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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Cap.12 (final) - fichamento do livro 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - autores - PEDRO FIORI ARANTES et alli (2024)

 capítulo 12 (final)             23-07-2025

 

         Os autores citam obra do pesquisador Theodor Adorno que descreve nos anos 50 o perfil de líderes fascistas.

         “Para Adorno, o líder fascista utiliza repetidamente técnicas...  anuncia a iminência de catástrofes...  adota a mentira e a distorção de forma planejada...  transforma a doutrina cristã em violência política...”

         ...

         “Também resta a alternativa de que Bolsonaro não seja esse líder poderoso e de perfil fascista, mas apenas um joguete nas mãos de militares, pastores, do agronegócio, mercado financeiro...”

         ... “Quem dá o sinal da troca de líder ou de pele é a aliança militares – pastores – empresários”.  (página 152)

         Pesquisador de Harvard Steven Levitski (do livro Como as Democracias Morrem) diz em entrevista que a ultra direita nos USA dependem mais de Trump do que a brasileira depende de Bolsonaro.

         “No Brasil há uma diversidade de forças, partidos e caciques da direita e extrema direita que diluem o poder de Bolsonaro – Por outro lado....   “A Ordem e o Capital seguem ganhando com Lula, afinal, ele está lá para barrar o fascismo e manter a confiança para os negócios, com algumas eventuais migalhas aos pobres”.

         Bolsonaro...  “Sua defesa pode alegar que no dia da insurreição ele estava fora do Brasil...”

         “Como já explicou o general-malandro Heleno:  Um golpe para ter totalmente sucesso, precisa de um líder principal, alguém que esteja disposto a assumir esse papel de liderar um golpe”.

           ... “Na hora h, todos os malandros recuaram e inclusive saíram do país...”   ...  Os manés  “estão pagando agora pelo recuo covarde e silencioso dos líderes”.

         Capítulo -  Punitivismo às Avessas

         ...”O sistema procura algum equilíbrio, reduzir tensões, dar anistia em troca de governabilidade, estabilizar e pacificar.”

         O sistema encara os manés...  “os manés seriam nóias, viciados em realidade paralela.”

         As penas pesadas (tipo 17 anos) podem ao invés de intimidar potenciais insurgências, deixar esse pessoal ver nos presos, mártires, assim se opor ao STF e se manterem radicais...

         “Fernanda Martins, diretora do Interlab, que monitora grupos extremistas nas rede (web) comenta...”Após a morte de um dos presos na Papuda, ele sendo diabético e mesmo tendo recebido os devidos cuidados médicos na prisão, veio a falecer na fase de preso aguardando o julgamento.  Para a direita ele é o primeiro “mártir” dos insurgentes.

         A turma da extrema direita que sempre criticou os defensores dos direitos humanos, agora vem com o discurso de requerer a defesa dos direitos humanos dos seus ativistas transgressores da lei.

         Os autores alertam que essas punições pesadas à ralé da extrema direita podem mais adiante serem usadas contra os movimentos sociais legítimos.

         ...”punições severas – todas elas aptas a criminalizar e condenar também revoltas e insurgências contra a opressão e a desigualdade social”.

         “as periferias, os sem teto, os sem-terra, os sem tudo não querem paz, mas transformação.  Quem quer a paz total e as multidões em casa é a Ordem e o Capital.”

         Os autores criticam o apoio da esquerda à lei aprovada que se torna a nova Lei Orgânica das PMs.   Na visão destes, inclusive no aspecto político, esta lei dá mais poder às PMs, inclusive no aspecto político e deixa as corporações mais fortes do que no tempo da ditadura militar.

         Capítulo – Emancipação Multitudinária

         Os autores olhando para o futuro e supondo insurgências na luta por direitos...   “Para além do 8/1 a Ordem vê na multidão sempre uma ameaça, pois é desestabilizadora e questiona estruturas do poder...”

         Capítulo – Pós – escrito

         Quando os autores estavam já para entregar o livro para a gráfica em fevereiro de 2024, o STF, após decisão do PGR Procurador Geral da República, Gonet, acionou a Polícia Federal para fazer buscas nos endereços dos militares de alta patente.  Então a novidade é que os peixes graúdos começam a ser acessados pela lei.

         Certos militares ou as Forças Armadas apoiando o golpe?

         Múcio, o atual Ministro da Defesa diz que certos  militares eram pelo golpe, mas não a instituição militar, as Forças Armadas.

         “A punição de Moraes dá margem a essa interpretação.  Nela há somente a distinção entre o grupo criminoso e as instituições militares.

         “Segundo o inquérito, o comandante do Exército, General Freire Gomes é quem estava impondo maiores limites aos golpistas”.   Em registros no inquérito...  “está dificultando a vida do presidente Bolsonaro ao se colocar contra o golpe.    “É chamado de cagão pelo General Braga Neto.  (há áudios provando isso)

         ...”Supostamente o único comandante apoiando a iniciativa era o da Marinha, o Almirante Garnier, golpista notório elogiado nas mensagens entre os golpistas”.

