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sábado, 29 de outubro de 2022

CAP. 10/25 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

capítulo 10/25

 

         A justiça do RJ descobriu a falcatrua das rachadinhas envolvendo o clã Bolsonaro e um policial amigo do presidente alertou-o sobre o caso.   “Ele ainda contou que a operação não iria mais ocorrer entre o primeiro e o segundo turno da eleição de 2018 para não criar embaraços durante a campanha”.    (página 110)

         A Operação Furna da Onça que investigava deputados do RJ, desencadeada em 08-11-2018, prendeu dez deputados, mas não chegou ao Queiroz que era investigado também no caso, ligado ao gabinete do Flávio Bolsonaro.  Como já foi dito, vazaram dados de investigações que afetavam inclusive Bolsonaro em plena disputa presidencial em 2018.     E a justiça “segurou” o andamento da coisa para depois da eleição para não afetar o momento eleitoral.   (algo descabido essa de segurar.)

         O fato é que Queiroz ficou sabendo da bronca tanto que entre o primeiro e o segundo turno da eleição, foi exonerado do gabinete do Flávio, assim como sua filha Nathalia.

         Advogado destacado para defender Queiroz se reúne inclusive com Bebianno em São Paulo para tocar a causa que atingia o clã Bolsonaro.   As rachadinhas.   Entra em cena o advogado paulista Frederick Wassef para ajudar na defesa do clã Bolsonaro.

         Jair Bolsonaro aceitou logo o Wassef para sua defesa porque já não confiava mais no amigo empresário Paulo Marinho, na mansão de quem fez muitas reuniões de campanha para a presidência.

         Motivo especial para sair do advogado indicado por Marinho e passar para Wassef.   Desconfiança em relação a Marinho pois este é suplemente do Senador Flávio e se o senador perdesse o mandato, assumiria Marinho.

         Flávio Bolsonaro foi diplomado senador no dia 18-12-18 nesse climão.   Medo de ser cassado por conta de anos de rachadinha.

         Wassef como parte da estratégia de defesa resolve “sumir” com Queiroz.  E assim fez.  Wassef age de forma meio anônima por meses.  Ele conquista poder e passa a indicar pessoas próximas para elevados cargos no governo Bolsonaro.   Um toma lá, dá cá.

         Inclusive Wassef é “padrinho” da indicação de Kassio Nunes Marques que foi parar no STF com apoio do Bolsonaro.  Uma pessoa quase desconhecida e que surpreendeu muita gente no círculo do poder de então.

         Wassef orientou o pessoal do clã Bolsonaro a não comparecer para depor na Justiça, incluídos aí os funcionários fantasmas.   Assim fizeram.

         Pelas mãos de Wassef, Queiroz passa por exame de saúde em renomado hospital em SP e que cobra uma fortuna de clientes particulares.

         Queiroz foi diagnosticado com câncer no intestino.   Não fosse a tutela do Wassef, ele não descobriria o câncer e poderia descobrir tarde demais e não conseguir mais se tratar.    Wassef passa a ser o anjo do Queiroz.

         O tratamento médico ajudava o advogado a manter o sumiço de Queiroz tanto da justiça como da imprensa.   Ficou famoso no Brasil o tal:  Onde anda o Queiroz?

         Articulado pelos advogados, depois de meses de sumiço, Queiroz foi apresentado à imprensa.  Ele disse que seus negócios eram rolos de carro.  “Sabia fazer dinheiro com rolos de carros”.  Compra e venda de usados.

         E declarou aos jornalistas:  “Meu problema é meu problema, não tem a ver com o Flávio Bolsonaro.  Não tem a ver com ninguém.  Eu vou responder pelos meus atos”.       Página 120

         Página 121 – Capítulo 9  -  O advogado em off

         Escondido, Frederick Wassef coordena defesa de Flávio a pedido de Jair.

         São Paulo, 24-11-2019

         Zap de Fabrício Queiroz à esposa:   “Estamos indo para a casa do anjo”. (para o esconderijo arranjado pelo advogado)

         “Queiroz recebia ajuda, mas devia obedecer a todas as orientações do seu protetor”, do seu advogado.

         O STF julgando parte do caso da lista de movimentações financeiras suspeitas levantada pelo COAF.   Dados que acusam as movimentações de dinheiro muito acima dos ganhos do Queiroz e que tudo indicava ser das rachadinhas coletadas dos funcionários fantasmas do clã Bolsonaro.

