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sábado, 22 de janeiro de 2022

CAP. 04/12 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Autor: CLÓVIS DE BARROS FILHO - Professor da USP. (Advogado, Jornalista e Filósofo)

 capítulo 04/12 

         Ajuste e Eudaimonia

         Eudaimonia – (palavra grega) – “Indício de que a vida que escolhemos para viver é a adequada”.   Tem a ver com felicidade, só que em grego, segundo o autor, o conceito é mais completo.

         “Eudaimonia, bem supremo.  Soberano.  A finalidade última.

         ... É a vida que vale por ela mesma”.

         Ele deu um exemplo para algo sem Eudaimonia.   O filho do amigo dele estudando equações para a prova.  Odiava equações.    O autor projetou uma sequência hipotética de vida sem ser feliz, sempre adiando...

         Estudando para passar no vestibular; entrando na faculdade; esforço sofrido para arranjar emprego após formado; tolerar o emprego e ir adiando o ser feliz.    “Para que no fim, quando nada ou pouca coisa tenha valido por si mesma... alguém possa dizer que a verdadeira razão do todo o vivido está fora da vida”.     (não entra a felicidade nesse tipo de vida citado)

         “Uma vida em que o que vale a pena está sempre adiante”.   “Vida na esperança”.

         O autor diz que até os doze anos ele foi CDF  (estudante cu de ferro) que na versão atual chamam de nerd.

         Cita as aventuras de Tin Tin.   Fala da personagem Cecilia ilustrando um exemplo e um raciocínio.

         O professor do colégio jesuíta de São Paulo, tema Geografia, distribuiu assuntos para os alunos estudarem e apresentarem seminário.  O autor, aos 13 de idade, rachou e tema e matou a pau no dia do seminário.   Seu tema era petróleo.   Ele se descobriu nessa empreitada.   Marcou presença e sentiu segurança em si.

         “Desempenhando com excelência a atividade para a qual fomos talhados e buscando a finalidade que é a nossa como parte do todo”.

         Aos 13 ele já despontava para a carreira de Professor.

         Capítulo 3 – Vida Prazerosa

         “O prazer é sempre bom.  Tudo de bom”.

         ... quanto mais intensas e diversificadas as carências, maior a chance de um encontro prazeroso com o mundo.   Esperança dos carentes.  Tédio dos abastados.     (uma família bem pobre que um dia consegue ir passar um fim de semana na praia terá mais alegria, pelo suposto, do que uma família rica que vai passar uma semana na praia).

         Prazer e reputação.

         Epícuro, nasceu na Ilha  grega de Samos em 341 aC.   Estudou em Atenas.   Viveu depois de Platão.

         Epícuro é da linha materialista.   Hostil ao platonismo que cria em matéria e alma.

         O autor destaca nele a noção de sociedade contemporânea.    “sua tese central:   a busca do prazer é condição e definição da própria felicidade”.

         Por ele ter aliado à vida boa essa do prazer, lhe rendeu péssima reputação.   Apelidaram ele de vários nomes, inclusive de porco.

         Fazer frente a ...   tudo que gera o temor e a angústia”.    A reduzir ou eliminar a dor e o sofrimento”.

         Epícuro pretende preparar-nos para o mundo.   Tal como ele é.

         “Dedica-se assim a atacar ficções, como mitos, crenças, religiões e dogmas”.

         “E desta forma, promover a paz interior, do corpo e da alma, que constituem para ele, uma só realidade”.    (daí, materialista – morreu o corpo, não permanece a alma)

         Prazer e Terapia

         O autor disse que é comum hoje em dia as pessoas indo buscar ajuda para mudar de vida.    ...”adultos, idosos, pais e mães de família manifestam insatisfação com a própria existência, desejo de mudança”.

         O autor diz que é positivo falar sobre a vida.  Diz...  “essa iniciativa de falar sobre a vida já era recomendada por Epícuro (século III aC) aos seus discípulos”.

