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quarta-feira, 16 de novembro de 2022

CAP. 19/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 capítulo 19/20

 

         Julia, viúva do miliciano Adriano da Nóbrega, diz à justiça que o haras de Adriano era um local onde se mantinha um cemitério clandestino.   A chefia do MP RJ trocou a pessoa que esteve ouvindo Julia, sem que as pessoas anteriores que conduziam o caso ficassem sabendo.

         As duas promotoras que antes estavam ouvindo Julia cuidavam inclusive da investigação do caso da morte da vereadora Marielle Franco.

         Quando elas souberam que foram deixadas de lado sem aviso, ficaram injuriadas e saíram do caso Marielle Franco.

         Esse episódio deu repercussão interna no MP e foi parar nos jornais.

         A defesa de Julia passou no MP por várias mãos e chegou ao GAECO.  Neste, que é um órgão do MP RJ, não se viu nada de relevante na fala de Julia e não aceitou a delação.      (página 268)

         A justiça sabia do possível cemitério clandestino no Haras (onde se mantem cavalos) de Adriano e passou um ano sem procurar averiguar.

         “Tentei entrevistar o procurador-geral Luciano de Mattos, diversas vezes, mas ele afirmou que não podia falar devido ao sigilo dos casos”.

         Página 271 -  “Se o MP não avançaria, nada impedia que nós, da imprensa, continuássemos investigando”.

         Desde 2018, vinham os jornalistas investigando o Clã.     Gravações da família Queiroz no contexto.    A jornalista conseguindo texto com o conteúdo das gravações da sua fonte “Madalena”.   “O MP utiliza um software israelense chamado Celibritte”.   (para colocar em texto gravações de voz)

         ...”Nós jornalistas avançamos numa ponta e o judiciário fazendo o caminho inverso na outra”.    (página 273)

         Em julho de 2021 a autora Juliana Dal Piva lançou na internet o podcast (áudio) chamado “A Vida Secreta de Jair”.

         Jair ficou sabendo do podcast e ficou furioso.     A jornalista recebeu mensagem do advogado Wassef, ligado ao Clã Bolsonaro.   Ele...

         “Queria te entrevistar.  Você é socialista?? Comunista??? Soldada da esquerda brava???  ....  “Por que você não vai realizar seu sonho comunista em Cuba, Venezuela ou Coreia do Norte???”...      (página 274)

         Ela processou o advogado Wassef por essa ofensa.

         Fevereiro de 2021.   “Pouco antes da chegada da mãe a Brasília, Jair Renan, na cola dos irmãos, já estava sendo investigado pela PF e pelo MP do Distrito Federal.

         Jair Renan era apontado por tráfico de influência.  Colocar empresários em contato com Ministros de Estado.

         Em 2021 Cristina tenta se articular para se candidatar a deputada distrital (DF), apesar da lei barrar porque ela está com cidadania norueguesa.

         Depois de muito vai e vem, a justiça do RJ quebrou o sigilo bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro e de Cristina Valle.     Tudo neste caso se parecia com o de Flávio Bolsonaro:   Funcionários fantasmas, cobrança de rachadinhas, lavagem de dinheiro e compra de imóveis.

         “... Marcelo Nogueira (que foi empregado doméstico por oito anos na casa de Jair Bolsonaro sendo na mesma época fantasma do gabinete do Clã) resolveu romper o silêncio...  e entregou o clã na justiça.

         ‘Ele admitiu que entregava para Cristina 80% do salário que recebia como assessor fantasma enquanto trabalhava na casa de Jair Bolsonaro”.

         (página 278)

         Denunciou também que ela comprou na região do Lago Sul em Brasília uma mansão de 3,2 milhões de reais em nome de laranjas.

