mandetta conta a maratona que foi para criar, tramitar e aprovar na Câmara e no Senado uma lei para embasar as ações necessárias à lida com a prevenção e controle da pandemia do covid 19.

         Criaram a lei 13.979 de 06-02-2020, disponível na internet.

         44 – Fim de janeiro, começo de fevereiro.   Crise no Palácio por conta do Ministro Onyx Lorenzoni, então Ministro Chefe da Casa Civil.  Ele perdeu espaço para seu concorrente Luiz Eduardo Ramos, então General da ativa.

         45 – O Mandetta articulou  uma reunião na casa dele com alguns ministros (cita no livro) para tentar dar apoio ao Onyx.   Tentar que ele continuasse ministro em alguma pasta relevante.   “Ele era o mais próximo do presidente desde a campanha eleitoral e fora um dos responsáveis pela minha indicação ao Ministério da Saúde e era, aliás, o meu canal de comunicação com o Presidente”.

         Semanas depois, Onyx foi exonerado da Casa Civil e empossado no lugar do Osmar Terra no Ministério da Cidadania.    Em lugar do Onyx foi para a Casa Civil o General Braga Neto.   “Homem afável, inteligente e discreto”.      Posse na Casa Civil dia 18-02-2020.

         47 – Agora, lei aprovada para a quarentena e os preparativos para receber os brasileiros resgatados de Wuhan na China.    Com a imprensa, logo percebi que tinha que medir as palavras, pois os militares queriam o protagonismo na operação”    (de resgate).

         47 – Com que verba para fazer o resgate?    As empresas aéreas Latam e azul não quiseram encarar a missão de medo de contagiar a imagem delas com o vírus numa viagem à China.    Há aviões de reserva da presidência, os chamados Sucatões (antigos).   Verbas para abastecer etc.

         Só acharam o meio e fizeram por esse caminho:   Usaram o cartão corporativo da presidência.  Gasto:  R$.739.000,00.     Mandaram quatro aviões.   Dois para a China e dois para trazer poloneses que estavam na China ao país deles, em contrapartida de conseguir com eles local para abastecer os aviões na ida e volta, já que outros países não aceitavam o risco.

         48 – Onde fazer a quarentena dos brasileiros repatriados?  Não havia precedente no Brasil e nem lugar para tal.    A demanda é um isolamento de nível 4 de biossegurança.   NB4, o nível máximo de biossegurança.

         Até então o Brasil só tem locais de até NB3+

         48 – O ambiente NB4 de referência fica nos USA.   É o CDC Centro de Controle e Prevenção de Doenças.

         Em 2019 o Mandetta queria, numa parceria entre o Instituto Evandro Chagas e a FioCruz Fundação Osvaldo Cruz, ter um isolamento NB4.   Nas Américas só existe NB4 nos USA e no Canadá.       O Brasil por estar numa faixa de enormes florestas tropicais tem potencial de risco elevado de haver doenças novas que demandem esse tipo de isolamento.   Atenderia o Brasil e região.

         Houve um projeto de NB4 e o Ministério da Defesa indicou um General reformado para tocar o projeto.   Depois no resgate dos brasileiros em Wuhan  na China, esse mesmo General coordenou as ações sem participação do Ministério da Saúde e seus epidemiologistas.

         Havia duas opções de lugares para os brasileiros repatriados fazerem a quarentena, em duas bases aéreas.   A de Florianópolis e a de Anápolis.   A de Florianópolis o Mandetta achava mais segura, sendo uma base desativada e teria mais condição do isolamento.    A de Anápolis fica pouco distante de Brasilia (150 km)  que é centro do poder e o risco de contágio seria maior.

         “mas pesou a questão do protagonismo, já que os militares poderiam frequentar o local (em Anápolis) aparecendo como comandantes da operação”.

         50 – Pedir ao governo de Goiás (Ronaldo Caiado) para ser lá a quarentena.   Não havia goianos entre os brasileiros repatriados.     Os goianos tem o trauma do acidente com o Césio 137 ocorrido em 1987 na memória do povo.   O Governador Caiado foi firme e acolheu o pedido.   Logo em seguida foi bastante criticado via imprensa, por líderes empresariais locais.

