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terça-feira, 1 de outubro de 2024

Capítulo final - Fichamento do livro O AVESSO DA PELE - Autor: JEFERSON TENÓRIO

 

Capítulo final        - setembro de 2024

 

         A Barca

         O professor já cansado de duas décadas dando aulas para alunos de periferia.  Pessoas que não se motivavam com as aulas.  Vários alunos negros em sala.

         O professor para chamar a atenção disse que presenciou dois crimes e que na próxima aula ninguém faltasse, pois ele iria trazer o criminoso para a aula.

         Trouxe o texto do livro Crime e Castigo (do autor Dostoyévski) cujo personagem  principal era o criminoso Raskólnikov.

         Foi lendo e fazendo gestos de ação e os alunos ficaram todos ligados na narrativa.   A prática deu tanto resultado que o professor continuou com a leitura do livro por várias aulas.

         A “barca” é a viatura policial na gíria das pessoas que vivem em Porto Alegre.

         Um  dos alunos se admirou porque o assassino do livro se arrependeu dos crimes.   O aluno diz:  “Lá na vila quando um cara mata para roubar, ninguém se arrepende”.

         Na região, o policial cujo amigo de farda foi abordado por um ladrão de celular, o ladrão após perceber que a vítima era policial, acabou atirando e matando a vítima.

         Os policiais do setor, num esforço enorme, buscam encontrar o assassino do colega.    “Ele, o policial, nunca pensa que vai morrer.   Na verdade ninguém ali pensa que vai morrer.  Eles acreditam que são imortais.  Porque, se eles não pensarem assim, não saem de casa”.  

         Rondas nas vilas dos pobres.

         “A cada hora que passava, a vontade de vingar a morte do colega cresce”.

         Na ronda noturna os policiais abordam o professor negro.    O professor não obedece aos comandos rudes dos policiais e estes dão vários tiros no professor.  Foi uma execução.

         O pai explicando ao filho de doze anos sobre a morte e o velório no caso de um parente.    “Mesmo que um amigo sinta uma dor maior, ninguém tem o direito de chorar mais do que os familiares do falecido”.

         “Minha mãe não quis ir ao seu enterro.   Preferiu ficar em casa.”

         Henrique era o professor que foi executado e Pedro, o filho dele que então era um jovem estudante.

         Pedro, tendo perdido o pai, estava no desalento.     Após almoçar com uma tia num restaurante onde conversaram sobre a vida, ela percebeu que ele estava desmotivado com os estudos.

         Foi então que minha tia pegou na minha mão e disse:   continue, querido, só isso.  Continue”.

         Sobre a memória do pai e o que os parentes narravam em recortes.

         “Prefiro uma realidade inventada, capaz de me por em pé.    Eu sei que essa história pode estar apenas na minha cabeça, mas é ela que me salva.”

         Sobre a trajetória e a morte do pai.   “Esta história é ainda a história de uma ferida aberta”.

         O jovem Pedro, antes da morte do pai, pretendia cursar arquitetura.

         O filho no IML Instituto Médico Legal vendo o corpo do pai.

         “A imagem de um pai falecido também nos mata um pouco”.

         O pai...    “Permaneceu.  Porto Alegre era um lugar que você construiu fora de si.   Você nunca esteve dentro dela”.

 

                   Fim da leitura dia 25-09-2024   em Curitiba PR

                   resenhaorlando@gmail.com       

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