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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

PALESTRA COM ENGENHEIRO SOBRE O MINÉRIO NIÓBIO

RESENHA DE PALESTRA COM ENGENHEIRO SOBRE O MINÉRIO NIÓBIO

Local da palestra:  Auditório do Senge Sindicato dos Engenheiros no Paraná – Curitiba-PR.
Palestrante:   Engenheiro Eletrônico Marco Antonio Polo
Data:  09-12-2015

     Anotações pelo Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida – filiado ao SENGE PR

     O palestrante é paranaense de Cambará, mas há muito tempo é radicado em Porto Alegre.
     Ele vem há anos numa verdadeira cruzada de alerta sobre as perdas que o BR está tendo pela falta de uma política para esse relevante minério do qual o BR tem a quase totalidade da reserva mundial e está perdendo divisas pela exploração e exportação do mesmo sem critérios que antendam ao interesse da Nação.   Coisa de bilhões de dolares por ano, as perdas do BR segundo o palestrante.  
     Ele disse que o BR é um país extremamente rico em minérios e os órgãos federais que normatizam e fiscalizam o setor são pobres e estão a cair aos pedaços.   Disse que recentemente foi no escritório de Porto Alegre do  DNPM  Departamento Nacional de Produção Mineral e até os elevadores não estavam funcionando.  Um desalento total.  
     Como estudioso do tema, andou buscando dados da produção mineral, etc e notou que há carência de dados oficiais do setor, reflexo da falta de atenção para o mesmo.
     Lembrou que o relato a seguir ele já vem colocando na mídia e muita coisa dá para ser levantada em busca na internet.   Mas como o assunto continua sem solução, ele vem divulgando o problema para tentar uma reação em prol dos interesses da Nação nesse quesito.
     O minério bruto pirocloro é um dos que contém o elemento Nióbio na composição.  Coltan – nome de rochas que contém Nióbio ou Colúmbio.
     Alertou que no artigo 176 da nossa Constituição Federal está dito que o subsolo pertence à União e que a exploração dos minérios deve ser de acordo com o interesse nacional.
     Um novo marco regulatório estaria tramitando no Congresso Nacional para tratar da produção mineral, representado pelo Projeto de Lei 5.807/.      O mesmo não faz nem menção ao relevante nióbio, cujas aplicações logo serão elencadas.
     Consta, segundo ele diz, que o tal projeto de lei teria sido elaborado nos escritórios das grandes mineradoras.    Ele até citou os nomes da Vale e da CHP.
     O que é o nióbio
     Ponto de fusão :   2.485 Graus
     É mais resistente que o Titânio e o Vanádio.   Mais resistente e MAIS LEVE.   Grande aplicação na indústria aeronáutica inclusive.
     O nióbio em proporção diminuta numa liga aumenta em muito a leveza da mesma e resistência.
     Falou um pouco do uso da liga com nióbio na fabricação do tanque de guerra Osório, que foi inclusive premiado fora do BR mas que foi deixado de lado na briga da indústria bélica de cá e de fora.   Citou que já o primeiro submarino nuclear americano, o Nautilus, de 1954 teve em sua composição nióbio brasileiro.
     O nióbio nas ligas metálicas torna-as mais leves e econômicas, além de resistentes.
     A liga com o mesmo em baixa temperatura se torna supercondutor.
     O mineral tem vasto emprego nos produtos eletrônicos.
     O avançado Colisor de Partículas subatômicas que fica num laboratório entre a Suiça e França, teve em seu mecanismo o uso do nióbio.     Idem em telescópios de precisão, em turbinas de aviões, em cuja liga pode ir até 300 kg de Nb (nióbio).
