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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

CAP. 02/06 - fichamento do livro - GRAFFITI CURITIBA - Autora: Dra. Elisabeth Seraphim Prosser - Tese de Doutorado - 2010

 capítulo 02/06

 

         A Origem do Modern Graffiti

         A fase moderna começa na década de 60 em Paris no ambiente universitário.   De lá se espalha pelo mundo.

         Nova Iorque é um polo de referência do tipo de Graffiti que se vê na atualidade espalhado pelo mundo.  A autora destaca que foi na Filadélfia (USA) nos anos 60 que essa modalidade surgiu com vigor e depois NY virou destaque no Graffiti.

         Graffiti espalhado por NY inclusive nas estações e trens de metrô.   A municipalidade combateu com vigor essa arte de rua.    Em 1989 conseguiram barrar o Graffiti nos metrôs de NY usando a força de uma nova lei que mudava a infração  de delito para crime.

         Por outro lado, em outros espaços de NY o Graffiti continuou atuante.  Usava-se e ainda se usa o Graffiti inclusive em trens intermunicipais e interestaduais em larga escala nos USA.

         O uso da internet ajudou na expansão do Graffiti.     ...”reações extremas de paixão ou repulsa que esta arte suscita...”

         Hoje em dia tem galerias de arte e marchands ofertando telas de Graffiti famosos por preços significativos.

         Nos USA surgiu no passado a arte do Jazz e mais recente o movimento hip hop no qual transitam também os grafiteiros.

         ...”uma nova contracultura...”     No Brasil dos anos 60/70, na Ditadura Militar, os pichadores ganharam destaque por suas pichações de caráter político contra a repressão da ditadura.

         Havia inclusive pichações de natureza comercial.  Ex:  Casas Pernambucanas, Cão Fila km 22 etc.

         Frases como:  “Longe é um lugar que não existe”.

         O estilo tag reto.     Um grupo do Bairro da Água Verde em São Paulo  assina:   Pestes.

         O livro cita o autor Gitahy e o livro O Graffiti em São Paulo.    ...”uma leitura do cotidiano urbano estabelecendo uma ponte entre o imaginário e a realidade cinza da cidade”.

         Em São Paulo o graffiti teve o reconhecimento oficial em 1981 quando Alex Valauri expôs sua arte na Pinacoteca do Estado, através da sua exposição denominada “Muros de São Paulo”.    Alex Valauri faleceu dia 26-03-1987 e em homenagem a ele se criou no Brasil nessa data o Dia Nacional do Graffiti.

         Na década de 70, alunos da FAU USP Faculdade de Arquitetura e Urbanismo através de estudantes de Arte, Design ou Arquitetura, passaram a usar Graffiti em São Paulo.

         Esses estudantes universitários tinham o perfil de classe média.

         Meados dos anos 80 e o estilo novaiorquino de Graffiti e o hip hop chegaram ao Brasil.    Vários grafiteiros de NY visitaram e atuaram algum tempo no Brasil e fizeram escola, por assim dizer.

         A autora declara em 2010:   “Hoje o Graffiti paulistano é tido, internacionalmente, como o mais inovador e rico do planeta”.

         Cita os grafiteiros “Os Gêmeos” que vem fazendo sucesso inclusive fora do Brasil.       ...”e tem obras nos principais museus e galerias do mundo”.

         (Os Gêmeos expuseram aqui em Curitiba no MON Museu Oscar Niemeyer e tive a oportunidade de visitar as obras deles que realmente são bastante diversificadas e sempre geniais).

         Continua no capítulo 03/06

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

cap. 01/06 - fichamento do livro - GRAFFITI CURITIBA - Autora: Dra Elisabeth Seraphim Prosser - Doutora em História Social da Arte - edição 2010

 

Capítulo 01/06                            fevereiro de 2023

        

Autora: Doutora em História Social da Arte Elisabeth Seraphim Prosser

Editora:  Kairós Edições – Edição de 2010 – 210 páginas com ilustrações

         Este livro nasceu de uma tese de doutorado defendida em 2009 na UFPR Universidade Federal do Paraná.   Tem apoio cultural da Caixa Econômica Federal e outras entidades públicas e privadas.

