RESENHA DO LIVRO – A
ORIGEM DO ESTADO ISLÂMICO
Autor do livro: Patrick Cockburn – Editora Autonomia
Literária – 207 p.
Resenha (fichamento) pelo leitor: Eng.Agr. Orlando Lisboa de Almeida 17-11-2017
O livro foi
editado em sua 5ª reimpressão em junho/2017 e é bastante atual. Foi recomendado numa reportagem do jornal
Folha de SP por ser o autor um jornalista muito premiado e que visitou ao longo
do tempo mais de vinte vezes os países do oriente médio em conflito. É considerado um dos mais entendidos do tema
que é pauta de interesse mundial.
Destaques das
páginas de introdução de Reginaldo Nasser.
Sobre notícias
desencontradas que correm pelo mundo atual...
...”pois a cura de muitos males demanda apenas a luz do sol”.
Página 15 – “pelas
lentes da mídia ocidental o EI Estado Islâmico aparece como um grupo irracional
que age sem motivos políticos, movido apenas pelo ódio religioso”.
16 – O EI
conseguiu a proeza de unir Irã e USA no combate do mesmo.
17 – O autor
conhece como poucos a região do conflito, tendo ido dezenas de vezes por lá nos
vinte anos recentes.
17 – O autor até
admite que o EI é jihadista, mas deixa claro que a “guerra religiosa” não é tudo no caso.
18 – Jihad não
significa “guerra santa” mas significa luta, esforço.
A radicalização
tem a ver com a interpretação errada do wahabismo
que é uma das muitas correntes do
Islã. A Arábia Saudita é um dos lugares
do wahabismo e difunde o mesmo pela região.
O wahabismo nasceu
no século XVIII e confronta-se com sunitas, sufistas, e considera os mesmos
como não muçulmanos. E o wahabismo é também contra judaísmo e cristianismo.
O wahabismo é a
ideologia oficial da Arábia Saudita.
“Os maiores
responsáveis pela difusão do wahabismo no mundo são os países árabes aliados ao
mundo ocidental: Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes.
20 – Sunitas (uma
das correntes do Islã) no Iraque são deixados em segundo plano pelo governo e
discriminados pelos xiitas. Uma das
causas de muitos sunitas do Iraque apoiarem o EI está nessa discriminação que
inclusive lhes dificulta o acesso a empregos, etc.
O EI ocupa
Mossul (livro de junho-17) e ameaça
Bagdá. Os dez anos de “estruturação”
do Iraque pós guerra, no figurino do gosto americano, com gastos de 100 bilhões
de dólares para estruturar a segurança estaria indo por água abaixo.
20 – O EI atacou a
prisão de Abu Gharaib que era um local dos
soldados americanos/ingleses/franceses torturarem inimigos na guerra do
Iraque.
22 – Países do
Ocidente, USA, França e Inglaterra,
na vanguarda articulando com a oposição ao governo sírio dentro da própria
Síria.
22 - O autor do livro faz ressalva ao “repórter de
guerra” porque entende que se deve contextualizar as ações militares com as
intenções políticas em jogo.
22 – O repórter
dramatiza eventos para ter audiência.
Ex: Quando caiu Saddan, os repórteres mostraram
tanques bombardeados. O autor foi ver
os tanques e estes ao serem bombardeados já estavam abandonados porque as
forças iraquianas já achavam que não compensava defender Saddan e seu governo.
Mostram as
batalhas como algo simples entre o bem contra o mal e a realidade é outra e
mais complexa.
E destaca que os
jornalistas que cobriram as guerras pelo ocidente em geral ficam “engajadas e
protegidas” por um dos lados e assim sempre tendem a entender esse lado como o
do bem e os do outro lado como sendo os do mal.
23 – A guerra da
propaganda. Foram vistos garotos num campo de refugiados sírios
assistindo um filminho de gente sendo serrada com motosserra e o filminho
imputando isso aos soldados alauitas (pró governo Sírio) contra os sunitas
sírios. Na verdade o vídeo era do
México, do cartel das drogas.
24 - Ações dos USA que potencializaram a
emergência do EI Estado Islâmico. USA
ataca o Iraque em 2003 e nesse contexto os sunitas passam a ser
marginalizados. Campo fértil para o EI
conseguir simpatizantes e apoio.
Em segundo lugar,
o apoio dos ocidentais aos insurgentes na Síria. Também isso ajudou o EI.
O autor afirma que a guerra ao terror feita
pelos USA foi um grande fracasso.
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