         Por outro lado, no caso do Freire Gomes...   “O próprio ‘legalista’ Freire Gomes era um defensor dos acampamentos... e barrou o desmonte do aquartelamento em Brasilia”.

         A ala dos endinheirados depois de ver os absurdos do governo Bolsonaro resolve se distanciar dele e apostar em Lula com Alkmin como vice.   “Com a eleição Lula e Alkmin, a Ordem já reconstruía uma normalidade política e de negócios a seu favor...”

         ...”a Pax Lulista 3.0 e seu regime de conciliação de classes pró mercado”.   

“A aventura como pária internacional, aberração sanitária, ambientalmente criminosa e progressivamente mafiosa, miliciana e militarista não seria saudável aos negócios a médio prazo...”

“A direita dita moderada, liberal, supostamente democrática, quer enfiar o gênio de volta na lâmpada, quer fechar a caixa de Pandora que ela mesmo abriu depois de 2014”.

O juiz Alexandre de Moraes que tem um currículo bem conservador, acabou sendo o baluarte da Democracia nos episódios recentes.

Pesquisa Alfa Intel realizada entre 8 e 9/2/24  .... entre eleitores de Bolsonaro só 2 a 3% acreditam que ele planejou o golpe.  Entre os eleitores lulistas, 86% acreditam que Bolsonaro planejou o golpe...”

         “E 99% dos bolsonaristas acreditam (fevereiro/2024) que ele está sendo perseguido injustamente”.

         “Por fim, 84% dos bolsonaristas consideram que vivemos uma ditadura, a ditadura do judiciário e 94% declaram que continuam apoiando Bolsonaro venha o que vier”.   (base fevereiro de 2024)

         “São números típicos do fanatismo messiânico ao líder populista/fascista”.

Os desafios de termos desde longa data um país com grande injustiça social ainda continuam.    Frase final do livro:

“Derrotar (temporariamente) o bolsonarismo foi só o primeiro round.  E agora?                             FIM.         Fim da leitura em 17-07-2025

(por motivo de viagem não pude postar antes este capítulo mais longo que fecha o tema).     Gratidão sempre aos que prestigiam estes resumões.

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Cap. 11/12 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et atti - ano 2024

 capítulo 11 de 12                julho de 2025

 

         “A adesão a essas narrativas às vezes produz ou alimenta uma desconfiança em fontes de informação tradicionais e um afastamento da realidade objetiva”.

         Página 138 -   Caso do réu paranaense Mateus Lázaro, negro, evangélico, 23 anos de idade, esposa grávida do primeiro filho.   Trabalhador.  Participou do 8/1 e pegou 17 anos de cadeia.   Já preso e condenado, escreveu à esposa que a luta dele é do bem contra o mal.  

         Nos USA, o episódio da invasão do Congresso resultou em penas mais brandas do que as nossas, cada país com sua legislação.   O presidente Trump também está sendo processado por aquele episódio.

         Analisados e documentados os casos, os autores aqui citam as deficiências dos advogados dos manés.     ...”o que facilita o trabalho da acusação e o punitivismo da Corte.   Eles perderam prazos para apresentar documentos e os recursos foram ineptos nas argumentações, choraram em plenário, adotaram questionamentos improdutivos”.

         Um dos advogados virou piada nacional, Henry Kattwinkel, que confundiu o livro O Príncipe, da autoria de Maquiavel com O Pequeno Príncipe de autoria de Saint-Exupéry.     (li esses dois livros há tempos).

         Esse advogado foi mais longe nas falas no STF.  Chamou o governador do tempo do Império Romano de Afonso Pilatos para se referir a Pôncio Pilatos.   (página 142).

         Capítulo -  Generais não cometem crimes

         Título irônico em um artigo de jornal de autoria de Conrado Hubner Mendes.   (Folha de SP de 25-10-23)

         General Heleno...    Já no tempo da ditadura militar, foi ajudante de ordem do General Sylvio Frota.   Eram da linha dura do regime e contra a redemocratização.

         Heleno no comando das tropas em missão da ONU no Haiti no período 2004/2005, quando comandou a operação no bairro chamado Cité Soleil na capital Porto Príncipe.    ...”que segundo relatos, resultou na morte de 60 a 70 civis, incluindo mulheres e crianças”.   (página 144)

         No relado dos militares, citam seis mortes mas investigações baseadas em documentos da ONU mostraram que o número era muito maior.   O evento foi classificado como “massacre”.   Heleno no comando das tropas deu ordem para seus soldados atirarem até nas pessoas que acudiam os feridos e tentavam resgatar os mortos. 

         Esse episódio resultou no afastamento dele naquela missão da ONU.

         Nos processos sobre o 8/1, o General Heleno negou tudo o que pode em juízo.   Mesmo havendo documentos provando em contrário às posições dele.

         Na CPMI no Congresso Nacional, Heleno falou muita barbaridade e fez inclusive defesa da ditadura militar, o que irritou muito os congressistas.

