Cap. 01/08 leitura em maio de 2022
O Haiti, pequeno país localizado na
América Central, foi entrando no nosso cotidiano pelas imigrações de pessoas
oriundas daquele país principalmente a partir de 2010, ano em que ocorreu um
grande terremoto que matou muita gente e agravou ainda mais a situação de
extrema pobreza de muita gente.
Depois acompanhamos
ao longo do tempo alguns passos da missão militar brasileira que atuou
designada pela ONU em ações naquele país onde militares de diversos países
participaram de Missão de Paz sob comando dos militares brasileiros.
Dois Professores/Pesquisadores da UEM Universidade Estadual
de Maringá-PR que tem pesquisas na área de Educação acompanharam na região de
Maringá imigrantes haitianos, publicaram inclusive no formato de livro o
resultado de suas pesquisas.
Tem a forma requerida pela Academia e traz luz num tema que
faz parte do nosso meio e pouco conhecemos sobre as demandas e anseios desses
imigrantes que vieram em busca de melhores condições de vida.
Vamos à obra em si.
Uma introdução de Franciele Clara Peloso, pesquisadora de
Pato Branco-PR
...”em um país em que vivemos uma realidade violenta no
sentido de imposição de valores de origem europeia e mais recentemente,
norte-americana, branca, urbana e cristã em um país que não reconhece seu
processo de colonização, tampouco suas heranças colonialistas, que não
reconhece sua razão de existir, explora, discrimina e faz sofrer as outras e
outros que continuam chegando”
...... “Migrar é travessia que faz alvoroço na
vida. ...O fato é que migrar é sempre
ruptura”.
...”Paulo Freire (2008) nos diz que no fundo é muito difícil
viver esse processo de ruptura, pois implica conviver e educar muitas saudades
diferentes, tais como a da cidade, a do país, a das gentes, a da comida, do seu
chão, dos cheiros, paisagens e estéticas”.
... “fazer esperançar um outro mundo possível onde todas e
todos sejamos capazes de experienciar a liberdade de estar, sem deixar de ser”.
Franciele C. Peloso - junho/21
- Pato Branco- PR
Capítulo 1 – Introdução
- Brasil no século XIX e
imigrantes europeus chegando. No século XX, chegada de imigrantes japoneses.
No século XXI novos fluxos migratórios, incluindo os
haitianos.
A caminhada dos autores deste livro. A mãe de Ercilia foi professora de escola
rural no interior de São Paulo. Mudaram
várias vezes em função do trabalho do pai, que é Engenheiro Agrônomo. Ela, Ercilia, foi professora concursada em
São Luis do Maranhão e lá vivenciou uma realidade diferente. Veio para a UEPG Universidade Estadual de Ponta
Grossa para estar mais próxima dos familiares.
Nesta universidade, trabalhou muito com alunos hospitalizados como já
tinha trabalhado no Maranhão.
Na UEM em Maringá-PR, novos desafios, novos projetos. Nesta universidade os pesquisadores Ercilia e
Giovani se encontraram atuando em tema similar, voltado à Educação. Ambos se debruçaram inclusive na obra do
educador Paulo Freire.
Tiveram contato com imigrantes haitianos que frequentavam o
Hemocentro de Maringá em tratamento de anemia falciforme, patologia que atinge
muitos negros no Brasil e no mundo.
Há em Maringá-PR a Associação de Imigrantes de Maringá e
Região.
Os trabalhos aqui abordados neste livro foram antes da
ocorrência da pandemia da covid-19.
Ercilia continua com atividade docente na UEM e faz Pos
Doutorado na Universidade Estadual da Bahia.
UNEB/BA.
A mãe de Giovani também foi professora. Ele, natural de Jussara-PR, foi fazer
faculdade na UEM em Maringá-PR e se mudou para esta cidade.
Graduado, lecionou Filosofia em escola pública. Vivenciou na categoria de professor, greves
do funcionalismo estadual, mais concentradas no professorado que é uma
categoria numerosa.
“Isso fez com que ele pudesse compreender na prática que
educar é um ato político” (Shor , Freire, 1986 – p.17)
Giovani atuou como Educador Social. Na continuidade dos estudos na UEM, foi
aluno da Professora Ercilia, coautora deste livro.
“Durante a disciplina, fizemos muitas leituras sobre Paulo
Freire e reflexões acerca da teoria da Educação Social”.
Ambos passaram a participar de todos eventos que envolviam
imigrantes na região de Maringá-PR.
...”muita atuação e envolvimento para compreender as
principais necessidades dos imigrantes...”
...”com postura dialógica, nossa pesquisa aconteceu sempre
em contato e sempre compartilhando conquistas, medos e esperanças”.
Nessa trajetória de pesquisa
“nem tudo foi tranquilo...”
...os conflitos reafirmaram nosso desejo de seguirmos sempre juntos e em
busca de uma pesquisa consistente, analítica e reflexiva”.
Continua no capítulo 02/08
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