      O uso dele também está na indústria ótica oftalmológica.
      No Brasil no passado havia lei mais restritiva à saída de minério dessa relevância para fora, mas o advento da Lei Kandir (anos FHC) praticamente liberou a exportação do mesmo sem cobrança de impostos, inclusive o ICMS.
     Segundo os dados que levantou sobre as reservas de Nb no mundo, consta:
     Brasil – com 842.460.000 t teria 98,43% das reservas mundiais conhecidas.
Canadá -  1,11%
Austrália -  0,46%
     Em geral o Nb brasileiro sai das minas em Araxá-MG.
     Disse que a exploração estaria sendo feita pela empresa CBMM que foi vendida não faz tempo aos chineses por 4 bilhões de dolares.    Nisso se inclui o direito de exploração das jazidas na região.
     Disse que sintomaticamente, o prefeito de Araxá-MG foi eleito por uma inusitada aliança de 14 partidos políticos.
     As jazidas de Araxá são à flor do solo.   Escava pouco e aflora o minério.
     Ele disse que pelo tanto de Nb que estão extraindo do local e enviando ao exterior, fica a impressão que estão “transferindo a mina” para fora e depois irão usando o estoque conforme ficar melhor para eles, já que quase não há controle no Brasil e nem impostos.   E o pouco imposto que há, poderia estar se evadindo por sub faturamento, segundo ele.
     Falou também de passagem sobre as chamada “terras raras” que contém minérios de grande interesse do mundo tecnológico e cuja exploração também vem sendo feita ao deus-dará no BR.
    Na mineração das terras raras no BR a China também está presente firme e forte.
    Há reservas das terras raras pelo BR, com ênfase em Araxá, Presidente Figueiredo-AM e Catalão-GO.    Vão na composição de células para energia solar, energia eólica, etc.
     Disse que em São Gabriel da Cachoeira, projetos hidrelétricos tenderão a inundar áreas ricas em terras raras.     Questionou o interesse em colocar hidrelétrica naquela região.   Para servir a quem?
     Lembrou que mesmo o PR tem importantes reservas inclusive de ouro, mas que muitas delas estão nas Reservas Ecológicas.
     Citou os impostos sobre minérios em diversos países:
     Austrália:  7,5% do valor bruto
     Índia:   10% do valor bruto
     Canadá:   18% do valor bruto
     Brasil :   0,2 a 3% do “lucro” (irrisório o declarado).       Desse valor, 12% do cobrado é da União, 23%  do estado e 65% para o município detentor da reserva.
     É uma discrepância enorme tanto no preço de exportação do Nióbio, quando na quantidade exportada.   Coisa de  bilhões de dolares que vão para o ralo por ano.
     Ele disse que sintomaticamente o BR é quase dono de todo o Nb que é exportado, mas a bolsa que faz a cotação do minério é em Londres e a cotação lá é algo como VINTE VEZES MAIOR QUE O DECLARADO QUE SAI DO BRASIL.   Pois é!
     Ele fez um cálculo estimativo e chegou em aproximadamente 9 bilhões de dolares por ano a perda com o nióbio pela forma que é declarado em quantidades e valores.
     Ele falou que o satélite brasileiro vem sendo boicotado e este poderia estar ajudando a prospectar novas jazidas de minérios importantes para nós.     O pessoal de fora, via satélites, já tem diagnosticado minérios por aqui e adquirido áreas em concessão para exploração, aí incluidos os Chineses.
     Falou da nossa riqueza em Tório que é um minério radioativo.    Disse que é melhor que o urânio para a produção de energia atômica.
    