         Página 148 de 170.    “As escolas militares são fábricas de negacionismo e desinformação sobre a história brasileira, produtora de realidades fantasiosas, subserviência aos USA...”

         Se passaram quatro décadas desde o fim da ditadura militar (1985) e até hoje não conseguimos levar os militares golpistas aos tribunais.    A impunidade gera novas chances deles tentarem novos ataques à democracia.

         Capítulo -  Chegará a hora dele?

         Bolsonaro ainda no governo fez cara de paisagem para os acampamentos em frente ao quartel de Brasília, mesmo este usando faixas pedindo “intervenção militar com Bolsonaro no poder”.

         Os autores citam uma série de potenciais crimes praticados por Bolsonaro e que estão em fase de julgamento.  (página 150)

          Os autores citam obra do pesquisador Theodor Adorno que descreve nos anos 50 o perfil de líderes fascistas.

                  

                   Continua no capítulo 12 (final)

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Cap. 9/12 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli - 2024

 capítulo 9.                        julho de 2025

 

         No dia da insurgência a polícia escoltou os manifestantes até os palácios e nada fez para evitar o quebra quebra que durou cerca de quatro horas.    Depois de duas horas da invasão a polícia começou a agir.

         “Só depois de duas horas de destruição foram iniciadas as movimentações da PM que resultaram em apenas seis feridos entre os manifestantes (estimados em 2.000) e surpreendentes 44 feridos entre os policiais.”

         Quando houve no passado manifestações da esquerda quase não havia feridos entre os policiais que atuavam na repressão, mas havia feridos entre os manifestantes por conta da ação policial.

         Os manifestantes e a camiseta da Seleção Brasileira – CBF que na crítica do jornalista esportivo Juca Kfouri é a Casa Bandida do Futebol.

...     

“A presença ou não de Bolsonaro no cenário eleitoral não significa  derrota da extrema direita: pelo contrário, armou-se a bomba relógio nas últimas décadas, e não somente nos anos bolsonaristas...”

         ...   “poder crescente dos evangélicos na vida cotidiana e mental de parcelas importantes da sociedade”.    (frase do Antropólogo Spyer em livro de 2020).

         Página 119 -   Capítulo -  Depois de janeiro, a paz será total?

         Há citação do protesto aos berros do insurgente, coronel da reserva Adriano Testoni que gravou vídeo com xingamentos contra as Forças Armadas por não terem entrado em cena dando o golpe.   O coronel responde processo por conta dessa descompostura.

         Em 40 ônibus, os detentos da insurgência foram encaminhados para presídios.   Eles na Papuda e elas na Colmeia.   Nessa fase da prisão preventiva eram em torno de duas mil pessoas.   Destes, logo em seguida, 684 foram liberados para responder em liberdade os respectivos processos.  Estes por questões humanitárias como idosos, pessoas com enfermidades, pais com filhos pequenos etc.

         Os presos reclamavam de tudo na prisão, até da falta de wi fi.

         Um deles virou piada ao dizer ao juiz:  “fui preso contra a minha vontade”.  Ao que o juiz respondeu:  “Não sei se o senhor sabe, ma é assim que a prisão funciona”.

         A direita e seu chavão de bandido bom é bandido preso passa a ser agora um constrangimento para ela própria.   “O que fazer agora...  quando os heróis do povo passam a ser vistos como vilões e depredadores do bem público?”

         “Os patriotas, agora patriotários, foram abandonados pelos líderes, pelo messias e generais...”.     “Quem fez quem de Mané?

         ...”Quem de fato era o diretor daquele teatro de fúria consentida?”

         Os insurgentes, fracassados passaram a atacar as forças armadas como traidoras deles mas pouparam o Bolsonaro que na hora H os deixou na mão.

         Na página 123 os autores fazem uma avaliação do cenário nacional ao que me parece depois de impactado com o avanço da direita após a deposição da Dilma, quando vieram governos de direita com Temer e Bolsonaro.

         Segue o livro:   “Nossa economia não agrega quase nenhum valor às cadeias produtivas mundiais e não emprega mais, com mobilidade social decrescente...”      

         “Uma sociedade enfim, produtora de medo e violência cujos membros nunca viveram situações tão desiguais e interesses tão conflitantes”.

         Página 124 (das 170) -  “A esquerda radical – insurgente foi esmagada e isolada pela própria esquerda da ordem, pela mídia e pelas forças conservadoras”.

         (na minha modesta opinião de leitor, vejo que o Congresso é majoritário de centro, direita e ultra direita e assim há bem pouco espaço para a esquerda no Executivo governar como tem potencial.  Sem apoio no Congresso, o Executivo fica no pragmatismo, digamos, de conseguir para o povo o máximo que pode com o limitado poder que tem).

         P. 126 -  “Os vitoriosos do 8 de janeiro ao final, não foram o governo Lula, as forças populares ou a nossa precária e limitada democracia, mas os donos do poder e do dinheiro, que mais uma vez impõem a agenda sem oposição, chantageiam e transferem à esquerda o custo de manter tudo como está”.