         Prazer e Idade da Felicidade

         Platão e Sócrates costumavam tratar desses temas existenciais que incluíam a busca da felicidade para pessoas com mais de 30 anos.   Achavam que se destinava a pessoa com alguma experiência de vida.

         “A juventude, segundo platônicos e aristotélicos, é afoita, faminta e estabanada por saber ou, muitas vezes, indolente”.   Jovens não estariam preparados para entender a justiça, a coragem e a prudência sem uma formação teórica adequada e um leque maior de experiência.

 

 

         Continua no capítulo 05/12

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

CAP. 03/12 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - co autor: PROFESSOR DA USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO - Editora Voz - 2010

 capítulo 03/12            leitura em janeiro de 2022

        

O mitológico Ulysses foi mandado à guerra e ficou dez anos fora de casa.      ... no caso do homem, pensavam esses gregos, a vida não está pronta.

         Em qualquer instante, ela pode ser de um jeito, mas também de outro.     ...” E toca a quem vive decidir, entre outras tantas possibilidades, a que será efetivamente vivida”.

         “Por isso só o homem pode viver mal.   Só o homem pode errar na hora de viver”.

         (como leitor pensei naquele que já nasce num berço super pobre...)

         Ulysses, no retorno da guerra, conhece a deusa Calipso, encantadora.

         “Essas reflexões filosóficas podem ser usadas estrategicamente”.

         “Isso porque, fazer a corte, ou xavecar, é atividade da qual você nunca poderá abrir mão”.  (aí já é fala do autor do livro)

         A ilha da deusa Calipso é como um paraiso com ninfas e tudo para servir as pessoas.  Calipso requisita Ulysses em três ocasiões.    Ela, apaixonada por ele.    Ulysses na prisão, mas com toda mordomia fornecida por Calipso, se sente infeliz e só pensa em voltar para casa, para a esposa e filho.

         Atena, filha do poderoso Zeus, pede ao pai que liberte Ulysses.    “Calipso oferece, para segurar Ulysses, a imortalidade e a juventude.

         Ulysses não topou a parada.   Isto tudo quer dizer muita coisa sobre o ser humano.     “Que, para o pensamento mitológico – e posteriormente filosófico – grego, uma vida boa, ainda que finita, supera, e muito, uma vida eterna, fora de lugar”.

         “Uma vida fora do lugar é pior do que a própria morte”.      (apesar do “lugar” no caso não é geográfico, mas também fez lembrar do imigrante que fica deslocado...)

         Vida boa é vida finita inclusive.   A morte faz parte do “pacote” da vida boa.   Uma vida material eterna seria uma aberração.

         Ajuste, Atividade e Finalidade

         A preocupação metafísica ou filosófica.    Digamos que já sei o que é, fisicamente e vem o por quê é assim?   Com isso entra-se na metafísica, no filosófico.

         “... se perguntar por quê aquela coisa está no mundo, a que veio, de onde veio, o que justifica a sua presença ali”.   (filosofando...)

         Os gregos usavam o termo logos para razão e linguagem.   “A razão nos faculta pensar e a linguagem nos possibilita a comunicação e a sociabilidade”.

         Aristóteles diz:   “O homem é animal político, dotado de razão”.

         A boa vida tem a ver com os dois traços.    (razão e sociabilidade).

         ...”Seja lá o que formos fazer da nossa própria vida, a racionalidade e a sociabilidade deverão ser decisivas nas nossas escolhas”.

         A mãe do autor deste livro é viúva há doze anos e sempre que ele vai almoçar com ela para fazer companhia, ela cobra dele.   Se ele não está equivocado por deixar de advogar para ficar sendo professor.   Ele gosta de ser professor.    “O indício mais inequívoco dessa inclinação é a felicidade de que desfruta na docência, portanto, sendo professor”.

         Ele alerta.   Não há atividades que são boas ou más em si.  Existem as que são adequadas e outras inadequadas para determinada pessoa.

