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quarta-feira, 25 de maio de 2022

CAP. 04/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP. 04/08

 

         O Paraná é o terceiro em número de haitianos, abaixo de SP e RJ.

         No Paraná predominam haitianos com idades entre 30 e 59 anos, sendo a maioria do sexo masculino.     Costumam vir antes para tentar emprego e se conseguir, a meta costuma ser trazer a família.

         Até 2018, na região de Maringá-PR, registrados 6.386 haitianos. 

         O livro cita o filme documentário “Travessia Brasil- Haiti”.

         No Haiti, 50% da população é urbana.   Em Pato Branco, são 94% da população da cidade, moradores na zona urbana.   Em Pato Branco, 99% das crianças em idade escolar, escolarizadas.   No Haiti são 38% analfabetos.   Naquele país, 55% da população vive abaixo da linha internacional de pobreza, vivendo com menos de US$.1,25 por dia per capita.

         Haiti – história e contextos:   Migrações forçadas, como escravizados africanos no passado.  Depois no Caribe, se concentraram em migrações regionais.   Na Costa do Caribe (na América Central), predominam negros e mulatos.    Os negros da elite no Haiti sabem ler e escrever em francês, língua dos colonizadores do passado.    Os camponeses, geralmente muito pobres, tem baixa escolaridade ou são analfabetos e concentram a pobreza em maior grau.

         No começo da colonização espanhola no Mar do Caribe, o atual Haiti era um ponto importante para os colonizadores (é parte de uma ilha), isto no século XVI.  Já no final do século XVI Cuba passa a ser o ponto mais importante para os colonizadores na região e o Haiti perde a atenção da Espanha.    A França passou a ocupar o Haiti e usando mão de obra escrava, expandiu principalmente as culturas de cana de açúcar e café para exportação.   Em 1804 o país conquistou a independência da França.  

         A ilha onde fica o Haiti tem um segundo país que é a República Dominicana, com quem o Haiti tem conflitos históricos.

         A República Dominicana conquistou a independência em 1844 e este país fez um branqueamento do seu povo enquanto o Haiti ficou com sua maioria negra.

         O povo do Haiti fala o idioma Kreyol e tem cultura de herança africana e francesa.    Já na República Dominicana se fala o espanhol e a herança é hispânica.    O Haiti pratica o vodu como seita religiosa e a República Dominicana pratica o cristianismo.

         Em 1915 houve no Haiti a chegada dos Marines, militares americanos que passam a exercer influência no país e que seria um dos fatores de estagnação local.   Afetaram o sistema de posse da terra, permitiu-se estrangeiros terem terras no país e os americanos trouxeram o protestantismo para o Haiti.

         Governos autoritários.  Um deles, Duvalier, aliado dos USA.   O sistema enriqueceu ditadores e resultou como o único país das Américas entre os 25 mais pobres do mundo.

         Nas últimas décadas parece ter havido menos governos autoritários por lá.    A partir de 2004 o Haiti passou por uma ocupação militar internacional sob a supervisão da ONU.  Missão das Nações Unidas para a paz e a estabilidade do país.   A missão com militares de vários países foi comandada por um General brasileiro.

         Há estudos acadêmicos que afirmam que a tal missão matou muita gente no Haiti e aterrorizou o país.   Em 2017 foi decretado o fim da Missão.

         O terremoto de 2010 teria deixado ao redor de 300 mil mortos e outro tanto semelhante de feridos no país.   Depois do terremoto, pobreza e falta de saneamento, o cólera bacteriano se espalhou e agravou a situação geral.

         3.2 – Políticas de acolhimento aos imigrantes haitianos no Brasil

         Portaria de 2018 tratava especificamente dos haitianos.  Em novembro de 2019 o governo Bolsonaro revogou essa portaria e deixou mais precário o acolhimento dos haitianos que chegam ao Brasil.

         Vinham ao Brasil, haitianos que viviam na miséria e eram acolhidos com Visto Humanitário.   Na sequência, também passaram a imigrar ao Brasil, haitianos que buscavam melhor meio de vida mesmo não tendo perfil de viver na miséria.