         Queiroz escondido pelo advogado (em Atibaia SP) por quase dez meses, desde dezembro de 2018.

         A jornalista autora deste livro na ocasião vinculada ao jornal O Globo, buscando pistas sobre o paradeiro do Queiroz.   “Era parte do nosso trabalho cobrar explicações do senador Flávio e dar espaço para que ele também fosse ouvido”.   Isto faz parte do Jornalismo.     

          (notar que em denúncias anônimas comuns na internet não há fontes e é tudo um recorte duvidoso sem ouvir o outro lado)

         A jornalista, buscando uma pista com o advogado Wassef e ele atacando a imprensa.   Ele insinua:   “Você aí dentro desse imenso prédio azul do Globo acha que é a todo-poderosa Juliana Dal Piva, mas quando você sai na rua, você é só mais uma que pode tomar um tiro no meio da cara porque a violência no Rio...”

         O COAF (órgão de governo) não tem acesso aos extratos bancários dos clientes, que são protegidos pelo sigilo bancário.  O órgão só recebe dos bancos, por lei, aquelas movimentações financeiras “atípicas”, que estão fora do normal, do padrão do cliente e que gera suspeita.   O banco é obrigado a repassar ao COAF e este encaminha à justiça para averiguação.

         Wassef conseguiu no STF melar as provas obtidas pelo COAF e aceitas pela justiça em outras instâncias.   Melou as provas e parou a investigação sobre o clã Bolsonaro e as rachadinhas já mapeadas.

         A decisão deu uma enorme repercussão nacional e visibilidade ao advogado Wassef.

         Wassef no passado, em 1992, em Curitiba, ele aos 26 de idade, sendo arrolado no processo no Caso Evandro, de ampla repercussão nacional.  Caso do menino Evandro Caetano assassinado em suposto ritual de magia negra em Guaratuba-PR em 1992.    Naquela ocasião, Wassef esteve reunido em um hotel da cidade de Guaratuba com suspeitos do crime.

        

         Continua no capítulo 11/25

        


quarta-feira, 26 de outubro de 2022

CAP. 09/25 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

capítulo 09/25

 

         No cargo de assessor, Queiroz ganhou prestígio e se reaproximou dos policiais, aí incluído o violento policial Adriano da Nóbrega.    Este que comandava o GAT Grupo de Ações Especiais e o grupo era conhecido como a “guarnição do mal”.      E a família Bolsonaro condecorando essa gente.

         O vereador Carlos Bolsonaro fez várias homenagens a Queiroz e Adriano da Nóbrega.   Flávio também homenageou ambos na ALERJ Assembleia Legislativa do RJ como deputado estadual.

         Página 96 do livro – Logo depois de uma das homenagens, Adriano e seu grupo foi preso acusado de mais uma execução.

         Jair Bolsonaro só ouvia a versão dos PMs para as execuções.  “Bastava a palavra dos colegas de farda”.

         “Desse modo, por décadas, o clã Bolsonaro ainda iria condecorar 75 policiais que responderam por homicídios e casos de corrupção”.

         Página 97 -   “O então deputado Flávio foi ao presídio militar visitar Adriano da Nóbrega e os demais policiais, sempre acompanhado de Queiroz”.   Em 09-09-2005 ele chegou a levar ao Batalhão Especial Prisional (prisão para militares) a medalha Tiradentes concedida ao tenente Adriano da Nobrega que ainda respondia por homicídio de 2003.

         “Jair Bolsonaro foi junto” nessa visita a Adriano”.

         Adriano foi condenado e Bolsonaro fez uma forte defesa dele na tribuna da Câmara Federal.  (há a íntegra da fala dele no livro)

         “Adriano já era ligado a bicheiros naquele momento e seu trabalho era tirar do caminho quem atrapalhasse seus chefes.   O significado disso era matar”.

         Queiroz sempre abrindo caminhos para Bolsonaro junto aos militares e ao pessoal ligado a certas comunidades cariocas.

         Queiroz tinha um importante papel, além de arrecadador das rachadinhas, de expandir o reduto eleitoral do Clã Bolsonaro pelo Rio de Janeiro.   Incluindo várias comunidades (favelas) e redutos de milícias.

