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domingo, 14 de março de 2021
CAP.08/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre a economia do BR de 2000 para cá) - Autora Economista Laura Carvalho
CAP. 07/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA - (sobre nossa economia recente) - Autora Dra Economista Laura Carvalho
sábado, 13 de março de 2021
CAP. 06/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa econ. anos 2000) - autora Economista LAURA CARVALHO
CAP. 06/22 leitura em março de 2021
No Milagrinho econômico o Brasil não
tinha estrutura produtiva para atender à nova demanda criada...
A expansão da economia exige... “uma política industrial voltada para a
diversificação da estrutura produtiva.
A capacidade da oferta da economia deve acompanhar o dinamismo da
demanda, impedindo .... o desequilíbrio...
Página 46 – Inflação de Serviços (do Setor de Serviços)
Uma das marcas do crescimento da
distribuição de renda é seu lado inflacionário. Pessoas tem mais renda, gastam mais...
Setor Serviços – é um setor intensivo
em uso de mão de obra. Salões de beleza,
pet shop, dentistas, escolinhas particulares etc.
Aquecendo a demanda, sobe o custo do
serviço e é um setor com menos interferência internacional. Ninguém de fora vem disputar esse tipo de
mercado aqui, ou muito poucos o farão...
Daí houve essa inflação dos Serviços.
Muitos assalariados sofreram com esses
aumentos e ajudaram a engrossar os protestos de 2013 nas ruas. Os protestos para o Fora Dilma.
“Ainda que todas as classes tenham se
beneficiado do processo de crescimento dos anos 2000... “Em alguma medida, o que era inflação para
uns, foi ganho de renda para outros”.
Conseguiu-se cumprir as metas de
inflação no período de 2006 a 2010.
Mesmo com a economia crescendo e a demanda também. Para isso em parte houve alguma ajuda do
dólar baixo.
48 – Já em 2011, o cenário
internacional mudou e ficou mais difícil controlar a inflação. Os preços das commodities já estavam menores
e elas são importantes nas nossas exportações.
(soja, minério, petróleo etc)
O dólar baixo de um lado ajudou a
controlar a inflação mas causou desequilíbrio na balança comercial. Era barato importar e difícil exportar. Um dos fatores que elevam a produtividade do
trabalho: Reduzir a ociosidade das
indústrias, aumentando a escala de produção, o que melhora a produtividade do
trabalho. Na expansão da indústria se
compra mais máquinas e máquinas mais modernas e com isso com a mesma mão de
obra se pode produzir mais.
Em 2010 já estávamos próximos do pleno
emprego em certos setores. Bom
transporte público, bom serviço público de saúde, expansão das moradias,
melhoram a condição de vida dos trabalhadores, mesmo não mudando o salário
destes.
Após 2011 quando a economia tinha um
cenário interno e externo desfavoráveis, o governo represou tarifas de energia
e manteve alguns preços represados e causou prejuízo à economia.
Concentração de Renda no Topo
Estudos citados pela autora mostram que
ao longo dos anos 2000 não houve queda nas rendas do 1% mais rico do Brasil.
Dados de Morgan - Entre 2001 e 2015 no Brasil os 50% mais
pobres aumentaram a participação da renda total nacional de 11% para 12%. Já os 1% mais ricos, aumentaram sua fatia na
renda de 25% para 28%.
A camada do meio, 40% do povo
brasileiro, caiu a parcela deles de 34% para 32%.
Os 10% mais ricos ficaram com 56% da
renda. Ou seja, os 10% mais ricos
ficaram com mais que o dobro da fatia dos 50% mais pobres.
Por isso que se diz que o Brasil tem
muita desigualdade social.
Outro dado levantado por Morgan: Os 1% mais ricos do Brasil possuem rendimento
maior que os 1% mais ricos da França.
Por estas e outras, desde longa data alguém apelidou o Brasil de
Belindia, ou seja, olhando para os mais ricos somos uma Bélgica (rica) e
olhando para a grande maioria, mais pobre, somos uma Índia.
Visto acima que no período de 2001 a
2015 nossa classe média que também é pobre, teve decréscimo relativo na divisão
do bolo e ficou descontente e foi às ruas contra a Presidente. “Já nossas elites, por sua vez, tinham
poucos motivos para reclamar”.