         Esta restrição pela revogação da portaria vai tornar mais difícil a regularização dos novos imigrantes do Haiti que demandam o Brasil.

         3.2.1 – Políticas de inclusão aos migrantes haitianos nas instituições de ensino superior no Brasil.

         Continua no capítulo 5/8

segunda-feira, 23 de maio de 2022

CAP. 03/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

CAP. 03/08

         Capítulo do livro – 2.2 – As Ongs, instituições religiosas e Associações: Produção acadêmica sobre formas de acolhimento aos migrantes e atendimento educacional em diferentes contextos de formação.

         A Missão Paz de São Paulo da Igreja Católica é uma das Ongs que atuam junto aos migrantes haitianos.   Cita no livro também a Pastoral do Migrante em São Paulo, ligada à Igreja Católica.

         No Mato Grosso há relato do SESI Serviço Social da Indústria oferecendo cursos profissionalizantes ao migrante.   Naquele estado, também o IFMT Instituto Federal do Mato Grosso oferta cursos profissionalizantes aos migrantes em apoio à inclusão social destes.  No Campus de Sinop-MT há cursos do IFMT nessa linha.

         Atuação da Cáritas de Maringá-PR como mais um meio de apoio.  Aulas de português aos sábados, porque na semana os estudantes tem jornadas de trabalho longas e pesadas.

         2.3 – Pesquisas sobre inclusão de migrantes haitianos e haitianas na educação básica no Brasil e suas narrativas.

         ...”a pesquisa de Giroto e Paula (2019).... que o professor precisa ser paciente, tolerante e apoiador”.    ...”antes mesmo de aprender conteúdos, precisam romper a barreira da língua e da sobrevivência (Giroto, Paula, 2019)

         “Ou seja, segundo os autores, o ensinar vai muito além do currículo, perspassa pela acolhida e socialização...”

         “De acordo com Moraes (2019) o futebol, o brincar e a matemática são as três categorias que mais aproximam os alunos haitianos e os brasileiros”.   Atividades que são entendidas como língua universal.

         2.4 – Educação no Brasil para migrantes haitianos: produção acadêmica acerca da inclusão na educação superior e suas narrativas

         Há em determinadas universidades públicas o programa Pro-Haiti.  Mesmo na UNILA Universidade Latino Americana, que tem proposta de inclusão, há relatos de racismo contra acadêmicos haitianos.

         A UFPR Universidade Federal do Paraná tem algumas ações para acolher acadêmicos haitianos e demais migrantes e refugiados.

         Capítulo 3 – Migrantes, Apátridas e Refugiados.  Quem é quem nos processos históricos mundiais de migração?

         Alguns dos fatores que tem provocado migrações:  pobreza, guerras, catástrofes naturais, questões religiosas, políticas e sociais.

         ACNUR Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

         Há pessoas pelo mundo na condição de apátridas, ou seja, sem uma nacionalidade plena.    A ONU em 1954 criou o Estatuto dos Apátridas no qual consta que estes devem respeitar as leis do país onde estão e receber do país um “tratamento tão favorável quanto possível”.

         Declaração Universal dos Direitos Humanos

         “Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança individual”. 

         Principalmente na Europa vem crescendo no povo a reação contra imigrantes e refugiados.

         Estudo de 2008 mostra que mais da metade dos refugiados acolhidos em São Paulo já estiveram em outro país tentando sem conseguir a condição legal de refugiados.

         Isso encoraja outros a seguirem para o Brasil. 

         Pessoas que mudam de território dentro do próprio país ou para fora dele por causa de catástrofes naturais não se enquadram como refugiados.  

         O Haiti sofreu em 2010 um grande terremoto com muitos mortos.  A partir de 2012 o Brasil passou a conceder Visto Humanitário a haitianos no governo Dilma.

         3.1 – Diáspora haitiana para o Brasil.      A PF Polícia Federal tem o sistema SISMIGRA que registra imigrantes.    Pelo Sismigra, de 2010 a 2019 constava com 110.571 haitianos em situação legal no Brasil.