         51 – O Mandetta destacou gente do Ministério da Saúde para trabalharem na operação.   O Wanderson decidiu chamar a médica Ho Yeh Li, que é chinesa de Taiwan e coordena a UTI do Hospital das Clínicas da USP.   Ela acompanhou a missão à China.   Resgatar 34 brasileiros, mas foram usados quatro aviões e 120 pessoas que foram para lá.   “Eu disse aos militares que era prudente enviar o menor número possível, mas mandaram gente do Exército até para filmar o resgate”.    (busca de mídia)

.......................  continua no capítulo 06/20

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

CAP 04/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Autor: Luiz Henrique Mandetta - Médico e ex Ministro da Saúde

 CAP 04/20    -   novembro de 2020

         Página 29 – “Durante 2019, médicos bolsonaristas fizeram uma campanha cerrada para demitir o Gabbardo e o Erno, justamente porque queriam ocupar os seus cargos”.      Cargos que administram altos volumes de recursos públicos.    Chegavam a acusar ambos até de serem comunistas.

         Na cidade do Rio de Janeiro há seis hospitais federais e para acalmar os ânimos da turma do assédio, o Ministro teve que mexer com cargos em alguns desses hospitais.

         31 – Ao retornar de Davos na Suiça, soube que a China colocou a cidade de Wuhan, de 12 milhões de habitantes, em quarentena rigorosa.

         O mundo se assustou com as notícias.   Quarentena em epidemia o mundo tinha visto pela última vez só em 1918 em decorrência da gripe espanhola.

         31 – No Brasil,  dar a primeira entrevista sobre o caso no dia 23-01-2020.   Destacou dois da equipe para tal.    Criou o COE Centro de Operações de Emergência.

         32 – Diz que o historiador Marco Antonio Villa na Jovem Pan cobrou o ministro sobre onde andava, que não aparecia.   O Mandetta no livro deu razão a ele:   “Ele estava certo”.   E desde então, pela dinâmica da pandemia e pela cobrança da imprensa, ele e equipe passaram a dar boletins diários.

         “Durante 2019, me mantive muito recluso.  O governo Bolsonaro tinha uma agenda polêmica – infindáveis discussões sobre educação, cultura, Lei Rouanet, porte de armas e assim por diante”.    Com a pandemia, o Mandetta entrou em cena.

         “Uma comunicação ágil e transparente é a melhor arma contra o mundo desconhecido e as fake News”.

         33 – Fevereiro e carnaval e a dúvida sobre se a pandemia chegava e quando chegava...    Verão, turistas, a costa brasileira é enorme.   A ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária é a responsável por fiscalizar Portos e Aeroportos.

         é uma agência que não dialoga com o Ministério da Saúde”.

         33 – Poucos concursos públicos e a ANVISA tem poucos fiscais.  São fiscais dos anos 80 da antiga FUNASA Fundação Nacional da Saúde.

         “O que há é muito fiscal de renda, fiscal de mercadorias, fiscal policial”... mas para a área de saúde e biossegurança, quase nada.

         36 – Resolvemos comprar 1.000 respiradores pulmonares e EPI Equipamentos de Proteção Individual para o pessoal da área médica.

         36 – A SARS, doença que afetava o sistema respiratório das pessoas e era contagiosa, ocorreu em 2002 e era transmitida por um vírus “pesado” que só se transmitia em gotículas, em meio líquido.   Já o novo coronavirus é diferente e no respirar ele é liberado e tem mais potencial de contágio.

         A SARS afetou 8.000 pessoas no mundo e matou 800 pessoas.   Praticamente desapareceu em 2004.      O vírus da gripe comum é “leve” e facilmente atinge pessoas por perto do portador.   O da covid 19 não é muito diferente em termos de facilidade de contágio.

         37 – A OMS Organização Mundial da Saúde disse que a covid 19 se propagava por gotículas, via partículas líquidas.   Quando o infectado tosse, espirra ou fala...   Daí a máscara e a distância mínima de dois metros entre as pessoas como medidas de prevenção.

