capítulo 17/18
Viagem de volta dos USA
para Salvador
Entre os passageiros, um
grupo de idosos em excursão. Turma bastante
animada e até namoradeira. Uma delas,
lendo um livro de Jorge Amado e bateu papo com ele no percurso.
Na viagem, tentaram tirar
Jorge para dançar mas não teve jeito. “Ela
fez de tudo para dar umas rodopiadas com Jorge, sem conseguir. Jorge não sabe dançar e nem se esforça, o que
para mim que sou apaixonada pela dança, é uma falta grave”.
No Canal do Panamá, os
passageiros do navio tiveram uns dias para poder passear pelas redondezas. Zélia constatou que por lá havia casos de
pessoas que colocavam um aparelho na boca com o objetivo de emagrecer. O aparelho não permitia a mastigação e então
era só alimento líquido.
Nessa parada no Panamá
visitaram Cólon que tem zona franca.
Depois o navio fez escala em Cartagena das Índias na Colômbia. Nessa cidade, tiveram como anfitriões o
escritor Gabriel García Marquez e Mercedes.
Mês de maio de 1981.
No ano anterior teve a
semana da Bahia em Portugal. Agora, a
semana de Portugal na Bahia. Tempos do
governador ACM Antonio Carlos
Magalhães. O evento se chamou Festa do
Estoril na Bahia.
A empresa aérea TAP de
Portugal deu uma ajuda transportando os artistas convidados e os insumos para
os pratos típicos da culinária lusitana.
A TAP também trouxe o Grupo
de Folclore da TAP que fez apresentações no evento. Também houve uma exposição de trajes folclóricos
da região do Minho de Portugal no evento da Bahia.
Pessoas ilustres presentes
como Fernando Namora, a cantora de fado Amália Rodrigues. Ao todo, 83 personalidades das artes de
Portugal.
Amigos portugueses de
Jorge e Zélia, José Franco e Helena. O
casal admirou a areia branca e fina das praias da Bahia. Calor.
Perguntaram se por aqui não há inverno.
E completaram: “Então quando é
que deitam as batatas”? (época de plantar
as batatas). Resposta: Quando der vontade.
Eles concluíram: - Então não pode haver pobreza neste país.
Na semana de Portugal na
Bahia, num almoço na casa de Jorge Amado ...”quase duzentas pessoas que vieram
almoçar na nossa casa”. Almoço que
incluiu autoridades regionais como o governador da Bahia, prefeito da capital,
senadores e outros.
Até o então presidente de
Portugal, Mario Soares, que estava em missão no Brasil, conseguiu visitar o
evento e o almoço na casa de Jorge.
Acervo de Jorge Amado
cobiçado
Havia entre livros,
traduções para mais de 50 idiomas, reportagens, entrevistas e tudo o mais estocados
na casa de Jorge Amado. O primeiro
livro editado por ele foi O País do Carnaval.
A busca de um lugar para
preservar o acervo, catalogar tudo, fazer a manutenção adequada e permitir o
acesso ao público. Uma universidade
americana chegou a solicitar a guarda desse acervo, mas Jorge recusou porque
queria que isso ficasse acessível ao povo brasileiro, de preferência localizado
na Bahia.
Depois de alguma procura,
conseguiram um casarão no centro histórico, região do Pelourinho. (visitamos lá no ano de 2023).
Eram na verdade dois
casarões anexos e precisavam de reforma pesada e readequação para receber o
acervo. A construtora baiana Odebrecht
se encarregou de ceder e realizar a reforma.
O local foi inaugurado em 07-03-1987 pelo presidente José Sarney que
inclusive deu uma força para que esse espaço cultural fosse instalado.
Na inauguração houve
grande presença de convidados das artes, da política etc. “O último coronel do cacau Raimundo Sá
Barreto e esposa, vieram de Ilheus-BA para o evento”.
O almoço da inauguração
Após o evento inaugural,
Jorge e Zélia ofereceram em sua casa um almoço para em torno de 300 convidados,
incluindo José Sarney e esposa.
O almoço acabou
comportando quase 400 pessoas e conseguiram dar conta de toda a demanda.
Jorge não olhou para a
linha política dos políticos e convidou no critério da amizade. Lá estiveram políticos rivais e depois Jorge
foi elogiado pela façanha de reunir num mesmo local essa turma toda numa boa.
Continua no capítulo final
18/18 (postarei amanhã, segunda feira, 15-01-24)
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