 

                   Continua no capítulo 04/08 

domingo, 22 de maio de 2022

CAP. 02/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão - Autores - Giovani Giroto e Ercília M. Angela T. de Paula

 CAP. 02/08

 

         O acesso aos imigrantes haitianos na região que vivem uma vida de desafios e enfrentam preconceito.    O Haiti vivenciou ditadura, depois a busca de redemocratização e também golpe de estado.   Instabilidade política e econômica agravou a pobreza e levou muitos a migrarem.  Houve também o forte terremoto (2010) que complicou ainda mais a situação do país que fica no Mar do Caribe na América Central.

         Um mote da pesquisa:   “Por que os haitianos escolheram o Brasil para migrar?”.    “Como os haitianos tem sido recebidos no Brasil pelo Estado, Ongs, associações e escolas?”.  No livro há outras indagações.

         A pesquisa se debruçou nos itens educação, acolhida e inclusão.

         Foi feita uma revisão bibliográfica sobre o tema além do trabalho de campo e seus desdobramentos.

         “Este livro, fruto da dissertação de Giovani, orientado pela professora Ercilia, integra normas, conceitos...”

         Algumas instituições que tem atuação no tema da migração: ACNUR, ligada à ONU que trata de refugiados; Missão de Paz e Casa do Migrante em São Paulo; ABUNA, Cáritas (ligada à igreja católica) e a AERM em Maringá e região.

         Metodologia empregada no estudo:   Etnopesquisa e o Estudo das Narrativas.    “A cada capítulo trouxemos um pouco de poesia”.    “A partir de agora, convidamos você a conhecer mais de perto a beleza do povo haitiano naquilo que eles sabem fazer com maestria:  (Sobre)Viver”.   “Boa leitura!”.

         Capítulo 2 -   O que dizem as pesquisas sobre migração haitiana e Educação:  Uma abordagem multirreferencial.

         A imigração de haitianos no Brasil começou a crescer de 2010 em diante.  Após o grande terremoto de 2010 que atingiu aquele país.   Era tempo aqui do governo Lula.   O Brasil passou a ser considerado pelos migrantes haitianos  como um país de acolhida.   Uma das dificuldades é o idioma.

         No Haiti eles falam uma língua local e também uma parte do povo domina a língua francesa em decorrência dos longos tempos em que foram colônia da França.

         Ongs da região tem ajudado dentro do possível esses imigrantes, sendo uma delas a Cáritas Brasileira.

         Há diferentes plataformas que permitem acesso via internet a trabalhos acadêmicos dentro de temais os mais variados.   Um deles é o Portal de Periódicos da CAPES, órgão público que apoia com bolsas os pesquisadores.

         Nas buscas, palavra chave “migração haitiana”...   resultou em poucas pesquisas disponíveis publicadas na web.

         Já essas mesmas palavras-chave tiveram maior número de resultados no Google Scholar.   Refinando a busca, acessando “acolhida e educação de imigrantes haitianos no Brasil”, essa busca chegou a 23 trabalhos científicos que foram integralmente analisados em seus conteúdos.   Segue no livro uma lista de artigos, dissertações, teses sobre o tema que foram analisados.

         Todos tabulados com dados do título, autor, ano, tipo de trabalho, área de conhecimento.        

         Dentre outros, citado:   “A presença haitiana no Brasil: o município de Mandaguari-PR”.  Autoria de Rosseto, 2018 – Dissertação de Geografia.

         (Mandaguari fica ao redor de 30 km apenas de Maringá-PR)

         Os autores deste livro buscaram abranger o período de 2009 a 2019, mas os trabalhos publicados eram de 2014 em diante.

         Não deu para buscar o foco apenas em Educação e se agregou campos como Ciências Sociais, Direito, Geografia, Ciências da Religião e afins.

         A revisão bibliográfica ficou com 1 tese (doutorado), 8 dissertações e 14 artigos.

         2.1 – Inclusão, acolhimento e direito à educação:   Pesquisas que discutem os desafios e dificuldades dos migrantes haitianos no Brasil.

         Mais comum nos trabalhos analisados o foco no direito dos imigrantes, olhando a parte legal e correlatos.    A Educação aparece nesses trabalhos numa posição secundária.

