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domingo, 14 de março de 2021

CAP.08/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre a economia do BR de 2000 para cá) - Autora Economista Laura Carvalho

Leitura em março de 2021

O governo a partir de 2011 começou a tentar exercer algum controle em preços de produtos e serviços de estatais do petróleo, da eletricidade e de concessões como pedágio etc.
Página 66 – Em junho/2012 o governo aumentou o preço da gasolina e zerou a CIDE Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico (uma taxa) sobre a gasolina e subsidiou o etanol menos poluente.
Zerou a CIDE tentando segurar a inflação.
A manobra de interferir na economia prejudicou inclusive a Petrobras.
67 – Energia elétrica. Via Medida Provisória de janeiro/2013 – reduziu os encargos sobre energia e renovou concessões de forma não onerosa e prorrogou as concessões por mais 30 anos.
Em troca as concessionárias aceitaram reduzir as tarifas em 18% para residências e 32% para indústria e comércio.
Paulo Skaff, presidente da FIESP Federação das Indústrias do Estado de SP tinha liderado a campanha “Energia a Preço Justo”. Essa campanha vinha desde 2011. (Foi atendido)
Em decorrência houve grande prejuízo às distribuidoras e este foi assumido pelo Tesouro Nacional.
Em 2015 o governo voltou a corrigir de forma brusca a energia elétrica o que respondeu por 39,54% da inflação de 2015.
Desonerações Tributárias (reduzir impostos)
Em 2008, ano da crise internacional que começou nos USA, o governo reduziu o IPI Imposto sobre Produtos Industrializados sobre automóveis cuja indústria estava com estoques altos. Atendeu a indústria de olho no risco de desemprego. A redução foi estendida para o ano de 2009 também para a chamada linha branca (geladeiras, fogões, microondas...), móveis, materiais de construção.
Mas foi no primeiro mandato do governo Dilma que as desonerações fiscais vieram como parte dos eixos principais das políticas fiscal e industrial do governo.
Plano Brasil Maior (lançado em agosto de 2011 – governo Dilma)
Resumo do Plano: - redução do IPI sobre máquinas...
- crédito tributário para exportadores;
- desoneração da folha de pagamento das empresas;
A redução do IPI era para ser até 31-08-2012. Foi estendida para 31-12-2014.
Desoneração da Folha de Pagamento
A contribuição patronal era de 20% sobre a folha de salários e passou
para 1 a 2% sobre o faturamento da PJ Pessoa Jurídica. Ficou permanente. No começo era para apenas quatro setores e foi estendida para 56 setores até 2014 (com uma perda enorme de arrecadação)
71 – Em termos de PIB, a desoneração da folha de pagamento gerou perda de arrecadação de 0,08% do PIB em 2012 e com a expansão das desonerações, passou para 0,25% do PIB em 2014.
Perda de arrecadação por essas desonerações (ou renúncias):
Ano 2010 - 140 bilhões de reais
Ano 2014 250 bilhões de reais
Ano 2018 – 458 bilhões de reais (no acumulado 2011 a 2018)
(Setores chamam isso com ironia de Bolsa Empresário)
Página 72 – Não se via mais uma lógica econômica nas desonerações. Elas pareciam sem critérios econômicos e transpareciam o ceder a pressões do mercado e da classe política.
72 – Apesar das benesses concedidas pelo Estado aos setores da economia, o investimento privado não cresceu no período.
Queda do investimento privado no Brasil:
2010 – houve crescimento de 17,9%
2011 – cresceu menos - caiu para 6,8%
2012 – caiu para 0,8% o crescimento do investimento privado no ano.
Razões do fracasso: - Fraca demanda no mercado; a indústria estava muito endividada por ter passado na fase anterior por crescimento, expansão de investimentos.
Desonerações com setor endividado e pouca demanda, os empresários recompuseram lucros mas não voltaram a investir.
Nesse contexto, o aumento do crédito ofertado pelo BNDES e a redução dos juros também não deram os resultados esperados.
Terceira razão para o fracasso - No Brasil e no mundo vem se expandindo o processo de “financeirização” , qual seja, havendo disponibilidade de caixa nas empresas, muitas vezes optam por aplicar o dinheiro em títulos do Tesouro ganhando um bom juro sem risco ao invés de investir em novos projetos...
Continua no capítulo 09/22 (um por dia corrido)