         Marcelo Nogueira seria mais um a trazer provas contra Flávio, mas outra vez o MP ignorou isso, ou seja...  “mas Nogueira não foi chamado para depor até julho de 2022”   (período que abrange a pesquisa antes de publicar este livro)

        

         Continua no capítulo final 20/20

CAP. 18/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

capítulo 18/20                16-11-2022

        

         Página 250 – “Pouco depois da posse do Procurador Geral Mattos no MP do RJ, foi publicado outro despacho.   Para ajuizar ações, os grupos de procuradores precisavam doravante do aval do Procurador Geral da Justiça.  E muita coisa na área de combate à corrupção ficou parada”.

         “Naquele momento o GAECC (grupo de procuradores que tocava o caso Flávio Bolsonaro e outros) já tinha um documento pronto para pedir uma medida cautelar de quebra de sigilo bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro, Ana Cristina Valle (ex de Jair) e uma série de investigados no gabinete de Carlos.”.    Nesse caso havia também delações...  Tudo brecado pela nova cúpula do MP RJ. 

         O MP RJ que antes tinha 21 grupos de trabalho específicos para focar certos crimes, foram praticamente desmontados.  Sobrou um grupo só.  Redistribuíram os processos para promotores individuais (o que expõe mais a pessoa a pressão externa).

         O processo de Flávio que ficou parado por seis meses no MP, devido agora a um pedido da defesa dele junto ao STF, visando definir o foro para correr o processo, lá no STF ficou mais seis meses na prateleira.  Assim o processo ficou o ano de 2021 parado.   (página 252)

         No STJ, um dos ministros é João Otávio de Noronha que é amigo do presidente Jair Bolsonaro que inclusive declarou em público que quando o conheceu “foi amor à primeira vista”.

         Noronha chegou a trabalhar nas férias dele para interagir no andamento do processo Flávio Bolsonaro.

         Na mesma época o MP RJ resolveu realmente extinguir o Gaecc que entre outras atribuições, tocava o processo de Flávio.  Daí tudo foi ficando mais perto da impunidade.

         ...Danielle foi a primeira mulher do miliciano Adriano da Nóbrega.  Quando ele foi executado, ele já vivia com a segunda companheira, Julia Lotufo.    Danielle foi por onze anos da assessoria de gabinete de Flávio Bolsonaro.   (página 259)

         Julia, depois da morte de Adriano, passou dias fugida da justiça.  Depois de conseguir prisão domiciliar, se entregou e se dispôs a fazer delação premiada.  Ela tinha muitos dados repassados anteriormente por Adriano sobre crimes e até sobre locais de ocultação de cadáveres.  O MP RJ não se interessou por isso tudo.

         “E ainda tinha supostas informações sobre a execução da vereadora Marielle Franco.”  ...”Ela, contudo, temia ser executada e gostaria de responder ao processo fora do Brasil”.

         Adriano não repassava no cotidiano de miliciano, suas ações e ela descobriu vários casos “fuçando” no celular dele escondida.   Ela alegou na justiça que não se envolveu nos crimes dele.    Ela não tendo cometido crimes, não se enquadrava na delação.

                 

         Continua no capítulo 19/20 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

CAP. 17/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 Capítulo 17/20

        

         Página 236 – A luta dos advogados para manter o sigilo do processo do Flávio Bolsonaro.    “O dever de sigilo cabe às partes de um processo, jamais a um jornalista com acesso a informações de interesse público.  O dever de sigilo do repórter é com a fonte, é um direito constitucional”.

         Caso do processo de Flávio:  “O volume das provas era bastante contundente, e colossal.   A única coisa que não existia nos autos era uma confissão”.  (página 237)

         Dia 05-11-2020 assume no STF o ministro Nunes Marques indicado por Bolsonaro.  Entrou no lugar de Celso de Mello que aposentou.    Nunes Marques, piauiense de Teresina.    Dono de um currículo robusto, que depois se descobriu que tinha alguns pontos falhos.  

