RESENHA DO LIVRO –  A MEDIDA DO EXAGERO E O APOCALIPSE CRISTÃO
Autor:   Caetano Fischer Ranzi – Editora UFPR -  setembro de 2015    (190 páginas)
     O autor é psicólogo com mestrado na área e
exerce atividade clínica e de docência.
     Página 13 -  Cita o escritor  turco O.Pamuk, prêmio Nobel em literatura.  Desse autor eu li um livro
e gostei muito.
     14 - 
Em 1920 os USA detinham 42% do PIB mundial e consumiam 40% das matérias
primas que eram exportadas pelas nações.
     16 – Da visita do autor ao Japão -  Viu muitos fumantes, além de excessos na
bebida.
     17 – Fala um pouco da corrupção no Japão
com destaque em caso que foi amplamente noticiado nos anos 1992-1993 envolvendo
inclusive o governo da época.
     18 – Discorre um pouco sobre a Alemanha,
que o autor conheceu.   Povo ferido das
suas glórias do passado pela derrota na IIª Guerra Mundial.   Já na época em que esteve por lá, notou a
preocupação do povo alemão com a “invasão” dos muçulmanos que para lá
emigraram.   Medo de num futuro, os
muçulmanos ultrapassarem o número de alemães na própria Alemanha.    Fala também um pouco do peso da igreja e
seu poder.
     18 – Alemanha e o grande esforço e
preocupação na questão ambiental.
     25 – “Pretende-se
estudar a propensão da sociedade Ocidental de orientação cristã em não
acreditar em limites e sua conseqüente propensão ao exagero”.  (negrito do resenhista, não do autor)
     32 – Max Weber e abordagem sobre marxismo,
capitalismo, protestantismo.   
     32 - 
O protestantismo e a crença de que Deus abençoa os bem sucedidos
economicamente.    Atingir o ilimitado
(capitalismo) sem medida.
     33 - 
Entra o enredo no século XX e no cenário da crise ambiental.
     33 – Ulrich Beck – ações humanas...
produção de riscos globais 
(ambientais).   E o efeito
bumerangue – o homem provoca e as conseqüências ambientais aparecem.
     33 – Conceito de irreversibilidade (na
questão ambiental) – por Ilya Prigogine.
     34-  
Discorre um pouco sobre Jung e Freud.   
Eu, leitor leigo, grosso modo
e de forma sintética no entendimento.     
Jung e perguntas – Freud e respostas.
     42 – Comte – Positivismo.   “Religião da Humanidade”     “Na religião positivista, a terra seria
adorada, a humanidade santificada e os mortos honrados”.
     49 – No contexto do pensador  Zoja - 
“O ser humano não tem mais a quem culpar a não ser a si mesmo.”    (angústias, etc)
     51 – Mensagem de Hobsbawm -   “Não sabemos para onde estamos indo...  Se tentarmos construir o terceiro milênio
nessa base, vamos fracassar.”
     (ele é um dos maiores intelectuais e
pensadores dos tempos recentes)
     59 – Sócrates (há até dúvida de que ele
realmente existiu) seria um sujeito “feio”. 
Até o filósofo Nietzsche se refere a ele como feio.
     59 – Sócrates e seu sistema de marêutica – ir “arrancando” idéias dos
seus discípulos, instigando-os a pensar e refletir.
     59 – No tempo de Sócrates, no templo de
Delfos, Oráculo do deus Apolo, na fachada, a inscrição :  “Conhece-te a ti mesmo”.
     60 – Sócrates com suas idéias e reflexões
causou reboliço.    ...”foi acusado de
desvirtuar a juventude, de fortalecer a razão mais fraca e com isso desafiar os
Deuses atenienses.”     Eu leitor,
destaco – a civilização grega tinha seus próprios deuses.
     67 – Sócrates viveu uma transição entre o
pensamento mítico e o pensamento racional.
     68 – Tanto Sócrates quanto Jesus nada
escreveram”.
     69 – Sócrates -  A noção de medicina para os gregos.   O radical da palavra é med  com significado de
medir.   Isso num contexto de opostos,
riscos e exagero.
     71 – Vocábulo grego kathárdios  - purificador de
almas.    (suponho que desse termo surgiu
a palavra catarse)
     71 – Apolo...   o médico dos deuses.   Sua cura não é somente física.   ...  
“Assim como é guia das curas médicas também é o tutor dos poetas.  Enquanto os primeiros curam por esforço, os
últimos curam por encantamento.  
(Brandão – 1999 – pg 86)
     72 – Consciência – tendo como base a
conceituação da Psicologia Analítica já exposta, pode-se afirmar que não existe
só aquilo que se ilumina, pois ainda existe aquilo que não é iluminado.
     76 - 
A serpente que figura no símbolo da medicina é a que renasce, que muda
de pele e que tem acesso ao futuro.
     79 – Psicologia Analítica -
....”condizentes com a noção de que a razão é limitada”.
     83 – Racionalidade médica -  “Há uma mudança que generaliza e simplifica a
doença, fazendo o doente existir em segundo plano.  Uma medicina que classifica, identifica e
age.    (no meu exagero de leitor:   parece consertar um carro...)
     92 – O homem -  Há uma reflexão sobre o homem no plano
material e não material.  Mais uma do
leitor aqui -  e os outros animais?  E os vegetais?  Só matéria? 
     106 – Sobre memórias de fatos, etc.   ...”existem emoções e lembranças, mais ou
menos, conscientes.”      (ao recordar
fatos do passado, somamos o real e o imaginário)
     107 – Fala de passagem sobre o fenômeno do
espiritismo.