         O recorte do estudo foi Curitiba de 2004 a 2009.

         A arte do Graffiti não tem intermediário.  O autor cria e coloca a obra em contato direto com o público.   “É livre, transgressor e visceral”.   E assim o graffiti se configura como nova mídia...”

         Os artistas do gênero geralmente são politizados e comumente críticos do capitalismo, do consumismo.

         “A rua, Um lugar Privilegiado”.   

         Diferentes manifestações relacionadas ao Graffiti e assemelhados são agrupadas como Arte de Rua.

         ...”esta arte ocorre de modo espontâneo, sem regras, de maneira aleatória e inesperada na paisagem urbana, passando a fazer parte do tecido da cidade e transformando-o continuamente”.

         ...”arte séria e brincalhona...”   “Há Graffiti, pichação, lambe-lambe, stencil e sticker.   São diferenciados por meio dos estilos...

         No estudo feito nesta tese, os praticantes da arte de rua em Curitiba na ocasião tinham idade entre 14 e 40 anos.

         A Cidade como Mídia Alternativa

         ...”trazem mensagens implícitas e explícitas”.   ... se torna uma mídia democrática...      ....lidas por qualquer pessoa.

         Os artistas de rua geralmente fotografam e filmam seus trabalhos e depois divulgam pela internet.   Divulgam ao público, aos amigos e aos seus “inimigos”.  Há grupos e grupos.

         Em Curitiba há mais  ....”uma luta por ideias contra o sistema que uma rivalidade entre gangues”.

         ...”entre as políticas públicas e ações repressoras e a representação de grupos cuja voz somente é ouvida quando transformada em grito rebelde”.

         Cidade Polifônica – Pichação, Graffiti, Colagem – O que é isso?

         No termo italiano, grafito no singular e Graffiti no plural significa fazer uso da grafia.

         O termo pichação vem de piche (betume, petróleo), preto, pastoso, usado desde a antiguidade.

         Na Idade Média, por vezes cobriam de piche mulheres consideradas bruxas.   (asfixia e mata...)

         Igrejas na Idade Média faziam pichação nas paredes de igrejas de outras ordens religiosas para fustiga-las.

         Nos anos 60/70 na luta estudantil contra a ditadura militar no Brasil, era comum a pichação de espaços públicos como protesto feito pelos estudantes.   Sempre às escondidas, por conta da forte repressão.

         A maior parte dos pichos encontrados na atualidade é assinatura do autor.   É claro entre seus pares e pouco definido para o público em geral.

         Continua no capítulo 02/06

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

cap. 20/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018

 

capítulo – final – 20/20

 

         “Protestos devem ser vistos de maneira semelhante. O protesto político é um direito básico e uma atividade importante em qualquer democracia, mas seu objetivo deve ser a defesa dos direitos e das instituições, não sua ruptura”.

         “As forças anti Trump devem  construir uma ampla coalizão pró-democracia.”    ...”extrema divisão partidária... não só por divergências políticas .... inclusive diferenças raciais e religiosas...”

         “A maior polarização dos USA precede a presidência de Trump e muito provavelmente vai perdurar depois dela”.

         “O Chile tem sido uma das democracias mais estáveis e bem sucedidas da América Latina nas últimas três décadas”.

         “O Partido Republicano nos USA foi a principal força motriz do abismo que se abriu entre os partidos”.

         A partir do ano de 2008 o P. Republicano foi caminhando mais para a direita.   Um dos fatores foi a elevação à cúpula do partido, lideranças provenientes de fundos por angariadores milionários, lideranças com menos habilidade política”.

         Outro fator crucial foi a crescente influência da TV Fox News e sua voz conservadora de alto grau de penetração no eleitorado republicano.

