Cap. 13/20
Nem o Ministro da Justiça
ficou sabendo que ocorreriam essas prisões decididas por um grupinho de
Generais. O da justiça de então era
Ibraim Abi-Ackel.
Nesse tempo o general
“caveirinha” Milton Tavares de Sousa era o comandante do II Exército com sede
em São Paulo.
“Segundo memorando da CIA
Central de Inteligência dos USA, Tavares, em relatos aos generais Geisel e
Figueiredo, assumiu o assassinato, em apenas um ano, de cento e quatro pessoas
consideradas inimigas do governo”. (citado
na página 186 do livro em pauta)
Foto mostra as impressões
digitais do Bolsonaro no DOPS.
Levantamento da entidade
Anfavea (Assoc. Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) alega que as
greves teriam causado prejuízos aos fabricantes e à arrecadação de impostos, em
valores corrigidos para 2021, de 4,3 bilhões de reais aos fabricantes e deste
valor, 1,3 bilhão em tributos.
Vinham do exterior mensagens do primeiro mundo
protestando contra o governo militar por reprimir com violência as greves. Era uma dor de cabeça a mais para os
militares no poder.
O governo militar ficou
com uma birra enorme contra a Igreja Católica, esta que apoiava os operários.
Dom Paulo Evaristo Arns,
Arcebispo de São Paulo, enviou carta a entidade alemã pedindo para ela
interceder junto à Mercedes e Volkswagen para amenizar a tensão. O setor não negociava, não dialogava com os
trabalhadores em greve e os sindicatos em intervenção pelo governo militar.
Na ocasião que Lula foi
preso, o plano do Exército era prender ao redor de 120 lideranças, incluindo
operários, deputados e onze vigários de paróquias católicas. A prisão de Dallari da USP e o jurista
José Carlos Dias deu repercussão que “atrapalhou” os planos dos militares. Ambos os presos eram advogados de destaque
na nação.
O Exército violou a
correspondência de Dom Paulo no telegrama onde ele pediu apoio à entidade
alemã. Foi cometido pelo governo
militar um crime por violação de correspondência previsto na Constituição
vigente.
Logo em seguida, dado ao
mal estar que causou a prisão dos advogados, soltaram estes e outros, mantendo
presos os dirigentes do sindicato dos metalúrgicos do ABC, o que incluía Lula.
Foram os presos dessa leva
enquadrados na LSN Lei de Segurança Nacional.
Prenderam na ocasião inclusive o presidente do Sindicato dos Bancários,
o Luiz Gushiken.
A intelectualidade e
artistas em peso enviaram mensagens de protesto ao governo e de apoio aos
operários e suas lideranças presas.
Em uma lista enorme
(citada na página 198) que protestaram
como Fernanda Montenegro, Fernando Henrique Cardoso, Hélio Bicudo, Juca de
Oliveira, Paulo Autran, Raymundo Faoro, Rogerio Cezar Cerqueira Leite.
A Marinha emitiu nota
mostrando que a ação foi inadequada (as prisões em massa) e o próprio ministro
da Justiça acusou “erro na execução das ações”.
Diz o autor: “Entregaram os presos nas portas do DOPS sem
seus responsáveis saberem do que se tratava”.
Tudo foi feito por entidade do Exército, em sigilo.
As prisões foram feitas pelo
DOI CODI, órgão subordinado ao comandante do II Exército, general
“caveirinha”. O DOPS ficava na Rua
Tutoia – sede do DOI CODI.
Capítulo 9 - “Depois de uma infância cruel, morando em
lugares degradantes, Lula recebe a chave do paraiso: o diploma do SENAI Serviço
Nacional de Aprendizado Industrial”.
(onde cursa para torneiro mecânico)
Fez curso de Torneiro
Mecânico. Natural do distrito de
Caetés, distante 18 km da sede do município de Garanhuns-PE. Migraram para São Paulo com a mãe, dona
Lindu, quando Lula tinha sete anos.
Lula tinha mais sete irmãos e vieram do Nordeste a São Paulo como
tantos, de “pau de arara”, ou seja, na carroceria de caminhão coberta com lona
e com bancos de madeira improvisada.
Lula estava entre os mais novos dos irmãos.
Continua no capítulo 14/20
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