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domingo, 29 de janeiro de 2023

CAP. 06/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - Edição 2018 (no BR 2021)

 capítulo 6/20

  

         Os autores dizem que o povo americano sempre está no risco de embarcar nessas aventuras e que o fator que tem barrado isso são “os guardiões de democracia – nossos partidos políticos”.

         Em 1920, uma convenção tensa para escolha do candidato pelo Partido Republicano.  Já tinha havido no dia várias votações e não se chegava ao número de delegados necessário.   Uma reunião de portas fechadas entre os caciques da política destacou um nome de pré candidato que era nas votações um azarão com 4% do número de delegados.   Escolhido na “salinha fumarenta” pelos caciques partidários, Harding foi o escolhido e seu nome foi submetido ao colegiado que aprovou e ele se elegeu presidente.  Não foi um primor no mandato, mas o sistema estava “protegido” contra os outsiders que poderiam colocar o país numa aventura autoritária.

         “As instituições guardiãs remontam à fundação da república dos USA.   A Constituição de 1787 criou o primeiro sistema presidencial do mundo”.

         Alexander Hamilton escreveu na obra O Federalista sobre o risco de aventureiro ser eleito presidente.     ...”se preocupava com a possibilidade de que uma presidência eleita pelo voto popular pudesse ser muito facilmente capturada por aqueles que jogassem com o medo e a ignorância para ganhar as eleições e depois, governar como tiranos”.

         Ele propôs um sistema de filtro para evitar aventureiros.    Inspirado nisso adotaram o Colégio Eleitoral para escolher candidatos.    “O Colégio Eleitoral tornou-se assim o guardião da nossa democracia”.

         Um problema histórico do sistema americano é que a constituição deles não fala nada sobre partidos políticos.

         O complicado é cuidar para que os partidos escolham candidatos populares e que não sejam demagogos.

         Página 50 – Henry Ford, milionário, industrial, “era uma versão do tipo demagogo extremista.   Veiculando em jornal...   “vociferava contra banqueiros, judeus e bolcheviques (comunistas).

         “Suas opiniões atraiam elogios de racistas de todo o mundo”.   Em 1938 foi homenageado por Hitler.   Recebeu deste a Medalha da Ordem do Mérito da Águia Alemã.

         Ford teve uma infância pobre no meio rural.

         No curso da longa guerra do Vietnã, em 1968, o presidente Lyndon Johnson governava.   Naquele ano morreram 16.592 soltados americanos na guerra.   O povo americano já estava impaciente.    Em abril de 1968, assassinam Martin Luther King.   Em junho de 1968 durante a campanha para presidente, Robert Kennedy é assassinado.     Lyndon Johnsson era pela continuidade da guerra do Vietnã e Robert Kennedy era pelo fim da guerra.

         Capítulo cinco – A Grande Abdicação Republicana

         O foco empresarial de Trump é a incorporação imobiliária, que lhe trouxe fortuna.   E ele chegou a comandar programa de TV na modalidade reality show.   

         O sistema de primárias adotado pelos americanos abriu as portas inclusive para os outsiders (os de fora da política).

            Grande número deles passaram a se apresentar para ver se emplacavam no cargo de presidente.

         Aventureiro sendo muito rico para bancar parte da campanha e sendo bastante popular acaba tendo chance de chegar ao poder.

         Em 2015 Trump se lança em campanha contra 16 concorrentes.  Um deles era Jeb Bush, filho e irmão de ex presidentes.    A boa parte dos concorrentes era composta de governadores e senadores.

         Trump não era nem um republicano e não podia contar com a classe política para chegar ao poder.    Mesmo quando Trump começou a crescer nas pesquisas, ainda não era levado a sério.

         A internet tem propiciado o candidato levantar fundos para a campanha com valores expressivos, o que não ocorria no passado.

        

         Continua no capítulo 07/20

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

CAP. 05/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - autores - Professores de Harvard - STEVEN & DANIEL - publicada em 2018 nos USA e 2021 no BR

capítulo 05/20

 

 

 

         Página 40 – A Áustria tem alguma tradição de eleger políticos de direita radical.  Em 2016 ocorreu que os dois partidos mais fortes do país levaram, enfraquecidos, dois outsiders pra o segundo turno.   Lideranças políticas se uniram para derrotar o mais radical.