         “Esse esvaziamento ativo deixou o partido vulnerável à encampação por extremistas”.

         O Republicano teria que ser “refundado” nos seguintes eixos:   finanças, organização de bases, comunicação social e seleção de candidatos.

         No mundo, cita um desafio enorme que foi o caso da Alemanha reconstruir o regime democrático depois da guerra (e o nazismo) e ela conseguiu isso.

         Após 1945, perdida a guerra, a Alemanha tenta reconstruir seus partidos políticos em outras bases.   Formaram a CDU União Democrata Cristã.    “Uma sociedade cristã que rejeitava a ditadura e abraçava a liberdade e a tolerância”.    A CDU conseguiu ter católicos e protestantes que antes não conseguiam politicamente caminhar juntos.

         A CDU  ...”líderes de católicos e protestantes deram origem a um novo partido de centro-direita que reformaria a sociedade alemã.”

         Os autores deste livro citam a ironia.   No pós guerra os USA apoiaram os alemães na restauração da democracia e hoje em dia se espelha nela para corrigir rumos da democracia dos USA.

         Alertam os autores que isto sem comparar Trump com Hitler, que não é o caso.

         Para o futuro os autores indicam caminhos para o partido republicano e para o democrata.  Os desafios para o Republicano são bem maiores.   Para os Democratas, uma pista seria uma reaproximação com dois grupos, o de brancos de renda média e baixa e de trabalhadores brancos.

         A economia americana está em ritmo lento e está aumentando a pobreza, dificultando a estabilidade dos USA.   Cria um ressentimento social.  O ressentimento social alimenta a  polarização política da sociedade.

         Nos USA há dificuldade do Estado dar apoio financeiro aos mais pobres porque há comumente nos mais pobres a sobreposição de raça e outros fatores.   Tipo acharem que a sociedade está socorrendo negros e imigrantes (potenciais eleitores do Democrata).

         Virou um tabu para os americanos até o termo Assistência Social.

         ...”uma percepção de que os beneficiários não eram merecedores”.

         Um exemplo positivo é o Seguro Saúde que ajuda os muito pobres e também outras classes intermediárias e assim o povo aceita melhor custear o benefício via pagamento de impostos.

         “A despesa dos USA com famílias é hoje igual a um terço da média dos países avançados, o mesmo patamar de México e Turquia”.

         Desafios...  “é imperativo que...   lidem com a questão da desigualdade.    Trata-se afinal, de uma questão de justiça social.   A própria saúde de nossa democracia depende disso.”

         “A democracia é um empreendimento compartilhado.   Seu destino depende de todos nós”.

         “Temos que tornar nossas normas inclusivas”.

         “Poucas sociedades conseguiram ser multirraciais e genuinamente democráticas.    Esse é o nosso desafio”.                                FIM

                              19-02-2023

Obs – Este livro tem ao todo 270 páginas, sendo que 220 do texto em si e as 50 páginas finais tem como conteúdo as referências bibliográficas de citações dos autores comprovando suas fontes, o que robustece a credibilidade de um livro escrito por professores/pesquisadores do ramo.

         Completa o conteúdo o índice remissivo cujos termos, em ordem alfabética, ajudam a localizar em quais páginas cada citação está localizada. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

CAP. 19/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018

 

capítulo 19/20

 

         Sobre as ameaças, mentiras e bravatas do Trump.   “Ficamos cada vez mais acostumados àquele que antes achávamos escandaloso”.

         O Partido Republicano de Trump não colocou obstáculo ao comportamento inadequado dele.   “Todos os senadores republicanos, exceto um, votaram com o presidente pelo menos 85% das vezes nos seus primeiros sete meses de mandato”.

         A NRA Associação Nacional de Rifles tem ao redor de cinco milhões de filiados  “e é intimamente ligada ao partido republicano.   “Os republicanos Donald Trump e Sarah Palin, são filiados ao NRA desde sempre”.     A presidente do NRA já ameaçou a imprensa.