     Fica dado o alerta e nos coloca o desafio de buscarmos mais informações sobre o tema e cobrarmos dos nossos representantes no governo uma gestão cidadã inclusive desse importante recurso mineral.
     


                  orlando_lisboa@terra.com.br   

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

RESENHA DE VISITA TÉCNICA À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA SANEPAR EM CURITIBA – PR (COM USINA DE BIOGÁS EM CONSTRUÇÃO) – ETE BELÉM


     Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida. 
     Promotor da visita:   IEP Instituto de Engenharia do Paraná -    Data:   09-12-15

     Fiz parte da visita técnica como Engenheiro e cidadão e deixo claro que a minha formação não é do ramo sanitário, mas como cidadão fiz a visita e relato aquilo de interessante consegui captar no local.   O intuito de colocar no Word é divulgar no blog para quem se interessa pelos temas Saneamento e Meio Ambiente.
     Curitiba possui cinco ETE Estações de Tratamento de Esgotos que atendem ao redor de 2,5 milhões de pessoas da cidade e da região metropolitana.    Visitamos a ETE Belém, que fica próxima à Foz do Rio Belém que é afluente do Iguaçu e no rumo de São José dos Pinhais-PR.
     Ao contrário da maioria das ETEs do estado, esta usa o sistema Aeróbico para o processo biológico de tratamento do esgoto.    Implantado nos anos 80 com uma tecnologia holandesa, requer grandes aeradores movidos a eletricidade para potencializar a ação dos microrganismos aeróbicos.    Alto gasto de energia elétrica.   A ETE local demanda  transformador de 1.500 KVA de energia elétrica.
     Curitiba é relativamente plana e em chuvas abundantes, boa parte da água pluvial acaba indo parar na ETE e causa algum transtorno no tratamento de esgoto, inclusive levando areia, garrafas pet, etc.
     Na ocasião foi dito que o governo do Paraná elaborou um projeto para sanear o Rio Iguaçu e estaria buscando captar 800 milhões de reais para isto junto à Coréia do Sul, país que saneou um dos seus rios que passa pela zona urbana naquele país.
     Citado pela equipe de Engenharia da Sanepar, que o custo atual de tratamento de esgoto local fica na base de R$.0,42 por m3 (mil litros).     No processo, gera por dia 110 toneladas de lodo.    Este contém metais pesados, microrganismos patogênicos, hormônios, fármacos, etc.      Dar a destinação correta a esse lodo custaria ao redor de 35% das despesas da ETE.
     Consta que o esgoto chega com DBO Demanda Biológica de Oxigênio na faixa de 250 e após tratado, sai com 12.    Após tratado, o esgoto retorna ao Rio Belém e estaria com condições, em termos de DBO, melhores que a água do rio que é bem poluída.
     A novidade no local é a Usina de Biogás que está em fase final de construção pela CS Cattalini Bioenergia (tem site na internet com detalhes), uma parceria entre a empresa Catalini (65%) e Sanepar (35%).  A usina usará o lodo de esgoto como matéria prima para geração de biogás que será convertido em energia elétrica a ser consumida pela ETE local.    Consta que a Usina está prevista para gerar 1,8 MW de energia.
     A usina local seria uma obra de em torno de 75 milhões de reais e será parceira permanente (vendendo energia) da Sanepar – ETE Belém.    Obra prevista para ficar pronta no primeiro semestre de 2016 e dá para ser vista à direita da pista que liga Curitiba a S.José dos Pinhais, apesar de ficar afastada uns 2 km da rodovia em si.
     A ETE Belém também está em obras de expansão para aumentar sua capacidade de tratamento de esgoto.
     O que em princípio já dá para considerar de positivo na produção de biogás é que do ponto de vista ambiental, queimar o metano que é 21 vezes mais danoso como gás do efeito estufa que o dióxido de carbono, traria um ganho ambiental nesse quesito.
     Os rios de Curitiba convergem para o rumo de Araucária-PR e nessa região se concentra a poluição causada pela região metropolitana.       Consta que a Sanepar usa como ponto de coleta de água dos rios ao lado de uma ponte que liga Curitiba a Araucária e nesse ponto é comum a DBO da água estar em torno de 38.     A Sanepar diz que ela “contribui” com 5 pontos dos 38 e o restante (a maioria) viria de águas pluviais, indústrias, esgotos clandestinos, etc.
     Isto foi o que consegui destacar e anotar da visita e o intuito é repassar as informações como contribuição à cidadania.                orlando_lisboa@terra.com.br
                   (41)  9917.2552              Sócio do IEP


sábado, 5 de dezembro de 2015

WORKSHOP SOBRE BIOGÁS EM CASCAVEL - PR 27-11-15


Data/hora/local:  27-11-2015 – 8.30 as 16 h -  Sede da AREAC – Associação Regional de Engenheiros Agrônomos de Cascavel – PR -  Promoção do CREA - PR
Anotações feitas pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida

     A abertura do evento foi feita pelo Eng.Agr. Orley que é da Diretoria do CREA PR, representando na ocasião o colega Galafati que preside a CEA Câmara Especializada de Agronomia do CREA-PR e que estava em viagem.
     Fala do Eng.Agr. Cícero Bley Junior – Superintendente de Energias Renováveis de Itaipu.  Ele tem mestrado no tema da Territorialidade.   Citou um programa que Itaipu criou no passado, o Cultivando Água Boa com foco na sustentabilidade.
     Ele destacou da responsabilidade da área agronômica também nessa área de energias alternativas, como biodiesel, etanol, biogás e outras.
     O Brasil é um país com vocação na atividade Agropecuária e no contexto podemos inclusive produzir biogas.
     O mundo está mudando, o Brasil idem e há novos desafios sendo que um deles é a questão energética.   Sobre o biogás, ele destacou que já erramos muito nessa área e hoje temos soluções mais efetivas e temos que aplicá-las com critério para ter sucesso.
     Citou um decreto de 2004.  Decreto 5163/04.   Citou norma da ANEEL, de 2012, uma RN que trata do assunto de energias alternativas.
     Após essa regulamentação de 2012 houve meio do produtor rural que gera bioenergia vender o excedente para a distribuidora da região.   Citou o caso da Granja Colombari da região de Cascavel.   O Sr.José Carlos Colombari conseguiu interligar sua produção de biogás com a Copel e vender energia e emitir Nota Fiscal do Produtor Rural sobre o feito.
     Lembrado que o IAP Instituto Ambiental do Paraná vem restringindo a emissão de alvarás para atividades de maior potencial poluidor como suinocultura e avicultura por causa dos resíduos que podem poluir ar e águas.   Isto acaba sendo um argumento a mais para os produtores rurais adotarem o biogás como uma das soluções para a questão ambiental e ainda lucrar com a energia produzida, além de evitar a emissão de metano no ar, um gás que tem grande ação negativa no aquecimento global.
     No mundo, o setor de Energia entra com 32% dos GEE Gases do Efeito Estufa.  A indústria entra com 16%, o setor de Transporte entra com 23%.   No caso da energia, as mais sujas são as de carvão e petróleo.
     A posição geográfica do BR nos coloca num ambiente privilegiado em todas as formas de energia.   Na Solar, nosso potencial por unidade de área de captação é duas vezes e meia maior do que em qualquer país da Europa.   No caso da energia Eólica, no Nordeste temos os Ventos Alísios que vem do Oceano Atlântico e são constantes, o que é positivo para a geração e no caso do Sul, temos os Ventos Polares que sopram constante.
     O BR tem grandes reservas de quartzo que é um dos componentes dos paineis solares e isto também nos dá uma condição favorável para desenvolvermos esse tipo de energia.
     Na parte de Biogás, também o BR tem um amplo potencial porque nossa agricultura tropical é exuberante até pela grande exposição ao sol o ano todo e a produção de massa é gtrande.
     Países como a Alemanha, mesmo não tendo condições tão favoráveis, vem incrementando a produção de energias alternativas inclusive com apoio em subsídios oficiais.   O Brasil, mesmo sem subsídios oficiais tem potencial de deslanchar nesse setor de energias alternativas e vem fazendo progressos na área.
     Segundo a UNICA União da Indústria Canavieira, o BR produz por ano ao redor de 140 milhões de toneladas de bagaço de cana (dados de 2012).   Isto corresponde a 15% da oferta de energia no BR no mesmo ano de 2012.   Boa parte da energia gerada pelo bagaço da cana é usada pelas próprias usinas/destilarias de açucar e álcool, mas há excedente que é vendido à rede distribuidora.
     O BR tem um paradigma de produzir energia em grandes usinas e isso causa problema de distribuição.   Citou como exemplo a Usina de Itaipu que gera energia que segue direto para a subestação de Barueri-SP na região metropolitana da capital e grande parte dessa energia é para suprir a indústria automobilística.   Praticamente nada dessa energia é usada no Paraná.    No caso do biogás e outras alternativas de produção de energia, poderão ser feitas em unidades menores, mais perto dos centros de consumo numa nova lógica para o setor de energia.
     Um dado bastante favorável à energia do Biogás.    Tomando a energia do petróleo com índice 100 de produção de GEE Gás do Efeito Estufa, o biogás produz um índice 3, ou seja, é 97% menos poluente que a energia do petróleo.
     Falou do biodiesel e a dificuldade para o agricultor produzir para uso próprio.   O óleo sai bruto com muitos elementos que danificam o motor e reduz em muito a vida útil do mesmo.   Por isso o óleo tem que passar por refino e isto fica fora do controle do produtor.
     Lembrou que o agronegócio produção de lenha é bastante relevante no Brasil.  Há um estudo do PR em termos de produção e consumo de lenha.   O consumo é distribuido pelo estado todo e a produção é concentrada em determinadas regiões e a logística encarece muito o produto.      Destacou que muitas propriedades rurais poderiam intercalar a produção de grãos, de animais e florestas energéticas, estas com adubação de dejetos de animais após a produção do biogás no tratamento de dejetos.
     Tendências no Mundo – questão de energia.   Dados de três séculos.   As curvas de uso da energia do carvão e do petróleo subiram e nos tempos atuais tendem a decrescerem e a curva do gás em geral vem subindo e tende a subir ainda mais até o meio deste século.    A energia do futuro próximo terá grande participação do gás.
     No caso do BR, há meio de produção do gás metano para fins energéticos de forma distribuida conforme a localização da demanda, favorecendo a logística.   Temos uma infinidade de resíduos animais e vegetais com potencial para produção do biogás, desde gramíneas, resíduos de granjas, de abatedouros de animais, etc.
     No capítulo 6 de um documento da ANEEL há dados comparativos de Eficiência Energética de diferentes fontes.
     Fazer o projeto do biogás com racionalidade e treinar quem vai operar o sistema e fazer a manutenção necessária.    Há a Associação Brasileira do Biogás.    A realidade mostra que a grande indústria já vem operando na distribuição de gás em larga escala e sempre há resistência a novas formas de produção de gás.  É um desafio para o biogás.
     Ele citou um caso meio pioneiro no Oeste do Paraná em que se fez um condomínio de pequenos suinocultores (Projeto Ajuricaba)  para tratarem em conjunto os dejetos, evitarem poluir os rios e obterem energia para auto consumo e venda no excedente.   Com muita luta conseguiram (demora de quatro anos) legalizar a interligação com a distribuidora Copel.   Eram isentos de ICMS mas recentemente o governo do Paraná tributou os mesmos, o que onerou muito o projeto, que tem inclusive um forte viés de sequestro de carbono e que é altamente positivo contra o efeito estufa.
  (continua.... clicar para continuar...)