         Políticos declararam que romperam amizades até com familiares por conta dessa aliança para salvar a democracia do país.

         Os autores encerram o capítulo que cita alianças fatídicas, relembrando que o sistema dos USA sempre evitaram o extremismo e os outsiders ao menos antes do evento Donald Trump.    Neste caso, rompeu com a tradição, trazendo risco à democracia.

         Capítulo 02 – Guardiões da América

         Cita dos anos 30 nos USA o romancista Philip Roth e o livro Complô Contra a América.  Uma obra de ficção.   Há o episódio real de um piloto que atravessa o Atlântico com seu avião e é um exímio comunicador.

         Chega de forma triunfal aos USA.   Deste ponto, o romance de ficção coloca esse herói simpatizante do nazismo como candidato a presidente pelo partido Republicano.   Isto num momento que já tinha ocorrido duas dezenas de votações sem tirarem o nome de consenso para escolha de um candidato.

     O herói Charles Lindbergh era o  aviador.   No romance o herói parte para a campanha...  “de estado em estado, com seus óculos, botas cano alto e macacão de aviador”.   É eleito presidente dos USA na ficção.

         Página 42 -  Isto num contexto complicado da vida dos USA, anos 30 quando naquele país “havia de fato não menos que oitocentos grupos de extremistas nos USA”.   Havia na época até um destacado padre católico e simpático a Mussolini e ao fascismo.    Atacava os partidos políticos dos USA.  Padre Colghlin.  

         Ele fazia discursos para estádios lotados.    “A revista Fortune disse que ele era praticamente a maior coisa que jamais acontecera no rádio”.

         Nas viagens pelo país, multidões se colocavam nas margens das estradas para ve-lo passar.

         Já o governador da Lousiana, no tempo da Depressão, se arvora como aspirante a ditador.   Apelido de KingFish, o Chefão.   Grande destaque popular e que foi enorme ameaça à democracia.   Um dia lhe perguntaram se ele conhecia a constituição e ele respondeu:   “Eu sou a Constituição neste momento”.

         Formou seguidores com o discurso de “redistribuição das riquezas”.  Criou o movimento “Compartilhar nossa Riqueza”.    ...”tinha então (nos anos 30) mais de 27.000 células em todo o país e uma mala direta com quase oito milhões de nomes.  Disse ao repórter do Jornal New York Times que iria enfrentar e vencer Frank D. Roosevelt.   “Eu posso pegar esse Roosevelt.  ... Posso prometer mais do que ele.  E ele sabe disso”.

         Em 1935, entretanto, KingFish foi assassinado.   O nome dele era Huey Long.

         Um outro caso, após a Segunda Guerra Mundial com outro autocrata, o senador Joseph McCarthy, fez campanha usando o medo do comunismo.

     Usava listas negras, censura, banir livros etc.    O senado votou uma censura a ele e seus meios.   Mesmo após essa medida, o Instituto Gallup mostra que em 1954 ele tinha apoio de 40% do eleitorado americano.

         Outro caso de autocrata dos anos 70.   O senador do Alabama George Wallace.   Ele de postura segregacionista e desafiadora.   Foi candidato a presidente em 1968 e 1972.    Wallace... “muitas vezes incitava a violência e exibia uma desconsideração casual pelas normas constitucionais”.

         Declaração dele:    “Há uma coisa mais poderosa do que a Constituição... É a vontade do povo”.        (no Brasil recente, vimos e ouvimos muito disso...)

         Os autores argumentam:  “Em resumo, os norte-americanos tem há muito uma veia autoritária.”

 

Próximo capítulo 6/20 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

CAP. 04/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard (USA) - STEVEN & DANIEL - Ed. 2018 e no BR em 2021

CAP 04

   Página 27 - A Venezuela antes de Chavez se vangloriava de ser a democracia mais estável da América do Sul, desde 1958.

     Chavez é eleito pelo voto popular em 1998.    ....    Nem todas as democracias cairam na mesma armadilha de apostarem em outsider, o que vem de fora.

     Hitler e Mussolini chegaram tentar antes no voto chegar ao poder, mas só chegaram quando os políticos tradicionais estavam sem forças e meios de debelar crises e apoiaram esse tipo de outsider para resolver a questão.   Desaguou em nazismo na Alemanha e fascismo na Itália.       