         Capítulo 9 – Salvando a Democracia         (página 193)

         Duras penas para manter a democracia dos USA.   Enfrentaram até a Guerra Civil no passado.

         ...”mais de um século de estabilidade política”.   Essa estabilidade, contudo, foi alcançada à custa de exclusão social e de dominação unipartidária autoritária no Sul”.

         Foi apenas depois de 1965 que os USA “se democratizaram de maneira plena”.  (com igualdade de direitos aos negros etc)

         Apesar dessa fase pós 1965 trouxe polarização novamente e ameaças de atropelar regras.

         “Há uma percepção crescente de que a democracia está recuando em todo o mundo”.   Venezuela, Tailandia, Turquia, Hungria, Polônia.

         Os autores citam o cientista Larry Diamond, “talvez a mais notável autoridade em democracia no mundo”.    “E Larry acredita que entramos num período de recessão democrática”.

         No mundo as democracias cresceram nos anos 80/90.   Tiveram o auge em 2005 e permaneceram estáveis desde então.     (livro de 2018)

         Umas democracias se degradaram nestes tempos e algumas melhoraram como no caso da Colômbia, Sri Lanka, Tunísia.

         Na regra geral os USA tem sido democrático nas relações com outros países.   “Há numerosas exceções:  onde quer que interesses estratégicos dos USA estejam em jogo, como na China, Rússia e no Oriente Médio, a democracia desaparece da agenda”.

         “O período 1990-2015 foi facilmente o quarto de século mais democrático da história mundial...”

         “Os USA não são mais um modelo de democracia”.

         Trump e sua vocação autocrática é um mal exemplo para outros governos pelo mundo.

         O estado da Carolina do Norte por ação dos republicanos mudou normas, aparelhou a administração pública e alterou até a Corte de Apelação estadual.

         “Quando rivais partidários se tornam inimigos, a competição política se avilta em guerra e nossas instituições se transformam em armas”.

         “O resultado é um sistema constantemente à beira da crise”.

         Os autores resgatam um dos pilares da divisão de poderes e da democracia.   Cita Montesquieu e sua obra de 1749 chamada O espírito das Leis.  Buscava inclusive reduzir o poder abusivo.

         Alguns políticos democratas queriam que o partido desse o troco na mesma moeda, barrando tudo de Trump no Congresso.   Os autores deste livro não concordam com essa de dar o troco.

         “Em nossa opinião, a ideia de que os democratas deviam lutar como os republicanos é equivocada.   Acima de tudo, a evidência oriunda de outros países sugere que essa estratégia beneficia diretamente o jogo dos autoritários”.      E essa de dar o troco afasta aliados moderados.

         “E quando a oposição joga sujo, ela proporciona ao governo justificativa para este reprimir”.

         Na Venezuela de Chávez, seus opositores tentaram jogar duro e, mesmo sem respeitar as instituições.   Acabaram ficando na posição de antidemocráticos e perderam força, reforçando o chavismo.

         Já na Colômbia de Uribe, este vinha endurecendo o regime e tentava um terceiro mandato, fora do que permite a Constituição.   Seus opositores agiram respeitando a Constituição e negaram a ele um terceiro mandato.   Jogaram com as regras do jogo e ganharam a parada.

         “Se Trump for derrotado através de instituições democráticas, isso vai fortalecer essas instituições”.

 

         Próximo capítulo – final – 20/20

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

CAP. 18/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018

 capítulo 18/20

 

 

         O Partido Republicano implantou a Comissão sobre Integridade Eleitoral.  A justificativa seria buscar evitar fraudes nos cadastros de eleitores.   Por outro lado, se nota que esta comissão adota meios que dificultam aos imigrantes e ao povo mais pobre, terem acesso ao voto.  E os pobres e imigrantes são eleitores de forma majoritária ao Partido Democrata.