         Em Foz do Iguaçu-PR há a UNILA Universidade Latino Americana, criada pelo Brasil na fronteira, visando estreitar os laços com os países vizinhos.   A UNILA é federal.  A UNILA até pela proposta de integração e inclusão social, apoia a formação profissional inclusive de haitianos para que estes estejam preparados, se for o caso, para ajudarem no futuro a reconstruir o próprio Haiti.

 

         Continua no capítulo 03/08        

sexta-feira, 20 de maio de 2022

CAP. 01/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores: Giovani Giroto e Ercília M. Angela T.de Paula

Cap. 01/08                                     leitura em maio de 2022

 

     O Haiti, pequeno país localizado na América Central, foi entrando no nosso cotidiano pelas imigrações de pessoas oriundas daquele país principalmente a partir de 2010, ano em que ocorreu um grande terremoto que matou muita gente e agravou ainda mais a situação de extrema pobreza de muita gente.

           Depois acompanhamos ao longo do tempo alguns passos da missão militar brasileira que atuou designada pela ONU em ações naquele país onde militares de diversos países participaram de Missão de Paz sob comando dos militares brasileiros.

         Dois Professores/Pesquisadores da UEM Universidade Estadual de Maringá-PR que tem pesquisas na área de Educação acompanharam na região de Maringá imigrantes haitianos, publicaram inclusive no formato de livro o resultado de suas pesquisas.    

         Tem a forma requerida pela Academia e traz luz num tema que faz parte do nosso meio e pouco conhecemos sobre as demandas e anseios desses imigrantes que vieram em busca de melhores condições de vida.

         Vamos à obra em si.

         Uma introdução de Franciele Clara Peloso, pesquisadora de Pato Branco-PR

         ...”em um país em que vivemos uma realidade violenta no sentido de imposição de valores de origem europeia e mais recentemente, norte-americana, branca, urbana e cristã em um país que não reconhece seu processo de colonização, tampouco suas heranças colonialistas, que não reconhece sua razão de existir, explora, discrimina e faz sofrer as outras e outros que continuam chegando”

......   “Migrar é travessia que faz alvoroço na vida.  ...O fato é que migrar é sempre ruptura”.

         ...”Paulo Freire (2008) nos diz que no fundo é muito difícil viver esse processo de ruptura, pois implica conviver e educar muitas saudades diferentes, tais como a da cidade, a do país, a das gentes, a da comida, do seu chão, dos cheiros, paisagens e estéticas”.

         ... “fazer esperançar um outro mundo possível onde todas e todos sejamos capazes de experienciar a liberdade de estar, sem deixar de ser”.

                            Franciele C. Peloso   - junho/21  - Pato Branco- PR

         Capítulo 1 – Introdução    -  Brasil no século XIX e imigrantes europeus chegando. No século XX, chegada de imigrantes japoneses.

         No século XXI novos fluxos migratórios, incluindo os haitianos.

         A caminhada dos autores deste livro.    A mãe de Ercilia foi professora de escola rural no interior de São Paulo.   Mudaram várias vezes em função do trabalho do pai, que é Engenheiro Agrônomo.  Ela, Ercilia, foi professora concursada em São Luis do Maranhão e lá vivenciou uma realidade diferente.   Veio para a UEPG Universidade Estadual de Ponta Grossa para estar mais próxima dos familiares.   Nesta universidade, trabalhou muito com alunos hospitalizados como já tinha trabalhado no Maranhão.

         Na UEM em Maringá-PR, novos desafios, novos projetos.   Nesta universidade os pesquisadores Ercilia e Giovani se encontraram atuando em tema similar, voltado à Educação.   Ambos se debruçaram inclusive na obra do educador Paulo Freire.

         Tiveram contato com imigrantes haitianos que frequentavam o Hemocentro de Maringá em tratamento de anemia falciforme, patologia que atinge muitos negros no Brasil e no mundo.

         Há em Maringá-PR a Associação de Imigrantes de Maringá e Região.    

         Os trabalhos aqui abordados neste livro foram antes da ocorrência  da pandemia da covid-19.