         ...”A direita radical, mesmo amalucada, mobiliza mentes e corações e age de forma ousada para transformar a história a seu favor, mantendo, é claro, a ordem desigual”.

                                               Segue no capítulo 10

terça-feira, 8 de julho de 2025

Cap. 8 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli - 2024

 capítulo 8                 

 

         Cita o pastor Renato Cardoso, genro do poderoso Edir Macedo, da Igreja Universal e da TV Record.    Este pastor editou um livro sobre o Apocalipse e depois veio uma novela da Record com o mesmo nome.   Em certa cena, meteoros caem sobre Brasília e incendeiam os palácios dos três poderes.

         Passa a ideia de castigo divino e de final dos tempos.    “Essa  iminência do juízo final estimula um senso de urgência nos fieis e intensifica o de missão para que os verdadeiros cristãos estejam crispados e em ‘batalha espiritual’ contra as forças do mal”.

         Essa narrativa esteve bem presente nos bloqueios e nos acampamentos da ultra direita e deu no que deu.

         As distorções misturando política e fé...

         ...”como se quebrar vidraças, objetos, obras de arte e moveis significasse quebrar o próprio modelo político tomado pelo Diabo”.

         Muitos fanáticos do quebra-quebra (insurgentes) comparavam o feito à Queda da Babilônia, que é uma passagem bíblica.   Uma busca de adaptar mensagem bíblica à invasão da Praça dos Três Poderes.

         Os insurgentes, tendo sido derrotados e punidos viram isso como um recado divino.  “Daí que a derrota deles no 8 de janeiro ... deu aos fieis um mau presságio: o de que Deus poderia não estar do lado deles.  Seu messias (Jair) esteve ausente, permaneceu em silêncio, dando mínimos e incompreensíveis sinais...”

         Por fim o Bolsonaro abandonou o barco e foi para os USA e deixou seus mais afoitos seguidores órfãos antes do embate dos insurgentes.

         Antes do dia 8 de janeiro, Bolsonaro ausente, há a liderança do General Heleno ...  “extremista e instigador de ódio a Lula e Alexandre de Moraes.    Heleno cumpre muito dos requisitos encontrados em Bolsonaro: também militar, pai de família, conservador e ‘cidadão de bem’.”

         Frase enigmática do Bolsonaro após a derrota nas urnas:   “Nada está perdido”.

         Derrotados, ante de serem presos, os insurgentes se prostraram em orações tentando reverter a imagem de vândalos, de destruidores etc.

         Frustrados por perderem a batalha, pelo risco de serem presos e ainda pela debandada do mito Bolsonaro na hora H.

         Capítulo -  Um Exército de Brancaleone ou terroristas organizados?

         Os insurgentes ficaram dois meses acampados em frente ao quartel de Brasília.     ...” a invasão dos palácios em ataque de ato único, tem caráter rocambolesco e farsesco – inverossímil, mas cuja trama urdida também nos quarteis, progressivamente é revelada”.   (página 109)

         Só parecia improviso...    “A organização e logística dos insurgentes estão longe do mambembe exército de Brancaleone, o que vimos foi um movimento organizado com estratégia e táticas militares: caravanas de ônibus provenientes de diversas regiões do país com infraestrutura alimentar e alojamento indicam claramente um método de organização, financiamento e ação.”  (página 110)

         Há publicação citada no livro atestando que três dias antes da invasão havia artigos mostrando os trajes e métodos que usariam.  Inclusive se enrolar na bandeira nacional usando-a como escudo contra a repressão policial, isto porque uma lei de 1969 dava essa proteção.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Cap. 7/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - autores - PEDRO FIORI ARANTES et alli (2024)

 capítulo  7

 

         No dia da posse do Lula ele sobe a rampa do Planalto acompanhado de representantes das minorias e recebe a faixa presidencial das mãos de uma senhora negra que trabalha junto aos catadores de recicláveis.

         Essa forma de Lula subir a rampa foi inusitada e teve grande cobertura da mídia nacional e internacional.

         Duas pesquisas de opinião mostraram a elevada reprovação do povo ao quebra-quebra do 8/1/23.   Pesquisas feitas dois dias depois do ocorrido.

         O resultado foi reprovação de 76% em uma e 93% em outra.   Ou seja, aqui se inclui a maioria dos que votaram no Bolsonaro nesta eleição. 

         Capítulo -  A direita se vê no espelho trincado.   Cidadão de bem vandaliza? (página 85)

         Após perder a eleição, só no dia 1/11/22 que Bolsonaro veio a público se manifestar e apoiar os que bloqueavam as estradas e acampavam em frente aos quarteis.    Ele usou o argumento de que o processo eleitoral foi uma fraude.   Assim ele animou os manifestantes a continuarem ainda de forma mais acirrada nos bloqueios de rodovias e nos acampamentos.

         No resumo a coisa ficou assim:   a direita que se postava como composta de cidadãos de bem e que sempre acusava a esquerda de baderneiros, agora promove uma baderna sem precedentes e ficam com a imagem chamuscada, no mínimo, pelo povo brasileiro.