         Apesar dos ataques de Trump às regras democráticas, em 2017 ele “raspou as barreiras” mas não conseguiu rompe-las.   “Não ultrapassamos o limite rumo ao autoritarismo”.

         No passado dois presidentes tentaram romper a barreira rumo ao autoritarismo e foram barrados por seus próprios partidos.  Caso do Democrata Roosevelt e do republicano Richard Nixon.

         No governo Trump o seu partido, o Republicano, era maioria no senado e na Câmara Federal.   Importantes senadores do partido de Trump que em 85% das votações, votaram favorável aos pleitos dele...”tomaram medidas importantes para conter o presidente”.

         O respeito à opinião pública nos USA.   Quando um líder eleito desfruta, digamos, de uma taxa de aprovação de 70%, os críticos trocam a camisa e aderem; a cobertura da mídia se suaviza, os juízes são mais relutantes em tomar decisões contra o governo e mesmo os políticos adversários abaixam a bola.

          “Chávez, Fujimori e Erdogan tinham imenso apoio popular quando lançaram seus ataques às instituições democráticas”.

         O estado da Virgínia Ocidental é o estado mais pró Trump.

         “Os USA combateram em guerras terrestres ou sofreram ataques terroristas graves sob seis dos seus últimos doze presidentes”.

         Caso explodisse um conflito na gestão de Trump, as chances dele se transformar num autocrata desenfreado era muito grade.

         Trump no mandato...   “expandiu a zona de comportamentos presidenciais aceitáveis, dando a táticas antes consideradas aberrantes e inadmissíveis, como mentir, trapacear e intimidar, um lugar proeminente na caixa de ferramentas dos políticos”.

         Sobre Trump na presidência...  “ele foi um violador em série de normas”.

         “Trump quebrou uma tradição de 150 anos por não ter um animal de estimação durante seu mandato”.

         Ele no mandato colocou em dúvida o sistema eleitoral dos USA.

         “Nenhum político mais importante em mais de um século havia questionado a integridade do processo eleitoral dos USA”.

         “Numa pesquisa realizada antes da eleição de 2016, 84% dos eleitores republicanos disseram acreditar que um número significativo de fraudes tinha ocorrido em eleições norte-americanas”.

         ...”Essas dúvidas persistiram após as eleições de Trump”.   Ele também abandonou regras básicas de civilidade política.    Ele quebrou normas de reconciliação pós eleitorais, pois continuou a atacar Hillary Clinton mesmo depois de eleito”.

         Trump no mandato era recorrente em mentiras.    “O site de checagens políticas Politic Fact classificou 69% de suas declarações públicas como ´principalmente falsas´.  Apenas 17% como verdadeiras...

         O valor das eleições é diminuído quando cidadãos não tem fé nos líderes que elegem.   Presidente deve ser acessível à imprensa.   Não era o caso de Trump.

         “Ele disse que a mídia estava entre os seres humanos mais desonestos do planeta”.

         Trump também quebrou normas estabelecidas ao excluir seletivamente, repórteres de eventos de imprensa.

         O único precedente foi o caso de Nixon barrar na Casa Branca especificamente repórteres do Jornal Washington Post, este que ecoou o escândalo de Watergate protagonizado por Nixon, espionando o partido dos adversários.

        

         Continua no capítulo 19/20

CAP. 17/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - USA

 

capítulo 17/20

         Os brancos protestantes lá no passado foram dominantes no poder e adeptos do Partido Republicano.   Agora...  “brancos protestantes são uma minoria do eleitorado  ... e uma minoria declinante”.  (e republicana)

         ...”compartilham a percepção de que o país no qual eles cresceram está escapando entre os dedos, ameaçados pela rápida transformação do que eles acreditam ser a ´verdadeira américa´.”

         “No recente livro do sociólogo Arlie Hochschild, eles se percebem como estrangeiros em sua própria terra”.  (os brancos protestantes ligados ao Republicano).    Eles se julgam serem os verdadeiros americanos.   O slogan de Tornar a América Grande de Novo é a proposta de supremacia dos que se acham verdadeiros americanos, frente aos democratas.