52 – “O aprofundamento do processo de
redistribuição de renda no Brasil só seria possível, portanto, com uma reforma
tributária progressiva que taxasse menos o consumo e a produção e mais a renda
e o patrimônio. Assim cobrava mais dos
que podem e refrescava a situação dos mais fracos.
A autora diz que nosso sistema bancário
é muito concentrado e cobra muito alto pelos serviços prestados. Concentra mais ainda a renda.
Continua no capítulo 07/22
CAP. 05/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa econ. anos 2000) - autora Economista LAURA CARVALHO
CAP. 05/22 - leitura em março de 2021
Tsunami ou marolinha. A crise de 2008. Crise de 2008-209
No que afetou os países emergentes, a
crise que começou nos USA:
- contração no
crédito;
- queda de preços
das commodities (soja, minério de ferro, petróleo etc)
- fuga de capitais
externos aqui empregados
- desvalorização do
real em relação ao dólar.
Resultou em queda no nosso PIB Produto Interno Bruto.
Nós fomos pegos com bom estoque de
dólares, as chamadas reservas cambiais.
Lula foi à TV e disse que era para os empresários continuarem investindo
e o povo consumindo e o tsunami aqui seria uma marolinha. Disse isso por ter acumulado reservas
cambiais e por ter aumentado os investimentos públicos para enfrentar a crise
importada.
A crise afetou o mundo em maior ou
menor grau. Nós tivemos uma queda no PIB mas abaixo do que ocorreu com os
demais países da OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico. Isto até maio de 2011.
O governo acionou os bancos públicos BB
Banco do Brasil e CEF Caixa Econômica Federal.
Entre setembro de 2008 e julho de 2009 os bancos públicos aumentaram em
33% a oferta de crédito. O que segurou
a onda.
O governo também efetuou
desonerações (redução de impostos) como
o IPI Imposto sobre Produtos Industrializados para automóveis em 2008. (buscando inclusive manter os empregos). Em 2009 estendeu a redução de impostos para a
chamada linha branca (geladeiras, fogões, microondas etc), móveis e materiais
de construção. Sempre na linha de
manter o mercado ativo e evitar desemprego.
O governo federal manteve o nível de
repasses para os governos estaduais e municipais para não reduzirem os
investimentos.
O conjunto dessas ações evitou aqueda
na economia e no emprego.
O Governo federal na época aumentou o
tempo de pagamento do seguro desemprego.
Em 2009 – lançou o programa MCMV Minha
Casa Minha Vida. Este que através de
investimentos públicos ajudou muito a movimentar a economia e os empregos.
Sem essas medidas o Brasil levaria um
grande solavanco na crise que começou nos USA e se irradiou pelo mundo em
2008-2009 mas muitos efeitos negativos se estenderam por mais tempo.
40 – No governo Lula o motor foi
investimentos públicos. Já em parte do governo
Dilma, ...”em 2011, essa atuação deu
lugar a uma estratégia baseada nos incentivos ao setor privado, tanto via
política fiscal (reduzindo impostos – as chamadas desonerações), quanto via
política monetária e creditícia.”
41 – Colapso anunciado?
Os economistas divergem nas virtudes e
defeitos das ações do governo na economia.
Uns querem atribuir o bom desempenho dos anos 2000 às medidas anteriores
do governo FHC (1994-2002) e há outros que veem méritos na condução da economia
também pelos governos de 2003 para cá.
(Lula e Dilma).
A nossa economia vinha bem até 2010 e
começou a ter mais dificuldade de 2015 em diante. Em 2015 a segunda maior recessão da nossa
história.
42 – Em 2004 e 2005 o crescimento foi
liderado pelo boom das exportações. Entre
2006 e 2010 por:
- efeito da
valorização mais acelerada do salário mínimo, do Bolsa Família;
- da expansão do
crédito, dos investimentos públicos.
Poucos discordam do fato de que a
estabilização da inflação nos tempos de FHC foi uma condição necessária para o
crescimento dos anos seguintes.
...”outra coisa é afirmar que a adoção do tripé econômico... foram os
principais responsáveis por gerar um crescimento acelerado – uma década
depois”.