         A elite econômica do Brasil após o quebra-quebra ficou embaraçada entre apoiar a direita que causou tudo aquilo ou se afastar do bolsonarismo.

         .... (página 89)

         Como demonstrou o Florestan Fernandes, “historicamente a burguesia nacional articula-se internamente com setores arcaicos, reprime os de baixo e, externamente, submete-se ao imperialismo em servidão voluntária”

         “Aceita facilmente vias autoritárias, intolerância política e ditaduras preventivas”.

         Os do capital “agem no bastidor.   No front agem através dos Ms:  Militares, Milícias, Máfias, Malandros e Manés.”

         Capítulo – Mané e malandro no espelho da (des)ordem

         “Na véspera do 8/1/23, mais de uma centena de ônibus de vários estados do Brasil, patrocinados por indivíduos, empresas ligadas ao agronegócio e igrejas evangélicas, chegavam a Brasília e mantinham contato com o QG Quartel General da rebelião:   o enorme acampamento diante do Quartel de Brasilia.

         Os próprios acampados fizeram o quebra-quebra e produziram filmagem com celular e postaram nas redes sociais.   Produziram provas contra si mesmos.   Achavam que conquistariam o golpe e não seriam punidos.

         Depois de invadirem os Palácios, os acampados ficaram na praça dos três Poderes esperando o que seria o segundo lance na forma da entrada dos militares em ação, concretizando o golpe.   Se isso se consumasse, os manés passariam a ser os malandros, os espertos.

         “Malandro é malandro, mané é mané...    (já dizia um samba do Bezerra da Silva).

         ... “Afinal o bolsonarismo também criou o herói da incorreção política, o hero      i malandro, bombado, tóxico, trollador, xingador, miliciano, conspirador, escroque, sonegador e contrabandista”.

         ...”a defesa da ordem e da hierarquia sociais representa a naturalização da desigualdade social.   Qualquer projeto minimamente reformista logo é acusado de desestabilizador”.

         Página 97 (de 170)

         Capítulo – A Queda da Babilônia e a destruição do Brasil-Gomorra

         Os acampados tinham até uma artista plástica que pintava quadros com os temas deles.  Era a bailarina pintora Lucimary Billhardt.

         Os da extrema direita misturam política com religião e colocam os males que nos afetam como castigo divino e acenam com passagens do Apocalipse.

         Nisso, colocam todos os males do país como castigos pelas ações das pessoas do mal que são os adversários das ideias deles.

 

                   Continua no capítulo 8                     (gratidão aos leitores)

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Cap.6/10 - fichamento do livro : 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli. (2024)

  capitulo 6/10                             julho de 2025    (grato aos leitores)

 

         A diferença entre os invasores do Capitólio (Congresso dos USA) e os invasores daqui do Brasil é que aqui teve o “dedo” dos militares “como alertou Piero Leirner.”  Piero é Antropólogo Doutor na área e professor da UFSCar Universidade Federal de São Carlos – SP.   Estudou o Exército por duas décadas e escreveu livro sobre o tema.

         (Li do Piero Leirner o livro O Brasil no Espectro de uma guerra híbrida).    Contém muitos esclarecimentos com bases documentais sobre o tema.

         Volta ao livro da pauta:   “Até certo ponto, os Manés foram também marionetes de alas do Exército que estimularam sua revolta nas ruas”.

         “O planejamento do golpe ou autogolpe já estava em andamento desde 2018,   Foram quatro anos de ataques sistemáticos às instituições para desestabilizar a democracia e criar um clima de paranoia, revolta e insurgência de massas.  Governo e parcela significativa dos militares, incluindo generais, autorizavam e insuflavam as ações das ruas no sete de setembro e depois, na escalada de 2022 que levou ao 8 de janeiro de 2023.”

         São citados no livro  (página 79) provas em vídeos nos quais o guru Olavo de Carvalho orientava e animava o povo a insurgir, cercar palácios e provocar um estado de sítio ou uma GLO Garantia da Lei e da Ordem, a ser executada por militares.   Assim instituíam um regime de força, acabando com a democracia.   

         Os autores citam mais um trechinho do livro do Piero Leirner:   ...”explica que associação e indefinição entre os meios militares e não militares, e sua particular combinação entre política, ideologia e operações bélicas vem sendo estudadas há décadas pelas Forças Armadas do Brasil com inspiração em métodos do exterior, com destaque para a França.”

         ...”O agora conhecido Coronel Laward, supervisor do Programa Estratégico ASTROS, do Escritório de Projetos do Exército brasileiro, em comunicação com Mauro Cid (ajudante de ordens do Bolsonaro), reclama que o alto comando não estava fazendo nada para ‘salvar’ o país, agora entregue ‘aos bandidos’ e conclui:   então ferrou, vai ter que ser pelo povo mesmo”.      Falas que constam da CPI de 27-06-2023.   (pág. 77)

         Os militares não se opuseram aos acampamentos dos golpistas e trocavam ideias com os chamados “kids pretos”, este que é o apelido das forças especiais do Exército altamente treinadas, entre outras técnicas, em ações de sabotagem e incentivo à insurgência popular, as chamadas operações de guerra irregular.”   (cita fontes de cada passagem como esta).