         Ercilia continua com atividade docente na UEM e faz Pos Doutorado na Universidade Estadual da Bahia.  UNEB/BA.

         A mãe de Giovani também foi professora.  Ele, natural de Jussara-PR, foi fazer faculdade na UEM em Maringá-PR e se mudou para esta cidade.

         Graduado, lecionou Filosofia em escola pública.   Vivenciou na categoria de professor, greves do funcionalismo estadual, mais concentradas no professorado que é uma categoria numerosa.

         “Isso fez com que ele pudesse compreender na prática que educar é um ato político” (Shor , Freire, 1986 – p.17)

         Giovani atuou como Educador Social.   Na continuidade dos estudos na UEM, foi aluno da Professora Ercilia, coautora deste livro.

         “Durante a disciplina, fizemos muitas leituras sobre Paulo Freire e reflexões acerca da teoria da Educação Social”.

         Ambos passaram a participar de todos eventos que envolviam imigrantes na região de Maringá-PR.

         ...”muita atuação e envolvimento para compreender as principais necessidades dos imigrantes...”

         ...”com postura dialógica, nossa pesquisa aconteceu sempre em contato e sempre compartilhando conquistas, medos e esperanças”.

         Nessa trajetória de pesquisa  “nem tudo foi tranquilo...”   ...os conflitos reafirmaram nosso desejo de seguirmos sempre juntos e em busca de uma pesquisa consistente, analítica e reflexiva”.

                            Continua no capítulo 02/08 

terça-feira, 17 de maio de 2022

cap. 27/27 - fichamento - livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS

CAP.27/27

 

         A Revista Veja no período de 2014 a 2021 fez 88 reportagens referentes a Lula, sendo destas, 82 negativas, cinco neutras e apenas uma positiva.   Esta última, quando Lula restabeleceu seus direitos políticos.   No período 2014/2021 foram 357 edições da Veja.   Foram nesse tempo colocadas Lula na capa em um quarto de todas as edições.  Um massacre.

         “Ou seja, a Veja demonizou Lula em quase todas as suas publicações”.

         Se forem colocadas em sequência as reportagens da Veja massacrando Lula no período 2014/2021 daria o equivalente  a um ano de publicações seguidas.

         Página 412 – Fato:   “Os editores ocultaram que a agremiação política com mais acusações na Lava Jato foi o PP Partido Progressista, presidido pelo senador piauiense Ciro Nogueira”.   Do PP, 33 políticos investigados, entre os quais, os alagoanos, pai e filho, Benedito de Lira e Arthur Lira.

         Gráfico da Manchetômetro sobre a Veja e suas notícias com caricaturas e tudo o mais para prejudicar Lula – página 412 e adjacentes.

         Posfácio

         Este livro e algumas cenas do próximo livro.

         Quando Lula se elegeu no final de 2002 para presidente, seu secretário de imprensa era o jornalista Ricardo Kotscho  (atuante inclusive no Facebook).    Naquele ano de 2002 o jornalista Fernando Morais, autor deste livro, já tinha plano de escrever um livro pelos primeiros mil dias do mandato de Lula, mas havia uma “fila” de mais de cem jornalista com propósito semelhante.   Morais que não é de ficar colado na autoridade esperou a oportunidade.

         O projeto dos mil dias ficou “atrasado” em mais de uma década, por outro lado foi enriquecido com fatos novos.   Até 2011 o autor teve só três vezes contato pessoal com Lula.  Em 2011 Lula foi diagnosticado e tratado de um câncer de laringe.   Dizem que nesse período ele teve mais clara sua noção de finitude.   Decidiu procurar Fernando Morais para tratar de sua trajetória.

         A ideia era a trajetória até Lula passar a faixa para Dilma, sendo que não era plano dele em 2011 um dia voltar a ser candidato a presidente.   Os desdobramentos da política levaram ele a mudar de ideia.    Vieram o golpe contra Dilma, a forma pela qual a Lava Jato foi conduzida, a prisão de Lula e tudo o mais.  

         Fernando Morais combinou com Lula que este não leria o livro antes da publicação e houve o de acordo e assim foi feito.