WORKSHOP SOBRE BIOGÁS NA AGROPECUÁRIA 27-11-15

     Esta é a segunda parte do evento acima que foi realizado em Cascavel - PR pelo CREA PR     
     
Parte da Tarde – Paletra 4 -   Biogás – Alternativa de Energia Renovável Rural/Agroindustrial.
     Palestrante:   Engenheiro Agrícola Osvaldo Kuzman

     Na Índia e na China há grande tradição no uso de biodigestores.
     No BR nos anos 80 foi difundido o uso de biodigestores e por uma série de fatores o processo foi abandonado em seguida.   Houve erros e hoje em dia o desafio é seguir a tecnologia e treinar quem vai operar o sistema.
     Biodigestor é um abrigo de vidas.    As archeaeas metanogênicas  são os únicos microrganismos disponíveis para a produção de metano.
     Na fermentação anaeróbica – se controla a emissão de mau cheiro.   E se produz biogás.     Baixa produção de lodo.     Se o sistema estiver mal calibrado ou mal manejado, gera mau odor, pouco metano, etc.
     Combustão do metano:     CH4 + 2 O2  >   CO2 + 2 H2O + calor
     Lembrado que a temperatura ambiente influi no processo de produção de biogás.
     Temperatura ambiente abaixo de 10 graus positivos praticamente cessa a produção de biogás.    O biogás é inodoro, incolor e sem gosto e é insolúvel em água.    Altamente corrosivo.
      Mostrou foto de biodigestor da empresa GloboSuinos.  (Granja Heve)  Região de Cascavel – PR    Mostrou foto de biodigestor da Sadia na região.      Também de uma fecularia em Mercedes – PR  (Fecularia MCR – onde o Dr. Armin fez pesquisa)
     Citou o site     www.biogasmotores.com.br 
     Disse que em apenas 4 anos (mostrado no Globo Rural) a região já adotou a produção de biogás em 60 fecularias no Brasil, sendo muitas delas no Paraná.
     Há pesquisa em curso inclusive para se produzir biogás para restaurantes industriais.  Há sobras de comida que tem que ser descartadas por razões de saúde pública e uma forma seria produzir biogás e tratar os resíduos.


     Palestra 5 – Segurança na Operação de Biodigestores
     Eng.Civil Piergean Gomes -  da ONG CIBIOGÁS que tem apoio da Itaipu

     CIBIOGÁS – Energias Renováveis     www.cibiogas.org
     Núcleo de Projetos e Tecnologias

