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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

CAP 09/20 - fichamento - livro - UM PACIENTE CHAMADO BRASIL (sobre a pandemia covid 19) - Autor: Luiz H.Mandetta - Médico e ex Ministro da Saúde

 CAP 09/20    - novembro de 2020

         A maioria dos Ministros do Bolsonaro não tinha uma vivência de mandato.   As exceções:   Alvaro Antonio (Turismo), Onyx Lorenzoni, Tereza Cristina e o próprio Mandetta.    Dificulta interagir com as entidades, o povo e dialogar com o Congresso.

         Na reunião com os congressistas, depois da fala do Mandetta, ele pediu licença para dar espaço para o Guedes expor o lado econômico e os deputados e senadores perceberam que ele, o Guedes, estava alheio ao problema social da pandemia.   Demonstraram isso ao Guedes e ele ficou irritado, inclusive com o Mandetta, achando que este fez de propósito essa de expor os riscos da pandemia e deixar o Guedes sobre ataque.

         Depois das explicações do Mandetta, os congressistas ficaram mais cuidadosos com relação ao covid 19.       “A Câmara brasileira é uma das mais abertas do mundo.   Num dia de sessão intensa, que atrai vários segmentos da sociedade e imprensa, chegam a  passar 20.000 pessoas por ali”.

         Os presidentes da Câmara e do Senado pensaram em colocar as casas em recesso, mas o Mandetta disse e lutou para que isso não ocorresse porque matérias importantes de combate à pandemia dependiam de votações no Congresso.    Sugeriu que não entrassem em recesso e que poderiam  atuar de forma remota com videoconferência.

         O Mandetta fez a mesma argumentação com o STF, mesmo sabendo que a Corte tem a maioria dos Juizes já com certa idade.

         90 -  O pessoal do poder Executivo que viajou para os USA com o presidente precisava de quarentena, pois o Secretário da Comunicação voltou com sintoma da covid 19.  Mas como segurar o pessoal?

         Bolsonaro convocando o povo para manifestação do dia 15-03-2020 contra o Congresso alegando que este usurpou uma fatia do Orçamento federal.  Briga por uma fatia de 15 bilhões do orçamento, das emendas parlamentares.

         91 – Esses 15 bi já eram do orçamento, verba para as emendas impositivas, dentro da norma do Congresso.    Verbas para os deputados atenderem obras em suas bases.   Era cumprir e pronto.

         Mas o presidente, na pandemia, resolve apoiar uma manifestação contra o Parlamento.   O General Heleno era desfavorável a essa manifestação sem sentido.   E a agravante de aglomerar na pandemia.

         93 – Dia 15-03-2020, pandemia crescendo, manifestação e o Presidente convida o Mandetta para ir cumprimentar os manifestantes.  Ele não foi inclusive pelo mau exemplo na pandemia.

         O Chefe de Gabinete do Presidente, Major Cid, chamou o Presidente da ANVISA, Almirante Antonio Barra Torres para acompanha-los no cumprimento aos manifestantes.       Saiu na TV com reprovação da imprensa e o povo ficou chateado com a falta de cuidado do Presidente e autoridades.

         As autoridades sanitárias pedindo para o povo não se aglomerar e o Executivo indo apoiar manifestantes.     O governador de Goiás, médico Ronaldo Caiado, discutiu em público com manifestantes.   Desabafou na imprensa dizendo que já apoiou o Bolsonaro, mas naquele gesto dele não o apoiava pois desrespeitava norma de saúde pública.

         94 – “Foi a partir daquele domingo (15-03-2020) que duas mensagens começaram a circular juntas, uma se contrapondo à outra.   O Ministério da Saúde indicava um caminho e o presidente enviava mensagem no sentido oposto, a de não respeitar as orientações do seu próprio Ministério”.

         94 – O Ministério tinha que passar orientações sobre sepultamento de vítimas do covid e o presidente não queria.     “Expliquei que não podia mais haver velório” para vítimas da covid 19.       O protocolo foi:  cadáver dentro de dois sacos plásticos próprios para tal, em caixão lacrado e no máximo duas horas de velório restrito à família.    A resistência da presidência acabou fazendo a norma virar uma Recomendação do Ministério aos estados e municípios, que acabaram acatando e assim fazendo.

         95 – Quase fiz a especialidade de Psiquiatria.   Cheguei a cursar por um ano, antes de mudar para Ortopedia.

         Presidente e a fase de negação diante das mortes e aquela frase da “gripezinha”.    Em caso de doença grave em geral o paciente ouve o diagnóstico, sente um turbilhão, vai confidenciar com um parente próximo e na esperança, busca uma segunda opinião médica.   A primeira fase é de negação.   Na segunda fase, depois da segunda opinião confirmando a gravidade, vem o baque, a fase da raiva:  “Ela tem raiva de Deus e se pergunta: Por que comigo?”...    Nesta fase a pessoa já não nega mais a doença.   Só tem raiva.   Depois, a fase da reflexão.   A próxima fase é a primeira proativa, quando ocorre, onde a pessoa, pés no chão, começa a aceitar o fato e ajudar no tratamento.    

 

          Continua no capítulo 10/20

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