         Na fase de entrevistas para o livro, o autor notou que os melhores momentos para entrevistar Lula eram no avião em longas viagens de Lula para o Brasil e exterior.    O ex presidente sempre foi muito solicitado para visitas e palestras no exterior e o Fernando Morais foi junto em grande parte destas e testemunhou as palestras ao ponto de ter elementos de prova até em processo no qual queriam descaracterizar a autenticidade das palestras.

         No tema das palestras, o então juiz Moro foi a público com essa discussão e Fernando Morais se contrapôs e deu um bom embate.

         Os fatos após Lula deixar a presidência levaram o autor a postergar a conclusão do livro e agregar mais fatos com a concordância de Lula e da editora.   Por essa razão, o livro acabou sendo reprogramado para mais de um volume.   Este é o volume 1 e abrange o período até 08-11-2019 quando o STF anulou os processos contra Lula e o recolocou em liberdade.

         No segundo volume que virá, serão contadas as três derrotas do Lula na disputa para presidência.  Duas contra Fernando Henrique Cardoso e uma para Fernando Collor de Melo.    Continuará com os ocorridos nos anos Dilma com o golpe que a tirou do mandato, num movimento que começou em 2013.

         Na ida a Cuba acompanhando Lula, o autor contraiu covid-19 e foi tratado lá e agradece à equipe médica.

         “... quando acompanhei Lula e sua equipe para o início das filmagens do longa-metragem que o cineasta americano Oliver Stone está produzindo sobre o ex presidente...”  

                   Finaliza o livro citando:       Fernando Morais

                                                         Ilhabela, Havana, São Paulo

                                                         Setembro de 2021

(leitura e fichamento terminados dia 12-05-2022)

 


         

CAP. 26/27 - fichamento do livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS

 

CAP. 26/27 -


  Página 400 – Apêndice do livro  - Uma radiografia do comportamento dos grandes veículos de comunicação na guerra contra Lula e seu partido.

         Estudo elaborado pelos Economistas do DIEESE Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos chegou aos seguintes números relativos às consequências da Operação Lava Jato: 

“O Brasil perdeu 172 bilhões de reais em investimentos e levou ao desemprego de 4,4 milhões de trabalhadores brasileiros”.   Grandes empresas que atuavam no setor de obras públicas foram fechadas.

         O pessoal da Lava Jato dizia que reembolsou ao Tesouro Nacional 4,3 bilhões de reais e o estudo do DIEESE mostrou que as perdas decorrentes da Operação foram danosas em 40 vezes o que dizem ter reavido para o Tesouro.

         Depois o jornalismo investigativo do site The Intersept Brasil mostrou o que se chamou de Vaza Jato, apontando a condução ilícita dos procuradores e do ex juiz Moro na Operação Lava Jato.

         Estudo elaborado pela Ong alemã que acompanha as mídias pelo mundo, a MDM Media Ownership Monitor e a francesa Reporteres Sem Fronteira mapearam a influência dos poderosos na nossa mídia.

         “Nove dos mais influentes meios de comunicação do Brasil pertencem às Organizações Globo”.   Cinco pertencem ao Grupo Bandeirantes; cinco pertencem ao grupo pentecostal IURD Igreja Universal do Reino de Deus, sob comando de Edir Macedo.

         A audiência da TV Globo chega a 24,7 pontos e a Band, 2,5 pontos.   A Globo tem um potencial largamente maior de fazer estrago agindo tendenciosamente como fez no caso Lula.    O Jornal Nacional chega a 50 milhões de pessoas assistindo.

         Citou o Manchetômetro, entidade de pesquisa que mede as manchetes da mídia.   Nesta entidade sediada em Nova Iorque, atua o cientista político João Ferez Junior que coordenou pesquisa sobre nossas mídias no período da Lava Jato.    A entidade  tem registro no CNPq Conselho Nacional de Pesquisa Científica.    Pesquisa do Manchetômetro revelou que os três principais jornais (Folha de SP, O Estado de SP e O Globo) tiveram picos de manchetes negativas contra Lula. 