         Os gregos já alertavam para o lugar certo, a atividade adequada e ter uma finalidade.     (sobre ter uma finalidade para dar um sentido à vida, é o mote principal do livro que li recentemente, chamado Humanos de Negócios, de autoria de Rodrigo V. Cunha).    No livro do Rodrigo essa finalidade ele trata como Propósito.   Fazer algo com um propósito na vida.

         Voltando ao nosso livro do professor.     “Por isso, se temos particularidades em nós é porque há também algumas particularidades em nossas finalidades”.

         E o esforço comum do ser humano é a busca da felicidade.   Esse é o bem supremo.

         Ajuste e Eudaimonia

         Eudaimonia – (palavra grega) – “Indício de que a vida que escolhemos para viver é a adequada”.   Tem a ver com felicidade, só que em grego, segundo o autor, o conceito é mais completo.

        

         Segue no capítulo 04/12

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

TRUMP MARCA DATA PARA O SERTÃO VIRAR MAR - LANÇAMENTO DE PLATAFORMA VIA APP - NOME: TRUTH (VERDADE...)

TRUMP MARCA DATA PRO SERTÃO VIRAR MAR
21-02-22 - lança plataforma p/redes sociais - um app alternativo.
nome: Truth (Verdade).
Dia que a mentira passa a ser verdade.
Há livro (*) com dados de pesquisa científica que atesta que ele contava a média de 4,7 mentiras por dia no mandato. E fica então para mim o seguinte: Há uma citação no mercado brasileiro de que não dá para esperar uma PJ (Pessoa Jurídica) ética comandada por uma PF (Pessoa Física) mentirosa.
(*) - A Morte da Verdade - jornalista americana Michiko Kakutani, livro que li, fiz fichamento e postei no Face e no blog amador.

 

domingo, 16 de janeiro de 2022

CAP. 02/12 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Co autor - Professor da USP - CLÓVIS DE BARROS FILHO - Editora Vozes - 2010

 Continua no capítulo 02/12                - leitura em janeiro de 2022

        

         Pensamento e corpo desejante.       ...”apetites, desejos do corpo.   “A satisfação dos seus caprichos é entendida como uma escravidão”.    

         “O homem virtuoso é aquele que consegue ser senhor da sua própria vida.”    Isso pressupõe respeitar a hierarquia entre a alma pensante e superior e o corpo desejante e inferior”.

         Na perspectiva de Platão, o corpo não é a alma.  Esta guarda em relação àquele uma soberania possível.   Isto é, existe a possibilidade virtuosa de o corpo apontar para uma vida e a alma deliberar por outra.

         Pensamento e amor    -    Vida boa e amor são coisas diversas.   “Uma coisa é viver bem.   Outra é amar”.

         Dica:   “Platão e o diálogo sobre o amor (eros) na obra O Banquete.

         Sócrates, via Platão que colocou por escrito reflexões de Sócrates.   Amar é desejar.   “E desejo é sempre pelo que falta, isto é, pelo que não temos, pelo que não somos, ou pelo que não conseguimos realizar”.

         (conheço um velho ditado que diriam ser português que diz:   A felicidade está sempre no degrau de cima).    Você alcança uma meta e ela perde o encanto e você já fica olhando no outro degrau mais alto...

         Voltando a Sócrates.    “Portanto aquele que pauta sua vida pelos amores acaba flutuando entre uma falta desejada e uma presença indesejada”.

         Exemplo.   A filha do autor, menina de sete anos.   Insistiu tanto que ganhou um presente, um brinquedo eletrônico que ela tanto queria.   Não demorou muito e o brinquedo foi parar no baú...

         “No lugar dele, um novo desejo.   E um novo amor.   Pelo que ainda falta.

         Relação numa paquera.   Erotizar uma relação pressupõe fomentar nela o desejo.  O “afastamento” aumenta o desejo.   Esse desejo na distância, costumam dizer que é um amor platônico.