     108 – Uma explicação da ação e da
interação consciente e inconsciente.
     112 – Questão do diferente e do
comum.   (trocar idéia com o autor sobre
a experiência paranaense dos assentados da Copavi – Coop.Paranaense Vitória no
município de Paranacity-PR que fazem o uso comunitário do solo agropecuário)
     112 – O ser humano é instável.
     113 – O risco ambiental entra na pauta da
ciência de forma mais enfática.
     114 – O desafio.   “A crise ambiental expressa um
questionamento sobre a natureza da natureza e do ser humano no mundo...”  (citando Leff – 2007)
     117 – Cita Weber e estudos que inclui o
protestantismo – a riqueza como benção.
     118 – “Uma sociedade de mais comum seria a
alternativa para diminuir o exagero das diferentes classes”.    O comum aqui tem um sentido específico.
     120 – Fala sobre o risco global – na pauta
ecológica.
     121 – Usina nuclear de Chernobyl e a
explosão nuclear.
  
  122 – A pobreza e o risco
maior.   (inclusive os bolsões de pobreza
são explorados por indústrias poluidoras – mão de obra barata, etc.)
     123 – O diabo da fome...    (lembra inclusive os catadores dos lixões)
     124 – O risco e o futuro “inexistente”.
     141 – O homem Ocidental.  O iluminismo – orientado para o fato e a
lógica.
     Ele negligenciou em grande parte...  os aspectos emocionais e intuitivo do homem.
     142 - ... “tentar evidenciar uma realidade
maior que a consciência humana.  Uma realidade
que possui autonomia e que resiste ao entendimento, domínio, iluminação, que a
razão pode propiciar.”
     142 – P.Analítica – interpretar...   “Este processo é chamado de projeção e
caracteriza a complexidade com que lidamos com a realidade.”
 
   143 – Projeções -    (eu como leitor fico a imaginar – quem
segue a fé cristã teria um só Deus, mas quem sabe cada um o “vê” de uma forma
particular e pessoal, quem sabe)
     143 – Percepção da realidade ...  “tem-se agora uma realidade tão complexa quanto
é complexa a percepção.”
     144 – Para a P.Analítica, portanto, a
linguagem humana é metafórica.
     144 – “Um símbolo não se define nem
explica”.    (Jung – 2000 – página 278)
     144 – “Abandonar-se-ia a idéia de que a
ciência evolui para um estado de perfeição, realidade.”
     144 -  Nessa perspectiva a religião e a mitologia são
também metáforas.
     145 – Jung     “Que a vida de Cristo (por exemplo) seja
um mito, nada depõe contra sua realidade, e eu quase diria: muito pelo
contrário, pois é o caráter mítico de sua vida que exprime justamente o seu
valor humano universal.”
     146 - ... o Ocidental -  O risco de exagerar na razão.   “... a razão não possuiria limites e
consequentemente não precisaria de medida. 
No paralelo, seria como “solucionar” a diferença entre o consciente e o
inconsciente e se controlaria tudo.
     146 – A pergunta – “Qual a versão do mito
cristão sobre a medida do humano?”
     149 – Cita Jung.    “... jamais somos nós que possuímos uma
convicção, mas é ela que nos possui.”
     150 – Apocalipse – do grego – ato de
descobrir; revelação.
     152 – Cita White (1974)  “Nós precisamos repensar e novamente sentir a
nossa natureza e destino.”
     153 - 
Mateus (5: 17)  “Não julgueis que
vim abolir as leis ou os profetas.  Não
vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição”.
     154 – Deus, segundo a Biblia, criou o
homem e só colocou um limite:  que ele
não comesse o fruto do bem e do mal...
     155 – Tentar transferir a culpa.  Adão tenta repassar à Eva e esta, à serpente.
     159 - 
O dilúvio como sacrifício.  
Diante dos exageros da ambição de conhecimento, da emoção do apego e da
emoção da violência.
     162 – Satanás – quer dizer adversário.
     164 – Caim, Isaac, Jô -  provações por desígnio de Deus.
     ... metáfora....    assim o Ocidente selecionou e interpretou
um símbolo de acordo com sua própria necessidade.
     164 - ... “Deus e os homens se relacionam
buscando uma medida contra o exagero...”
     165 – Jesus – do hebraico – Salvador.   Messias – consagrado por unção; Cristo –
ungido.
     166 – Satanás como parte da obra do
Criador.
     167 – Batismo de Cristo no Espírito Santo
e no fogo.
     169 – Cristo no Apocalipse  (1: 17-18)
     170 – O único pecado não perdoável no
cristianismo:  o duvidar do poder de
Deus.
     171 – Elias – do hebraico :  Jeová é meu Deus.
     177 – Visão de mundo...   perguntas sem respostas...   tem a ver com limite humano.
      179 – O capitalismo e a pobreza.   A idéia de crescer para reduzir a pobreza.
     181 – Ocidente – falta de limites,
excessos, danos ambientais, etc.   “O
Ocidente quer matar a humanidade.”
      180
– A primeira conclusão do autor:    O
Ocidente possuir a sua própria mitologia. 
Evidentemente a mitologia ocidental que desacredita a dinâmica da medida
não se impõe sem resistências.”
     181 - Segunda conclusão -  O Ocidente quer matar a humanidade.
     181 – Capacidade de confrontar os
obstáculos...
     18 2 – “Um momento de crise pode ser
também um momento de transformações.”
     182 – “A fé no que acreditamos é que
orientará o caminho que trilharemos.”
     183 – A dúvida como a chance de mudar a
rota e salvar a pele.         FIM