         “em média mais de uma manchete diária contra Lula”.   Em março de 2016, foram 33 manchetes contra ele em 44 publicações”.    Em 2018, mesmo depois de Bolsonaro eleito, os jornais continuaram com suas recorrentes manchetes e editoriais contra Lula.

         Há no livro dados e gráficos resultantes dos estudos citados.

         Nos jornais acima, em 2016 mesmo os textos de opinião foram francamente contra Lula.  Em março de 2016, foram 114 textos contrários a Lula, 23 neutros e apenas 9 favoráveis a ele.    O jornal que mais bateu no Lula foi O Estado de São Paulo e isso foi medido no estudo citado.

         O Jornal O Globo em março de 2016 publicou 100 matérias contrárias a Lula.

         Nada chegou perto do ataque da Rede Globo de TV via Jornal Nacional.   No período  de 2014 a 2021 o Manchetômetro mediu:   foram 705 notícias contra Lula, 403 neutras e 21 positivas.

         No JN foram 163.529 segundos batendo no Lula, o equivalente a 45 horas ininterruptas.   No JN Jornal Nacional, em março de 2016, metade do jornal diariamente era matéria contra Lula.

         Acusações sem provas.   Triplex do Guarujá, sitio de Atibaia, palestras de Lula acusado das palestras serem de fachada.

         “O juiz Moro e os procuradores de Curitiba utilizaram secretamente informações do Departamento de Justiça dos USA – comprovadamente do FBI e supostamente da CIA, a agência de espionagem americana – para fundamentar as acusações a Lula”.    (página 408 do livro)

         “Como nenhuma referência a essa cooperação estrangeira aparece nos processos contra Lula, Moro e os procuradores cometeram crime, segundo as leis do Brasil”.   

         Tiraram a liberdade de Lula e tiraram dele a disputa da eleição de 2018 na qual ele era franco favorito.

         Setores da imprensa e da justiça fizeram tudo isso  para não só tirar Lula da disputa, como tentar colar nele a fama de corrupto.   Buscavam queimar Lula e queimar o PT.

         Com toda a perseguição a Lula, no pleito de 2018, a pesquisa mostrava ele na ponta em agosto de 2018 com 39%, seguido de Bolsonaro com 19%, Marina com 8 e Ciro com 5%.

        

                   Continua no capítulo 27/27

segunda-feira, 16 de maio de 2022

CAP. 25/27 - fichamento do livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS

CAP. 25/27

 

         Lula que foi preso na fase sindicalista por conta das greves, foi depois solto mas o processo continuou.   Advogados famosos se interessaram pela defesa dele, mas Lula optou pelo novato Greenhalgh de 32 de idade e pouco experiente.  Sua escolha no curso do processo se mostrou acertada.

         Visitou o Acre e acompanhou eventos dos sindicalistas de lá ao lado de Chico Mendes que na ocasião se filiou ao PT.   O líder seringalista Chico Mendes foi assassinado nove anos depois a mando de grileiros de terras.

         Marcado para fevereiro de 1981 o julgamento de Lula e seus colegas sindicalistas na Justiça Militar.   O advogado dele foi uns dias antes na repartição onde haveria o julgamento num quase fim de expediente e as salas estavam quase todas vazias.   Deu umas voltas observando de porta em porta e numa sala viu um militar redigindo um documento.   Num relance conseguiu ler o seguinte conteúdo.    O tal militar já estava redigindo o resultado do julgamento que seria na semana seguinte, com veredito, tempo de pena e tudo o mais.   

         O advogado tomou uma decisão arrojada.   Colocou o caso na imprensa e não foi ao julgamento.   Este ocorreu na data marcada e o juiz convocou na hora um advogado dativo para representar a defesa e o veredito foi aquele “da semana passada...”.   

         O advogado de Lula recorreu e baseado nos argumentos citados (sentença antecipada) conseguiu na instância superior da Justiça militar anular o processo por vício processual e inocentou os réus.

         Terminada a intervenção no Sindicato, Lula resolveu não tentar o terceiro mandato como presidente e indicou um líder não muito conhecido, Jair Meneguelli, ferramenteiro da Ford.