         Página 103 – Capítulo 8.    Um Fugitivo

         Escândalo do Relatório do COAF faz Queiroz Submergir.

         Rio de Janeiro, 29-11-2018

         Pela primeira vez no caso das rachadinhas, Queiroz é intimado a depor no Ministério Público.   Uma semana depois da convocação, o jornal O Estado de São Paulo fez reportagem sobre o caso incluindo a lista do COAF mostrando as movimentações financeiras de Queiroz, muito acima dos ganhos dele.

         O COAF – Um departamento governamental com a função a saber: “COAF funciona por meio da análise e identificação de atividades que podem estar ligadas a eventos ilegais. Na prática, alguns setores econômicos são obrigados a relatar movimentações financeiras suspeitas realizadas por seus clientes ou transações com valores muito altos”.

         Fabrício Queiroz tem três filhas e separou da esposa nessa época tumultuada para ele.

         Diálogo pelo WhatsApp entre Queiroz e Danielle, esposa de Adriano da Nobrega sobre o salário dela como assessora fantasma de Flávio Bolsonaro.      Ela ainda não sabia que a coisa estava na justiça e veiculada na imprensa e que Queiroz iria responder na justiça.

         Flávio Bolsonaro tinha como assessores fantasmas, dentre outros, a mãe de Adriano da Nobrega e a Danielle, esposa de Adriano.

         Bolsonaro, diante da encrenca, pede para Flávio procurar o empresário Paulo Marinho, seu amigo e suplente de senador eleito pelo RJ.  Paulo Marinho era muito próximo de Gustavo Bebianno, coordenador da campanha de Bolsonaro para presidente da república em 2018 “e que já havia tirado o presidente de outros apuros jurídicos”.

         Flávio já estava bem de vida em 2018, mas pediu a Paulo Marinho lhe arranjar um advogado sem custo para ele.

         A justiça do RJ descobriu a falcatrua das rachadinhas envolvendo o clã Bolsonaro e um policial amigo do presidente alertou-o sobre o caso.   “Ele ainda contou que a operação não iria mais ocorrer entre o primeiro e o segundo turno da eleição de 2018 para não criar embaraços durante a campanha”.    

                   Continua no capítulo 10/25 

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

CAP. 08/25 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 

capítulo 08/25

         No tempo de AMAN Academia Militar, Jair ganhou dos colegas o apelido de “cavalão” por seu desempenho no pentatlo, esporte misto que soma cinco modalidades.

         Cristina, a segunda esposa, de quem se separou em 2007, deixa o cargo de assessora parlamentar e o cargo de arrecadadora das rachadinhas para o Clã Bolsonaro passa para o Coronel Guilherme Hudson, que foi colega de Bolsonaro na AMAN.   Página 86 do livro.

         Flávio ao se candidatar em 2002 declarou ao TRE como bem só um carro Gol 1.0.   “Nas duas décadas seguintes, o parlamentar negociaria 20 imóveis”.   O Queiroz na jogada ajudando a fluir as rachadinhas vindas do salário dos assessores parlamentares fantasmas.

         Capítulo 7 – O Braço Direito.     De PM a faz-tudo do Clã, a trajetória de Fabrício Queiroz

         Rio de Janeiro, 01-12-2018   Data da última aparição do Queiroz antes de fugir.  Ele na festa da turma comemorando Bolsonaro eleito e seus apoiadores também eleitos, inclusive o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) que ajudou a arrancar a placa de nome de rua com homenagem à vereadora Marielle Franco que foi assassinada no curso do mandato.

         Na foto dos que arrancaram a placa, em plena campanha eleitoral, Rodrigo Amorim posa ao lado do candidato a deputado federal Daniel Silveira e de Wilson Witzel, candidato a governador do RJ.

         Flávio Bolsonaro é eleito senador em 2018 e Queiroz é desligado da assessoria dele como deputado porque estava na mira do Ministério Público.

         Queiroz foi por onze anos assessor no gabinete de Flávio Bolsonaro.   No mesmo dia do desligamento de Queiroz, a filha dele, Nathalia, foi exonerada do gabinete de Jair Bolsonaro por ser mais uma assessora fantasma.