As medidas dos governos após 2002 (Lula
e Dilma) deram impulso à economia, emprego e renda, mas não tinham meios de se
estenderem por muito tempo (altos investimentos públicos, crédito abundante
etc).
Desequilíbrio externo e Estrutura
Produtiva
Baixa competitividade do nosso setor
industrial.
O que mais acelerou a nossa economia
foi o setor de Serviços. Comércio e
Serviços cresceram e a indústria não.
Os produtos vieram de fora. Dados
das importações no período:
De 2005 a 2010 houve aumento de 103,4%
em termos reais em nossas importações.
O dólar baixo, o real valorizado,
facilitavam as importações. O dólar
baixo tem outro efeito negativo:
Dificulta as exportações.
Uma equação difícil. Dolar baixo, mercadorias sobem menos e tem
menos inflação. Por outro lado,
desequilibra nossa balança comercial, havendo mais importação do que
exportação.
De outro lado, se o dólar for muito
caro, fica mais caro importar e a inflação sobe. “Com a inflação mais alta, os salários
perdem poder de compra, desacelerando o consumo das famílias.”
Continua no capítulo 06/22
sexta-feira, 12 de março de 2021
CAP. 04/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa economia de 2000 para cá) - Autora Dra em Economia LAURA CARVALHO
CAP. 04/22
Crescimento dos investimentos em diferentes períodos:
Parte dos tempos FHC - 1999 a 2002. Os investimentos estatais cresceram em
termos reais (já descontada a inflação) apenas média de 2% ao ano.
Período 2003 a 2005 (Lula) – cresceram
4,7% em media ao ano.
Período 2006 a 2010 (Lula) – Cresceram
27,6% em media ao ano.
Período de 2011 a 2014 (Dilma) –
cresceram 1% em media ao ano.
No tempo acelerado, em 2007 tivemos o
lançamento do PAC Programa de Aceleração de Crescimento. Nesse tempo a Dilma (que é Economista) era a Ministra Chefe da Casa Civil da Presidência
da República.
“O PAC engloba um conjunto de medidas
destinadas a desonerar e incentivar o investimento privado, aumentando o
investimento público e aperfeiçoar a política fiscal”.
O PAC aplicou entre 2007 e 2010 o
montante de 504 bilhões de reais em investimentos. Gerou obras, empregos, mais tributos e crescimento
do mercado e da economia como um todo.
Dados do Balanço do PAC 1
Página 29 – Lula focou o PAC em
infraestrutura física e social. Após o
apagão de 2001 (governo FHC), o PAC prevê 54,5% dos recursos para o setor de
energia.
Parte em estrutura social e urbana,
incluindo habitação popular e saneamento básico, com 33,9% dos recursos do PAC
Infra estrutura logística com 11,6% dos
recursos do PAC – em rodovias, ferrovias, aeroportos, portos.
Investimentos públicos puxam
investimentos privados. Ex – construir
uma usina hidrelétrica. Além da usina no
entorno os empresários reforçam estrutura de restaurantes, hotéis, postos de
gasolina etc para atender a demanda nos tempos das obras. Tudo aumenta o movimento na economia.
Países como o Reino Unido separam da
regra fiscal os investimentos públicos porque estes geralmente aumentam os
ativos fixos do Estado (rodovias, ferrovias etc) que geram receitas.
Página 31 – Desde 2005 o Brasil tirou o
recurso destinado ao PAC da base de cálculo do resultado primário. (receitas – despesas correntes). Isto porque os investimentos não são
despesas.
Entre 2009 e 2010 retiraram também a
Petrobrás e a Eletrobrás desse cálculo de receitas e despesas do Estado para deixar claros os
resultados.
Setores do mercado, no entanto,
começaram a criticar o governo por fazer essa separação de contas. Apelidaram esse sistema de Contabilidade
Criativa com sentido pejorativo.
Ao inibir essa prática de cálculo,
tirou espaço para o governo investir e fazer a economia crescer. Isto desativou “um dos principais motores da
nossa Economia”.
O desempenho da Economia.