         Um “posgrado” espanhol foi um curso de cinco dias.   O jornal O Globo e a Revista Crusoé... “identificaram que três trechos da dissertação de Nunes Marques eram iguais a artigos de outro advogado”.  (página 238)

         Antes, Nunes Marques costurou apoios de bastidor com o presidente do Senado Davi Alcolumbre e Ciro Nogueira, então presidente do PP Partido Progressista.

         Nesta escolha Bolsonaro queria colocar um “terrivelmente evangélico”, mas o advogado Wassef e Flávio Bolsonaro convenceram o presidente a indicar Nunes Marques.

         “O MP Ministério Público fluminense fugia de tudo que chegasse muito perto de Jair Bolsonaro”.   (página 239)

         No processo havia uma confissão feita pela estatística Luiza Souza Paes.  Houve duas buscas e apreensões na casa dela e ela ficou com medo de ser presa.   Ela procurou após isso o MP para uma colaboração espontânea.  Ela foi contratada no gabinete de Flávio em 2011 e se apresentou para trabalhar.  Foi dito a ela que não precisava dar expediente e que devolveria todo mês grande parte do salário ao gabinete, via Queiroz.

         Essa confissão ficou documentada no processo contra Flávio.  Um caso concreto de rachadinha no gabinete dele.   “Luiza também forneceu documentos de sua conta que mostravam os saques e depósitos”.

         Mesmo já enrolado na justiça, em 23-11-2020 Flávio fez mais um negócio imobiliário que causou ruido na imprensa e nas redes sociais.    A compra de uma mansão no Lago Sul de Brasilia por 5,7 milhões de reais.  (página 242)

         Imóvel da mansão com 1.100 m2 de área construída.   O valor coincidência ou não, se assemelhava ao que o MP cobrava dele nos processos por desvio de verbas da ALERJ Assembleia Legislativa do RJ via rachadinhas.

         Capítulo 15 -   O Clã contra-ataca

         O STJ anula provas e ocorrem trocas no MP RJ que paralisa o processo.   A viúva do miliciano Adriano da Nóbrega tenta fazer delação e não consegue.   Carlos Bolsonaro e Cristina, ex de Jair viram alvo de denúncias.

         30-12-2020   - página 243

         Bolsonaro no Guarujá-SP, perto do revellion, fazendo sua live semanal para seu público seguidor na internet.   Diz dos seus feitos e tudo o mais.   O mundo correndo atrás de vacinas para a covid 19 e Bolsonaro falando de futebol.    Foi na Vila Belmiro assistir um jogo do Santos inclusive.

         A pandemia apertando e Bolsonaro dizendo que eram os grandes laboratórios que tinham que correr atrás do Governo Federal para vender vacinas.   Era a segunda onda da pandemia de covid 19 chegando.

         “Seis meses depois, o Brasil iria registrar 500.000 mortes por covid.

         ...”E anunciou que ele próprio não pretendia se vacinar contra a covid 19”.   Ela já havia contraído covid mas os especialistas alertavam que mesmo os que já foram afetados poderiam ser outra vez afetados.

         Na live Bolsonaro provocou o MP do RJ que ao seu ver, perseguia sua família.   

         O procurador geral da Justiça do RJ Eduardo Gussen procurava não dar publicidade ao caso de Flávio Bolsonaro.   O processo ficou parado por seis meses no MP.  O processo andou um pouco quando a imprensa cobrou com veemência.    

         “O procurador não se importava que o trabalho do MP fosse considerado moroso”.  Já na mesma época, na prisão do prefeito do RJ, Marcelo Crivella, o mesmo MP deu entrevista coletiva à imprensa e fez barulho.

         Página 248 -   Bolsonaro convidou Gussen “para uma conversa no Palácio do Planalto.   O assunto? Flávio.”

         O promotor resistia.   A agenda, porém, foi cumprida.

         A peça do MP contra Flávio Bolsonaro tem 290 páginas com acusações e detalhes.

