capítulo 8
Cita o pastor Renato Cardoso, genro do poderoso Edir Macedo,
da Igreja Universal e da TV Record.
Este pastor editou um livro sobre o Apocalipse e depois veio uma novela
da Record com o mesmo nome. Em certa
cena, meteoros caem sobre Brasília e incendeiam os palácios dos três poderes.
Passa a ideia de castigo divino e de final dos tempos. “Essa
iminência do juízo final estimula um senso de urgência nos fieis e
intensifica o de missão para que os verdadeiros cristãos estejam crispados e em
‘batalha espiritual’ contra as forças do mal”.
Essa narrativa esteve bem presente nos bloqueios e nos
acampamentos da ultra direita e deu no que deu.
As distorções misturando política e fé...
...”como se quebrar vidraças, objetos, obras de arte e
moveis significasse quebrar o próprio modelo político tomado pelo Diabo”.
Muitos fanáticos do quebra-quebra (insurgentes) comparavam o
feito à Queda da Babilônia, que é uma passagem bíblica. Uma busca de adaptar mensagem bíblica à
invasão da Praça dos Três Poderes.
Os insurgentes, tendo sido derrotados e punidos viram isso
como um recado divino. “Daí que a
derrota deles no 8 de janeiro ... deu aos fieis um mau presságio: o de que Deus
poderia não estar do lado deles. Seu
messias (Jair) esteve ausente, permaneceu em silêncio, dando mínimos e incompreensíveis
sinais...”
Por fim o Bolsonaro abandonou o barco e foi para os USA e
deixou seus mais afoitos seguidores órfãos antes do embate dos insurgentes.
Antes do dia 8 de janeiro, Bolsonaro ausente, há a liderança
do General Heleno ... “extremista e
instigador de ódio a Lula e Alexandre de Moraes. Heleno cumpre muito dos requisitos
encontrados em Bolsonaro: também militar, pai de família, conservador e ‘cidadão
de bem’.”
Frase enigmática do Bolsonaro após a derrota nas urnas: “Nada está perdido”.
Derrotados, ante de serem presos, os insurgentes se
prostraram em orações tentando reverter a imagem de vândalos, de destruidores
etc.
Frustrados por perderem a batalha, pelo risco de serem presos
e ainda pela debandada do mito Bolsonaro na hora H.
Capítulo - Um Exército
de Brancaleone ou terroristas organizados?
Os insurgentes ficaram dois meses acampados em frente ao
quartel de Brasília. ...” a invasão
dos palácios em ataque de ato único, tem caráter rocambolesco e farsesco –
inverossímil, mas cuja trama urdida também nos quarteis, progressivamente é
revelada”. (página 109)
Só parecia improviso...
“A organização e logística dos insurgentes estão longe do mambembe
exército de Brancaleone, o que vimos foi um movimento organizado com estratégia
e táticas militares: caravanas de ônibus provenientes de diversas regiões do
país com infraestrutura alimentar e alojamento indicam claramente um método de
organização, financiamento e ação.”
(página 110)
Há publicação citada no livro atestando que três dias antes
da invasão havia artigos mostrando os trajes e métodos que usariam. Inclusive se enrolar na bandeira nacional
usando-a como escudo contra a repressão policial, isto porque uma lei de 1969
dava essa proteção.
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