CAP. 07/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA - (sobre nossa economia recente) - Autora Dra Economista Laura Carvalho


A autora diz que nosso sistema bancário é muito concentrado e cobra muito alto pelos serviços prestados. Concentra mais ainda a renda.
Página 53 – Os juros reais (descontando a inflação) pagos sobre a dívida pública em 2010 estava em 1,2% do PIB Produto Interno Bruto. Em 2005 era de 5% do PIB.
O Programa Bolsa Família em 2010 desembolsou 0,36% do PIB. Notar que grosso modo, 0,36% para o Bolsa Família é equivalente a 1/3 do que pagamos de juro da dívida pública no mesmo ano.
Capítulo 2 – A Agenda da FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Um passo ao lado (na Valsa do nome deste livro)
O mercado indicou que “o país precisaria (na visão do mercado) de um modelo de crescimento centrado no desenvolvimento industrial nos moldes asiáticos com mais destaque para as exportações”. Um caminho proposto era desvalorizar o real. O que facilitaria exportação.
Contornar o juro alto ao setor industrial, O governo, já com o poder desgastado, fez o jogo da FIESP por assim dizer:
- reduziu juros para as empresas;
- desvalorizou o real para facilitar exportação
O ano de 2011 foi o da posse da Dilma em seu primeiro mandato. Ela é economista e adotou o que o mercado (e FIESP) propunha.
26-05-2011 – artigo na Folha de São Paulo. Pacto entre FIESP, CUT e Força Sindical. Assinaram um projeto para a industrialização do Brasil e que levou o nome: Um Acordo pela Indústria Brasileira.
O governo adotou as medidas indicadas mas “o maior dinamismo da indústria não veio”. A tal “Nova Matriz Econômica” adotada não deu o resultado esperado. Só que sobrou problema para nossa economia.
Página 58 – Costumam associar essas medidas à esquerda mas foram da receita dos liberais do capital. A autora chama essa Nova Matriz Econômica de “Agenda da FIESP”. A FIESP propôs e a Dilma implementou, não deu bom resultado, o setor de capital saltou do barco e foi apoiar o Fora Dilma.
59 – “Essa agenda envolveu a redução de juros, a desvalorização do real, a contenção de gastos públicos e investimentos públicos e uma política de desonerações tributárias (menos impostos às indústrias) cada vez mais amplas, além da expansão do crédito do BNDES e o represamento das tarifas de energia. Os resultados foram desastrosos”.
Houve desaceleração da economia, desemprego, piora nas contas públicas.
Juros, Câmbio e Inflação
Agosto de 2011 a outubro de 2012. O BACEN Banco Central derrubou a Selic (Taxa básica de juros) de 12,5% para 7,25%.
Assim ano final, o juro real, descontada a inflação ficou a menos de 1% ao ano.
E a Dilma teve que mudar a remuneração da Caderneta de Poupança para pior.
O dólar saiu de 1,60 para 2,00 até meados de 2013. Caiu o juro e subiu o dólar por essa causa.
Os países ricos destinaram grandes volumes de dólar como capital especulativo para os países em desenvolvimento, principalmente ao Brasil e México.
Guido Mantega colocou uma taxa de IOF Imposto Sobre Operações Financeiras de 1% sobre esse tipo de transação especulativa.
Estabilizou a taxa de câmbio na casa dos 2,00 – dois reais – mas não ajudou muito nas exportações. Uma das razões é que nossas exportações são muito concentradas em poucos produtos e não são muito afetados pela flutuação do câmbio. Principalmente em termos físicos, ou seja, preço alto ou não tão alto, as quantidades exportadas de soja, minério de ferro, continuam num ritmo relativamente estável.
62 – “Como vimos, desvalorizações da taxa de câmbio produzem queda dos salários reais, ou seja, reduzem o poder de compra dos trabalhadores no curto prazo”. Ganham menos, gastam menos, encolhe a economia.
Por volta de 2010 nosso foco era mercado externo e este estava em retração. Nossa política econômica de então foi uma má aposta.
Nossas exportações cresceram:
11,7% em 2010; 4,8% em 2011 e 0,3% em 2012.
Internamente a combinação de dólar alto e preços elevados dos serviços – Em 2011 elevou nossa inflação para o teto da meta: 6,5% ao ano, desacelerando o crescimento dos salários.
Nesse período os USA fazem alteração no seu plano monetário e migra capital especulativo. Subiu a cotação do dólar no Brasil. Por conta disso do Banco Central teve que elevar a taxa Selic de 7,25% aa em março de 2013 para 11,75% em dezembro de 2014. Com isso a taxa de juros real (já descontada a inflação) saiu de 0,7% ao ano em março/13 para 5,3% ao ano em dezembro/14.
Continua no capítulo 08/22 (um por dia corrido)