         Capítulo -   Uma imagem insuportável  -  Lula sobe a rampa.

         A direita não se conforma com a derrota nas urnas.  Bolsonaro declarou que não entregaria a faixa ao sucessor e viajou para os USA na época da posse do Lula.

         Perguntado se o Lula subiria a rampa do Planalto, o General Heleno respondeu que não.  Não subiria.

         Imputaram tantas narrativas fantasiosas contra o Lula, demonizando-o.   Até o fato de ele ter nove dedos (perdeu um no torno num acidente do trabalho numa metalúrgica).

         ...”O efeito da recusa do resultado das eleições é central.  Tal nível de negação vinha sendo preparado havia anos, com ataque às urnas, ao STF e ao TSE Tribunal Superior Eleitoral.   Resultou no processo que tornou o Bolsonaro inelegível por oito anos no julgamento de 30-06-2023.

         90,1% dos manifestantes da extrema direita acreditavam que houve fraude na eleição ganha por Lula.

         “É o mecanismo freudiano da ‘denegação’, ou autodefesa do indivíduo que, mesmo ciente do resultado, decide agir como se ele não tivesse ocorrido”.

         “Daí o caminho para a dissonância cognitiva que leva o bolsonarista a fechar-se no seu círculo de crenças e pseudoverdades para não ampliar o sofrimento da confrontação com a realidade”.

 

         Continua no capítulo  7

domingo, 29 de junho de 2025

Cap.5/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli

 capítulo 5/10                    junho de 2025     2025

 

         A extrema direita, não  conseguindo todos os objetivos,  ...”criou circuitos paralelos de comunicação e (des)informação, fermentando grupos vociferantes, conspiracionistas e delirantes”.

         Logo desandou para o quebra-quebra do dia 8/01/2023.

         Olavo de Carvalho, o guru e mentor da direita radical morreu  de covid-19 em janeiro de 2022.   Não chegou a ver o estrago feito na invasão dos Palácios em Brasília na tentativa de golpe.    Olavo era um ferrenho crítico das vacinas.

         Capítulo – Não vai ter golpe.       Os radicais da direita sequestrando para si táticas e repertório da esquerda.

         A esquerda encarou o impeachment da Dilma como um golpe inclusive por não ter fundamentos jurídicos nos motivos alegados para tirarem ela do poder.   Tanto ela não cometeu crime no mandato que não conseguiram retirar os direitos políticos dela.

         ...”ela acabou sendo absolvida das alegadas pedaladas fiscais em agosto de 2023”.   (pg. 62)

         Em 2019 na guerra de narrativas puxada pela direita tendo à frente o MBL Movimento Brasil Livre liderado pelo jovem Kim Kataguiri, movimento colocado na mídia como o lado do bem e o pessoal da esquerda como o mal.

         O MBL chegou a fazer uma marcha de São Paulo a Brasilia para lá entrar solene no Congresso com assinaturas coletadas e pedido de impeachment da presidente Dilma.

         Nesse gesto da marcha, de propósito copiaram alguns elementos do MST de marchar a Brasília com pautas para reivindicar junto ao Governo.  

         ... MBL na marcha...  “feita por uma trupe mambembe, sem multidões, sem base popular”.

         O acampamento dos 300, onde uma das líderes era a Sara Winter  (Sara Giacomini).  Ela era ex integrante de um grupo da Europa chamado grupo FEMEM de ultra direita.    Ela e seu grupo era ferrenha defensora de Bolsonaro.     Foi inclusive assessora da então Ministra Damares Alves, até que se desentendeu com a deputada bolsonarista Carla Zambelli e deixou o cargo.

         O grupo dos 300 tinha inspiração no grupo dos 300 de Esparta que guerreava com um exército muito grande de Leônidas, nos tempos remotos.

         O filme baseado no caso dessa guerra contra os poderosos Persas virou ícone da direita radical.   Rodou o mundo e foi criticado por ter estética fascista.

         O grupo dos 300 da Sara também se dizia inspirado no Gideão do Velho Testamento e o confronto militar de poucos do Gideão com apoio divino contra exército muito maior.

         Neste livro os autores citam que a Sara Winter era uma ex prostituta na Europa que já em 2014 andou inclusive pela Ucrânia e tinha relação com grupos neonazistas daquele país.    Depois veio liderar o grupo de direita aqui no Brasil que desaguou nos protestos, marcha, acampamento e no 8/1.

         Antes o MBL liderado pelos jovens radicais de direita agitaram e usaram bastante as redes sociais.    Já o grupo da Sara Winter deu um passo à frente tendo feito treinamento militar, aulas on line com as ideias de Olavo de Carvalho e tinham armas.     Numa ocasião, fizeram um foguetório sobre o STF Supremo Tribunal Federal num ato de hostilidade ao STF e às instituições.

