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terça-feira, 10 de maio de 2022

CAP. 21/27 - fichamento do livro - LULA - BIOGRAFIA - Volume 1 - Autor: Jornalista FERNANDO MORAIS

CAP. 21/27     - fichamento pelo leitor Eng.Agr. Orlando

 

         Lula ao visitar o Congresso - Na época eram 430 congressistas, sendo 66 senadores e 364 deputados federais.   Entre todos, Lula percebeu que só havia dois trabalhadores, ambos de São Paulo.

         Antes disso, Lula dizia que não gostava de política “e nem gosto de quem gosta de política”.    E isso valia para todo mundo que não era trabalhador.

         Um bordão de Lula que corria na região e na área sindical – “Lugar de estudante é na escola, de padre na igreja .  E se alguém quiser criar um partido de trabalhadores, tem que usar macacão”.

         Houve euforia inclusive nas universidades quando se soube que Lula começou a  flertar com a política convencional.   Na época que ele admitia fundar um partido, no meio estudantil era comum haver estudantes da linha comunista trotskista.

         Lula se recorda que naquela época ele tinha o apoio quase unânime da grande imprensa.   Isto na fase que ele dizia que não gostava de política.   Acrescentavam:  “Finalmente alguém que não está ligado ao Partido Comunista!”.    

         Década de 70, efervescência no Brasil.   “Naquele ano não passou uma semana sem greve”.   “Patrão gritava, peão parava”.

         Até 1974, pela violência da repressão, fazer greve era praticamente proibido.  Lider grevista seria preso e torturado.    “Os mais otimistas diziam que a punição mínima para grevista era o xadrez”.

         O tom da coisa só foi mudando de 1978 em diante, quando os sindicatos tinham mais espaço para atuação.     Era agora o tempo do chamado “novo sindicalismo”.   O movimento estava nascendo no chão da fábrica, não dentro dos sindicatos”.   Vinha da base.    Os diretores dos sindicatos percorrendo as fábricas e na hora do almoço (1 h ou 1,5 h) faziam mini assembleias rápidas nos locais de trabalho.

         Lula lembra de ter liderado seu primeiro piquete  na frente de fábrica no ano de 1978 em Diadema-SP.    “Desde 1975 se multiplicavam pelo Brasil os comitês de defesa da anistia”.   Era o povo se movimentando contra a ditadura militar.   Comitê pela anistia – criado pela Assistente Social Terezinha Zerbini, casada com o General Euriale de Jesus Zerbini, cassado pelo golpe militar de 1964.

         Em 1978 o CBA Comitê Brasileiro pela Anistia presidido pelo jovem advogado Luiz Eduardo Greenhalgh.    O CBA atuava em várias frentes, inclusive encaminhando ao exílio, pessoas ameaçadas de prisão pela ditadura.  O CBA, para a ira de Geisel, chegou a ter uma madrinha informal, a primeira-dama americana, Rosalynn Carter, esposa de Jimmy Carter.

         Numa fase dura da repressão em 1968, os metalúrgicos da Cobrasma (fábrica de materiais ferroviários) de Osasco-SP fizeram greve.   A PM reprimiu com violência a greve e prendeu quatrocentos grevistas.

         (no livro há vários registros com fotos de eventos como esse).

         “Em 1978 Lula se ofereceu espontaneamente para fazer no ABC a campanha de FHC Fernando Henrique Cardoso para senador.  Menos de duas décadas depois, ambos se enfrentaram como candidatos à presidência da república, ganha então por FHC.

         Um desafio a mais para os militares.   Em 1978, haveria eleições para governadores, senadores, deputados federais e estaduais.   Os governadores eram eleitos de forma indireta, pelo colegiado dos deputados estaduais.   Dos senadores, cada 3 eleitos, um era por indicação do General presidente.  Estes indicados eram chamados de senadores “biônicos”.    Isto porque no voto o povo estava votando mais na oposição – o MDB era o partido único autorizado da oposição contra a ARENA que era atrelada aos militares.

         Regra do Pacote de Abril de 1977 editada por Geisel, depois de duas sovas do partido governista nas eleições de 1974 e 1976.

         Na ditadura militar, Fernando Henrique Cardoso era professor da USP e foi perseguido e se exilou na França.   Lá, foi Professor na Universidade de Sorbonne.    No passado, FHC foi um dos fundadores do CEBRAP que era um grupo de estudos.    Na eleição de 1978 em São Paulo a oposição ganhou de lavada para deputado federal e estadual.

        

 

         Continua no capítulo 22/27 

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