         38 – Covid 19  espalhando na China e USA manda avião para tirar seus cidadãos de Wuhan.   Alarmou ainda mais o mundo.     O Brasil tinha umas dezenas de pessoas em Wuhan e o plano, por segurança era mante-los lá.     Mas eles gravaram vídeo e caiu nas redes sociais  “um terreno que sensibiliza o Bolsonaro”.   Começou a pressão para o resgate dos brasileiros.

         “Sem consultar o Ministério da Saúde, Bolsonaro se encontrou com o Ministro da Defesa para decidir os próximos passos”  (do resgate)

         39 – O resgate foi comandado pelo Ministério da Defesa.   “Os militares viram uma oportunidade de transmitir à população uma imagem heroica da corporação”.

         Em caso de emergência o sistema de saúde pode impor o tratamento mesmo contra a vontade da pessoa”.

         41 – Feito o projeto de lei completo (elaborado pelo Wanderson Oliveira) com 84 artigos para contemplar uma gama de aspectos da pandemia.     O Mandetta achou o documento excelente, mas sabia que seria complicado no Congresso.    O Mandetta enxugou para 16 artigos e combinou a busca de aprovação urgente pelo Congresso e que um projeto de lei mais completo seria enviado passada a urgência do momento.

         41 – Conversou-se com o Congresso sobre suspender ou não o carnaval...  (até então não havia nenhum caso da doença no Brasil nem na América do Sul)

         Como a China amarrou um tanto para divulgar dados, o Mandetta acabou achando desnecessário cancelar o carnaval.

         42 – Nos oito anos em que foi deputado federal, o Mandetta sempre foi procurado pelos pares para troca de ideia em assuntos médicos.    Como ministro, sempre recebeu os congressistas.      “Até porque sabia que o Congresso pode parar meu trabalho”.  

                              Continua no capítulo 05/20

domingo, 8 de novembro de 2020

CAP. 03/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Autor: Luiz Henrique Mandetta - Médico e Ex Ministro da Saúde

CAP 03/20         - novembro de 2020

         Página 24 – Mandetta chegou no jantar (em Davos) no horário e outras  autoridades brasileiras ainda não tinham chegado ao local e ele se sentou num grupinho de brasileiros.   Luciano Huck, João Dória, Luiz Trabuco (Presidente do Bradesco).     “Sabia que, se o presidente Bolsonaro soubesse que eu dividira a mesa com Dória, seu desafeto, poderia ter problemas.   Ainda assim, resolvi ficar”.    “O jantar foi agradável.  Após servirem a sobremesa, me despedi das pessoas com a intenção de ir embora, mas avistei Paulo Guedes e outros integrantes da comitiva do governo federal.  Fui até eles.   Guedes, de onde estava, voltou a discorrer como sua participação nos eventos  havia sido boa, como fora aplaudido e como surpreenderia o mundo.    Segundo ele, o Brasil era a bola da vez e decolaria.   Então me perguntou por que eu estava ali.  (num evento de negócios...).    Citei o contato com a indústria farmacêutica, e ele disse que `esse pessoal` estava investindo, era dos poucos setores que cresciam naquele momento”.

         “De lá a comitiva foi para a Índia e o Mandetta voltou ao Brasil.”

         Na sexta feira (ele em Davos) ainda no hotel, conversou com o Sanitarista Christopher Elias, coordenador mundial da Bill & Melinda Gates Foundation.   Ele conhece nosso SUS – Sistema Único de Saúde.   Mandetta  convidou ele para vir ao Brasil e falou dos 120 anos da Fiocruz. 

         “Estávamos organizando essa celebração (da Fiocruz) para coloca-la como nossa principal estrutura de saúde”.   (bolsas de estudo, pesquisas, vacinas etc).”    A África de língua portuguesa procura sempre interagir com a Fiocruz que é uma referência inclusive para eles.