         O governador Castro perto de nomear substituto para Gussen e a preocupação com processos investigando políticos e uns indo presos como no caso de Crivella.   Castro andava dormindo mal por conta de investigação na Fundação Leão XIII da qual ele já foi um dos diretores.  Houve prisões no caso e mesmo delações premiadas.

         Gussen foi substituído e logo em seguida, de forma surpreendente, aos 56 de idade, pediu aposentadoria.

         Antes na live de fim de ano, Bolsonaro para intimidar o MP, citou um caso “hipotético” de haver filho de alguém do MP envolvido em tráfico de drogas...

         Gussen diz que vai escrever um livro daqui a uns cinco anos...

         “Mais tarde, esse e outros episódios, vieram a favorecer o Clã Bolsonaro nos seus processos”.

                  

         Continua no capítulo 18/20

domingo, 13 de novembro de 2022

CAP. 16/20 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 capítulo 16/20

 

 

         Página 218 – os advogados de Flávio constataram que as provas que a justiça tinha em mãos não davam para ser contestadas.   Partiram para o caminho de “matar o caso processualmente”.  Tentar achar alguma falha no trâmite do processo na esfera da justiça para melar o processo.

         Fizeram reunião fora de agenda com órgãos de inteligência do governo federal para tentar encontrar algum eventual deslize na Receita Federal e nada encontraram, mas mexeram com a cúpula da Receita com indicações de Flávio.   (um absurdo atrás do outro – usar órgãos de Estado para o benefício de um réu)

         Capítulo 14 do livro – O caminho dos milhões em espécie.

         Flávio depõe e promotores mostram provas.   Nunes Marques é escolhido por Bolsonaro para o STF.   (apadrinhado pelo advogado Wassef)

         07-07-2020 -   Flávio no passado era contra o foro privilegiado, mas quando ele era o réu, correu para o foro privilegiado.

         Os novos advogados de Flávio são Luciana Pires, Rodrigo Roca e Juliana Bierrenbach.   Os novos defensores o convenceram a dar as caras e atender as convocações para depor no MP Ministério Público do RJ.

         “No mundo jurídico, e até na cena pública, um investigado em silêncio soa como réu confesso”.

         Processo em sigilo, o povo só ficava sabendo que ele prestou depoimento, mas não se sabia o que ele disse. 

          No ano de 2001, lá atrás, Flávio declarou ao TER-RJ como bens um carro Gol 1.0 do ano e nada mais.

         De 2001 a 2020 seu patrimônio foi para um total de mais de quatro milhões de reais.

         Flávio ao depor começou a ter lapsos de memória ao ponto de dizer que não se lembrava nem dos chefes de gabinete que ele nomeou. (pag. 223)

         Promotores interrogando Flávio.   Quando chegou na nomeação de parentes, ele alega... enquanto era permitido... mas a lei de 1988 (Constituição Federal, artigo 37) não permite contratar parentes para cargo público com base no princípio da impessoalidade.

         Promotor questionando sobre os assessores fantasmas, dos quais o parlamentar ficava com 80 a 90% do salário. Eram as rachadinhas.

         Perguntam também sobre o costume dele encarregar Queiroz de pagar muitas de suas contas.   Há o caso documentado do dia em 2007 que Flávio fez em sequência num caixa eletrônico 48 depósitos em dinheiro de dois mil reais cada.  

         Os promotores partem para focar nos imóveis transacionados por Flávio entre 2005 e 2010.   Nesse período “ele havia negociado dezenove imóveis que lhe renderam um lucro de três milhões de reais”.

         Os promotores já sabiam que as contas de Flávio e da esposa dele no período haviam sido irrigadas com depósitos de procedência desconhecida e em dinheiro vivo.

         “Adiante, Flávio envolveu o pai, os irmãos e outros funcionários em negociações e, por consequência, nas investigações em si”.    Todos faziam parte do Negócio do Jair...    (página 232)

         Flávio passa a ser o que mais  faz negociações de imóveis pelo Clã Bolsonaro.   Rastreado, se comprovou que de 2010 a 2014 a esposa de Flávio não fez um único saque na própria conta bancária.

