CAP 02/10
Página
16 – Getúlio Vargas fumava charuto. O
cronista falando do tabaco: “A propaganda do tabaco é múltipla e
aliciante. Na TV ele é um festival de
saúde e beleza juvenil, com esportes finos do ar e do mar”.
O
cronista foi fumante de até dois maços e meio por dia. Aos 19 de idade, começou a trabalhar no
Diário da Tarde em BH. Fumar, beber e
jogar campista ou Pavuna. Se formou
em Direito. Duas vezes pediu dinheiro
pra família para registrar o diploma para ir atuar na sua cidade natal,
Cachoeiro do Itapemirim-ES, mas nada de colocar isso em prática. Gastou o dinheiro das ajudas no jogo. E lá se vão cinquenta anos trabalhando em
jornal.
No
cinema, todo mocinho fumava, mas não acendia o palito de fósforo na caixa. Acendia na sola do sapato. Coisa de moda americana.
17 –
Ele, fumante, teve binga (isqueiro). Lá
pelo ano de 1950, entrevistou Jean Paul Sartre, este que também fumava.
17
- “Em 1937, quando estava escrevendo
Vidas Secas, em uma pensão da Rua Correia Dutra, no Catete, Graciliano Ramos
fumava Selma, um cigarro com ponta de cortiça”. O escritor tomava em jejum uma dose de
cachaça que guardava no seu quarto.
Tempo de escrever com caneta tinteiro.
O cronista diz que Graciliano tinha uma letra exemplar, bonita.
“Haviam
lhe raspado a cabeça no presídio da Ilha Grande (ele era comunista), e seus cabelos
ainda estavam curtos”.
18 – Foi
o cronista operado do pulmão após aparecer “um ponto” no exame do pulmão
dele. Operado pelo Dr. Fulano (ele
cita) e assistida a operação por um médico amigo dele, Dr. Marcelo Garcia. “...assistiu a operação – e deixou de
fumar”. – “Quando o Jessé abriu meu
pulmão, levei um choque: eu guardava aquela imagem do pulmão, um órgão
rosado... o seu era todo escuro, e com
uns picumãs pendurados”.
(picumãs
são teias de aranha de casa de sítio onde elas ficam penduradas e a fumaça do
fogão de lenha com os anos tornam as teias pretas de fuligem)
Nesse
tempo o Braga fumava dois maços e meio por dia. Depois parou. Chegava fumar entre um sono e outro.
Feia
tosse, mas que ele não associava ao cigarro.
Tosse que o impedia de ir a teatro ou cinema. Um dia largou de fumar e a tosse sumiu.
Voltou a sentir o cheiro das coisas e também o sabor.
Até
tentou aconselhar alguns amigos, que acabavam caçoando dele. Desistiu de tentar convence-los. “Ah, quem quiser que se fume”.
21 –
“Uma Água-Marinha para Bárbara”
Ele em
jornal sempre ganhando modestamente.
Mais complicado na ditadura Vargas, quando ele foi colocado no regime de
censura prévia dos seus artigos para o jornal.
Controlado pelo DIP Departamento de Imprensa e Propaganda (propaganda do regime em si).
Ficou
com raiva da censura e parou um tempo de escrever para jornal e chegou a fazer
uns bicos numa agência de publicidade de um amigo.
E ele
falando de outro amigo, o mineiro Otavio Xavier Ferreira. O que me colocou no jornalismo no Diário da
Tarde de BH. “Depois de me colocar cá
dentro da profissão, ele, espertamente saltou fora – e naquele tempo era dono
de uma lapidação e de duas joalherias”.
Continua no capítulo 03/10
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