     Geralmente os partidos políticos tendem a filtrar para evitar aventureiros no embate eleitoral.    "Resumindo, os partidos políticos são os guardiões da democracia".   

     O líder húngaro Viktor Orbán começou como democrata liberal no final dos anos 80.   De 1998 a 2002 ele governou a Hungria democraticamente.  Depois desandou para a autocracia.   

     Sobre o tema da democracia, cita o Cientista Político alemão Juan Linz.   Foi professor em Yale, estudou como as democracias morrem e em 1978 publicou um destacado livro sobre o tema.   Ele criou uma "prova dos nove" para detectar líderes autocratas.   Já os autores deste livro que estou resenhando até com inspiração no trabalho de Linz, criaram quatro conjuntos de sinais.   Um político deve nos preocupar quando:  

      1) - rejeitam, em palavras ou ações, as regras democráticas do jogo;  

       2) - Negam a legitimidade dos oponentes; 

      3) -  toleram e encorajam a violência;  

     4) - dão indicação de disposição para restringir liberdades civis de oponentes, inclusive a mídia.

     Comumente os outsiders populistas caem nessas regras em parte ou no todo.      ...

     Página 32 -   ...."afirmando representar a voz do povo, tentam atropelar o sistema e as regras da democracia".     "Tendem a negar a legitimidade dos partidos estabelecidos, atacando-os como antidemocráticos e mesmo antipatrióticos".    

     "Prometem sepultar essa elite e devolver o poder ao povo".

     "Na América Latina, por exemplo, todos os quinze presidentes eleitos na Bolívia, Equador, Peru e Venezuela entre 1990 e 2012 eram outsiders populistas.   Alberto Fujimori (Peru), Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Lucio Gutierrez e Rafael Correa.   Todos os cinco acabaram enfraquecendo as instituições democráticas".

     Página 34 -  Os partidos devem erradicar de suas fileiras, extremistas.   Em 1933 uma liga da juventude na Suécia fazia parte de um partido.  Essa liga da juventude começou a radicalizar à direita e apoiar Hitler.  Foi podada pelo partido que em 1934 perdeu muitos eleitores mas não embarcou no nazismo.

     Partidos democráticos devem evitar aliança com pessoas que tem tendência a não respeitar a democracia.  

     "Por fim, sempre que extremistas emergem como sérios competidores eleitorais, os partidos predominantes devem forjar uma frente única para derrotá-los."    (O livro é de 2018.  Isto de certa forma ocorreu no Brasil na eleição no segundo turno em 2022).

     Quando há risco, uma das alternativas é a formação, como citado acima, de frente democrática contra o autocrata.

     Nos anos 30, a Bélgica se viu no risco de ter um presidente eleito com perfil alinhado ao nazismo.  Para debelar esse risco, fizeram uma coalizão entre parlamentares de partido Católico com partido Socialista.  Dessa forma, conseguiram adiar o avanço do nazismo por um tempo.   Depois em guerra o país foi invadido pelo nazismo alemão.

     Na Finlândia também nos anos 30 um movimento fascista causou momentos de agitação pública crescente e queria tomar o poder para colocar um perfil "apolítico" e "patriótico" no lugar da democracia.   Foram barrados.  

 

      continua no capítulo 05/20

sábado, 21 de janeiro de 2023

Cap.03/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard - STEVEN LEVITSKY & DANIEL ZIBLATT - 2018

capítulo 03/20

  

         ..."os assassinos da democracia usam as próprias instituições da democracia - gradual, sutil e mesmo legalmente - para matá-la".

Os USA em 2016 e o fracasso ao eleger Donald Trump. Falhou o partido dele, o Republicano e falharam os eleitores.

         Eles (USA) tem há mais de dois séculos o sistema de freios e contrapesos que ajudaram a suportar importantes turbulências como a Guerra Civil, a Grande Depressão, a Guerra Fria e o caso Watergate.   Os autores entendem que se projeta para o governo Trump a salvaguarda da  democracia pelo sistema de freios e contrapesos que possuem.  (livro de 2018).

         Eles atribuem boa parte do sucesso na defesa da democracia aos freios e contrapesos, normas que para eles já se tornaram “como naturais”:   a tolerância mútua, ou o entendimento de que as partes concorrentes se aceitem umas às outras como rivais legítimas e a contenção, ou a ideia de que os políticos tem que ser comedidos.