     Ele fez uma explanação com bastante normas e dados sobre o setor e deixou claro que se está lidando com energia que tem vários tipos de riscos como explosão de gás, queimadura por fogo ou objetos quentes, inalação de gases como o gás sulfídrico, amônia e mesmo contato com microrganismos patogênicos presentes em dejetos de animais, além de outros riscos.   Há que se treinar as pessoas e atuar dentro das normas de segurança.
     Foi citada dentre outras a NR 10 que está no âmbito da energia elétrica e tem parâmetros que se aplicam ao biogás.  
     Faz três anos que houve a criação da Associação Brasileira de Biogás e Biometano.
     Destacado que em recente leilão do governo federal, a China entrou com 14 bilhões de dólares no setor de energia elétrica no Brasil.
     O Cícero falou de passagem na produção de biogás através da biodigestão do lixo, que gera dentre outros, o gás piroxano (indesejável) que se origina de certas embalagens de cosméticos e creme dental.   Forma crosta interna nos motores movidos a biogás produzido a partir do lixo.   Por isso o gás tem que ser trabalhado e normatizado no caso.
     Empresas como a Volvo, Caterpillar e outras tem investido no combustível a partir do biogás (biometano) e é um potencial a mais de uso do mesmo.
     O Cícero voltou a lembrar que culturalmente consumimos energia e não temos o hábito de nos perguntar de onde ela vem, se vem de perto ou de longe.    (A respeito, li numa revista especializada – Revista Diferencial, editada pelo Senge PR Sindicato dos Engenheiros, que no sistema integrado elétrico brasileiro as perdas na distribuição podem chegar a 30% devido às distâncias, etc.).    Destacou que a Firjan Federação das Ind.do Rio de Janeiro tem estudo que indica tendência do setor industrial vir a produzir grande parte da energia que consome.
     Uma consultora do SEBRAE regional disse que já vem atuando em apoio às Cadeias Produtivas no Oeste do Paraná, dentre estas a do suíno, do frango, do leite.    E há interesse em se articular na questão do biogás.
     Nas falas finais, tivemos um breve comentário do Presidente da AREAC Associação Regional de Eng.Agrônomos de Cascavel e do Eng.Agr. Orley, representando o CREA PR, agradecendo a todos e lançando o desafio de todos os interessados se manterem articulados para fazermos avançar a questão do biogás em prol da sociedade.

     Isto foi o que consegui anotar e eventuais falhas de interpretação, ficam por minha conta.   Espero que os dados possam ser úteis para os que tem afinidade com o tema.

                            orlando_lisboa@terra.com.br      (41)  9917.2552   Curitiba - PR

terça-feira, 3 de novembro de 2015

RESENHA LIVRO - REVOLUÇÃO RUSSA - PARTE FINAL

Continuação da publicação anterior neste Blog  -  Revolução Russa


     104 – Entre 1918-1920 no bojo da revolução foram mortos 28 bispos e centenas de padres.
     127 -  A Revolução.... “exortações para que emendassem seus costumes atrasados, abanonando as bebedeiras, o machismo,  o antissemitismo, etc.”
     127 – Doença de Lênin (1922) e o apoio dele a Stalin.
     133 – A origem pobre de Stalin, filho de pai bêbado, violento, etc.
     134 – “Nomenklatura” -  Detentores de cargos com poderes de Nomear em todas as instâncias de poder incluindo saúde e educação.   Eram cargos nomeados pelo Estado ao redor de 500.000 para uma Nação com 86.000.000 de população.     Os que tinham o poder de nomear tinham assim um super poder e adquiriam um status de classe superior na sociedade com garantia de receber uniformes, ração completa, moradia, etc.  (incluindo passar férias na Criméia – em balneário).   Quem era nomeado para um cargo tinha que ser fiel ao sistema para não perder o cargo que era de confiança.  Se perdesse o cargo, caia em desgraça.
     142 – Massacre por Stalin (1925) a rebeldes da Chechenia.
     A Revolução e o apoio à língua e cultura de cada nação integrante da URSS.  Havia povos que antes não tinham língua escrita e foram apoiados para se criar um alfabeto como parte da expressão da cultura dos mesmos.
     Revolução -  apoio ao proletário e apoio à mulher.
     147 – Lênin morreu aos 53 anos de idade.  Foi complicada a sua sucessão.
     154 -  A Revolução e a busca do bem estar social para o povo.  Saúde, educação, moradia, etc.
     155 – Incentivo aos esportes de equipe, saúde, etc.
     156 – Pela dificuldade de moradia para todos, definiu-se uma cota em m2 para cada pessoa com três diferentes classes.
     168 – Muitos operários foram expulsos do partido por casarem na igreja e batizarem os filhos.
     168 – Funeral -  O regime também “mudou” o sistema de rito de funeral, abolindo a tradição do povo.   Passa a ter um rito secular, não religioso.   O mesmo ocorreu com o casamento.    As pessoas sentiam falta do mistério (do lado místico do ser humano), da alegria e da exuberância dos ritos tradicionais e consideravam seus substitutos artificiais, pobres em drama interior e em sentimento de transcendência.
     169 -  Por outro lado os jovens tinham uma grande vontade de se transformar e isso incluía fugir dos ritos tradicionais.
     170 – Confisco dos bens da Igreja Ortodoxa.     “Já se afirmou que houve 1.414 conflitos com fiéis em 1922-1923 nos quais mais de 7.000 padres, monges e freiras desapareceram, a maioria evidentemente assassinados.”
     170 – Católicos ortodoxos.   Também entre os atingidos havia povos na URSS adeptos do Islã e do Judaísmo.   No período de Stalin houve forte perseguição a todas as denominações religiosas.
     171 – Em 1922, Emelian Tarolavski fundou um Seminário para divulgar o Ateísmo.  Fundou a Liga dos Ateus Militantes.   Se opôs aos antirreligiosos conhecidos como “queimadores de padres”.   Estes últimos que praticavam bizarrices como queimar ícones e soltar porcos nas igrejas.
     173 – Stalin e seus adeptos eram contra a religião mas de certa forma “santificou” Lênin para controlar o povo.   (uma das “reprises” desse velho filme poderia ser o caso recente do Maduro tentando fazer isso em relação ao Chávez)
     Até embalsamaram o corpo de Lênin e a foto dele foi colocada por todo o canto da URSS.   Sempre acompanhada da frase:   LENIN ESTÁ CONOSCO SEMPRE E EM TODO LUGAR.
     174 – Poesia -    (engajada)    Maiakovski – o poeta operário.
     191/192 – No último parágrafo das conclusões o autor reconhece que na atualidade o mundo está protestando contra o mundo capitalista.   Então, algum referencial do “extinto” modelo da URSS ainda pode ter serventia nas análises, segundo o autor.