sábado, 13 de março de 2021

CAP. 06/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa econ. anos 2000) - autora Economista LAURA CARVALHO

CAP. 06/22                leitura em março de 2021

         No Milagrinho econômico o Brasil não tinha estrutura produtiva para atender à nova demanda criada...

         A expansão da economia exige...  “uma política industrial voltada para a diversificação da estrutura produtiva.   A capacidade da oferta da economia deve acompanhar o dinamismo da demanda, impedindo .... o desequilíbrio...

         Página 46 – Inflação de Serviços  (do Setor de Serviços)

         Uma das marcas do crescimento da distribuição de renda é seu lado inflacionário.   Pessoas tem mais renda, gastam mais...

         Setor Serviços – é um setor intensivo em uso de mão de obra.  Salões de beleza, pet shop, dentistas, escolinhas particulares etc.

         Aquecendo a demanda, sobe o custo do serviço e é um setor com menos interferência internacional.  Ninguém de fora vem disputar esse tipo de mercado aqui, ou muito poucos o farão...  Daí houve essa inflação dos Serviços.

         Muitos assalariados sofreram com esses aumentos e ajudaram a engrossar os protestos de 2013 nas ruas.  Os protestos para o Fora Dilma.

         “Ainda que todas as classes tenham se beneficiado do processo de crescimento dos anos 2000...   “Em alguma medida, o que era inflação para uns, foi ganho de renda para outros”.

         Conseguiu-se cumprir as metas de inflação no período de 2006 a 2010.    Mesmo com a economia crescendo e a demanda também.    Para isso em parte houve alguma ajuda do dólar baixo.

         48 – Já em 2011, o cenário internacional mudou e ficou mais difícil controlar a inflação.   Os preços das commodities já estavam menores e elas são importantes nas nossas exportações.  (soja, minério, petróleo etc)

         O dólar baixo de um lado ajudou a controlar a inflação mas causou desequilíbrio na balança comercial.   Era barato importar e difícil exportar.  Um dos fatores que elevam a produtividade do trabalho:   Reduzir a ociosidade das indústrias, aumentando a escala de produção, o que melhora a produtividade do trabalho.   Na expansão da indústria se compra mais máquinas e máquinas mais modernas e com isso com a mesma mão de obra se pode produzir mais.

         Em 2010 já estávamos próximos do pleno emprego em certos setores.   Bom transporte público, bom serviço público de saúde, expansão das moradias, melhoram a condição de vida dos trabalhadores, mesmo não mudando o salário destes.

         Após 2011 quando a economia tinha um cenário interno e externo desfavoráveis, o governo represou tarifas de energia e manteve alguns preços represados e causou prejuízo à economia.

         Concentração de Renda no Topo

         Estudos citados pela autora mostram que ao longo dos anos 2000 não houve queda nas rendas do 1% mais rico do Brasil.

         Dados de Morgan -  Entre 2001 e 2015 no Brasil os 50% mais pobres aumentaram a participação da renda total nacional de 11% para 12%.  Já os 1% mais ricos, aumentaram sua fatia na renda de 25% para 28%.

         A camada do meio, 40% do povo brasileiro, caiu a parcela deles de 34% para 32%.

         Os 10% mais ricos ficaram com 56% da renda.    Ou seja, os 10% mais ricos ficaram com mais que o dobro da fatia dos 50% mais pobres.

         Por isso que se diz que o Brasil tem muita desigualdade social.

         Outro dado levantado por Morgan:  Os 1% mais ricos do Brasil possuem rendimento maior que os 1% mais ricos da França.    Por estas e outras, desde longa data alguém apelidou o Brasil de Belindia, ou seja, olhando para os mais ricos somos uma Bélgica (rica) e olhando para a grande maioria, mais pobre, somos uma Índia.