         Schopenhauer, filósofo alemão, e o pêndulo entre os dois polos.   O enfado (de possuir) e a frustração (de não alcançar).

         Sartre -   O prazer como suicídio do desejo.   Conquistou o desejado, deu prazer no ato e acaba o desejo.

         (quem sabe algum paralelo valeria também para a pessoa ficar querendo tanto comprar alguma coisa e depois que compra bate aquele arrependimento por ter gasto naquilo que não é tão assim como queria)

         “Ora, não é nesse pêndulo que a vida poderá valer a pena”.     ...temos que assumir o controle da vida.     “O que só poderá acontecer quando a razão puser ordem na casa”.

         “A vida valerá tanto mais a pena ser vivida quanto menos o corpo e seus apetites derem as cartas”.

         Capítulo 2 – Vida Ajustada

         Os pensadores gregos, o indivíduo e os que o cercam.    No Brasil não faz tanto tempo que se fazia teste motivacional focado no indivíduo.  Ao contrário...    “Para os gregos, a vida de uma pessoa qualquer só pode ser valorada em função de referências que a transcendem.”

         Ajuste e Participação

         Os gregos...    “Por isso afirmavam que a ética – reflexão sobre a vida – e a física – reflexão sobre a natureza e o funcionamento do universo – são sempre interligadas.”

         Ajuste e Lugar Natural    -   Ajuste e Mitologia

         Homero e suas obras Ilíada e Odisseia.   Em Odisseia ele conta as aventuras de Ulysses.   Este que teria tido a ideia de colocar o cavalo de madeira em Troia e dentro dele os guerreiros que à noite furtivamente invadiram a cidade murada e derrotaram o povo de Troia.

         Isto é parte da mitologia grega.    Ulysses resistia a ir a essa guerra.  Preferia ficar em casa na presença da sua esposa Penélope com quem tinha um filho pequeno chamado Telémaco.

         Foi mandado à guerra e ficou dez anos fora de casa.      ... no caso do homem, pensavam esses gregos, a vida não está pronta.

 

                   Continua no capítulo 03/12

sábado, 15 de janeiro de 2022

CAP. 01/12 - fichamento - livro - A VIDA QUE VALE A PENA SER VIVIDA - Autores: CLÓVIS DE BARROS FILHO e ARTHUR MEUCCI - Editora Vozes - 2010

 Cap. 01/10

        

         ...” fórmulas indiscutíveis escravizam”.   “De que a soberania para deliberar sobre a própria vida – com todos os riscos – é nosso único verdadeiro patrimônio. Inalienável.”

         O autor cursou Direito, Comunicação Social (Jornalismo) e Filosofia.

         É Professor da ECA USP.   Os dois co-autores deste livro tiveram parte da formação acadêmica juntos e já em 2001 proferiam conferências juntos.    Este livro surgiu de um curso de dez aulas de duas horas cada.

         “Angústia que é marca registrada do homem”.   Figurado:    A pera que fica madura e não quer cair do pé.  Fez um paralelo.  Tem um filho de 22 anos, publicitário, ganha bem e ao contrário do pai, não quer morar longe dos pais.   É feliz assim, mas como todo ser humano, tem suas angústias.

         Capítulo – A Vida Pensada

         (Eu leitor: Hoje, 07-01-2022 - 45 anos da minha colação de grau em Engenharia Agronômica na ESALQ USP de Piracicaba)

         ...”o que você procura não está tão ao alcance quando surgem as leituras fáceis de aeroporto”.

         O amigo do tempo da juventude.   Da escola, do futebol etc.    “Amigo de fazer xixi cruzado, como se diz na terra da gente”.

         Tem um amigão e um dia ele dá uma bola fora e a gente entristece.  Reatar a amizade, ou não?     “Sem perceber, você está à mercê desses afetos”.   Precisa identificar a solução que entristece menos.   Quase tudo que se sabe sobre Sócrates, foi documentado por Platão.    “Afinal, você pode estudar muitos anos seguidos na mesma classe com colegas que não são necessariamente seus amigos.”