         “Em 2010, Flávio informou que fez uma doação de 733.000 reais à sua mãe, em espécie (grana viva)”.  (página 235)

         O caso dos 27 cheques de Queiroz, totalizando 89.000 reais a Michelle Bolsonaro.   Descobertos em agosto de 2020 pelo repórter Fábio Serapião.  O caso foi noticiado e deu uma repercussão grande.    Deixou Jair e a esposa muito contrariados e a imprensa cobrou muito o casal.

         Um dia um repórter de O Globo perguntou ao presidente sobre os cheques e este ficou irado. Ameaçou:   “Minha vontade é de encher sua boca com uma porrada, tá?”    (página 236)

 

         Capítulo 17/20

sábado, 12 de novembro de 2022

CAP. 15/22 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 capitulo 15/22

 

         O advogado que tocava a causa de Queiroz deixou a causa e ele ficou seis meses sem defensor.   Ao ser preso, contratou o mesmo advogado criminalista que defendeu o miliciano Adriano da Nóbrega, o advogado Paulo Emilio Catta Preta.    (página 196)

         Este advogado tem escritório em Brasilia e foi “achado” por Queiroz...       Nessa época, a repórter Andrea Sadi entrevistou o advogado Wassef.  “Na ocasião, ele entre outros comentários, defendeu de maneira veemente o miliciano Adriano da Nóbrega, dizendo que ele nunca tinha sido condenado por nenhum crime”.  

         “Os meses correram e depois de passar todo o ano de 2019 fugindo da polícia fluminense, o ex capitão da PM Adriano foi localizado em Esplanada no interior da Bahia do dia 09-02-2020 e acabou sendo morto durante uma nebulosa operação policial”.

         A família de Adriano ficou suspeitando de ter havido execução dele.  Familiar dele em telefonema grampeado pela polícia do RJ.   Fala de Daniela:  “Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse arquivo morto”.   ... “complô.... fizeram uma reunião com o nome do Adriano da Nóbrega no Palácio do Planalto”.

         O advogado Catta Preta, da defesa de Adriano:  “Ele me disse assim, com estas palavras:  Doutor, ninguém está aqui para me prender.  Eles querem me matar.  Se me prenderem, vão matar na prisão”.  (página 197)

         ...”vão me matar por queima de arquivo”.

         O primeiro laudo saiu que não havia sinal de pólvora na mão de Adriano.  Isso derruba a versão de que ele trocou tiros com os policiais.

         Sobre as buscas do MP Ministério Público na família Valle, da ex mulher de Jair Bolsonaro, Cristina Valle.    Deixou a família muito preocupada.   “Ela queria que a defesa de Flávio resolvesse a situação de todos eles, ou seja, encontrasse alguma forma de livrar todos das acusações de rachadinhas”.   Ela queria que o Clã Bolsonaro pagasse os advogados das causas.    (página 204)

         Cristina, ex de Bolsonaro, se candidatou à Câmara de Deputados e para isso usou o sobrenome de Bolsonaro.  Não foi eleita.

         O juiz durão, Flávio Itabaiana, vem de uma família com vários juízes desde 1920.   Foram juízes o pai dele, o avô, o bisavô e o trisavô.

         “Itabaiana profere sentenças duras na 27ª Vara Criminal do TJ-RJ há dezessete anos”.

         No caso de Flávio Bolsonaro, este tentou denegrir a imagem do Juiz Itabaiana pelo fato do mesmo ter uma filha conquistado um cargo público no Rio de Janeiro.

         Policiais de SP, seguindo determinação da justiça, se encaminham cedo para Atibaia-SP para prender Queiroz.  Como na casa tinha placa do Advogado Wassef, tiveram o cuidado de conseguir um integrante da OAB para acompanhar a prisão no que seria um escritório de advogado.

