CAP 12/20 - novembro de 2020
Página
122 – O deputado Aleluia (meu assessor) tem mais de setenta anos. Os outros do meu gabinete passaram a fazer
home office por causa da pandemia mas o Aleluia por conta dele, marcava
presença todo dia.
122 –
Com assessoria do Aleluia que ficava em sintonia com o Congresso, o Mandetta ia
interagindo com governadores e se solidarizando no combate à pandemia enquanto
o Bolsonaro pela imprensa ficava comprando briga e arranjando briga.
O
Mandetta teve também como assessor e amigo o deputado do DEM pelo Paraná,
Abelardo Lupion.
124 –
Havia grandes empresas e bancos querendo fazer doações para ajudar no combate à
pandemia. O Mandetta destacou o Lupion
para as articulações visando angariar doações.
Determinou que não fossem em dinheiro, mas em equipamentos médicos e correlatos,
úteis nas ações contra a pandemia. E
assim foi feito e as empresas doaram muitos equipamentos que incluam testes de
covid, respiradores, máscaras de uso dos profissionais da saúde etc.
125 – O
começo da corrida por equipamentos da China e os americanos comprando tudo e
mandando aviões para ir buscar a carga na frente dos outros.
Até
contratos assinados com outros países para compra, vários foram “derrubados”
por causa desse leilão que os USA fizeram para adquirir tudo primeiro.
O
Ministério da Saúde conseguiu com a interação com a Vale, que tem vasta
experiência em comercio internacional e foco na China e o apoio da Vale foi
fundamental. Ela comprava respiradores
em nome dela e trazia para o Brasil e o Ministério ia comprar, mas ela no final
fez tudo como doação. Respiradores,
testes de covid, equipamentos de proteção dos profissionais da saúde etc.
126 – O
Mandetta cita alguns membros da equipe e destaca a garra e a união da equipe.
128 – Na
Espanha, mortos que nem os caminhões frigoríficos estavam vencendo de
acondicionar e os espanhóis improvisaram locais com caixões lacrados até em
pista de patinação no gelo. Enquanto
isso no Palácio do Planalto, reuniões com pautas conservadoras de costumes e
coisa e tal, parecendo ignorar o que acontecia aqui e lá fora.
Nas
reuniões ministeriais, Moro reservado, Mourão sempre cabeça baixa rabiscando um
papel como quem faz palavras cruzadas...
Nas reuniões presidenciais o presidente... “Ele só se manifestava para verbalizar
contra o inimigo da semana”. Ora era
contra a China, a Globo, a Folha de São Paulo, a Câmara Federal e seu
presidente, o Senado e seu presidente.
“Eu
nunca tinha espaço nas reuniões para expor a gravidade do problema da saúde
pública”.
129 –
Pronunciamentos do presidente na TV, desinformado por seu estilo. Daí saem declarações como “tenho histórico de
atleta”, “esta é uma gripezinha” e assim por diante, minimizando a pandemia.
No dia
anterior o Dr Drauzio Varela tinha demonstrado na TV que havia gravidade na
pandemia e pedia cuidados da população.
No dia seguinte vem o presidente e sai com essas de gripezinha e assim
por diante.
No
pronunciamento o presidente não usou nada de sua assessoria. “Ele fez aquele discurso se baseando apenas
nas opiniões dos filhos e de seu entorno”.
(e de certa forma para se contrapor à fala do Dr Drauzio)
No dia
seguinte ao da fala do presidente na TV, houve reunião ministerial. Todos os ministros reprovaram a fala do
presidente e sugeriram que nas próximas falas ele se respaldasse em trocas de
ideias com sua assessoria.
“A
verdade é que com aquele tipo de atitude, constrangia todo o governo”.
131 – O
filho Carlos Bolsonaro se mudou para o Palácio e levou sua equipe informal, que
foi apelidada pelo público externo de “Gabinete do ódio”.
“Eles
não interagem com ninguém além do presidente e seus filhos, mas observam tudo,
estão sempre presentes”.
132 – “A
principal sala da presidência virou o escritório dessa turma”.
A tarefa
de tornar o presidente informado dos fatos.
“Três possíveis conjunturas diante da pandemia:
Cenário
1 elaborado pelo Médico Julio Croda, Diretor do Departamento de Imunizações e
Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde: Previa 180.000 mortes no Brasil pela
pandemia. Se o país não adotasse
corretamente as medidas recomendadas de disciplinar o que poderia funcionar e o
que não poderia; distanciamento entre as pessoas; uso de máscaras etc.
O
Wanderson, do Ministério da Saúde, tinha um cenário de 60 a 80 mil mortos,
havendo medidas de governo para proteção da sociedade em certos níveis.
Havia um
terceiro cenário de 30.000 mortos totais na pandemia, mas este o Mandetta
achava muito otimista e subestimava a agressividade do agente causal.
O Osmar
Terra, amigo do presidente e um dos que ele ouve e já esteve na equipe
ministerial, disse que não passariam ao todo de 1.000 mortos durante a
pandemia. Isto era “musica” aos
ouvidos do presidente e respaldava ideias como essa da gripezinha.
133 – O
Mandetta conseguiu agendar e realizar via Ministro Chefe da Casa Civil, General
Braga Neto, uma reunião para mostrar os números e dados da pandemia ao
presidente.
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continua no capítulo 13/20
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