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domingo, 15 de novembro de 2020

CAP 19/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL (sobre covid 19) - Luiz Henrique Mandetta - Médico e ex Min. da Saúde

 CAP 19/20            novembro de 2020

         Página 193 – Na campanha o Bolsonaro começou ouvir um economista de terceira linha de Brasilia e o mercado não reagiu bem.  Passou então a ouvir o Paulo Guedes e este foi bem aceito pelo mercado.   O crédito dessa mudança o Bolsonaro colocou no Onyx.

         Outra jogada montada pelo Onyx.   O Bolsonaro não tinha uma proposta para a Educação.  O Onyx arranjou uma viagem para ambos à Coréia do Sul, que tem sido sucesso no setor.   Foram ambos lá.  Depois quando alguém perguntava a ele na campanha sobre Educação ele dizia que visitou a Coréia do Sul, gostou do modelo de lá e que iria implantar aqui algo parecido.    E ia levando no bico, mas ainda não tinha uma pessoa que assessorasse a campanha dele no item Educação.

         Foi nesse contexto que o Onyx colocou o Mandetta no time.  O Mandetta como deputado já tinha assessorado o Aécio no pano de governo e depois, o Eduardo Campos.   Foi requisitado para ajudar no plano para a área da saúde do candidato Bolsonaro.

         194 – Um dia, o Mandetta fumando na marquise da Câmara dos Deputados e apareceu o Onyx com o Bolsonaro e o filho Eduado. O Onyx pede para o Mandetta falar um pouco do setor de saúde e este deu umas linhas gerais sobre o SUS, programa de agentes comunitários etc.

         O Onyx depois me procurou e falou:   “Obrigado, você vai ser ministro.   O cara vai ganhar”.

         Crescendo na campanha, quando falavam com ele na área de saúde. Ele dizia alguma coisa e acabava citando o Mandetta, que era bem respeitado no setor.   A classe médica via isso de forma positiva.

         Apareciam nas redes sociais mensagens tipo:   “Sou Bolsonaro, Mandetta na Saúde”.   “Virei o álibi do médico envergonhado de votar no Bolsonaro”.    “Assim acabei me tornando o fiador dele nessa matéria”.

 E foi o Onyx que fez aquilo.  

         196 – Um dia no RJ o Onyx pediu umas cinco ou seis sugestões ao Mandetta para a área da saúde e este enviou por e mail.    O Mandetta já tinha decidido não disputar a reeleição e ir morar no Rio onde tem um netinho.     Antes, ajudou com algumas partes da campanha do correligionário do seu estado (MS) Nelson Trad ao Senado e na campanha do Governador Caiado (GO) também do seu partido, o DEM.

         196 – Encontrou em agosto, na campanha presidencial, o Bolsonaro e o Felipe Francischini.   Pediram se ele poderia formular as perguntas da área de saúde para o debate dos candidatos a presidente na TV.  Pediu para ele formular as perguntas, as réplicas e as tréplicas.   Ele fez o que se pediu.

         “Minha decisão de embarcar na campanha do Bolsonaro foi uma escolha por exclusão”.   “Eu não iria votar no Alckmin, não achei que o Amoedo fosse viável e não iria votar no PT em hipótese alguma.  Então sobrou votar no Bolsonaro”.

         197 – “Não cheguei a conhecer ninguém da campanha”.   Reencontrou o Bolsonaro próximo ao segundo turno no RJ.    ....”gravei um vídeo para o segundo turno com ele”.

         198 – Bolsonaro eleito, Onyx ganhou protagonismo.   Era o único do partido do Mandetta, o DEM na equipe do novo presidente eleito.

         E o Onyx com acesso direto ao presidente, falava direto com a imprensa.   Nessa os congressistas passaram a “aceita-lo”.   Em política a roda gira.    Antes, ele era rejeitado e agora, aceito...

         “Na Câmara o Onyx se tornou o centro das atenções”.       David Alcolumbre (do DEM), senador, em campanha para a presidência do senado concorrendo contra o Renan Calheiros.   O senado renovou bastante e os novos não queriam mostrar apoio público ao Renan sobre quem pesavam acusações diversas.  

         200 – Articulação do Ronaldo Caiado (Governador de Goiás), do DEM e um passeio de barco em Brasilia para juntos decidirem (longe da imprensa) se apoiariam Alcolumbre, presente no barco, para o senado.   Todos de acordo.   Caiado:  “A partir de agora você é candidato à presidência do Senado”.   E assim foi.    E o Caiado perguntou:   “E o Mandetta é o ministro da saúde?   Se for, tem que definir agora”.   Flavio Bolsonaro disse que sim, eu seria o ministro da saúde.

         201 – Para ser ministro da saúde você tem que ter apoio da respectiva frente parlamentar (grupo informal que agrega deputados e senadores de diferentes partidos em torno de um tema – no caso, a Saúde) no Congresso.   O DEM não tem esse foco até porque geralmente esse tema (Saúde) em geral das políticas sociais e é mais das esquerdas.   Mas o Mandetta por ser médico e articulado, tem boa aceitação com essa frente parlamentar.    Ele destaca.   Sou de um estado, o Mato Grosso do Sul, conservador.

         O Mandetta responde processo sobre caso de licitação no tempo que era Secretário da Saúde em Campo Grande e expos isso ao Bolsonaro para evitar desgaste futuro, pois a imprensa iria esmiuçar sua vida.   Ele alega que é inocente e que apresentou ao Bolsonaro os documentos e número dos processos.    O Caiado articulou tudo para o Mandetta ser ministro, mesmo tendo os processos em curso.   E ele foi anunciado como ministro pelo presidente eleito.

         À imprensa, Bolsonaro:   “Ele nem réu é ainda.   O que está acertado entre nós?   Qualquer denúncia ou acusação que seja robusta e o ministro não fará mais parte do governo”.     Foi assim que me tornei ministro.

         Já indicado para o ministério da Saúde, em novembro de 2018, passou a ajudar na candidatura do Alcolumbre (do DEM) para a presidência do senado.    Este que acabou sendo eleito para o período 2019-2020.

         204 – Quando fui eleito deputado meus filhos tinham doze (Paulo), quinze (Pedro) e dezessete (Marina).   Ela foi aos 17 para o RJ cursar Direito.

         A esposa Terezinha é médica e trabalhou trinta anos em hospital especializado em hanseníase em Campo Grande.     Ela nunca atendeu no sistema privado.   “Ela é 100% SUS”.

         A filha Marina se formou no RJ, se casou e lá nasceu Gabriel, o primeiro netinho do Mandetta.  O filho do meio é Médico e o outro, também Advogado.

                              Continua no capítulo 20/20   (final)

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