         Queiroz preocupado por ter que depor no Ministério Público sobre as rachadinhas.   Logo o jornal O Estado de SP publicou o caso das rachadinhas do Clã Bolsonaro e Fabrício era um dos executores das tarefas de arrecadação de parte dos salários dos assessores fantasmas para o Clã.

         Fabrício na mira da justiça, assediado por repórteres e recém separado da esposa.   Acuado, morando provisoriamente com a filha.

         “Eu fiquei de cama, eu não conseguia comer, eu não entendia nada, eu não sabia que ia acontecer esse problema todo”.

         ... “Queiroz era íntimo dos Bolsonaro e sabia que a regra principal de trabalho junto ao clã era não desobedecer Jair.   A ordem era a mesma desde o tempo de Exército”.

         Lá atrás, no tempo da Ditadura Militar, governo Ernesto Geisel, Orlando Geisel era ministro do Exército.  Foi dos tempos próximos que Jair Bolsonaro, capitão, tinha convivência já com Hamilton Mourão e o soldado Fabrício Queiroz.   Se encontravam em eventos esportivos militares.

         Foi desse grupo de paraquedistas do qual Bolsonaro depois participou, que as Forças Armadas destacaram “agentes para torturar presos políticos e faze-los desaparecer”.  (página 90).     “Os paraquedistas também foram selecionados a dedo para atuar em cárceres clandestinos, como a Casa da Morte de Petrópolis – RJ, da qual apenas uma pessoa saiu viva.  Inês Etienne Romeu, a sobrevivente, relatou que o grupo de militares que a torturou fez pelos menos dez vítimas fatais”.

         Em 1986 Bolsonaro, mesmo não podendo assinar artigos políticos por norma militar, deu entrevista à Revista Veja, reclamando dos baixos salários dos militares.   Foi punido com prisão militar.   Este foi um dos episódios que abriram caminho para ele partir para a política.

         Ele se elegeu pela primeira vez em 1988.     O amigo Fabrício Queiroz em 1987 deixou o Exército e foi para a PM do RJ.   Ambos amigos que sempre estavam juntos em festas, pescarias e futebol.   Queiroz vascaíno, já Bolsonaro, “ora torce para o Botafogo, ora pelo Flamengo, e ainda se diz palmeirense”.

         Queiroz na PM e sua fama de violento.  “Fez muita mãe chorar”, disse uma moradora da comunidade de Cidade de Deus.   Queiroz admitia ser violento e teria dito.  “Para não chorar a minha mãe, chora a dele”.

         Os PMs e os “autos de resistência”.  Sempre usavam o mesmo argumento de que estavam em patrulha e viram suspeitos e ao tentar abordar, foram recebidos a bala e revidaram.   Assim fizeram muitas chacinas e nos relatórios deles ficava sempre a versão única dos policiais.   (página 93).

         O livro narra execuções feitas pelo PM Queiroz ao longo da carreira.  Há caso em que ele age com Adriano da Nóbrega.  Este que depois virou miliciano, foi expulso da polícia e chegou ao comando do Escritório do Crime que operava em Rio das Pedras.    Depois foi morto pela polícia.

         A esposa de Adriano foi uma das assessoras fantasmas do clã Bolsonaro.

         Queiroz, apesar de não ser investigado pelas execuções, ficou incomodado e pediu ajuda em 2003 ao amigo Jair Bolsonaro.  Pediu para ser destacado no gabinete de Flávio Bolsonaro na ALERJ Assembleia Legislativa do RJ.

         No cargo de assessor, Queiroz ganhou prestígio e se reaproximou os policiais, aí incluído o violento policial Adriano da Nóbrega.    Este que comandava o GAT Grupo de Ações Especiais e o grupo era conhecido como a “guarnição do mal”.      E a família Bolsonaro condecorando essa gente.

 

         Segue o capítulo 09/25

sábado, 22 de outubro de 2022

CAP. 07/25 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

capítulo 7/25

 

         Na treta da separação com Rogeria, Flávio e Eduardo ficaram com ela no RJ e Carlos, o 02, já apelidado de Carluxo pela família, acompanhou o pai na moradia com a mãe de Jair Renan.

         Carlos com 17 anos foi emancipado pelo pai e se elegeu o vereador mais novo do Brasil de sua época.   Carlos começou a defender as pautas conservadoras do pai.

         Depois de Carlos, Flávio também é eleito.   Isto a partir de 2003.