         Ter ideia da amizade.   “Encontrável apenas pelo uso da razão e jamais pelos sentidos do corpo”.

         “Sócrates não é do tipo que dá lições acabadas sobre como você deve viver”.     “Não se cansa de repetir que a única coisa que realmente sabe, é que nada sabe”.   “E isso, já fazia dele o mais sábio dos gregos”.

         ...”ser útil e ser bom”.

         “O filósofo pode te ajudar fazendo perguntas que motivem a reflexão.”   .... “Não conte com ele para dar a resposta certa no final”.

(o filósofo vai fazendo perguntas, a pessoa reflete e vai clareando a linha de raciocínio e acaba vendo o que não enxergava antes).

         Pensamento, Beleza e Justiça

         O exemplo do autor pintando o apartamento dele e sai com a esposa escolher as tintas para o pintor aplicar.   A vendedora reprovou a combinação de cores que eles escolheram. Disse que aquela combinação escolhida não era elegante.

         Aí ele destaca que o que é tido como elegante para uns, pode não ser para outros...

         O elegante...    “Ou resultará da  imposição dos fortes, de seus grupos ou classes, definidores – a seu proveito – do elegante e do brega no mundo”.

         Na perspectiva do intelectualismo socrático...   tudo que é verdadeiramente belo, é belo em si...   (independente de quem está julgando se é ou não belo).    “Achamos que é belo o que aprendemos como tal”.

         “O que nos impuseram como tal.   Com grande chance de erro.  E consequente tristeza”.

         Platão sobre a república e a justiça.    Quem deve governar?   Será o mais forte ou o mais sábio?

Pensamento e busca das verdades.

         Na amizade, na beleza, deve haver uma essência.   Assim, identificar a essência pressupõe identificar aquilo que faz ser.   As verdades absolutas estão em cada um de nós.

         É meio como puxar pela memória para lembrar algo distante no tempo.   “Assim, o projeto socrático é sua aventura mental de caça a um tesouro, cuja existência ele garante.   Constituindo da única riqueza.   As ideias verdadeiras.   Que já estão em você.   E com as quais você já tem grande familiaridade.

         Continua no capítulo 02/10

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

CAP. 05/05 - FINAL - fichamento do livro: A VIDA NÃO É ÚTIL - Autor: AILTON KRENAK, líder indígena Krenak, jornalista e ativista

capítulo 05/05 (final)

 

         “O mundo ocidental formatou o mundo como uma mercadoria...”

         “Acho gravíssimo as escolas estarem ensinando a reproduzir esse sistema desigual e injusto”.

         “Os pais renunciaram a um direito, que deveria ser inalienável, de transmitir o que aprenderam, a memória deles, para que a próxima geração possa existir no mundo com alguma herança, com algum sentimento de ancestralidade”.

         Aqui ele toca em mais um assunto que parece controverso na visão ocidental:    ...”mas não é inventando o mito da sustentabilidade que nós vamos avançar.”    Ele entende que é um paliativo que não resolve.  Ver o que ele diz:    “Por isso acho que seria irresponsável ficar dizendo para as pessoas que, se nós economizarmos água, ou só comermos orgânicos e andarmos de bicicleta, vamos diminuir a velocidade que estamos comendo o mundo – isso é uma mentira bem embalada”.

         “A vida é tão maravilhosa que a mente tenta dar uma utilidade a ela, mas isso é uma besteira”.   “A vida é fruição, é uma dança, só que é uma dança cósmica, e a gente quer reduzi-la a uma coreografia ridícula e utilitária”.    “Mas nós somos o tempo inteiro cobrados a fazer coisas úteis”.

         Índios jovens no Brasil se suicidando.     Perguntam ao Krenak o que ele acha disso.   “Porque eles estão achando a vida tão cretina e essa experiência aqui tão insalubre que estão preferindo ir para outro lugar”.   “Eu sei que falar disso é doloroso... mas a gente não precisa ter medo de nada, nem disso”.

