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sexta-feira, 5 de maio de 2023

CAP. 10/10 - fichamento do livro de ficção - TERRA SONÂMBULA - autor moçambicano MIA COUTO

 capítulo 10/10

 

         A jovem que ficou com Quirino à noite era feiticeira.   Descobriram o caso e ela teve que ser mandada embora do local.

         Jotinha...   “ela queria me levar para outros aléns.  Quem mandara eu lhe tocar em jeito de a tornar mãe?”

         Décimo primeiro capítulo – Ondas Escrevendo estórias

         “A paisagem chegara ao mar.  A estrada, agora, só se tapeteia de areia branca.”   O velho Tuahir e o jovem chegaram ao mar na jangada, imaginária ou não.   O velho muito mal pela febre do pântano.  Antevendo seu fim.

         O jovem leva ele até as dunas e coloca-o numa sombra.  O mar à vista.

         O jovem explorando o local vê um pequeno barco abandonado.   No lado do barco, o nome de Taímo, pai de Kindzu, o dos cadernos.

         Taímo no passado partiu para o mar à deriva, sem destino para se sepultar nas águas.

         Tuahir pediu para Muidinho coloca-lo no barco e solta-lo à deriva no mar.   Se findar no mar.

         Taímo, pai de Kindzu também é o nome da canoa com foi dito.

         Falta ler o último caderno de Kindzu e o menino que ler para Tuahir e este diz que é para o garoto ler sozinho o caderno final.

         O velho esperando a maré subir para ele se colocar na canoa e partir de vez.    “O mar está sossegado, nem parece que ali está a acontecer uma despedida.”

         O velho pergunta ao garoto se era verdade o que este linha lido, se não escondeu ou aumentou alguma coisa.   O garoto ficou surpreso e afirmou que nada alterou.

         Aí o velho mudou de ideia e resolveu ouvir a leitura do último caderno de Kindzu.    “Agora me comece a ler”.

         A maré sobe e carrega o barquinho com Tuahir.   “Começa então a viagem de Tuahir para um mar cheio de infinitas fantasias”.

         O último caderno de Kindzu      - As páginas da terra

         “Depois de Elzinha, nenhuma esperança me restava”  (de encontrar Gaspar, o jovem filho de Farida).     “Estava perdido o amor.   Farida não aceitaria a minha falta de promessa.”

         Antoninho, empregado de Assane, foi visitar Farida no navio naufragado.   Ela disse que iria com o barquinho dele, acender o farol que há tempos estava apagado.   Ela achava que se o farol voltasse a funcionar, outros navios viriam e ela conseguiria partir.

         Ela no farol e tudo lá explode – pela narrativa de Antoninho.

         Nesse episódio, Farida teria morrido.   Kindzu ficou em dúvida com esse relato do farol.   Farida era uma das duas gêmeas, das quais uma tinha que morrer para desfazer o feitiço.    A outra era a esposa do administrador.

         Kindzu desabafa:   “É isso que desejo:  me apagar, perder a voz, desexistir”.   Ainda bem que escrevi, passo por passo, esta viagem.   Assim escritas estas lembranças ficam presas no papel, bem longe de mim”.

         O feiticeiro e seu discurso a uma legião de seguidores desvalidos...  falando das guerras e suas consequências.   “Vós vos convertesteis em bichos, sem famílias, sem nação.   Porque esta guerra não foi para nos tirar do país, mas para tirar o país de dentro de nós”.  

         “Agora a arma é a nossa única alma”.      ...

         “E até os miseráveis serão donos do nosso medo, pois vivereis no reino da brutalidade.      ....”aceitemos morrer como gente que já não somos.   Deixai que morra o animal que esta guerra nos converteu”.

         Na mágica do feiticeiro, terminada a fala, colocou um líquido sobre cada um da multidão que o seguia e estes se transformaram em bichos.  Estes que partiram para o mato.

         Nesse ambiente surreal aparece Junhito (em sonho), que ficava no galinheiro para não ser requisitado para a guerra.   Ele foi cercado pelo povo e as autoridades.  Nisso Kindzu se viu com uma zagaia (um tipo de lança afiada) na mão e roupa de naparama.   (os que lutam por seu povo sofrido).

         “Me identifiquei: eu era um naparama!”     Nesse universo lúdico apareceu também a mãe de Kindzu e de Junhito com um filho pequeno no braço.    Logo que se viram, em seguida foram se esconder na mata e Kindzu ficou só.   Tudo poderia ser parte de uma magia, de um sonho.

         ... “a estrada me desencaminhou”.

         “O destino o que é senão um embriagado conduzido por um cego?”

 

         Fim                                         maio de 2023

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