         Visto acima que no período de 2001 a 2015 nossa classe média que também é pobre, teve decréscimo relativo na divisão do bolo e ficou descontente e foi às ruas contra a Presidente.   “Já nossas elites, por sua vez, tinham poucos motivos para reclamar”.  

         52 – “O aprofundamento do processo de redistribuição de renda no Brasil só seria possível, portanto, com uma reforma tributária progressiva que taxasse menos o consumo e a produção e mais a renda e o patrimônio.   Assim cobrava mais dos que podem e refrescava a situação dos mais fracos.

         A autora diz que nosso sistema bancário é muito concentrado e cobra muito alto pelos serviços prestados.   Concentra mais ainda a renda.

 

         Continua no capítulo 07/22 

CAP. 05/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa econ. anos 2000) - autora Economista LAURA CARVALHO

 CAP. 05/22                - leitura em março de 2021 

         Tsunami ou marolinha.  A crise de 2008.   Crise de 2008-209

         No que afetou os países emergentes, a crise que começou nos USA:

- contração no crédito;

- queda de preços das commodities (soja, minério de ferro, petróleo etc)

- fuga de capitais externos aqui empregados

- desvalorização do real em relação ao dólar.

         Resultou  em queda no nosso PIB Produto Interno Bruto.

         Nós fomos pegos com bom estoque de dólares, as chamadas reservas cambiais.   Lula foi à TV e disse que era para os empresários continuarem investindo e o povo consumindo e o tsunami aqui seria uma marolinha.   Disse isso por ter acumulado reservas cambiais e por ter aumentado os investimentos públicos para enfrentar a crise importada.

         A crise afetou o mundo em maior ou menor grau. Nós tivemos uma queda no PIB mas abaixo do que ocorreu com os demais países da OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.  Isto até maio de 2011.

         O governo acionou os bancos públicos BB Banco do Brasil e CEF Caixa Econômica Federal.  Entre setembro de 2008 e julho de 2009 os bancos públicos aumentaram em 33% a oferta de crédito.   O que segurou a onda.

         O governo também efetuou desonerações  (redução de impostos) como o IPI Imposto sobre Produtos Industrializados para automóveis em 2008.  (buscando inclusive manter os empregos).  Em 2009 estendeu a redução de impostos para a chamada linha branca (geladeiras, fogões, microondas etc), móveis e materiais de construção.   Sempre na linha de manter o mercado ativo e evitar desemprego.

         O governo federal manteve o nível de repasses para os governos estaduais e municipais para não reduzirem os investimentos.  

         O conjunto dessas ações evitou aqueda na economia e no emprego.

         O Governo federal na época aumentou o tempo de pagamento do seguro desemprego.

         Em 2009 – lançou o programa MCMV Minha Casa Minha Vida.  Este que através de investimentos públicos ajudou muito a movimentar a economia e os empregos.

         Sem essas medidas o Brasil levaria um grande solavanco na crise que começou nos USA e se irradiou pelo mundo em 2008-2009 mas muitos efeitos negativos se estenderam por mais tempo.

         40 – No governo Lula o motor foi investimentos públicos.  Já em parte do governo Dilma,   ...”em 2011, essa atuação deu lugar a uma estratégia baseada nos incentivos ao setor privado, tanto via política fiscal (reduzindo impostos – as chamadas desonerações), quanto via política monetária e creditícia.”

         41 – Colapso anunciado?

         Os economistas divergem nas virtudes e defeitos das ações do governo na economia.   Uns querem atribuir o bom desempenho dos anos 2000 às medidas anteriores do governo FHC (1994-2002) e há outros que veem méritos na condução da economia também pelos governos de 2003 para cá.   (Lula e Dilma).

         A nossa economia vinha bem até 2010 e começou a ter mais dificuldade de 2015 em diante.  Em 2015 a segunda maior recessão da nossa história.

         42 – Em 2004 e 2005 o crescimento foi liderado pelo boom das exportações.  Entre 2006 e 2010 por:

- efeito da valorização mais acelerada do salário mínimo, do Bolsa Família;

- da expansão do crédito, dos investimentos públicos.