         Em 2015, também Eduardo engrossa a família na política.

         No conjunto, mais de sessenta assessores parlamentares no rol do clã Bolsonaro.     Rachadinhas em larga escala.

         Em 2002 Jair muda no RJ para uma casa bem mais ampla e passa a ter um empregado doméstico remunerado como assessor parlamentar por quase seis anos seguidos.    O rapaz morava nesse tempo com a família de Jair.

         No caso, tabulada a rachadinha de 80% para o clã Bolsonaro.  A fatia que sobrava era para o assessor fantasma.

         Só nesse caso, estima-se que a rachadinha rendeu ao todo ao redor de 400.000 reais no período dos quase seis anos desse assessor fantasma.   O nome completo dele é citado no livro e em processos.

         Só em 2009 no Brasil mudou um pouco a forma de pagar os assessores parlamentares.  Só em 2011 o sistema ficou menos obscuro e restringiu o risco de rachadinhas.

         Antes desse tempo, pouca internet e jornalistas acabavam tendo que ir pesquisar caso a caso no Diário Oficial para tentar acompanhar as mamatas.

         Patrimônio familiar aumentando e as intrigas familiares também.  Bolsonaro e o costume de colocar apelidos.  A esposa Cristina (a segunda) era a Cri Cri.

         Pacotes de dinheiro em casa era rotina e os que frequentavam a casa viam tudo, inclusive o assessor que foi doméstico na casa do Bolsonaro.

         “Anos depois, o Ministério Público iria calcular um montante de 4 milhões de reais nas retiradas dos fantasmas da família Valle (da Cristina Vale, segunda mulher de Jair) lotados no gabinete de Flávio Bolsonaro.

   Período de 2007 a 2018, abrange o levantamento do Ministério Publico.

         E as rachadinhas foram se transformando em imóveis ao longo do tempo, a partir do ano 2000.

         “Cristina e Jair compraram quatorze, entre apartamentos, casas e terrenos”.   Cinco desses em dinheiro vivo”.

         Jair gostava de passear no sítio dele em Angra e Cristina atritava porque queria outros passeios também, inclusive pelo exterior.

         Atritos.   Cristina comprando bens até sem consultar Bolsonaro e Flávio cansado de seu gabinete ser controlado pela madrasta Cristina.

         Cristina monta um escritório (ela é advogada) de advocacia no RJ ao lado da Câmara Municipal.

         Cristina no RJ e Bolsonaro em Brasília, rola desconfiança mútua.   Ela e os bailes com amigos.  Ela começou a desconfiar e colocou um detetive que flagrou Bolsonaro tendo caso com Michelle, então assessora parlamentar.

         Ele também pagou um detetive que teria pego ela tendo caso com um motorista da família.

         Em julho de 2007 o casamento com  Cristina acabou.   Bolsonaro passa a viver com Michelle.

         “Bolsonaro viveu com Cristina por quase uma década, mas nunca formalizou a união”.      Os imóveis que ambos acumularam somavam mais de três milhões de reais.   Computando mais os carros, aplicações financeiras e as joias, o total passava de quatro milhões de reais.

         Em 2007, Jair e Michelle formalizavam o casamento (terceira esposa) em Cartório.   Ele aos 52 de idade e ela com 25.   Casaram em regime de separação total de bens.

         Cristina e Bolsonaro se separaram em 2007 e ela depois deixou de ser assessora parlamentar e entrou na justiça contra Jair.    Mas os parentes dela ainda ficaram por uns tempos como assessores fantasmas nos gabinetes do clã Bolsonaro.     Daí trocaram de “arrecadador” das rachadinhas do clã.

 

 

         Continua no capítulo 08/25 

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

CAP. 06/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 capítulo 06/20

 

         A nova companheira do Jair, também sua assessora parlamentar, Ana Cristina Siqueira Valle (mãe de Jair Renan)...  “iria se tornar sócia do Negócio do Jair”.   (o esquema de rachadinhas e compra de imóveis...)

         Capítulo 5  do livro – página 53

         O casamento com uma antiga Miss.     A união com Ana Cristina Siqueira Valle.         Resende-RJ, dia 06-01-2018

         Cristina foi companheira de Bolsonaro por quase dez anos e é mãe de Jair Renan.  (período de 1998 a 2007).  Apesar de todas as tretas do casal, mesmo passados dez anos da separação, ocorrida em 2007, Cristina comunica Bolsonaro que ela, mesmo não tendo o sobrenome dele, iria disputar eleição incluindo o nome de Cristina Bolsonaro e assim fez.

