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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Cap. 8 - fichamento do livro de ficção - SUKIYAKI DE DOMINGO - autora coreana - BAE SU-AH

 capítulo 8.

 

         ... No-Yong diz:   “Viver ativamente não combina comigo.  Isso me cansa.  Não consigo compreender por que as pessoas não me deixam em paz.”

...

         “Tudo o que eu quero é desfrutar o meu direito de ser pobre”.

         O entrevistador também teve uma infância pobre e por decorrência, de baixa classe social.  Quando cobra reação do No-Yong, de certa forma está refletindo também sobre a sua própria história de vida.

         “E aquele homem, invisível, encolhido num casulo, estava estimulando o complexo de inferioridade do entrevistador Sung-do.”

         ...”Sung-do sentiu o rosto enrubescer.   Depois da vergonha, sentiu dor.  Ficou pálido.”

         O diálogo com No-Yong que se manteve na cama coberto até a cabeça,  chegava ao fim.   O entrevistado pede desculpas por não ter dado uma entrevista formal.  Achou que a prosa não foi uma entrevista formal.

         Sung-do avisou que ia embora, saiu e encostou a porta e No-Yong continuou quieto, na cama, todo coberto.

         Capítulo – A triste sociedade miserável

         O irmão de No-Yong no passado morreu de fome por questão voluntária. Ele e seus filhos.

         A desigualdade na sociedade coreana vem de muito longe e nos anos 70 se agravou inclusive com o êxodo rural, havendo mais competição dos trabalhadores na disputa por empregos.   Queda nos salários etc.

         “A corrupção em todos os níveis da sociedade”.    (num país que passou por uma guerra entre 1950 e 1953)

         A autora cita o chamado Exército Branco que era  contra o Exército Vermelho pró soviético.

         Comentário do pesquisador sobre a miséria, após ouvir muitos entrevistados.    “Geralmente eram críticas, desprezo, pena, alívio (de a miséria não fazer parte de sua vida).   Na maioria dos casos, abominação contra esse mal.”

         “Como imaginado, as pessoas eram generosas e racionais quanto à miséria no nível social, mas se mostravam completamente diferentes quando se tratava de indivíduos”.

         “Ninguém queria se relacionar pessoalmente com gente da camada social pobre”.

         ...

         “As pessoas que negam a pobreza a todo custo têm uma reação geralmente ligada com a inibição sexual.  O hormônio masculino reagia por meio do ódio ou raiva, enquanto o hormônio feminino se associava com o sentimento de vergonha”.

         Frase do entrevistador sobre si:  “Que eu saiba, ninguém da minha família exerceu funções intelectuais”.   Antepassados...  muitas vezes a pobreza e no contexto, álcool, desemprego, jogo etc.

         A família do pesquisador era de cinco irmãos.  Destes, só ele conseguiu cursar uma universidade.   Já a geração do pai dele era raro chegar ao final do curso de nível médio.    O pai dele lutava para dar teto, comida e roupa para a família.  Livros em casa, só os didáticos.

         O pesquisador terminou a faculdade e ia empurrando a vida e se virando com um emprego.  Escrevia artigos para publicação.   Namorava há quase uma década a irmã de No-Yong mas tinha pavor de ter filhos, o que requeria recursos financeiros escassos na vida dele.  Medo da miséria.

                 Ainda sobre os familiares.   “O que eu vi até agora foram os meus primos herdarem a pobreza de geração a geração, tirando o caso excepcional de dois deles, que se tornaram funcionário público e outro, professor de ginásio”.

         Ele na troca de ideias com a noiva.  “Disse que não queria herdar a miséria.   ....eu conheço de perto a vida da classe popular, vulnerável à menor crise econômica”.

 

         Continua no capítulo final (9)

terça-feira, 30 de julho de 2024

Cap. 7 - fichamento do livro de ficção - SUKIYAKI DE DOMINGO - autora coreana BAE SU-AH

 capítulo 7 

 

         Na infância deles, um dia o parente os levou a um restaurante muito chique.   A irmã lembra que o irmão No-Yong fez fiasco no restaurante.  Engoliu tudo que era comida sem nem mastigar.  Chegou a passar mal.