         “Eu queria convencer Chirstopher Elias a investir no  projeto de construção de uma fábrica para a produção de vacinas”.     Vacina era uma das pautas do Mandetta na viagem a Davos.    Porque as gigantes farmacêuticas tem foco no curativo que dá lucro e não em vacinas que previnem doenças”.

         “Essa era uma das missões que levei na bagagem quando fui a Davos:   a pauta da produção mundial de vacinas” . (isto antes da pandemia).

         Página 26 – Vacina contra febre amarela só o Brasil produz.  Poucos países produzem vacina contra sarampo.   Produzimos ainda poucas vacinas.

         26 – “Na realidade, o Brasil deveria construir uma fábrica de vacinas agora porque, quando a vacina para o covid 19 sair, os estrangeiros não vão nos direcionar a produção...”

         A OMS Organização Mundial da Saúde ficou no enrosco sobre como dar o alerta do novo coronavirus.   Se restrito à China ou ao mundo todo.

         Optou por considerar a emergência máxima na China e um alerta máximo mundial.   Mandetta criticou:  “Ou você tem uma emergência sanitária de interesse mundial ou não tem”.    Quando tivemos a Zika, o Brasil emitiu um alerta dizendo que havia uma virose que causava microcefalia em bebês e que era de interesse mundial.   A OMS então mandou técnicos para o Brasil para acompanhar a questão.

         Diferente  do que se supunha, a microcefalia acabou ficando mais restrita ao Nordeste do Brasil.

         28 – Dia 24-01-2020 voltando da Suiça voando em classe econômica.    O Chefe de Gabinete dele era o Robson Santos Silva.

         28 – “Uma semana antes de viajar para a Suiça, meu chefe de Gabinete Robson me informou que havia recebido da Presidência uma solicitação para exonerar quatro integrantes da minha equipe:   João Gabbardo dos Reis (Secretário Executivo do Ministério), Erno Harzheim (Secretário de Atenção Primária à Saúde), Francisco de Assis Figueiredo (Secretário de Atenção Especializada em Saúde) e Jackson Barros ( Diretor do Departamento de Informática do SUS Sistema Único de Saúde).    Com o pedido já vinham quatro novos nomes para substitui-los, todos do Rio de Janeiro e sem nenhuma experiência em gestão do SUS.   Não havia sido esse o combinado com o presidente (a carta branca).

         28 – Foi falar com o Bolsonaro e levou consigo o Robson.   “O presidente alegou que aqueles quatro nomes não eram “gente nossa” e que, por sugestão do filho Flávio Bolsonaro, queria trocar essas pessoas.

         29 – “Quem articulou as exonerações e impôs as exonerações mirava o controle de mais de 80% do orçamento do Ministério da Saúde”.      Queriam derrubar a melhor equipe dos últimos trinta anos no Ministério da Saúde.

                           Continua no capítulo 04/20 

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

CAP. 02/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - OS BASTIDORES DA LUTA CONTRA O CORONAVIRUS - Autor: Luiz Henrique Mandetta

 CAP 02/20     - novembro de 2020

         Em 2019 o Ministro Mandetta esteve em reunião na Assembléia da OMS Organização Mundial da Saúde e a Lelé, diplomata, coordenou a reunião dos BRICS Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul.    Nessa reunião, o Mandetta conheceu ministros da saúde desses países.

         Página 14 – A Índia é responsável por mais de 90% das matérias primas para medicamentos e a China produz mais de 95% dos insumos da área médica”.    O Ministro da Saúde da China – Ma Xiaowei.

         No jantar do evento de Davos o Mandetta ficou sabendo que Tedros Adhanom (da OMS) não poderia ir mais ao evento por causa dos trabalhos relativos ao novo coronavirus.

         14 – Na OMS, o duro para se articular para dar a notícia ao mundo e desencadear cancelamento de voos etc.     Já tinha ocorrido dificuldades no caso da H1N1 inclusive com redução do PIB mundial.

         A OMS entrou numa situação de problema sanitário e também de problema político.

         16 – Cidade de Davos – tem 11.000 habitantes, fica a 400 km da capital da Suiça e no meio das montanhas.   Voo não chega até lá, a não ser de helicóptero.   O mais usual é trem.      No evento, frio próximo de zero graus.    O Mandetta disse que era fumante até então e lá deixou de fumar.

