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domingo, 8 de novembro de 2020

CAP. 03/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL - Autor: Luiz Henrique Mandetta - Médico e Ex Ministro da Saúde

CAP 03/20         - novembro de 2020

         Página 24 – Mandetta chegou no jantar (em Davos) no horário e outras  autoridades brasileiras ainda não tinham chegado ao local e ele se sentou num grupinho de brasileiros.   Luciano Huck, João Dória, Luiz Trabuco (Presidente do Bradesco).     “Sabia que, se o presidente Bolsonaro soubesse que eu dividira a mesa com Dória, seu desafeto, poderia ter problemas.   Ainda assim, resolvi ficar”.    “O jantar foi agradável.  Após servirem a sobremesa, me despedi das pessoas com a intenção de ir embora, mas avistei Paulo Guedes e outros integrantes da comitiva do governo federal.  Fui até eles.   Guedes, de onde estava, voltou a discorrer como sua participação nos eventos  havia sido boa, como fora aplaudido e como surpreenderia o mundo.    Segundo ele, o Brasil era a bola da vez e decolaria.   Então me perguntou por que eu estava ali.  (num evento de negócios...).    Citei o contato com a indústria farmacêutica, e ele disse que `esse pessoal` estava investindo, era dos poucos setores que cresciam naquele momento”.

         “De lá a comitiva foi para a Índia e o Mandetta voltou ao Brasil.”

         Na sexta feira (ele em Davos) ainda no hotel, conversou com o Sanitarista Christopher Elias, coordenador mundial da Bill & Melinda Gates Foundation.   Ele conhece nosso SUS – Sistema Único de Saúde.   Mandetta  convidou ele para vir ao Brasil e falou dos 120 anos da Fiocruz. 

         “Estávamos organizando essa celebração (da Fiocruz) para coloca-la como nossa principal estrutura de saúde”.   (bolsas de estudo, pesquisas, vacinas etc).”    A África de língua portuguesa procura sempre interagir com a Fiocruz que é uma referência inclusive para eles.

         “Eu queria convencer Chirstopher Elias a investir no  projeto de construção de uma fábrica para a produção de vacinas”.     Vacina era uma das pautas do Mandetta na viagem a Davos.    Porque as gigantes farmacêuticas tem foco no curativo que dá lucro e não em vacinas que previnem doenças”.

         “Essa era uma das missões que levei na bagagem quando fui a Davos:   a pauta da produção mundial de vacinas” . (isto antes da pandemia).

         Página 26 – Vacina contra febre amarela só o Brasil produz.  Poucos países produzem vacina contra sarampo.   Produzimos ainda poucas vacinas.

         26 – “Na realidade, o Brasil deveria construir uma fábrica de vacinas agora porque, quando a vacina para o covid 19 sair, os estrangeiros não vão nos direcionar a produção...”

         A OMS Organização Mundial da Saúde ficou no enrosco sobre como dar o alerta do novo coronavirus.   Se restrito à China ou ao mundo todo.

         Optou por considerar a emergência máxima na China e um alerta máximo mundial.   Mandetta criticou:  “Ou você tem uma emergência sanitária de interesse mundial ou não tem”.    Quando tivemos a Zika, o Brasil emitiu um alerta dizendo que havia uma virose que causava microcefalia em bebês e que era de interesse mundial.   A OMS então mandou técnicos para o Brasil para acompanhar a questão.

         Diferente  do que se supunha, a microcefalia acabou ficando mais restrita ao Nordeste do Brasil.

         28 – Dia 24-01-2020 voltando da Suiça voando em classe econômica.    O Chefe de Gabinete dele era o Robson Santos Silva.

         28 – “Uma semana antes de viajar para a Suiça, meu chefe de Gabinete Robson me informou que havia recebido da Presidência uma solicitação para exonerar quatro integrantes da minha equipe:   João Gabbardo dos Reis (Secretário Executivo do Ministério), Erno Harzheim (Secretário de Atenção Primária à Saúde), Francisco de Assis Figueiredo (Secretário de Atenção Especializada em Saúde) e Jackson Barros ( Diretor do Departamento de Informática do SUS Sistema Único de Saúde).    Com o pedido já vinham quatro novos nomes para substitui-los, todos do Rio de Janeiro e sem nenhuma experiência em gestão do SUS.   Não havia sido esse o combinado com o presidente (a carta branca).

         28 – Foi falar com o Bolsonaro e levou consigo o Robson.   “O presidente alegou que aqueles quatro nomes não eram “gente nossa” e que, por sugestão do filho Flávio Bolsonaro, queria trocar essas pessoas.

         29 – “Quem articulou as exonerações e impôs as exonerações mirava o controle de mais de 80% do orçamento do Ministério da Saúde”.      Queriam derrubar a melhor equipe dos últimos trinta anos no Ministério da Saúde.

                           Continua no capítulo 04/20 

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