O que nos deu melhoras nos anos 2000:
Boas cotações internacionais das
commodities (destaque para soja e minério de ferro)
Bolsa Família e distribuição de renda
Investimentos públicos
Expansão do crédito
Cresceu o PIB Produto Interno Bruto,
diminuiu a dívida pública e acumulamos reservas em dólar. (chamamos essas reservas de divisas)
O consumo das famílias cresceu, mas os
investimentos públicos cresceram mais.
Página 34 – Dívida líquida
pública. Nesta se desconta os ativos do
governo, tais como as reservas internacionais (divisas – dólares)
Dívida líquida:
Em 2002 representava 62,4% do PIB
Em 2008 – caiu para 37% do PIB
Em 2014 – caiu para 30% do PIB
Nós quitamos em 2005 as dívidas junto
ao FMI Fundo Monetário Internacional.
E passamos ter saldo em dólar, as chamadas reservas internacionais.
Em 2005 – reservas de 55 bilhões de
dólares;
Em 2007 – reservas de 207 bilhões de
dólares.
Perfil da nossa dívida – Em 1999 90% da
nossa dívida era de curto prazo. (fica
mais difícil de administrar)
Em 2008 20% da nossa dívida era de
curto prazo. Com baixo endividamento,
reservas altas em dólar e dívidas de longo prazo, nos tornou um país com
bastante resistência em caso de crises econômicas internacionais.
Esses fatores que foram resultado de
ações positivas do governo ajudaram muito a manter sob controle a inflação e o
dólar num patamar adequado.
Dolar médio no Brasil em 2004 – 2,92
reais por dólar
Dolar médio em 2010 – 1,76 reais por
dólar.
O dólar baixo trouxe um efeito negativo
na nossa balança comercial, pois fica fácil importar e difícil exportar e
conquistar reservas em dólar.
Reflexo na nossa balança comercial:
2006 – superavit (Exportação-
Importação) = 45 bilhões de dólares.
2010 – superavit – 18,54 bilhões de
dólares.
Em 2010 ficava mais barato importar e
importamos bem mais. Prejudicou por
outro lado nossa indústria e os empregos e salários.
Continua no capítulo 05/22
CAP. 03/22 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (sobre nossa economia de 2000 para cá) - Autora Dra em Economia LAURA CARVALHO
CAP. 03/22 leitura em março de 2021
Estudos econométricos mostraram que o
Índice GINI que mede a desigualdade social melhorou no Brasil nesses tempos.
Mostraram queda da desigualdade entre 10% e 31% nesse período de distribuição
de renda onde o Bolsa Família atua.
A política adotada de elevar o salário
mínimo um pouco acima da inflação, dando um ganho real ao salário mínimo ano
após ano dos anos 2000 para cá ajudou a distribuir renda.
Passou-se a corrigir o salário mínimo
pela inflação do ano anterior mais o crescimento do PIB Produto Interno Bruto
determinado pelo período de dois anos anteriores na média. Isto desde o ano de 2008.
Em 2013, pela política de propiciar
ganho real ao salário, o assalariado no conjunto passou nesse ano a ficar com a
fatia de 52,5% do lucro anual da produção para 57,4%. Mais renda nas mãos dos trabalhadores e
maior consumo, aumentando a força da nossa economia, o emprego e o recolhimento
de tributos.
Há índice GINI que mede a desigualdade
específica para salários. Nos anos 2000
a renda salarial dos 10% mais pobres aumenta em relação ao salário médio ou
mediano do País.
22 – “Milagre Econômico na ditadura
medida no período 1968-1973, altas taxas de crescimento. Mas ampliou as desigualdades sociais. O bolo da economia cresceu mas diziam que não
podia dividi-lo com os trabalhadores...”.
Nesse período cresceram setores de produção de bens industrializados
mais sofisticados como linha branca e indústria automobilística. Com isso os trabalhadores mais
qualificados que já ganhavam salários melhores, foram mais beneficiados, mas o
conjunto das classes trabalhadoras não participou de forma justa nessa fase. Aumentou a desigualdade social.
Já no chamado Milagrinho (de 2006 a
2010) com Lula houve crescimento com melhoria nos salários mas ajudou também os
de salário mais baixo, inclusive do pessoal da construção civil e teve como
reforço o apoio do Bolsa Família. Como
foi dito, investimentos do governo incentivaram a indústria da construção civil
e esta demandou mais mão de obra pouco qualificada inclusive. Cresceu o emprego, a massa salarial, a
demanda por produtos da indústria, a arrecadação de impostos e assim por
diante. Esse ciclo foi até 2010.