     Uma boa dica é ler o livro que apresenta o tema por um especialista na área, afinal na história da humanidade, que se saiba, experiência na linha do comunismo em larga escala e com certa longevidade são os casos da URSS e da China.     

     

sábado, 31 de outubro de 2015

RESENHA DO LIVRO “REVOLUÇÃO RUSSA” (Primeira parte da resenha)

RESENHA DO LIVRO  “REVOLUÇÃO RUSSA”   (Primeira parte da resenha)

Autor do livro:   Steve A. Smith – historiador britânico
Editora :  L&PM – 206 páginas, edição de 2013 – formato de bolso  (R$.20,00)

Elaboração da “resenha” (na verdade, um apanhado das frases mais marcantes ao meu ver) pelo leitor Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida     -    outubro de 2015

     Página 7 -  A Rússia era, na época da Revolução, 1/6 do território do mundo.
     8 – A Federação Russa (antiga URSS União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) ruiu como federação em 1991.  
     11 – Petrogrado era a capital russa no momento da Revolução em 1918.
     11 – Soviete = conselho.   Duma = parlamento.
     11 – O Czar Nicolau II era parte de uma dinastia de trezentos anos no comando da Rússia.
     Na pré revolução, a situação lá era de urbanização, industrialização, etc.
     12 – Em 1917, 3/4 da população russa se dedicava à agricultura atrasada em seu todo.
     13 – Em março de 1917, mesmo em meio aos enormes protestos dos trabalhadores de lá, se celebrou o Dia Internacional da Mulher.   O comunismo dá destaque ao papel da mulher na sociedade.
     13 – Entre os anos de 1860 e 1914 a população russa passou de 74 para 164 milhões de habitantes.   Houve pressão pelo uso da terra para agropecuária.    Entre 1861 e 1900 encolheu em 1/3 a área média por agricultor.    Destaquei isto porque mais que pessoas, as mudanças tem um fundamento de geografia humana inclusive.
     14 – As ferrovias se expandiram na Rússia.   Também o comércio e a indústria se expandiram.   Em 1913 a Rússia era o Primeiro país em exportação de produtos agrícolas do mundo em quantidade anual.
     Ainda assim, pobreza generalizada e uma das taxas de mortalidade infantil mais alta da Europa de então.
     Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) a capital São Petersburgo, com o comunismo implantado, mudou de nome para Petrogrado.  
     15 – Voltando aos anos 1830 – Novo grupo social emergia na Rússia.   A “inteligentsia” – postura crítica.
     16 – Nas vésperas da revolução comunista, em 1917 (em plena Primeira Guerra Mundial), o número de desempregados em indústrias e na mineração russas não era tão elevado, mas era concentrado em certos pólos, o que lhes deu enorme força de mobilização que desaguou na Revolução Comunista.
     (Pólos interligados por ferrovias – que ajudavam na interligação)
     Os Pólos:
Metalúrgicos – em Petrogrado
Indústria Têxtil – Moscou
Mineração -  Urais        
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015