         17 – Em Davos, primeiro encontro do Mandetta foi com Socorro Gross, da OPAS Organização Panamericana de Saúde.   Ela é da Costa Rica.   Ela em 2019 articulou para acalmar os ânimos do governo brasileiro no caso dos médicos cubanos que aqui atuavam.

         17 – Mandetta dá opinião pessoal contrária à forma que foi o convênio dos médicos cubanos com aval da OPAS.   Diz ele que serviço médico não é mercadoria....   (tem muita controvérsia nessa posição).

         18 – A sede da OPAS fica nos USA.      Citou caso de processo de alguns poucos médicos cubanos que queriam reembolso maior no serviço feito fora do país com aval da OPAS.   Mas citou que havia quatro processos individuais de médicos que atuaram no Brasil, isto em milhares de médicos que foram do Programa e são pouco representativos do conjunto.

         18 – No evento de Davos foi ver as discussões das empresas que atuam na área de saúde como negócio para se inteirar de como elas trabalham o tema.   Estavam lá também os ministros da saúde da Alemanha, Nova Zelândia e da Suiça – a anfitriã.

         18 – No ano anterior (2019) o Mandetta foi a Osaka no Japão para uma reunião do Grupo G20 dos países mais ricos.    “Ainda que o foco fosse comércio, lá se discutiu o acesso universal a tratamentos de saúde, algo que logo depois da pandemia se tornaria uma questão central”.

         ...”Como que antevendo que os sistemas seriam tensionados por uma nova doença, os ministros dos vinte países trataram a saúde como um bem global”.      (isto que a reunião era para tratar de temas gerais e a saúde foi um item de pauta apenas)

         19 – Diferente de evento da OMS e do G20, as reuniões do Forum Econômico Mundial é menos formal e o foco é mais no mundo dos negócios.    Encontros agendados, hora marcada, pontual (Suiço), hora para terminar e dois minutos antes, alguém do apoio avisa que faltam dois minutos.   Encerram as reuniões no horário.

         19 – Citou alguns dos contatos que teve em Davos.   Tipo, com dirigente da Bill & Melinda Gates Foundation, os CEOS das gigantes farmacêuticas como Roche, Novartis e Jhonson & Jhonson.     O foco do Mandetta no caso era explicar a gravidade da tuberculose, a doença bacteriana que mais mata no mundo.

         21 – O jovem chinês dos bitcoins que numa restrita reunião de banqueiros e investidores em projetos na área de saúde.   Banqueiros oferecendo de 2 a 20 milhões e o jovem com roupa e jeito descolado pede mais informação e recebe olhares tortos.   Até que ele fala que representava um fundo que tinha disponível 100 milhões de dólares para projetos.    Aí passaram a ve-lo de outra forma.   

         Davos é cidade bem pequena e espaços são poucos e reuniões como essa específica são feitas em ambientes alugados do comércio.   Esta reunião citada pelo Mandetta foi numa sala de uns 25 m2 em cima de uma panificadora onde se reuniram umas dez pessoas.   E o ministro diz que depois da covid 19 esse tipo de reunião não ocorrerá mais de forma presencial.   Imagina o risco de alguém contaminar os velhos donos do capital e ainda espalharem doença por seus países.   As reuniões de agora em diante tendem a ser por vídeo conferência.

         Lá em Davos se esmeraram contra o risco de terrorismo e o potencial risco poderia ser  um vírus (a maioria dos executivos do evento são idosos) e não havia cuidado com o risco de doença contagiosa.

         “Foi a última reunião global do mundo dito normal”

         23 – Num jantar em Davos para mais ou menos 400 pessoas do evento, o presidente da Colômbia, Iván Duque em sua fala alegou perseguição política na Venezuela por Maduro e pediu apoio a Juan Guiadó, que lidera a oposição do país.    