Fatores de destaque no período para
diminuir as desigualdades:
- Bolsa Familia – com transferência de
renda para os mais pobres.
- Valorização do salário mínimo com
mecanismo de ganho real.
Familias pobres passaram a consumir
mais produtos e disputa-los no mercado que cresceu. Também passaram a demandar mais serviços
como cabeleireiros, restaurantes, escolas particulares, viagens e outros.
“Nos anos 2000, a distribuição da renda
na base da pirâmide não foi apenas o resultado de políticas públicas, mas
também da própria dinâmica do crescimento da economia brasileira”.
O pilar do acesso ao crédito. Operações de crédito:
Em 2002 - crédito na casa de 25,5% do PIB Produto Interno Bruto
Em 2012 – crédito na casa de 49,2% do
PIB
No período, pessoas físicas e o acesso
ao crédito:
Ano 2007 – equivalente a 14% do PIB
Ano 2017 – equivalente a 24,9% do PIB.
Primeiro o crédito foi mais para
financiamento do consumo. Depois, também
para financiamento habitacional e crédito rural (com destaque para os bancos
oficiais do governo – Caixa Econômica e Banco do Brasil).
O governo estimulou a expansão do
crédito consignado. (Esta modalidade de
juro mais baixo e que é debitado mensalmente na conta corrente junto ao
pagamento do trabalhador). No caso o
juro é bem mais baixo porque o risco do crédito já autorizado o débito junto
com o pagamento da pessoa fica muito mais seguro para quem empresta.
Ela alerta que no Brasil de então as famílias
usaram mais o crédito, mas de forma sustentável.
Ocorreu diferente nos USA antes de 2008
que o crédito era insustentável e formou a bolha que depois explodiu e causou
uma quebradeira incluindo até de bancos.
Houve reflexo negativo no mundo todo e provocou queda na economia e
dramático aumento de desemprego.
Foi o tsunami que aqui foi chamado de
marolinha porque o governo adotou um forte incremento de aplicação de recursos
públicos na economia e esta conseguiu manter o ritmo sendo pouco afetada pela
crise, bem abaixo do que sofreram em média os outros países.
O nosso Milagrinho (ano 2006 a 2010) –
houve mais acesso ao crédito; redução de desigualdades (com reforço dos
benefícios do Bolsa Família) e crescimento do emprego mais o aumento real dos salários. Aumentou com esse conjunto de medidas
governamentais o mercado de consumo e o crescimento da economia. Foi um ganha ganha.
O pilar dos investimentos públicos no
período do Milagrinho – Foi feita aplicação de grande volume de recursos públicos
na economia, este que foi o principal motor da economia no período:
De 2006 a 2010 o investimento cresceu
na média anual de 27,6% em termos reais, já descontada a inflação. Para se comparar, no período anterior de
2003 a 2005 os investimentos cresceram 4,7% ao ano em termos reais, já
descontada a inflação.
Continua no capítulo 04/22 (um para cada dia corrido)
quinta-feira, 11 de março de 2021
CAP. 02/21 - fichamento - livro - VALSA BRASILEIRA (economia brasileira de 2000 a 2017) - Dra em Economia LAURA CARVALHO
Cap 02/21 leitura - março de 2021
De 2011 a 2014 o
governo Dilma adotou a Agenda da Fiesp – reduzir juros, tarifas, desonerações
tributárias favorecendo indústrias etc.
O mercado apelidou
essa agenda de Nova Matriz Econômica. Na Valsa do título deste livro, foi um
passo para o lado.
“A dança evolui
para o grande passo atrás dos anos 2015/2016, voltado para o desmonte acelerado
do frágil estado de bem estar social brasileiro”. Corte de benefícios sociais
em época de economia em queda.
Dados por períodos
tendo como fonte o FMI Fundo Monetário Internacional, sempre em termos reais,
já descontada a inflação:
Discriminação......1999/02.....03/05....