         “O perigo de tais apelos é que caracterizar os democratas como americanos não verdadeiros constitui um verdadeiro ataque frontal contra a tolerância mútua”.

         Isso tem um preço, pois coloca em risco a democracia dos USA.

         “Quando Trump assumiu o governo em 2017, as grades de proteção da democracia ainda estavam de pé, mas estavam mais fracas do que jamais foram ao longo de um século  - e as coisas estavam prestes a piorar”.

         Capítulo 8 – Trump contra as grades de proteção da Democracia

         Trump no mandato chamou a mídia de “inimiga do povo americano”.    ...”questionou a legitimidade dos juízes da Suprema Corte.    A mídia respondeu com rigor.    Foram “inclementes” com Trump como reação aos ataques dele.

         Primeiros cem dias de governo e a cobertura da mídia.    80% era negativa em relação a Trump.   Já outros presidentes tiveram percentuais menores de notícias negativas em cem dias.  Clinton teve 60%, George W Bush teve 57% e Barack Obama teve 41%.

         Trump dobrou a aposta, batendo mais e mais nos adversários.   Trump no mandato usou as três estratégias que são típicas de autocratas:

- capturar árbitros; - tirar da partida adversários importantes; - reescrever as regras...

         “Trump tentou todas as três regras acima que indicam estilo autocrata de governo”.

         Buscou lealdade pessoal com chefes da CIA, do FBI e da NSA a Agência de Segurança Nacional.

         Blindou investigação de suposta ajuda da Rússia à sua campanha presidencial.    “Trump tentou punir ou expurgar agências que atuavam com independência.”   Ele não teve colaboração do chefe do FBI e destituiu o mesmo, mesmo esse cargo sendo com mandato de dez anos.   Foi a primeira vez em 82 anos que isso ocorreu – destituir um Chefe do FBI.

         Um procurador federal investigava Trump por lavagem de dinheiro e foi destituído do cargo pelo presidente.

         Página 172 -   “Trump falou abertamente em usar o Departamento de Justiça e o FBI para perseguir Democratas, inclusive Hillary Clinton.

         Trump afastou o chefe do FBI mas não conseguiu que o seu indicado para substitui-lo fosse um “lealista” por conta da reação do Senado que aprova o nome indicado.   (aqui no Brasil chamam o lealista de lambe botas do chefe).

         Trump atacou a mídia.   Alegou que o New York Times e a CNN estariam atacando ele e sua família com fake News.

         Ameaça de Trump ao jornal Washington Post e ao dono deste, Jeff Bezos.   Numa tuitada, Trump disse:  “Se eu for presidente, ah, eles vão ter problemas”.

         Em 2017 Trump ameaçou de cassar a licença da TV NBC e outras.

         Os pobres votam mais nos Democratas.   Trump criou uma lei de identificação de eleitores que na prática dificulta aos pobres (e negros) o acesso ao voto.

         Trump dizendo sempre que havia falha no sistema de identificação de eleitores e que ensejava fraudes.   “A informação não tem base”.

        

Continua no capítulo 18/20

domingo, 19 de fevereiro de 2023

CAP. 16/20 - fichamento do livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição original 2018

capítulo 16/20

 

         Página 157 -  No governo Obama, republicanos formaram no parlamento o “Partido do Não”.  Tentar barrar iniciativas do governo para Obama não se reeleger.   Uma das técnicas seria a obstrução de projetos no legislativo. 

         Entre 2007 e 2012 foram 385 obstruções.   Um número absurdo e sem precedentes.    Anteriormente, se passaram sete décadas para se ter um número semelhante de obstruções no parlamento.

         Os republicanos também dificultaram a aprovação de cargos indicados pelo presidente e que precisavam do OK do Senado.  No passado, 90% dos indicados eram aprovados.   No governo Obama, caiu para apenas 50% dos indicados serem homologados pelo Senado.