         Os dois principais partidos dos USA, o Republicano e o Democrata, são bastante sólidos e vem se alternando no poder periodicamente.

         No caso do Brasil fica mais difícil inclusive pelo elevado número de partidos políticos.

         Lá eles tem questões se agravando em termos de raças e culturas.

         ...   “E, se uma coisa é clara ao estudarmos colapsos ao longo da história, é que a polarização extrema é capaz de matar  democracias”.    

         “Contudo... nos ensinam que a polarização é capaz de matar as democracias, elas também nos ensinam que esse colapso não é inevitável nem irreversível”.

         ... “Porém proteger nossa democracia exige mais do que medo e indignação.”

         Capítulo – Alianças Fatídicas

         Em 1922 o rei da Itália convidou Benito Mussolini para seu primeiro ministro.    Mussolini e sua vestimenta preta.    Ele tem uma legião de seguidores paramilitares, em torno de 30.000 pessoas empobrecidas e revoltadas.    A chegada de Mussolini para a posse criou uma enorme expectativa inclusive nesses seguidores.

         “Bandos de fascistas perambulavam pelas ruas de Roma”.     Mussolini disse ao rei que estava vindo do campo de batalha e que atravessou o Rubicão...   (ficou essa frase na história com seu significado...).  Um marco do fascismo na Itália.

         “Mussolini fez sua parte para sacralizar o mito”.     Fez a chegada triunfal para sua posse se parecer com um ato de “revolução”.

         A Itália de 1922 em má situação econômica, agitação social, os esfomeados fascistas de fardas como paramilitares.    E o rei ainda por cima, com o medo do comunismo.

         Mussolini engajou os fascistas e deu segurança aos políticos e aos investidores.   Uma solução de curto prazo.    Os caciques políticos da época viam Mussolini como “um aliado útil”.

         Os autores citam casos de líderes de esquerda e de direita que chegaram ao poder com apoio popular.  Adolf Hitler, Alberto Fugimori (Peru), Hugo Chávez.    Chegaram ao poder “por dentro”, via eleições e apoio político e popular.

         Os líderes políticos que apoiaram esses “de fora” (outsiders) acreditavam que usariam esses agregadores e voltariam a manter o poder para os caciques políticos num segundo momento.   Não foi o que ocorreu.

         O erro:   “entregar condescendentemente as chaves do poder a um autocrata em construção”.

         Hitler em 1933.   Ele assume o poder.   Alemanha conturbada e tenta alternativas sem sucesso.       “Convencidos de que alguma coisa tem que  dar certo, um conluio de conservadores rivais se reuniu no final de janeiro de 1933 e chegou a uma solução:   é preciso por um outsider popular na chefia do governo.   Esses caciques políticos desprezavam Hitler, mas viam nele alguém com apoio popular.   Pensavam os caciques políticos que depois de controlada a situação, conseguiriam controlar Hitler...

         “Nós o recrutamos para nós mesmos...”.

         Como no caso da Itália com Mussolini, esta também foi uma “aliança fatídica” segundo os autores deste livro.    Situações em que os caciques políticos apostam no outsider (um de fora) e depois perdem o controle e se estabelece uma ditadura.    Buscar cooptar o de fora quando a situação se normalizasse.   Só que na prática a coisa descambou para a ditadura, pro nazismo na Alemanha e para o fascismo na Itália como sabemos.

         “Tipo de barganha com o diabo...”.

 

         Continua no capítulo 04/20 

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

CAP. 02/20 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores (professores de Harvard ) - STEVEN LEVITSKY & DANIEL ZIBLATT

      Na Venezuela de Chávez, ele foi eleito em 1998.   Antes tentou tomar o poder por duas ocasiões.     Em 1998 ele chegou ao poder democraticamente conforme citado.

      Em 2003 após os militares tentarem um golpe de estado, que Chavez se fortaleceu ainda mais no poder.    O governo dele se tornou mais repressivo após 2006.  Em 2012 ele morreu de câncer ainda num dos sucessivos mandatos.