06/10.......11/14...... 15/16
Variação nos preços
das
commod.........10,3%......... 19,1.......10,5.....-7%......... - 6,5%
Invest.Federais
...... - 2% ........-4,7%..... 27,60%....1,00%... -28,4%
Entre 2006 e 2010 o
governo federal para se contrapor à crise econômica mundial provocada pelo estouro
da bolha das Sub Prime (os créditos podres no mercado imobiliário americano),
esta que trouxe queda na economia mundial e desemprego elevado. Neste período o
governo brasileiro acelerou os investimentos públicos (27,60%) para manter
nossa economia firme e os empregos estáveis e foi bem sucedido. (foi assim que
tivemos uma “marolinha” interna do tsunami lá fora).
Página 13 –
Capítulo I – O Milagrinho brasileiro: Um passo à frente
Anos 2000 –
crescimento da China, maior demanda de commodities e os preços destas sobem e
nos favorecem. Não só por isso, mas também ajudado por isso das commodities. O
Brasil cresce 3,7% ao ano na década de 2001 a 2010. Houve ações do governo
inclusive na distribuição de renda e nos investimentos estatais para agilizar
nossa economia.
FMI - informa que
entre dezembro de 2001 e abril de 2011 as commodities subiram 326%.
Nesse tempo (2003)
o governo federal lança o Bolsa Família. Tempos de melhoria da condição social
do povo e de crescimento do mercado interno.
Tempos de Antonio Palocci
no Ministério da Economia e o Meirelles no Banco Central.
Se o presidente
Lula acelerasse a distribuição de renda iria desarranjar a economia. Houve
prudência e responsabilidade fiscal. No primeiro ano do seu governo, ano de
2003 o Brasil cresceu só 1,1%. Segurou a inflação mas descontentou os mais
afoitos.
A Executiva
Nacional do PT em março de 2004 pediu para o governo acelerar a retomada do
desenvolvimento. Havia divergência entre Palocci e José Dirceu, Ministro Chefe
da Casa Civil.
16 – A taxa Selic
de 2004 estava em 16,5% ao ano. O PIB cresceu em 2004 em 5,8% ao ano. O mercado
diria que seria o voo de galinha, de curto espaço. O aumento do PIB foi puxado
pelas exportações que cresceram 14,5% no ano de 2004.
O PIB de 2005 foi
de 3,2% o crescimento no ano.
E nesse ano de 2005
as exportações cresceram 9,6%. Em junho de 2005 José Dirceu deixou o governo
por ser acusado por Roberto Jefferson de ter praticado o Mensalão. Acusado de
pagar mensalão para os deputados votarem com o governo em pautas de interesse
do governo. Dirceu era da Casa Civil e foi substituído no cargo por Dilma.
Debate eleitoral em
2006, Lula pleiteia a reeleição. Lá na campanha da primeira eleição dele, teve
o episódio da Regina Duarte vir à TV com aquela do Eu Tenho Medo, espalhando
pânico no povo para que não votasse no Lula. Naquela época colocaram Lula como
sendo contra o Plano Real. Em contraposição ele fez a Carta ao Povo brasileiro
firmando um pacto deixando claro que não tomaria medidas drásticas que
afetassem a relação com o mundo empresarial.
No segundo mandato
do Lula o crescimento alcançado pelo Brasil teve menos influência dos preços
elevados das commodities (como soja e minério de ferro) e mais pela “expansão
do consumo das famílias e pelos investimentos”. Houve distribuição de renda com
ênfase nos mais pobres.
Lançado em 2003 o
Bolsa Família, em janeiro de 2004 eram 3,6 milhões de famílias atendidas. Em
2010 eram 12,8 milhões de famílias. Em 2017 eram 13,5 milhões de famílias.
Houve forte redução da pobreza extrema no Brasil e ajudou a aquecer o mercado
interno gerando empregos.
No Bolsa Família as
atendidas tem que em contrapartida manter boa frequência escolar dos filhos,
manter as vacinações em dia e receberem acompanhamento médico das crianças e
mães.
20 – Estudos
econométricos mostraram que o Índice GINI que mede a desigualdade social
melhorou no Brasil nesses tempos. Mostraram queda da desigualdade entre 10% e
31% nesse período de distribuição de renda onde o Bolsa Família atua.
Continua no capítulo 03/21