         Para poder destravar as ações de governo, Obama usou com frequência “memorandos executivos” que não precisavam passar pelo legislativo.  Não violou a Constituição, mas feriu o princípio da norma não escrita chamada “reserva institucional”.

         A Suprema Corte dos USA por tradição é de nove juízes.   Democratas e Republicanos, respectivamente campo liberal e campo conservador predominam nas casas legislativas.

         De vinte e cinco anos para cá (até 2018) os eleitores dos dois partidos passaram a ficar divididos “por raça, religião, geografia e mesmo por modo de vida”.

         Pesquisa de 1960 mostrou que de 4 a 5% de eleitores democratas e republicanos ficariam descontentes se seus filhos se casassem com alguém do partido oposto.  Em 2010, 33% dos democratas e 49% dos republicanos ficariam “um pouco ou muito infelizes” no citado quesito.   Já em 2016, 46% dos republicanos e 55% dos democratas dizem que o partido adversário lhes traz “medo”.

         “Entre os norte-americanos politicamente engajados, os números são maiores.    70% dos democratas e 62% dos republicanos dizem que vivem com medo do outro partido”.   (página 162 do livro)

         Cores partidárias.   Vermelho nos republicanos e cor Azul nos democratas.

         Pós 1965 houve um alinhamento ideológico mais definido.  Republicanos sendo conservadores e democratas sendo liberais.

         Polarização...        “empurrando o Partido Republicano mais agudamente para a direita do que empurrou os democratas para a esquerda.”

         Em alguns países há posições ideológicas dividindo o eleitorado...   “mas em nenhum desses países observamos o ódio sectário que hoje vivemos nos USA”.     (página 164)

         Alguns fatores a considerar.  Dos anos 60 para cá houve muita entrada de imigrantes nos USA, primeiro da América Latina e depois, a maioria veio da Ásia.

         Em 1950 os não brancos eram 10% dos norte americanos.  Em 2014, são 38% e há estimativa de que em 2044 os não brancos sejam maioria da população dos USA.

         “Juntamente com a emancipação negra (anos 60), a imigração transformou os partidos políticos americanos”.    Estes dois grupos foram mais que proporcionalmente para o partido Democrata.

         “Já os eleitores republicanos, anos 2000, são quase 90% brancos.”

         Republicano – brancos e evangélicos brancos.

         Os evangélicos aderiram em massa ao republicano nos anos 70 contra a legalização do aborto.    Em 2016, 76% dos evangélicos brancos se identificaram como republicanos.

         Os dois partidos estão divididos em função de raça e religião.   Fatores importantes e de potencial de hostilidade ao oposto.

         Nos anos 2000, transformações na mídia inclusive com incremento na internet.

         Eleitores republicanos acompanham mais a TV favorável a eles.  Em 2010, 69% dos eleitores republicanos eram espectadores da Fox News que é um canal de TV conservador.    Locutores com discursos “incivis” são citados por nome de cada um no livro, sendo de diversas TVs e rádios.

         No governo Obama a mídia conservadora de rádio e TV adotaram a prática de “Sem Concessões” ao presidente e mesmo aos políticos conservadores quando estes adotavam postura de não dificultar o governo.

         Fala de um senador de direita.  “Se você se afasta minimamente da extrema direita, você é atacado pela mídia conservadora”.  (página 166)

         Grupos poderosos financiando campanhas políticas e por trás, a busca de pagarem menos impostos.  Um exemplo:   Família bilionária Kock participando do financiamento do partido republicano.  Só em 2012 no governo Obama, os Kock alocaram mais de 400 milhões de dólares na campanha dos republicanos.     O fato novo é que esse mecanismo faz o poder do dinheiro deixar para trás candidatos mais preparados para a política e abrir espaço para aventureiros com patrocínio, enfraquecendo a democracia e pondo a mesma em risco maior.

        

         Continua no capítulo 17/20