     Eleito Nicolás Maduro, do partido de Chávez.   Em 2015 a oposição venceu as eleições legislativas.    Maduro criou em 2017 uma nova Assembléia Constituinte que passa a controlar o legislativo a serviço do grupo de poder exercido por Maduro.     Passa a ser visto de forma mais clara como um autocrata.   "É assim que as democracias morrem agora".

     Depois da Guerra Fria são raros os casos de golpes de estado.  São mais recorrentes os próprios políticos alterarem as regras do jogo e tomarem o poder.   Citou o caso de países em que os eleitos depois foram alterando as regras.  Casos da Georgia, Hungria, Nicaragua, Perú, Filipinas, Polônia, Russia, Sri Lanka, Turquia e Ucrania.

     Página 17 -  Golpe de estado pela tomada à força do poder é evidente e de desfecho imediato.   A outra forma, do governante ir minando a democracia é menos evidente.

     "As pessoas votam, autocratas eleitos mantém um verniz de democracia enquanto corroem sua essência."

     "Muitos esforços do governo para subverter a democracia são 'legais', no sentido de que são aprovados pelo legislativo e aceitos pelos tribunais."

     O povo fica meio sem entender que algo de errado está ocorrendo.

     Em 2011 (e o chavismo vem de 1998), uma pesquisa da Latinobarômetro "perguntou aos venezuelanos que nota dariam a seu país de 1 (nada democrático) a 10 (completamente democrático) e 51% das respostas foram de nota 8 ou mais".

    Sendo a forma gradual de erodir a democracia algo difuso, não há um ponto onde o povo ache que é hora de dar um basta.

     O povo não percebe a mudança gradativa.   Os autores propoem para seus estudos dos riscos à democracia americana, focar em casos de outros países ao longo do tempo.

    "Nós podemos aprender com os erros cometidos pelos líderes democráticos do passado ao abrirem as portas para intenções autoritárias"...

     Também descobrir estratégias que outros governos democráticos usaram para inibir ações que poriam em risco suas democracias.

     Os estudos deles revela que autocratas de diversas partes do mundo usaram  estratégias semelhantes para minar a democracia.    Ao longo da história dos USA eles mapearam os nomes de presidentes "demagogos extemistas" que surgem de tempos em tempos.  No caso, Mc Carthy, Henry Ford, Huey Long, Joseph Mc Marthy e George Wallace.

     Antes que os extremistas demagogos se candidatem  ..."isolar os mesmos, o que exige coragem política".    Caso um deles seja eleito, surge a questão - "irá ele subverter as instituições democráticas ou ser constrangido  por elas?";

    "As instituições isoladamente não são o bastante para conter autocratas eleitos".

    "Constituições tem que ser defendidas por todos políticos e cidadãos organizados, mas também por normas democráticas".

    "Há que se ter normas robustas...."

    ...É assim que os autocratas agem para subverter a democracia - aparelhando tribunais e outras agências neutras e usando-os como armas, comprando a mídia e o setor privado".

     ..."os assassinos da democracia usam as próprias instituições da democracia - gradual, sutil e mesmo legalmente - para matá-la".

        Os USA em 2016 e o fracasso ao eleger Donald Trump.   Falhou o partido dele, o Republicano e falharam os eleitores.


    continua no capítulo 03/20

domingo, 15 de janeiro de 2023

CAP. 01/15 - fichamento - livro - COMO AS DEMOCRACIAS MORREM - Autores Professores de Harvard - STEVEN LEVITSKY & DANIEL ZIBLATT - Edição 2018

 

RESENHA LIVRO COMO AS DEMOCRACIAS MORREM

 

Capítulo 1/15

 

         Este livro editado por dois Professores da Universidade de Harvard (USA) em 2018  consta como best-seller pelo jornal New York Times. 

         A ameaça que vem ocorrendo à nossa democracia no Brasil tem muita semelhança com o que vem ocorrendo nos USA e em vários outros países e é disso que os autores se ocupam em suas análises.

         Página 7 – O prefácio da edição em português, de 2021 é do Cientista Político Jairo Nicolau, professor da UFRJ Universidade Federal do RJ.

         Vamos ao que diz o do prefácio brasileiro:    De 2013 para cá a democracia no Brasil começou a sentir abalos.   Anteriormente, nos anos 80 saimos da Ditadura Militar e conquistamos o regime democrático.