         A irmã recorda o fato: “Você estava com aparência tão lamentável que o parente ficou muito triste”.

         - Triste com o quê?

         - Com o fato de você ser a personificação da pobreza em si.   “Que você tenha lembranças apenas da nossa miséria”.

         A irmã querendo descobrir mais da infância dela e achar que já foram bem de vida no passado.   No-Yong acha que o mal das pessoas é quererem ter algo de especial.  “Tipo sou especial” para alimentar o amor próprio.

         Para No-Yong, tudo no mundo estava poluído de tanto “eu”.  O mundo é uma poluição em primeira pessoa”.

         Outro capítulo -  Estou apenas, apenas rabiscando...

         A irmã escrevendo da Alemanha uma carta ao irmão preguiçoso.  Diz que falar com ele é como conversar com uma porta.     ...”você estava apenas morando naquela casa de favor”.   “Francamente, não vou negar que me sinto mal por você.  Eu não te amo”.

         Uma amiga que foi ex paquerada por No-Yong.   Você deveria escrever.   “Se puder escrever, terá muito mais liberdade de ser você mesmo”

         Há pessoas que encontraram o verdadeiro eu através do ato de escrever.

         A amiga falando de conhecidos que subiram na escala social e na política e mudaram muito e mudaram para pior.   “Um bando de cretinos que só consideram como parte da alta sociedade as pessoas com dinheiro e influência”.

         Ela, refletindo sobre a aceitação da sociedade:   “Eu desejo curtir, ser respeitada, amada e sempre conservar a minha beleza.”    ...”desejos que todo  ser humano tem...”

         ........................

         Agora é uma carta da irmã Jun-hee  (a noiva) para o preguiçoso.   A irmã disse que tem sempre pequenos reparos a fazer na casa dela e que ele poderia fazer em troca de poder ir comer na casa dela sempre que tivesse fome.   Ela tem medo de ocorrer uma recessão na economia e o setor imobiliário no qual ela trabalha entrar em baixa e ela perder o emprego.

         “O meu único sonho é arranjar um emprego fixo, estável, sem risco de ser despedida”.

         Pobre:    “Eu só existo por meio do trabalho”.

         Falando com o irmão:  “Você não liga para a pobreza, não tenta escapar dela, não busca cegamente o dinheiro e nem tem ódio”.

         O irmão deles que morreu foi de pobreza.  E podia ter ficado revoltado com a condição dele.     Os três irmãos, quando pequenos, foram sendo passados de parente em parente, sempre mantidos os irmãos separados.

         Carta de No-Yong para Ji-sun

         A ex paquera dele já está noiva há oito anos e está para se casar.   O preguiçoso está escrevendo uma carta para a ex paquera no balcão de uma repartição pública, usando papel e caneta desta.   Faz isso disfarçado.    

         Pés sujos e descalços.   Os outros olham e sentem repulsa.

         Capítulo – Contrabaixo

         No-Yong no passado fez o serviço militar.  Foi depois disso que morou com a irmã mas ela com o tempo se cansou de sustenta-lo.   Ele que nunca quis arranjar um emprego.

         A irmã foi morar só, mas sempre dava uma passada na casa do irmão para saber como ele estava e trazia comida para ele nessas ocasiões.

         Agora a irmã tende a ir morar com o namorado e certamente deixará de ve-lo. 

         Ele reflete:  “Não tenho nada além de uma irmã na minha vida.”

         Por outro lado ele mostra a falta de reconhecimento por ela.

         Capítulo – o entrevistador

         O entrevistador tenta entender a posição do pobre por opção.  No-Yong falando da irmã.   “Ela não gostava do fato de eu seja a personificação da pobreza e de saber que eu não mudaria”.

         Os amigos  do entrevistador que eram próximos de No-Yong disseram que ele teve um passado vivendo nas casas de gente bem de vida.