         Poucos discordam do fato de que a estabilização da inflação nos tempos de FHC foi uma condição necessária para o crescimento dos anos seguintes.     ...”outra coisa é afirmar que a adoção do tripé econômico... foram os principais responsáveis por gerar um crescimento acelerado – uma década depois”.

         As medidas dos governos após 2002 (Lula e Dilma) deram impulso à economia, emprego e renda, mas não tinham meios de se estenderem por muito tempo (altos investimentos públicos, crédito abundante etc).

         Desequilíbrio externo e Estrutura Produtiva

         Baixa competitividade do nosso setor industrial.

         O que mais acelerou a nossa economia foi o setor de Serviços.  Comércio e Serviços cresceram e a indústria não.   Os produtos vieram de fora.  Dados das importações no período:

         De 2005 a 2010 houve aumento de 103,4% em termos reais em nossas importações.

         O dólar baixo, o real valorizado, facilitavam as importações.  O dólar baixo tem outro efeito negativo:  Dificulta as exportações.

         Uma equação difícil.  Dolar baixo, mercadorias sobem menos e tem menos inflação.  Por outro lado, desequilibra nossa balança comercial, havendo mais importação do que exportação.    

         De outro lado, se o dólar for muito caro, fica mais caro importar e a inflação sobe.     “Com a inflação mais alta, os salários perdem poder de compra, desacelerando o consumo das famílias.”

 

                   Continua no capítulo 06/22

sexta-feira, 12 de março de 2021

CAP. 04/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa economia de 2000 para cá) - Autora Dra em Economia LAURA CARVALHO

 CAP. 04/22

          Crescimento dos investimentos em diferentes períodos:

         Parte dos tempos FHC  - 1999 a 2002.   Os investimentos estatais cresceram em termos reais (já descontada a inflação) apenas média de 2% ao ano.

         Período 2003 a 2005 (Lula) – cresceram 4,7% em media ao ano.

         Período 2006 a 2010 (Lula) – Cresceram 27,6% em media ao ano.

         Período de 2011 a 2014 (Dilma) – cresceram 1% em media ao ano.

         No tempo acelerado, em 2007 tivemos o lançamento do PAC Programa de Aceleração de Crescimento.   Nesse tempo a Dilma (que é Economista)  era a Ministra Chefe da Casa Civil da Presidência da República.

         “O PAC engloba um conjunto de medidas destinadas a desonerar e incentivar o investimento privado, aumentando o investimento público e aperfeiçoar a política fiscal”.

         O PAC aplicou entre 2007 e 2010 o montante de 504 bilhões de reais em investimentos.  Gerou obras, empregos, mais tributos e crescimento do mercado e da economia como um todo.

         Dados do Balanço do PAC 1

         Página 29 – Lula focou o PAC em infraestrutura física e social.  Após o apagão de 2001 (governo FHC), o PAC prevê 54,5% dos recursos para o setor de energia.  

         Parte em estrutura social e urbana, incluindo habitação popular e saneamento básico, com 33,9% dos recursos do PAC

         Infra estrutura logística com 11,6% dos recursos do PAC – em rodovias, ferrovias, aeroportos, portos.

         Investimentos públicos puxam investimentos privados.   Ex – construir uma usina hidrelétrica.  Além da usina no entorno os empresários reforçam estrutura de restaurantes, hotéis, postos de gasolina etc para atender a demanda nos tempos das obras.   Tudo aumenta o movimento na economia.

         Países como o Reino Unido separam da regra fiscal os investimentos públicos porque estes geralmente aumentam os ativos fixos do Estado (rodovias, ferrovias etc) que geram receitas.

         Página 31 – Desde 2005 o Brasil tirou o recurso destinado ao PAC da base de cálculo do resultado primário.  (receitas – despesas correntes).  Isto porque os investimentos não são despesas.

         Entre 2009 e 2010 retiraram também a Petrobrás e a Eletrobrás desse cálculo de receitas  e despesas do Estado para deixar claros os resultados.

         Setores do mercado, no entanto, começaram a criticar o governo por fazer essa separação de contas.   Apelidaram esse sistema de Contabilidade Criativa com sentido pejorativo.