                                  Continua no capítulo 03/20  

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

CAP. 01/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Autor: Luiz Henrique Mandetta - Médico e ex Ministro da Saúde na pandemia

NOVO - Fichamento - livro : UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Autor: Luiz Henrique Mandetta (médico) ex Ministro da Saúde
CAP 01/20
Página 7 – Luiz Henrique Mandetta, “quinto filho de um pai médico com dedicação integral à medicina, o modelo de criação que tive foi forjado pela presença absoluta de uma mãe forte e um pai dócil”.
Chegava a acompanhar o pai, quando garoto, em algumas das visitas médicas domiciliar.... “e aprendi que há um momento em que a doença só pode ser vencida com a união de todos e que a palavra do médico tem o dom de curar”.
“E se ela não puder curar, deve controlar e, caso não possa curar nem controlar, tem que confortar. Médico não abandona o paciente”.
Ele fez Ortopedia Pediátrica como especialidade da medicina “porque sempre me incomodou ver uma criança sem poder brincar e explorar a vida”.
Fez também cursos de Gestão na FGV Fundação Getúlio Vargas. Foi Secretário da Saúde em Campo Grande – MS. Exerceu por dois mandatos o cargo de Deputado Federal pelo MS pelo DEM – Democratas, eleito em 2010 e reeleito em 2014.
8 – Na Câmara Federal conheceu o então deputado Bolsonaro. Decidiu não concorrer a um terceiro mandato. Queria se transferir para o RJ, que que a esposa é de lá e no Rio nasceu seu primeiro neto.
9 – Declara no livro que votou no Bolsonaro para presidente.
Sobre ser Ministro da Saúde. “Ele fez o convite”... “ele me deu total liberdade para formar a equipe”. “Conheço o SUS Sistema Único de Saúde a fundo e escolhi essa equipe com todo zelo e critério técnico”.
“Sempre fui muito bem recebido na Câmara e no Senado”. Articulava tem com os dois conselhos. O CONAS Conselho Nacional de Secretários de Saúde e com o CONASEMS Conselho Nacional de Secretários Municipais da Saúde. Também bem articulado com Universidades e Institutos de Pesquisa do ramo. “O clima era de otimismo e participação”.
Em janeiro de 2020 já chegou a ele e equipe, rumor do novo vírus. Através da Secretaria de Vigilância em Saúde do MS Ministério da Saúde, comandada por Wanderson Oliveira, este contatou a China para obter mais detalhes. Mais tarde a China oficializou ao mundo a onda do novo vírus.
“... ‘afetou todos setores da sociedade, forçando líderes a tomarem medidas duras para preservar o maior patrimônio de uma Nação: Vidas.”
... cuidar de um Paciente Chamado Brasil. (leva o nome do livro)
Página 11 - Capítulo 1
Dia 20-01-2020 Mandetta chegou a Davos na Suiça para o Forum Econômico Mundial. “.... desenvolvimento .... mantendo o capitalismo vibrante.... tentando levar em conta a responsabilidade social do lucro”.
11 – “StopTB – tem um Conselho para combate à tuberculose em nível mundial por ser esta a doença bacteriana que mais mata no mundo”. A meta é erradica-la até 2030. Foi esta pauta que o levou a Davos.
12 – Até então o Ministro da Saúde do Brasil não tinha inserção internacional. O Mandetta visitou o Serviço de Saúde da Inglaterra, USA e Israel em busca de técnicas de alta complexidade, além de avanços em genética de interesse da medicina.
13 – Discutiu em Davos sobre a OMS Organização Mundial da Saúde. “A OMS estava sendo financiada pelos países ricos e justificava sua existência com os países pobres, sobretudo os da África”.
13 – Paises nem pobres nem ricos como o Brasil ficavam meio no limbo. Não contribuíam com a OMS e não recebiam dela muita atenção.
A Embaixadora do Brasil em Genebra (na Suiça), Maria Nazareth Farani Azevedo, a Lelé, esposa do Presidente da OMC Organização Mundial do Comércio, Roberto Carvalho de Azevedo, entidade que também tem sede na Suiça.
Ela conhecia muito bem as pautas da saúde.

Continua no capítulo 02/20 (cada dia, um)