         ... No-Yong diz:   “Viver ativamente não combina comigo.  Isso me cansa.  Não consigo compreender por que as pessoas me deixam em paz.

         ...

         Continua no capítulo 8.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Cap. 4 - fichamento do livro - SUKIYAKI DE DOMINGO - autora coreana BAE SU-AH - edição em português de 2014

 capítulo 4

 

         A namorada de Sae-won, gordinha, sempre trabalhando em jornada de doze horas na oficina de costura da mãe.  A mãe sempre dando guloseimas para ela comer, o que a torna mais gorda e mais depressiva.

         Chorava escondida enquanto trabalhava.   O namorado há tempos não aparecia.

         Capítulo 2 -   Dois pombinhos fofos

         Babá e o ato de colocar o termômetro no ânus do bebê para medir a febre.   Deve ser rotina lá na Coreia.

         A professora Jin-ju, noiva, às voltas com os preparativos do casamento, além de dar aulas, arrumou um bico de babá de duas crianças.   As crianças Mali e Marc, nomes estranhos em seu país.

         A babá procurando apartamento para morar após o casamento.   Tudo muito caro.  Em lugar alto e ensolarado, o preço era lá no alto e restavam lugares baixos, pouco sol, muito vento e insetos.    

         O apartamento que a babá foi ver era pequeno, mal arrumado, mas era barato.

         Ela achava que os noivos, mesmo sendo de famílias pobres, tendo estudado em universidade nacional, logo teriam bons empregos e  morariam em lugar melhor dentro de Seul, a capital.

         Capítulo -    Modelo de pelos púbicos

         Ao descrever os personagens a autora dá uma carregada nas tintas.  Se bem que no mundo real...  as coisas não são tão diferentes, digo como leitor.

         “Seria incorreto dizer que ela era bonita, mas também não dava para dizer que tinha uma aparência comum”.

         O repórter entrevistando uma mulher, sobre a profissão dela.

         - “Sou modelo de pelos púbicos”.   O entrevistador estava montando uma matéria sobre pessoas que tinham profissões incomuns.

         A modelo estava com 21 anos de idade, era classe média, só atuava na área já há dois anos.   Após terminar o curso universitário, ela fumava dois maços e meio de cigarros por dia.

         Gostava de fazer chappsal K, sobremesa tradicional coreana, feita com arroz gelatinoso.

         O repórter perguntou o que ela provavelmente estaria fazendo daqui há dez anos.   A pergunta deixou ela confusa.

         “Eu não gosto de viajar e nem me dou bem com as pessoas”.

         O repórter perguntou:  - “Sua família sabe da sua profissão?”   Ela respondeu que sim.

         Sobre comidas.   “Em casa, eu não faço mais do que torradas”.

         A família dela tem doze cachorros em casa.

         O repórter é marido da professora Jin-ju que faz bico como babá.   Ela que levou as crianças um dia para comer no restaurante.

         O nome Jin-ju em coreano significa pérola.   Mesmo assim ela não gosta do próprio nome.

         Tudo que lembra a infância dela numa aldeia do interior a deixa triste.

         A entrevista foi ficando árida.  Depois a modelo convidou-o para irem comer num restaurante.    Logo em seguida ela deu por encerrada a entrevista.  Se despediu e se foi.

         Viagem a um paraiso esquecido.

         Os noivos, ele, Sung-do e ela, Jin-ju, ambos se amavam mas tinham histórico de vida na zona rural e de muita pobreza.  Eles temiam se casar e ter filhos e terem que viver amontoados em pouco espaço.

         O amigo de Jin-ju dos tempos de universidade, marca um encontro com ela para desanima-la.  Fala dos apertos no início e diz que o noivo dela, também amigo dos tempos de universidade, não seria o par ideal para a amiga.   E acrescentou que o noivo dela teria dito a ele que não era bem esse casamento que ele queria...     (amigo traira...)

        

         Continua no capítulo 5