         Ao inibir essa prática de cálculo, tirou espaço para o governo investir e fazer a economia crescer.   Isto desativou “um dos principais motores da nossa Economia”.

         O desempenho da Economia.

         O que nos deu melhoras nos anos 2000:

         Boas cotações internacionais das commodities (destaque para soja e minério de ferro)

         Bolsa Família e distribuição de renda

         Investimentos públicos

         Expansão do crédito

         Cresceu o PIB Produto Interno Bruto, diminuiu a dívida pública e acumulamos reservas em dólar.  (chamamos essas reservas de divisas)

         O consumo das famílias cresceu, mas os investimentos públicos cresceram mais.

         Página 34 – Dívida líquida pública.  Nesta se desconta os ativos do governo, tais como as reservas internacionais (divisas – dólares)

         Dívida líquida:

         Em 2002 representava 62,4% do PIB

         Em 2008 – caiu para 37% do PIB

         Em 2014 – caiu para 30% do PIB

         Nós quitamos em 2005 as dívidas junto ao FMI Fundo Monetário Internacional.    E passamos ter saldo em dólar, as chamadas reservas internacionais.

         Em 2005 – reservas de 55 bilhões de dólares;

         Em 2007 – reservas de 207 bilhões de dólares.

         Perfil da nossa dívida – Em 1999 90% da nossa dívida era de curto prazo.  (fica mais difícil de administrar)

         Em 2008 20% da nossa dívida era de curto prazo.    Com baixo endividamento, reservas altas em dólar e dívidas de longo prazo, nos tornou um país com bastante resistência em caso de crises econômicas internacionais.

         Esses fatores que foram resultado de ações positivas do governo ajudaram muito a manter sob controle a inflação e o dólar num patamar adequado.   

         Dolar médio no Brasil em 2004 – 2,92 reais por dólar

         Dolar médio em 2010 – 1,76 reais por dólar.

         O dólar baixo trouxe um efeito negativo na nossa balança comercial, pois fica fácil importar e difícil exportar e conquistar reservas em dólar.

         Reflexo na nossa balança comercial:

          2006 – superavit (Exportação- Importação) = 45 bilhões de dólares. 

         2010 – superavit – 18,54 bilhões de dólares.

         Em 2010 ficava mais barato importar e importamos bem mais.  Prejudicou por outro lado nossa indústria e os empregos e salários.

 

                   Continua no capítulo 05/22

CAP. 03/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa economia de 2000 para cá) - Autora Dra em Economia LAURA CARVALHO

 CAP. 03/22            leitura em março de 2021 

         Estudos econométricos mostraram que o Índice GINI que mede a desigualdade social melhorou no Brasil nesses tempos. Mostraram queda da desigualdade entre 10% e 31% nesse período de distribuição de renda onde o Bolsa Família atua.

         A política adotada de elevar o salário mínimo um pouco acima da inflação, dando um ganho real ao salário mínimo ano após ano dos anos 2000 para cá ajudou a distribuir renda.

         Passou-se a corrigir o salário mínimo pela inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB Produto Interno Bruto determinado pelo período de dois anos anteriores na média.   Isto desde o ano de 2008.

         Em 2013, pela política de propiciar ganho real ao salário, o assalariado no conjunto passou nesse ano a ficar com a fatia de 52,5% do lucro anual da produção para 57,4%.    Mais renda nas mãos dos trabalhadores e maior consumo, aumentando a força da nossa economia, o emprego e o recolhimento de tributos.

         Há índice GINI que mede a desigualdade específica para salários.  Nos anos 2000 a renda salarial dos 10% mais pobres aumenta em relação ao salário médio ou mediano do País.

         22 – “Milagre Econômico na ditadura medida no período 1968-1973, altas taxas de crescimento.  Mas ampliou as desigualdades sociais.  O bolo da economia cresceu mas diziam que não podia dividi-lo com os trabalhadores...”.    Nesse período cresceram setores de produção de bens industrializados mais sofisticados como linha branca e indústria automobilística.     Com isso os trabalhadores mais qualificados que já ganhavam salários melhores, foram mais beneficiados, mas o conjunto das classes trabalhadoras não participou de forma justa nessa fase.  Aumentou a desigualdade social.