         Lula concentrou seu esforço na criação de uma central sindical.  Numa longa articulação, criaram a CUT Central Única dos Trabalhadores.    Viajou bastante para o exterior para expandir contatos e trocar experiências na área sindical.   Como não falava inglês, viajava comumente acompanhado pelo Professor da USP, Francisco Weffort.   As viagens de Lula eram sempre rastreadas pelo DOPS que fazia relatórios e enviava aos escalões superiores dos militares.   Há relatórios elaborados pelo Delegado Chefe do DOPS, Romeu Tuma citados no livro.

         A antiga central CGT – Comando Geral dos Trabalhadores existia antes da ditadura e foi extinta por ela em 1964 com o Golpe.

         A envergadura do movimento para criar a primeira central durante a ditadura de 1964:  Em agosto de 1980 teve um evento em Praia Grande-SP onde estavam 5.247 delegados sindicalistas representando 1.126 sindicatos das mais variadas categorias de empregados.

         Do exterior tinha representante da Alemanha, França, Portugal, Venezuela, Angola e Argentina.  Juan Ponce, da Argentina, também representava  a Frente Sindical Mundial.   Foram três dias de congresso e foi uma logística desafiadora para acomodar todos.    Estima-se que 12 milhões de trabalhadores estavam representados nesse evento que se chamou Conclat – Conferência Nacional da Classe Trabalhadora.

         Da CONCLAT, havendo várias correntes, não se conseguiu a criação de uma só central.   Sairam duas.  A CUT e a Força Sindical, esta que ficou mais ligada ao “Partidão”, ao PCB.   Já a CUT, mais aberta e mais voltada para o chão de fábrica.

         A CUT ficou sob a presidência de Jair Meneguelli  e a Força Sindical com  Luiz Antonio de Medeiros.

         Sindicalistas absolvidos, criadas as centrais, aprovada uma anistia, demonstravam que a ditadura estava se findando, fruto da mobilização da sociedade civil organizada, na qual se inserem os sindicatos.

         Em 1982, governo Figueiredo, saiu a lei que restabelecia a eleição direta para governadores.   Agora só faltava a eleição direta para presidente da república, esta que só ocorreu em 1989, após a nova Constituição de 1988.

         Lula concorreu ao governo de SP e para seus votos serem computados, agregou legalmente o apelido de Lula no nome, que ficou então Luiz Inácio Lula da Silva.   Fez campanha quase sem verba.

         Pela lei Falcão, na campanha só vinha a foto do candidato a deputado e um currículo resumido citado por um locutor que não aparecia na imagem.  Lula ao recordar, ri do fato de todos os currículos serem finalizados com a expressão:    “Um brasileiro igual a você”.

         Nessa, a propaganda dele ficou assim:  “Ex tintureiro, ex engraxate, ex metalúrgico, ex dirigente sindical e ex preso político.  Um brasileiro igual a você”.   

         A campanha dele para governador vinha crescendo e ele acreditou até que seria eleito.   Começou esse crescimento incomodar os concorrentes e apareceram as fake News, os boatos.    “Que ele morava numa mansão no bairro Morumbi de SP”.  Outro boato:   Por ele ter sido visto na casa de praia do amigo Airton Soares, espalharam que ele tinha uma casa de Praia no Guarujá.

         O jogador do Corinthians, Casagrande, artilheiro do campeonato paulista na ocasião, apoiou Lula e se filiou ao PT.  A eleição foi ganha pelo experiente Franco Montoro.

         Lula ficou em depressão por um bom tempo.  Ficou desiludido da política e queria abandoná-la.   Visitando Fidel Castro, este fez o seguinte comentário a Lula:

         “Em todos os tempos, em qualquer pais, você já ouviu falar de algum trabalhador como você, que teve 1,2 milhão de votos?  Você não tem o direito de fazer isso com os pobres, com os trabalhadores brasileiros!  Volte para a política!”.   (na pág. 399 tem a foto de Lula junto com Fidel)

         Depois veio a eleição de deputados que comporiam a Assembleia Nacional Constituinte.    Lula se candidatou e teve 651.763 votos, a maior votação para deputado federal da história do Brasil até então.

        

 

                            Continua no capítulo 26/27