         (Página 209)    Nada na casa lembrava um escritório de advocacia.   Queiroz detido, aos policiais:  “Disse que havia efetuado muitas prisões na vida, mas jamais imaginou passar por aquilo”.

         Em seguida, foi levado de São Paulo ao RJ em helicóptero e de lá, encaminhado para o presidio Bangu 8.

         Lá Queiroz ficou livre da imprensa e de dar satisfações.   Já o advogado Wassef que o escondeu por quase um ano e Bolsonaro foram bastante cobrados pela imprensa no caso.

         Bolsonaro, dois meses antes teve grande dor de cabeça com a ruptura com Sérgio Moro, seu Ministro da Justiça que saiu acusando o presidente de ter interferido indevidamente na PF Polícia Federal que estava sob a autoridade direta do Moro.   (Página 212)

         “Mas a prisão de Queiroz atingiu Wassef em cheio e deixou sua situação insustentável junto ao Clã Bolsonaro.”    Depois disso tudo Wassef, para não complicar ainda mais a situação do Clã, teve que se afastar do caso.

         No trâmite do processo contra Flávio Bolsonaro, por um erro grave do Ministério Público do RJ, houve perda de prazo na sequencia do processo.

         Queiroz conseguiu prisão domiciliar e a esposa dele, Marcia, foragida da justiça,  também conseguiu prisão domiciliar e só então ela se apresentou à justiça.    Justiça que foi muito criticada pela imprensa por essa decisão.

        

         Continua no capítulo 16/22

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

CAP. 14/22 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 Capítulo         14/22

 

         Queiroz recomendava aos parentes para apagar as mensagens de zap após lidas, mas o pessoal se descuidou disso.    A esposa de Queiroz teve seu celular com sigilo quebrado pela justiça e não só tinha as conversas com o marido, como até a localização dele”.   (página 181)

         Capítulo 13 – O prisioneiro do Sítio em Atibaia – SP

         MP Ministério Público faz busca e apreensão e descobre o esconderijo de Queiroz para prende-lo.

         Resende-RJ, dezembro de 2019

         Busca e apreensão na casa de familiares de Cristina, ex de Bolsonaro.  Determinadas as buscas pelo Juiz Flávio Itabaiana.   No mesmo dia o MP fez buscas em mais sete endereços de suspeitos das rachadinhas em Resende-RJ ligados ao clã Bolsonaro.

         Buscas também no RJ envolvendo Queiroz e três familiares dele.

         Mais buscas... “o sócio do senador Flávio, Alexandre Santini, e a loja de chocolate dos dois”.     Buscas em um total de 24 endereços diferentes.

         Dia 18-12-2019 os jornais traziam manchetes sobre as buscas e apreensão do caso dos assessores fantasmas do clã Bolsonaro. (pag. 187)

         ...”no caso de Flávio, quando a equipe da Procuradoria leu o documento e viu que na lista estava a loja de chocolates, a cúpula do MP tentou vetar a busca no local”.  (o que não era praxe vetar ações da Procuradoria).

         A Procuradoria fez as buscas mas não deu publicidade, diferente do modo de operar da Lava Jato que fez um estardalhaço na imprensa.

         ...”parlamentares precisam prestar contas à sociedade”.

         O MP apontava a existência de uma organização criminosa dentro do gabinete do Senador Flávio Bolsonaro...”  (página 189)

         Rachadinhas e o também crime de lavagem de dinheiro”.

         Queiroz figura central como operador do esquema criminoso.

         Entre 2007 e 2018 ele movimentou em sua conta bancária (rastreada pela Justiça) 483 depósitos de rachadinhas de 13 ex assessores de Flávio.   “num total de 2,062 milhões de reais”.

         Já o núcleo envolvendo a família de Cristina, ex esposa de Jair...  “era formado pro dez familiares que sacaram 4 milhões de reais em dinheiro vivo ao longo do tempo em que essas pessoas estiveram nomeadas no gabinete de Flávio Bolsonaro”.