         A ex cunhada de Bolsonaro, Andrea, irmã de Cristina, que foi também funcionária fantasma do Jair, entregou o ouro...   “ele também estava me ajudando, lógico, porque eu ficava com mil e pouco e ele ficava com sete mil reais”  (do salário mensal dela como assessora fantasma).  Página 56

         A partir de 1998 Bolsonaro assim empregou como assessores uma porção de parentes de Cristina, ex esposa.   “Com o tempo, mais de quinze pessoas da família dela foram nomeadas” no gabinete do Jair ou dos filhos.

         Cristina viu Bolsonaro pela primeira vez num protesto de esposas de militares em 1992 na Esplanada dos Ministérios em Brasilia.   Época do governo Collor.   Bolsonaro discursou em cima de um caminhão no protesto, ao lado da esposa Rogeria e Cristina ali de olho nele.   Ela era esposa de militar também.

         Mais adiante, se encontraram no Congresso Nacional e passaram a ter um caso extra conjugal.   Ambos se relacionando até que em 1997 ela ficou grávida dele.    Cristina nasceu em Resende-RJ onde tem a AMAN Academia Militar de Agulhas Negras.   Formação de pessoal da Aeronáutica.

         ...regime militar...  “marcado pela escalada da violência que culminaria em mais de quatrocentos perseguidos políticos mortos ao fim do regime”.

         Cristina, na juventude, andou participando de concursos de miss.  Aos 19, se casou em Resende-RJ com um jovem cadete da AMAN.

         Lá adiante quando ela já vive com Bolsonaro e é mãe de Jair Renan, ela reclama  demais dos atritos com os outros três filhos dele.

         “A decisão de manter a gravidez (de Jair Renan) foi uma opção que partia dela”.   “Anos depois, já separada, a advogada Cristina iria desabafar com amigos que o ex companheiro brigava pela guarda do filho “que ele não quis ter”.    Página 64

         Cristina que registrou o filho com o nome de Renan Valle.   “O campo para citar o pai no documento ficou sem identificação”.   “O reconhecimento de paternidade só veio depois de um exame de DNA, que comprovou que de fato Jair ira o pai de Renan.  Aí veio a nova certidão e o Renan passa a Jair Renan Valle Bolsonaro”.

         ...   Jair na casa de praia em Angra dos Reis, todo armado, falando aos parentes convidados.    ...”Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro.  Matando uns 30.000...”   Página 63.

         Cristina coordena as finanças da família e articula ações no gabinete dele, Jair.

         Capítulo 6 – A formação do Clã Bolsonaro

         Jair e Cristina administram a entrada de Carlos e Flávio na política.

         Brasilia, setembro de 1998.

         Andrea Valle, cunhada de Bolsonaro, passa a ser uma das assessoras de gabinete.   Ela morando em Juiz de Fora MG (aos 27 de idade).

         Cristina foi junto a Bolsonaro agregando a família dela como assessores fantasmas no gabinete.   E seguem as compras de imóveis.  Casa em Resende-RJ.  (página 66).

         Colocar os filhos na política.   Um dia Bolsonaro disse que iria Sarneyzar o Rio, referência a José Sarney que colocou a família na política.

         ......  continua no capítulo 7/30

sábado, 15 de outubro de 2022

CAP. 05/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 Capítulo 05/20

 

         Capítulo 3 – página 39 do livro

         Um vereador “contra” os fantasmas na Câmara do RJ

         Jair Bolsonaro inicia carreira na política.

         Rio de Janeiro, novembro de 1988   -   Eleito logo após promulgada a nova Constituição em 1988.  Era então jovem capitão do exército na reserva remunerada.   Isso aos 33 anos de idade.

         Eleito com 11.062 votos para vereador pelo PDC Partido Democrata Cristão e seu slogan “Salve o Rio” e “Brasil acima de tudo”.

         Torcia para o Botafogo do Rio.  Depois passou a dizer que torce para o Palmeiras.     ...”gostava de motos, churrasco e uma cerveja de vez em quando.”

         Nasceu em Glicério-SP mas foi registrado como nascido em Campinas-SP.