BATE PAPO COM ESCRITORES – NA BIBLIOTECA PÚBLICA - CURITIBA

RESENHA DE BATE PAPO COM ESCRITORES – NA BIBLIOTECA PÚBLICA

Data:  27-10-15     - em Curitiba – PR
Tema: A Literatura Contemporânea de Curitiba
Escritores convidados:   Cristovão Tezza, Marcelo Sandmann e Cezar Tridapalli

Anotações por  - Orlando Lisboa de Almeida       orlando_lisboa@terra.com.br

     O Tezza, 63 anos, escreveu mais de 20 livros.  Li dele, O Filho Eterno.
     Ele é catarinense radicado há anos em Curitiba e tem inclusive doutorado em Letras.
     O Marcelo é escritor, professor universitário e músico.
     O Cezar, na casa dos 30 anos, é professor e escritor.   Teve o livro O Beijo de Shirley premiado em MG.    Começou a publicar em 2011.
     Tezza – Eu, quando jovem, já era leitor aqui na Biblioteca Pública do Paraná.   Disse que pela década de 70, até pela efervecência do mundo cultural lá fora, por aqui em Curitiba também havia o agito cultural.   Na ocasião, se fez até um evento que reuniu aqui vários escritores, inclusive Adonias Filho.  O evento foi no Prédio antigo do Correio.
     Lembrou que até a década de 70 havia ao redor de dez cinemas próximos à Rua XV, perto da Boca Maldita e o pessoal saia do cinema e reunia nos bares próximos para bate papo.
     Uma percepção dele:     O curitibano adora falar mal de si mesmo como povo.  Um sentimento profundo de inadequação.
     Passados os anos 70, na visão dele, houve um marasmo na parte cultural por aqui.  A universidade passa a dominar o discurso literário.
     O Brasil é um país muito atrasado no setor cultural, em particular na literatura.    Falou do divisor de águas.    Literatura pré internet e pós internet.
    
     Fala do Marcelo
     Antes de se dedicar à poesia, se dedicou à música.  Nos anos 80, tocou inclusive em Show no Teatro Paiol e outros espaços por aqui.
     O pai dele era professor de Língua Portuguesa.    O Marcelo sempre gostou de ler.  Fez curso de Letras na UFPR.   Esteve um tempo na Alemanha.   Deu aula na UFPR.
     Quando bem jovem, andou lendo inclusive Dalton Trevisan.
     Os professores de literatura da UFPR no seu tempo de estudante deixavam de lado a poesia e os poetas.
     Tinham um grupo de literatura no tempo da academia que se chamava “No Calor da Hora.”   O projeto da UFPR trazia inclusive escritores para bate papo com os acadêmicos.
     O Marcelo tem uma visão positiva do seu passado literário/cultural nos anos 80, 90 em Curitiba.   Uma percepção um pouco diferente da do Tezza.
    
     Fala do Cezar

     Ele também curtiu bastante a Biblioteca Pública de Curitiba.
     Fez Letras na UFPR e foi inclusive acadêmico do Marcelo.
     Ele notava que no seu tempo de acadêmico de Letras, na Universidade não se dava importância à literatura contemporânea.   Só focavam escritores de um certo passado.
     Hoje inclusive se cogita de levar as “letras” das mídias alternativas para o ambiente das Letras.   Novos tempos.   Ele ministrou aulas como professor no Colégio Medianeira aqui em Curitiba.   Professor de 1995 a 2015.    Em 2005 passou a atuar fora de sala de aula, em outras atividades em escola e só em 2011 lançou seu primeiro livro.
     A internet teria algum efeito negativo nos leitores, afastando-os um tanto dos livros mais profundos e ao mesmo tempo trazendo curiosidade para novos leitores e mesmo para gente criando textos, fazendo algum tipo de literatura.

     Há inclusive editoras por aqui.    Ele sente um tanto de falta de leitores por aqui.

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