         O MP no caso acabou tendo ajuda de pesquisas feitas por jornalistas investigativos que descobriram pessoas e o caminho do dinheiro.

         ...”listaram uma série de negociações imobiliárias de Flavio que não tinham lastro em suas contas e não condiziam com seu salário...”

         ... voltando ao ano de 2012.   Nesse ano Flávio comprou duas quitinetes no RJ e envolveu pagamento de 600.000 reais em dinheiro vivo. (a autora cita o banco, a agência e tudo o mais).   Página 190

         “Flávio nunca registrou esses valores em documentos”.

         Voltando à operação do MP Ministério Público de 18-12-2019.

         “Enquanto isso, o advogado Wassef estava em Brasilia e foi ao Palácio do Planalto tanto no dia da operação de busca e apreensão do caso como nos dias seguintes”.

         Wassef atravessava no trabalho do advogado que tocava a causa de Queiroz e Flávio.    “Quem convive com Wassef sabe que ele não pergunta a opinião de ninguém e faz o que bem entende”.     Ele apostou numa estratégia diferente da dos advogados da causa e perdeu.   O que resultou nas buscas e apreensões e o assunto vir a público via imprensa.

         O caso de Flávio no STF está nas mãos do Juiz Gilmar Mendes que é o relator do caso.

         O advogado Wassef e Bolsonaro.    “Ambos se compreendem, dividem valores, ideias e até acreditam nas mesmas teorias conspiratórias – das fraudes nas urnas eletrônicas...”

         O advogado que tocava a causa de Queiroz deixou a causa e Queiroz ficou seis meses sem defensor.   Ao ser preso, contratou o mesmo advogado criminalista que defendeu o miliciano Adriano da Nóbrega, o advogado Paulo Emilio Catta Preta.    (página 196)

         Este advogado tem escritório em Brasilia e foi “achado” por Queiroz...

 

                   Continua no capitulo 15/22

domingo, 6 de novembro de 2022

CAP. 13/22 - fichamento - livro - O NEGÓCIO DO JAIR - A História Proibida do Clã Bolsonaro - edição 09/2022 - Autora - Jornalista - JULIANA DAL PIVA

 capítulo 13/22

 

         Resultado da pesquisa sobre as rachadinhas:  “E enquanto levantávamos os dados dos assessores parlamentares, também detalhamos os valores recebidos por eles.   O grupo de 102 pessoas com laços familiares entre si, por exemplo, receberam entre 1991 e  2018, um total de 80 milhões de reais em valores atualizados pela inflação”.

         “Já entre os assessores fantasmas os valores atingiram 36 milhões de reais corrigidos.  Na outra ponta, um contraste.   Uma boa parcela do grupo tinha uma vida bastante simples e com dificuldade para se sustentar.”

         Quando surgiu o escândalo, após a imprensa divulgar o caso, Jair declarou:  “Empreguei mesmo, e daí?   (na página 167 do livro)

         Após a matéria no jornal O Globo falando das rachadinhas e os fantasmas, Jair Bolsonaro num evento da Indústria Automobilística atacou a imprensa e disse que assinou uma Medida Provisória que inibia a publicação de balanços pelas empresas em jornais, o que seria uma vingança pessoal, uma retaliação por conta da imprensa estar noticiando as rachadinhas.

         No discurso no citado evento, Jair disse:  “Espero que o Jornal Valor Econômico sobreviva à Medida Provisória”.

         Eduardo Bolsonaro demorou mais para entrar no mundo da política, mas já em 2011, pagou um imóvel (apartamento) em Copacabana pagando 150.000,00 em dinheiro.  (página 169)

         Citados no livro vários negócios imobiliários feitos por Eduardo Bolsonaro quitados com dinheiro vivo em boa parte ou no todo do negócio.  Seguiu assim os passos dos demais membros do clã.