         Sobre viver em lugar com miséria e violência.    “Porém os lugares de miséria e violência fomos nós que criamos, não tem existência por si”.

         “Também não podemos ficar alimentando essa ideia de destino”.

         “Os povos nativos resistem a essa investida do branco, porque sabem que ele está enganado e, na maioria das vezes, são tratados como loucos”.

         “O pensamento vazio dos brancos não consegue conviver com a ideia de viver à toa no mundo.   Acham que o trabalho é a razão da existência.”    “Eles escravizaram tanto os outros, que agora precisam escravizar a si mesmos”.     “Não podem parar e experimentar a vida como um dom e o mundo como um lugar maravilhoso”.

         “Eles ficam horrorizados com isso e dizem que somos preguiçosos, que não quisemos nos civilizar”.    ...”pisam duro sobre a Terra.  Nós pisamos leve, bem leve”.

         Krenak tem participado de muita lives (na internet), muitas conferências e tem alguns títulos e comendas como a Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República.  Em 2016 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Juiz de Fora MG.              FIM

         Término da leitura e do fichamento dia 05-01-2022 

CAP. 04/05 - fichamento - livro - A VIDA NÃO É ÚTIL - Autor: AILTON KRENAK - líder indígena da tribo Krenak, jornalista e ativista.

 capítulo 04/05

           As ferramentas mais antigas não davam ao homem as condições de exaurir o planeta, já as ferramentas mais modernas têm esse poder, nos dão esse poder.   “Ou você ouve a voz de todos os outros seres que habitam o planeta junto com você, ou faz guerra contra a vida na Terra”.

         Capítulo – O Amanhã Não Está à Venda

         O povo Krenak na pandemia se isolou na reserva que tem apenas 4.000 hectares no Vale do Rio Doce em Minas Gerais.

         As desigualdades entre povos e sociedades pelo mundo.

         “De modo que há uma sub-humanidade que vive numa grande miséria, sem chance de sair dela – e isso também foi naturalizado”.

         Temos que abandonar o antropocentrismo”.   (essa de colocar o ser humano como centro de tudo no planeta).

         “Esse pacote chamado humanidade via sendo descolado de maneira absoluta desse organismo que é a Terra, vivendo numa abstração civilizatória que suprime a diversidade, nega a pluralidade das formas de vida, de existência e de hábitos”.

         Há os que ficaram esquecidos pelas bordas do planeta.   Índios, aborígenes, quilombolas e outros.   “Eu não me sinto parte dessa humanidade.   Eu me sinto excluído dela”.    “Não sou um pregador do apocalipse, o que tento é compartilhar a mensagem de um outro mundo possível”.

         Cita o livro A Peste de Albert Camus.   Citado por Domenico De Masi, Camus teria dito no passado:   “A peste pode vir e ir embora sem que o coração do homem seja modificado”.

         “Não faz sentido que, para trabalhar, uma mulher tenha de deixar seus filhos com outra pessoa”.

         Se após a pandemia voltarmos à vida tal qual vínhamos levando...

         “Aí, sim, teremos provado que a humanidade é uma mentira”.

         Capítulo – A Vida Não é Útil

         A natureza é finita...   nossos desejos são infinitos... não tem limite...

         Ele lembra que na cosmovisão dos brancos, já houve um fim do mundo com o dilúvio.   Então ele acha que não devemos achar tão estranho os índios alertarem para o colapso do planeta que estamos causando.

         Disse que na floresta no passado a caça e a coleta estavam por perto e hoje com a degradação da natureza tudo ficou mais escasso e mais distante.    Já o povo das cidades não enxerga isso.   As coisas estão no comércio, ao alcance da mão (para quem pode comprar).

         “O mundo ocidental formatou o mundo como uma mercadoria...”

                   Segue no capítulo 05/05 (final)