         Em 2022, o STF conseguiu que fossem enquadrados os agressores e Sara foi presa por algum tempo e depois liberada com tornozeleira eletrônica.

         Ela em seguida foi mãe e se mudou para o México e não chegou a participar da campanha para a eleição de 2022.

         Capítulo -  Ataque ao Capitólio nos USA – O roteiro importado (e superado).

         A invasão ao Capitólio que abriga o Congresso americano foi feita no dia 6 de janeiro de 2021.    ...  “foi uma insurreição de massa de partidários de Donald Trump que perdeu a eleição para Joe Biden.”.

         Invadiram o Congresso, os da ultra direita.   Visavam impedir que o Congresso emitisse a Certificação da vitória de Joe Biden.

         “Saldo da invasão:  5 mortos, 140 policiais feridos, 700 condenados por invasão, agressão e conspiração...”    Ainda corre processo nos USA para punir os financiadores e instigadores da invasão.

         No caso da invasão do Capitólio havia uma mistura de política com religião.  Pentecostais e neopentecostais ajudaram a criar narrativas de cunho messiânico que indicavam que o ungido para o cargo era o Trump, deixando de lado o fato consumado de que o vencedor da eleição foi o Joe Biden.

        

         Continua no                          capitulo 6/10

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Cap. 3/10 - fichamento do livro - 8/1 A REBELIÃO DOS MANÉS - coautores - PEDRO FIORI ARANTES et alli (2024)

 capítulo 3/10                        junho de 2025

             ( autor Pedro Fiori Arantes é Professor da UNIFESP - Campus Guarulhos SP)

         Já em 2018 o Eduardo Bolsonaro na bravata já falava em fechar o STF "com um jipe, um soldado e um cabo".     Ameaçava uma Ditadura.

         O povo viu tanto pela mídia os votos dos ministros do STF que ficou conhecendo mais o nome dos ministros do que os dos jogadores da nossa seleção de futebol.

         O PT no governo ficou encurralado nesse embate que ficou mais entre a direita raivosa e o Supremo – STF.

         “O Supremo ficou como o último baluarte do Estado de Direito no caso”.    Só que esse protagonismo do STF nas crises de 2013 para cá marcou posições muito controversas como nos casos:  Em 2014, o alinhamento em muitas posições da Lava Jato.     Também sobre admitir prisão em segunda instância que não tem respaldo constitucional.    Mais as ratificações das delações premiadas.    Soma-se a restrição do foro privilegiado em certos casos para políticos.

         Homologações das delações como o da Odebrecht.   Aplicação da teoria do domínio do fato.   Se alguém da hierarquia cometeu delito, o chefe máximo também é solidário no delito (mesmo que por delegação o subalterno agiu sem o conhecimento do chefe).   Para punir líder do PT.    Essa teoria foi escavada no passado da Alemanha e quase nunca tinha sido colocada em prática.

         Ainda exemplo sobre passar por cima das leis.    Cita o presidente de Israel Benjamin Netanyahu que, mesmo com ampla oposição das ruas, conseguiu aprovar uma lei que permite à maioria do Congresso reverter decisões da Suprema Corte.   (O que fere a Democracia).

         Os autores do livro Como as Democracias Morrem, da autoria de dois Professores da Universidade de Harvard já alertavam sobre essa prática.  (eu li e resenhei também este livro fundamental):   “...que o ataque ao Judiciário costuma ser o primeiro passo dos autocratas para se perpetuar no poder.”.

         Sobre os acampados de Brasilia que depois invadiram a Praça dos três poderes:  Havia lá um chamado “Grupo Selva” entre os acampados e o nome se liga a uma frase de um grito rebelde de militares.

         Os acampados criaram nas vésperas do 8 de janeiro uma senha para o que viria a ser o quebra-quebra (buscando conseguirem a GLO e um golpe militar).  A senha era Festa da Selma para disfarçar Selva.

         Página 47 – Capítulo:   História e Imaginário da tomada de poder

         Os autores citam casos de revoluções onde o povo oprimido toma o poder dos representantes dos abastados.   Isto no caso da Revolução Francesa (1789), Revolução Russa (1917), Revolução Cubana (1959).    Contrariamente, no caso do 8 de janeiro era a direita radical que tem ligação com o capital e as elites que teria insuflado os acampados.

         A fotografia documentando revoluções

         “Nas imagens, a revolução não é abstrata, mas material, não é um mero conceito, mas o retrato da ação das massas alterando seu destino”.

         ...”Susan Sontag no livro Sobre Fotografia (1977)...  “A fotografia não é apenas uma representação passiva da realidade mas interpretação ativa, que seleciona e interpreta o mundo”.    “Ela pode distorcer, omitir e ficcionar a realidade, ainda que pareça seu registro fiel”.