         Já no chamado Milagrinho (de 2006 a 2010) com Lula houve crescimento com melhoria nos salários mas ajudou também os de salário mais baixo, inclusive do pessoal da construção civil e teve como reforço o apoio do Bolsa Família.    Como foi dito, investimentos do governo incentivaram a indústria da construção civil e esta demandou mais mão de obra pouco qualificada inclusive.   Cresceu o emprego, a massa salarial, a demanda por produtos da indústria, a arrecadação de impostos e assim por diante.    Esse ciclo foi até 2010.

         Fatores de destaque no período para diminuir as desigualdades:

         - Bolsa Familia – com transferência de renda para os mais pobres.

         - Valorização do salário mínimo com mecanismo de ganho real.

         Familias pobres passaram a consumir mais produtos e disputa-los no mercado que cresceu.    Também passaram a demandar mais serviços como cabeleireiros, restaurantes, escolas particulares, viagens e outros.

         “Nos anos 2000, a distribuição da renda na base da pirâmide não foi apenas o resultado de políticas públicas, mas também da própria dinâmica do crescimento da economia brasileira”.

         O pilar do acesso ao crédito.   Operações de crédito:

         Em 2002   - crédito na casa de 25,5% do PIB  Produto Interno Bruto

         Em 2012 – crédito na casa de 49,2% do PIB

         No período, pessoas físicas e o acesso ao crédito:

         Ano 2007 – equivalente a 14% do PIB

         Ano 2017 – equivalente a 24,9% do PIB.

         Primeiro o crédito foi mais para financiamento do consumo.  Depois, também para financiamento habitacional e crédito rural (com destaque para os bancos oficiais do governo – Caixa Econômica e Banco do Brasil).

         O governo estimulou a expansão do crédito consignado.   (Esta modalidade de juro mais baixo e que é debitado mensalmente na conta corrente junto ao pagamento do trabalhador).    No caso o juro é bem mais baixo porque o risco do crédito já autorizado o débito junto com o pagamento da pessoa fica muito mais seguro para quem empresta.

         Ela alerta que no Brasil de então as famílias usaram mais o crédito, mas de forma sustentável.

         Ocorreu diferente nos USA antes de 2008 que o crédito era insustentável e formou a bolha que depois explodiu e causou uma quebradeira incluindo até de bancos.   Houve reflexo negativo no mundo todo e provocou queda na economia e dramático aumento de desemprego.

         Foi o tsunami que aqui foi chamado de marolinha porque o governo adotou um forte incremento de aplicação de recursos públicos na economia e esta conseguiu manter o ritmo sendo pouco afetada pela crise, bem abaixo do que sofreram em média os outros países.

         O nosso Milagrinho (ano 2006 a 2010) – houve mais acesso ao crédito; redução de desigualdades (com reforço dos benefícios do Bolsa Família) e crescimento do emprego mais o aumento real dos salários.    Aumentou com esse conjunto de medidas governamentais o mercado de consumo e o crescimento da economia.   Foi um ganha ganha.

         O pilar dos investimentos públicos no período do Milagrinho – Foi feita aplicação de grande volume de recursos públicos na economia, este que foi o principal motor da economia no período:

         De 2006 a 2010 o investimento cresceu na média anual de 27,6% em termos reais, já descontada a inflação.    Para se comparar, no período anterior de 2003 a 2005 os investimentos cresceram 4,7% ao ano em termos reais, já descontada a inflação.

 

         Continua no capítulo 04/22   (um para cada dia corrido)

quinta-feira, 11 de março de 2021

CAP. 02/21 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (economia brasileira de 2000 a 2017) - Dra em Economia LAURA CARVALHO

Cap 02/21                    leitura - março de 2021

De 2011 a 2014 o governo Dilma adotou a Agenda da Fiesp – reduzir juros, tarifas, desonerações tributárias favorecendo indústrias etc.

O mercado apelidou essa agenda de Nova Matriz Econômica. Na Valsa do título deste livro, foi um passo para o lado.

“A dança evolui para o grande passo atrás dos anos 2015/2016, voltado para o desmonte acelerado do frágil estado de bem estar social brasileiro”. Corte de benefícios sociais em época de economia em queda.

