CAP. 03/10
Acharam
o jovem aventureiro morto no ônibus abrigo na neve.
Um
terceiro que apareceu no local tinha rádio comunicador e chamou a polícia.
O jovem
morto tinha consigo uma câmera, cinco rolos de filmes batidos, o bilhete de SOS
e um diário nas últimas páginas de um livro guia de campo de plantas
comestíveis.
Foram
113 notas concisas e enigmáticas no diário.
Na autópsia o corpo pesava 30 kg e a causa mais provável foi
inanição. Entre as fotos, vários auto
retratos. Não portava documentos.
Capítulo
7 – Cartago (cidade do oeste americano)
O jovem
tinha grifado no livro de Leon Tolstoi sobre felicidade familiar: “Eu queria movimento e não um curso calmo da
existência”.
Cartago,
Dakota do Sul, local com 274 habitantes.
Os comércios de lá: uma mercearia, um banco, um único posto de combustíveis
e um bar solitário.
Bar
Cabaret, onde o jovem se encontrou com Wayne.
Agricultores por lá. Campos de
girassol perto da colheita. Quando o
rapaz apareceu em Cartago, ficou uns tempos e já tinha visitado muitos lugares
e sempre contava coisas das andanças, mas sempre usando o nome de Alex.
O amigo
que ele fez em Cartago trabalhava de colher grãos numa vasta região com sua
equipe e maquinários.
Alex,
dentes grandes, era míope e usava óculos.
Estava muito faminto quando chegou em Cartago. O
amigo Wayne fez um bom jantar para ele.
O
próximo destino era longe e local onde buscava alguns rubber tramps (vagabundos
que possuem veículos), diferentes dos leather tramps que caminham à pé ou de
carona.
O
anfitrião ofereceu emprego para que o rapaz trabalhasse quando quisesse e
depois de vinte dias o jovem veio e encarou os serviços gerais com o
amigo. O amigo Wayne se lembra que o
jovem era inteligente e lia muito. Acha
que até isso atrapalhou o jovem.
Na casa
de Wayne eram só marmanjos da equipe.
Saiam de vez em quando para beber e caçar mulheres, mas sempre sem
sucesso.
O jovem
se identificou com as pessoas e o lugarejo simples.
O
anfitrião tinha pouco mais de trinta anos e era um faz tudo, até pilotar
aeronaves e programar computadores.
Andou tendo problema com a lei por fazer “caixas pretas” para fazer
“gato” de sinais de TV por satélite. Por
isso foi pego e ficou em cana por quatro meses.
O jovem
ficaria mais tempo lá se o amigo não tivesse sido preso. Desde então o endereço de correspondência do
jovem era Cartago e aos que conhecia pelo caminho, dizia que era de Cartago em
Dakota do Sul.
Na
verdade o jovem cresceu no bairro classe média alta de Annandale na
Virgínia. O pai, Walt, engenheiro
aeroespacial e de projetos. Atuou para
a Nasa e outras empresas do ramo.
A mãe,
Billie. Eram em oito filhos. Tinha mais uma irmã e seis meio-irmãos de
outro casamento do pai.
O jovem
fez História e Antropologia. Ao
partir, doou o que tinha para a Ong Oxfam América, uma instituição de caridade
e de combate à fome.
Página
33 – Na formatura ele deu um presente à mãe que ficou comovida. Dois anos antes ele avisou a família que não
mais daria nem aceitaria presentes. Os
pais queriam dar um carro a ele e este não aceitou e ralhou com os pais.
Ele já
tinha um carrão antigo com 200 mil quilômetro e em bom estado. Um dia ele avisou os pais: “Acho que vou desaparecer por um
tempo”. O jovem já não morava mais com
os pais, o que é bem corriqueiro entre os jovens americanos.
No tempo
de estudante ele morava num tipo quitinete e por opção não tinha telefone. Os pais um dia viajaram e foram visita-lo e
encontraram seu antigo alojamento desocupado e a placa de aluga-se.
O jovem
pediu ao correio para estocar as cartas dos pais e só devolverem após certo
tempo. Foram devolvidas num maço de uma
vez e os pais ficaram preocupados.
Cinco
semanas antes o jovem partiu sem destino, de carro, rumo ao Oeste. Até adotou outro nome, Alexander
Supertrump - abreviado: Alex.
Continua no capítulo 04/10