         O sistema de manter assessores fantasmas e rachadinhas também foi usado por Eduardo Bolsonaro entre 2015 e 2018.   Houve denúncia de rachadinhas no caso de Eduardo Bolsonaro mas chegaram ao PGR Augusto Aras, indicado por Jair Bolsonaro, e este arquivou o caso.

         Capítulo 12 – O pedido ao Miliciano amigo.    (página 171)

         Queiroz pede ajuda a Adriano da Nóbrega para acabar com o caso das rachadinhas.   Adriano, ex PM, expulso da corporação após varias execuções de pessoas e que atuava como miliciano.   Foi líder do chamado Escritório do Crime, organização criminosa que atuava em Rio das Pedras, uma comunidade do RJ.

         São Paulo, fevereiro de 2019

         Processo correndo contra Flávio e a defesa dele inventou um motivo para a grande movimentação de dinheiro por Queiroz.   Que o Queiroz “sem conhecimento de Flavio” teria começado a arrecadar parte dos salários dos assessores e o dinheiro seria para Queiroz contratar por fora (ilegalmente) um maior número de assessores para turbinar a campanha política de Flávio. Essa versão enrolava Queiroz, mas aparentemente livrava a cara de Flávio.

         Queiroz na pior.  Sem grana, fugido, parentes desempregados, ele no ócio e longe do poder, inclusive de indicar pessoas para cargos comissionados.   E ter que se manter longe do presidente, seu amigo.

         Queiroz sonhava se candidatar e fazer carreira política.  (em 2022 concorreu para Deputado Estadual pelo RJ e não foi eleito)

         Tempo de vacas magras para Queiroz e ele tinha que ficar distante do clã Bolsonaro.   O amigo Adriano da Nóbrega de vez em quando dava alguma ajuda financeira a ele.

         “Mais tarde, Julia Lotufo (esposa de Adriano) contaria que o marido entregaria uma parte dos 135.000 reais de que Queiroz precisava para custear o tratamento inicial do câncer”.   (página 175)

         Queiroz quase dez meses escondido e foi flagrado em gravações telefônicas indicando pessoas para nomeações em cargos públicos com apoio de políticos de sua relação, como troca de favor entre si.

         Ele ajudou a eleger certos políticos e estes em troca atendiam seus pedidos de nomeação.

         As notícias de Queiroz fazendo indicações, mesmo estando fugido, incomodaram muito o clã Bolsonaro e deu brigas na família de Queiroz que também era investigado e agora mais esse crime do Queiroz.

         “Marcia, eu vou te falar. De coração.  Eu não consigo mais ter pena do meu pai, porque ele não aprende”.  Meu pai é burro. Meu pai é burro!”

         Fala de Nathalia à mãe Márcia, esposa de Queiroz.

         Marcia desabafando com a filha:     ...”fui pagar minha promessa, ano passado eu fiz, eu acendi vela do começo de outubro até dezembro e agora estou acendendo também...    ...pedir a Deus...”

         Além das rachadinhas, o advogado de Queiroz também tinha outro problema na defesa deste.  Agora, o fugido também é acusado inclusive após manchete na imprensa, de ficar indicando assessores para cargos comissionados.

         Em dezembro de 2019, a tese do advogado Wassef foi derrotada no STF e os relatórios do COAF e a comunicação por relatórios aos órgãos de investigação se tornam legais.   O processo volta a andar.

         Adriano da Nóbrega, miliciano e amigo de Queiroz (e condecorado no passado como PM pelo clã Bolsonaro) também estava foragido há quase um ano.   (depois foi descoberto e cercado pela PM em MG e fuzilado)

         Após a lista do COAF ser considerada legal pelo STF (e esta trazia as movimentações de dinheiro de Queiroz muito acima dos ganhos dele), o MP Ministério Público do RJ já de posse dos dados bancários (provas) partiu para as buscas no dia 18-12-2019.

         “Os alvos eram diferentes endereços da família Queiroz e também parentes de Cristina, a ex mulher de Jair Bolsonaro”.

 

 

         Continua no capitulo         14/22