Dados por períodos tendo como fonte o FMI Fundo Monetário Internacional, sempre em termos reais, já descontada a inflação:

Discriminação......1999/02.....03/05.... 06/10.......11/14...... 15/16

Variação nos preços

das commod.........10,3%......... 19,1.......10,5.....-7%......... - 6,5%

Invest.Federais ...... - 2% ........-4,7%..... 27,60%....1,00%... -28,4%

Entre 2006 e 2010 o governo federal para se contrapor à crise econômica mundial provocada pelo estouro da bolha das Sub Prime (os créditos podres no mercado imobiliário americano), esta que trouxe queda na economia mundial e desemprego elevado. Neste período o governo brasileiro acelerou os investimentos públicos (27,60%) para manter nossa economia firme e os empregos estáveis e foi bem sucedido. (foi assim que tivemos uma “marolinha” interna do tsunami lá fora).

Página 13 – Capítulo I – O Milagrinho brasileiro: Um passo à frente

Anos 2000 – crescimento da China, maior demanda de commodities e os preços destas sobem e nos favorecem. Não só por isso, mas também ajudado por isso das commodities. O Brasil cresce 3,7% ao ano na década de 2001 a 2010. Houve ações do governo inclusive na distribuição de renda e nos investimentos estatais para agilizar nossa economia.

FMI - informa que entre dezembro de 2001 e abril de 2011 as commodities subiram 326%.

Nesse tempo (2003) o governo federal lança o Bolsa Família. Tempos de melhoria da condição social do povo e de crescimento do mercado interno.

Tempos de Antonio Palocci no Ministério da Economia e o Meirelles no Banco Central.

Se o presidente Lula acelerasse a distribuição de renda iria desarranjar a economia. Houve prudência e responsabilidade fiscal. No primeiro ano do seu governo, ano de 2003 o Brasil cresceu só 1,1%. Segurou a inflação mas descontentou os mais afoitos.

A Executiva Nacional do PT em março de 2004 pediu para o governo acelerar a retomada do desenvolvimento. Havia divergência entre Palocci e José Dirceu, Ministro Chefe da Casa Civil.

16 – A taxa Selic de 2004 estava em 16,5% ao ano. O PIB cresceu em 2004 em 5,8% ao ano. O mercado diria que seria o voo de galinha, de curto espaço. O aumento do PIB foi puxado pelas exportações que cresceram 14,5% no ano de 2004.

O PIB de 2005 foi de 3,2% o crescimento no ano.

E nesse ano de 2005 as exportações cresceram 9,6%. Em junho de 2005 José Dirceu deixou o governo por ser acusado por Roberto Jefferson de ter praticado o Mensalão. Acusado de pagar mensalão para os deputados votarem com o governo em pautas de interesse do governo. Dirceu era da Casa Civil e foi substituído no cargo por Dilma.

Debate eleitoral em 2006, Lula pleiteia a reeleição. Lá na campanha da primeira eleição dele, teve o episódio da Regina Duarte vir à TV com aquela do Eu Tenho Medo, espalhando pânico no povo para que não votasse no Lula. Naquela época colocaram Lula como sendo contra o Plano Real. Em contraposição ele fez a Carta ao Povo brasileiro firmando um pacto deixando claro que não tomaria medidas drásticas que afetassem a relação com o mundo empresarial.

No segundo mandato do Lula o crescimento alcançado pelo Brasil teve menos influência dos preços elevados das commodities (como soja e minério de ferro) e mais pela “expansão do consumo das famílias e pelos investimentos”. Houve distribuição de renda com ênfase nos mais pobres.

Lançado em 2003 o Bolsa Família, em janeiro de 2004 eram 3,6 milhões de famílias atendidas. Em 2010 eram 12,8 milhões de famílias. Em 2017 eram 13,5 milhões de famílias. Houve forte redução da pobreza extrema no Brasil e ajudou a aquecer o mercado interno gerando empregos.

No Bolsa Família as atendidas tem que em contrapartida manter boa frequência escolar dos filhos, manter as vacinações em dia e receberem acompanhamento médico das crianças e mães.

20 – Estudos econométricos mostraram que o Índice GINI que mede a desigualdade social melhorou no Brasil nesses tempos. Mostraram queda da desigualdade entre 10% e 31% nesse período de distribuição de renda onde o Bolsa Família atua.

 

Continua no capítulo 03/21