         As propostas de campanha para vereador:   “combater a corrupção” e “defender a moralidade pública”.

         Antes da posse, ele zanzando pela Câmara.  Gostava de aparecer.   Declarou na ocasião: “Acho um absurdo que cada vereador tenha a seu dispor dezoito assessores”.

         Já começou faltando na cerimônia de diplomação para a vereança.

         “Mas enquanto esteve na Câmara Municipal, Bolsonaro apenas chamou a atenção, envolvendo-se em episódios que poderiam lhe render mídia.

         “Num levantamento da Câmara do RJ em 1990, Bolsonaro terminou como o pior vereador carioca”.

         ...”a luta contra a ´mamata´ ficou só no discurso...” ao longo das três décadas seguintes.

         Bolsonaro quando era ainda da ativa no exército fez um plano de soltar bomba num quartel militar.   Foi julgado por uma Corte militar e a autora deste livro informa que este só não foi punido devido à proximidade que ele mantinha com militares graduados que eram destaque no tempo da Ditadura Militar.

         Bolsonaro era tão próximo da cúpula militar que um dos filhos do General Newton Cruz, que comandou o SNI Serviço Nacional de Informações na ditadura, foi um dos seus assessores na vereança no RJ.

         “Em 1989, Bolsonaro se dizia um defensor da transparência pública”.

         Ficou dois anos como vereador e se elegeu em seguida Deputado federal.

         Empregou logo o sogro João Garcia Braga no seu gabinete como deputado.   O citado sogro morava em Resende – RJ e nunca deu expediente na Câmara Federal em Brasilia.   Só entrava o salário...  Era o primeiro fantasma de uma lista que viria...

         A repórter ao contatar pessoas próximas de Bolsonaro, ouve que “todo mundo faz isso” e que “só ele iria ficar de fora?”...

         Capítulo 4 – página 45 -   A origem do Negócio Bolsonaro inseria a mãe dos três filhos mais velhos na política e cria seu sistema.

         Rio de Janeiro, 03-01-1989.   Bolsonaro acaba de ser eleito vereador e enfrenta uma ação de despejo da casa que morava e que era do exército.  Ele não tinha na época uma moradia própria.   Saiu no jornal a notícia com fotos.   Jornal do Brasil.     “Exército despeja Bolsonaro”.

         Quando ele já era deputado federal a família se mudou para Brasilia mas não se acostumou à cidade e voltou para o RJ.    A esposa Rogeria disputa uma vaga para vereadora e se elege no RJ.    Em seguida ela conseguiu ser reeleita vereadora.

         Aprovou alguns projetos sendo um deles, a criação do Dia de Zumbi de Palmares abrangendo a cidade do RJ.

         Ela no começo da vereança segue as ordens de Bolsonaro mas vai com o tempo mudando isso.   Degenera a relação entre ambos.   Ele arranja em Brasilia uma companheira “mais nova e mais bonita”.   Um dia declara:  “Nunca bati na ex mulher.  Mas já tive vontade de fuzilá-la várias vezes”.

         (Disse isso no ano 2000 e está documentado pela imprensa).

         O apartamento comprado para a ex e os três filhos.   Registrado no 2º Ofício de Notas do RJ, em 22/01/1996 no valor de 96.000 reais (corrigido para valores de 2022 seria equivalente a 500.000 reais).  Pago em dinheiro vivo.

         Daí em diante seguiu uma trilha de aquisição de imóveis com frequente uso de dinheiro vivo.   (página 52).

                   Próximo capítulo 06/30 

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

CAP. 04/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

CAP  04/20

 

         Meses depois, em dezembro de 2018, Queiroz foi rebaixado pelo Clã Bolsonaro a pária, “catapultado para os holofotes de um escândalo, após a publicação de uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo”.      Após essa reportagem, ferveu de jornalistas  acampados na entrada do Condomínio Vivendas da Barra pouco antes da posse do Bolsonaro.

         Nesse condomínio Jair Bolsonaro vive com sua terceira esposa e a filha Laura.  Vive lá desde 2009.  Perto da casa dele, mora Carlos Bolsonaro em imóvel do pai.

         Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, de frente para a praia.    Flávio também mora nas imediações, só que fora desse condomínio.