         Eu, leitor, destaco algo que me parece tanger essa colocação da Sontag:

         Um exemplo recente nas passeatas em tempo de eleição no Brasil.  Direita e Esquerda se alternando em passeatas.   Alguém interessado em mostrar pouca adesão, ia e fotografava o evento na fase em que estava no apronto antes de começar a passeata em si e aparentava pouca gente.     Em situação contrária, uns pegavam foto de uma passeata da sua turma e maquiava a multidão de forma a parecer que esta era muito maior.   Tornam assim a foto um embuste.

        

         Continua no capítulo 4 de 10 previstos.     (grato aos leitores.   Se puderem replicar, sempre é interessante).

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Cap.2/10 - fichamento do livro 8/1 A Rebelião dos Manés - Coautores - PEDRO FIORI ARANTES E OUTROS - 1ª edição 2024

 ... uma legião de "Guerreiros prontos para a morte pelo Capitão"

        Convite ao "estranhamento" do 8 de janeiro.

        Na ditadura militar, nunca a esquerda cogitou sequer atacar os Palácios de Brasilia, sede do poder.

        Houve passeatas de diversos grupos populares em Brasília em eventos anteriores, mas nunca atacaram Palácios.     ..."sempre respeitaram a intocabilidade de Brasília".

        Qualquer "marcha" para Brasília é facilmente detectável e controlável pelo poder constituído.    Até pelos deslocamentos que as pessoas tem que fazer para chegar ao centro do Brasil.

        Houve algumas "ocupações" do Congresso em ocasiões em que grupos buscavam resguardar interesses em votações.

        "Ocupações temáticas, mais ou menos violentas, ocorreram em votações por garantia de direitos ou contra a supressão de direitos".

        Máscaras dos Anonymous (inspiradas em Guy Fawkes) apareceram em manifestações.

        No governo Temer, houve protesto em Brasília e ele decretou GLO Garantia da Lei e da Ordem, acionando o Exército.   Houve então forte reação por conta do exagero da medida e no dia seguinte, o Temer revogou a GLO.

        A Constituição em seu artigo 142 prevê GLO ..."mas estabelece que o papel das Forças Armadas como garantidor dos poderes Constitucionais.  Isto não significa  que autoriza as FFAA a arbitrar conflitos entre poderes como poder moderador".

        Desde a proclamação da república, temos longo histórico de dez golpes e intentonas (tentativas de golpes) militares no Brasil.

        "a convocação de uma GLO em Brasília em meio a uma rebelião pode levar a uma ruptura da ordem democrática e não à sua garantia".

        No 8/1 os manifestantes tinham a intenção de provocar uma GLO para os militares tomarem o poder.   Queriam uma Ditadura.

        O jurista conservador Ivens Gandra era um incentivador da GLO no caso do 8/1.

        "Sobre a invasão e depredações nos palácios no 8/1:  A autoria foi dos autodenominados 'patriotas', 'cristãos' e 'cidadãos de bem' ".

        "No caso do 8/1 normalizado pela mídia como atos antidemocráticos ou atos golpistas, utilizaremos diferentes termos conforme o ponto em discussão mas consideramos mais correta a definição como rebelião e insurreição".

        Na nota de rodapé:  "Lembramos que o impeachment da Dilma não foi só resultado da voz das ruas, mas uma confabulação que envolveu Parlamento, Judiciário, grande mídia e interesses do capital".

        Recordando:  (página 36) -  "A ascensão do fascismo, do nazismo e das ditaduras sul-americanas sempre recebeu o apoio dos principais capitalistas e das máfias locais".

        Capítulo - Os cidadãos de bem em fúria

        A direita se tornou insurgente?

        "Desde novembro de 2022, parcela dos 'patriotas' se apresenta como 'manés da revolta' contra o STF e o TSE Tribunal Superior Eleitoral.

        Conjurados...  Essa do mané foi depois do episódio no exterior quando um bolsonarista irritou na entrada do Hotel onde o Ministro Barroso do STF estava chegando e foi abordado aos gritos pelo bolsonarista que estava num grupinho para hostilizar o ministro.    Este se irritou e soltou a frase:    "Perdeu, mané.  Não amola".

        Essa frase causou grande ressentimento nos fanáticos da direita.   Os revoltosos inclusive picharam a estátua da Deusa da Justiça em frente ao Palácio com os dizeres:  "Perdeu, Mané".    O caso repercutiu muito e a autora do ato respondeu processo.

        Os  revoltosos do 8/1 imputavam à Justiça (TSE e STF) a derrota deles nas urnas.   Na época da eleição de 2022, o STF já havia aberto inquéritos contra o chamado Gabinete do Ódio e as mídias digitais.   Estes que espalhavam em massa, materiais antidemocráticos nas redes sociais.

        O poder Judiciário era o poder que agiu com mais vigor contra os atos ilegais e antidemocráticos.   A ira da direita cria a frase:  "Supremo é o povo e não o Tribunal".

        Já em 2018 o Eduardo Bolsonaro na bravata já falava em fechar o STF "com um jipe, um soldado e um cabo".     Ameaçava uma Ditadura.

        continua no capítulo 3/10

    (gratidão aos leitores que vem seguindo nossas resenhas extensas que não seguem metodologia formal)                            junho de 2025