         No final dos anos 80 a URSS se desfaz e paralelamente deixam o comunismo.    Também a América Latina passa a ter cada vez mais países conquistando o regime democrático, assim como vários países da África conquistam a independência e adotam a democracia.

         Entidade que monitora isso, a Polity Project levanta dados: Em 1985 havia no mundo 42 democracias e nestes países moravam 20% da população mundial. Em 2015 o número saltou para 103 países com 56% da população mundial.

         A Primavera Árabe ocorreu entre 2010 e 2011.   No caso dos países envolvidos neste movimento, só a Tunísia se deu melhor no novo regime.

         É recente o foco de estudo nas crises das democracias tradicionais já consolidadas como são exemplo a dos USA e da Inglaterra.

         Para o fenômeno desse novo cenário se criou o termo recessão democrática.     Os estudiosos do fenômeno tem  focado mais no caso recente dos USA, com a ascensão de Donald Trump em 2016, quando ele entra na campanha para a presidência e sai vitorioso.

         Uma mudança na forma de escolher candidatos nos USA depois de décadas, permite que um outsider (um de fora do sistema) entre no páreo.  Antes do caso Trump, eram reuniões de poucos lideres partidários que decidiam quem seriam os candidatos dos seus partidos.   A partir de 1972 o sistema de eleições primárias para escolha de delegados estado por estado e depois estes delegados escolhiam o presidente.   Nesse sistema milhões de eleitores, votando nas primárias, indicam os delegados e estes escolhem por via indireta o presidente.

         Nesse sistema os velhos caciques dos partidos perdem o mando e são os eleitores que decidem no voto a escolha, via delegados, do presidente.

         Os autores estudam regras formais dos sistemas políticos e os sistemas informais, o que é destacado pelo autor deste prefácio.

         Os autores comparam as normas informais com um jogo tipo de pelada de futebol no nosso meio.   As normas são informais e são aceitas por todos e segue o jogo.

         Na política no regime democrático é esperado que os dirigentes políticos acatem as normas informais do jogo democrático.   Uma das normas é a tolerância mútua, que é “reconhecer que os rivais, caso joguem pelas regras institucionais, tem o direito de existir, competir pelo poder e governar”.

         No Brasil usamos o voto obrigatório desde os anos 30 do século passado.

         Agora, a Introdução dos Autores do Livro   (página 13 de 270)

         Os autores americanos passaram anos pesquisando sobre política, sobre democracia e só recentemente ficou claro que a própria democracia americana está se fragilizando.

         “ao longo dos últimos ... anos, vimos políticos dizendo e fazendo coisas sem precedente nos USA – mas que reconhecemos como precursoras de crises democráticas em outros países.”

         ...”No entanto, estamos preocupados.   Os políticos norte americanos agora tratam seus rivais como inimigos, intimidam a imprensa livre e ameaçam o resultado de eleições”.   (livro editado em 2018).

         Os estados americanos outrora louvados por juristas como laboratórios de democracia agora correm o risco de se tornarem laboratórios de autoritarismo.

         Cita de 2016 a eleição do inexperiente e ditatorial Donald Trump para presidente dos USA.  Isto pela primeira vez na história dos USA.

         Em termos de América Latina, citou de 1973 o caso do governo democrático no Chile com Salvador Allende.  Dia 11/09/1973 que a direita bombardeou o Palácio La Moneda, derrubou o governo e Allende foi morto pelo regime militar que se instalou.    O general Augusto Pinochet assumiu o poder de forma ditatorial.       Allende vinha enfrentando muita resistência ao seu governo e no momento dramático do cerco, ainda fez pronunciamento ao povo chileno tentando salvar a democracia mas o povo se calou. 

         Essa era uma das formas clássicas de derrubar o governante em golpe de estado.     Em 1964 no Brasil também em um dia, os militares derrubaram o governo civil e instalaram um regime militar que durou 21 anos.

         Hoje em dia há outros meios da democracia morrer.     ...”nas mãos de presidentes que subvertem o próprio processo que os levou ao poder”.

         No passado, um caso emblemático foi do de Adolf Hitler.  Assumiu o governo no voto popular e depois foi forjando meios de se chegar à ditadura que fez o que fez.

         A Venezuela com Hugo Chávez, teve ele eleito pelo voto popular em 1998 e ele tinha um aceno para os mais pobres e para as minorias.               

 

         Continua no capítulo 02/15