         O Jair sempre foi de difícil acesso aos repórteres.   Ainda mais depois do atentado que sofreu e o período de recuperação.    Não tinha um escritório para atender os jornalistas, estes que tem a missão de saber os planos dele para governar o Brasil, já que sua posse se aproximava.   Planos e quais seriam seus ministros.

         Os jornalistas tinham que acampar na entrada do condomínio ao sol e sem um WC para poder usar.

         Meio por acaso...   o jornalista Fabio Serapião, repórter do Jornal O Estado de São Paulo passava férias no RJ.   Em contato de bar consegue uma fonte que lhe fornece um calhamaço de dados, inclusive do COAF.  (O COAF é um pequeno órgão destinado a rastrear movimentação bancária de pessoas chamadas de “sensíveis” que podem ser políticos, parentes deles ou de afinidade visando levantar suspeita de manter movimentação financeira incompatível com as rendas da pessoa).   Quando o COAF levanta algo dentro do que manda a lei, tem que comunicar às autoridades e estas tem que pesquisar mais a fundo para ver se está havendo algo ilícito.

         Foi o COAF que “pegou” a movimentação de dinheiro do Fabrício Queiroz, muito acima dos ganhos dele.   Em doze meses, ele movimentou 1,2 milhão de reais.   Queiroz era assessor de Flávio que nesse momento se elege senador e é pego pelo COAF.

         Entre janeiro-2016 e janeiro de 2017 Queiroz tinha salários mensais de 8.500 reais da ALERJ (Assembleia Legislativa)  como assessor e 12,6 mil como PM do RJ.

         O achado do COAF (movimentação acima dos ganhos) foi a pista que levou às rachadinhas do Flávio Bolsonaro no curso das investigações.

         Dia 06-12-2018 a reportagem no jornal:  “COAF relata conta de ex assessor de Flávio Bolsonaro”.

         Jair Bolsonaro conhece Queiroz desde 1984 e são amigos.

         Queiroz sacava em dinheiro vivo seguidamente de caixa eletrônico na sede da ALERJ.   Caracterizou as rachadinhas no curso das investigações.

         “Com isso, o vereador, deputado ou senador, passa a enriquecer com o dinheiro que não é seu”.   O sistema da rachadinha está tipificado em três crimes cumulativos.  Peculato (mal uso de dinheiro público); lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

         O diminutivo “rachadinha” está só no nome.  O político ficava com até 90% do salário dos seus assessores que tinham emprego fantasma.

         Os repórteres cobrando ministros e nada de explicações.   A família Bolsonaro foge da imprensa.

         Sergio Moro, então Ministro da Justiça, a poucos dias da posse foi perguntado sobre as rachadinhas.   Deu resposta suscinta.  “Vou colocar de forma bem simples.  Fui nomeado Ministro da Justiça.  Não cabe a mim dar explicações sobre isso”.   (dentre outras tarefas, ele teria o comando da PF que investiga crimes...).   Logo o Moro que foi juiz e se dizia entendido de combate à corrupção...

         O calhamaço com dados da rachadinha tem 422 páginas.  A Jornalista teve acesso a material sob investigação...

         Havia também investigação do MP Ministério Público do RJ envolvendo políticos e empresas de transportes coletivos urbanos.  Mais uma vez aparecia o Queiroz como um dos operadores do esquema.

         Sendo de âmbito federal, o processo foi para a Procuradoria do MP do RJ para encaminhamento.   Nesta o processo ficou parado por seis meses no período eleitoral de 2018.    A imprensa sempre cobrando andamento na Justiça e esta se esquivando.

         Nathalia,  filha de Queiroz, é personal training até de pessoas famosas no RJ.   Foi descoberto eu ela foi por uma década funcionária fantasma em gabinete do Flávio Bolsonaro quando ele era deputado.  Ela também foi por quase dois anos assessora de Jair Bolsonaro até 2018.

         Flávio sempre foi o mais articulado e habilidoso dos filhos do Jair.  Acuado pelas denúncias, ficou desnorteado e evitou o que pode a imprensa.  Só respondia via assessoria.   “Flávio vivia momentos de muito estresse”.

         Flávio desabafou com um amigo...   “De quem é o Queiroz? E cheque para a Michelle?  Para quem foram esses cheques?   O que eu tenho com isso?”

         ...”eles operavam como clã   (clã Bolsonaro).

 

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