Total de visualizações de página

quinta-feira, 13 de junho de 2019

RESENHA DA VISITA GUIADA AO TEATRO GUAIRA – CURITIBA – PR 12-06-2019


Resultado de imagem para foto da fachada do Teatro Guaira

A visita foi no contexto do curso oferecido no Solar do Rosário no centro histórico de Curitiba e que trata de Patrimônio Histórico e Cultural da cidade. (1 aula por semana)
Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida (aluno do curso)
Guia do Teatro Guaira que nos atendeu – Aldice, um senhor muito prestativo e conhecedor profundo do acervo do Teatro e da cultura local.

Citando o governador Bento Munhoz da Rocha que nos anos 50 definiu o projeto do atual Teatro Guaira, destacou que algumas mobilias do governador estão no acervo do Teatro Calil Haddad de Maringá-PR em reconhecimento por ele ter sido quem deu status de município a Maringá.
O ano de 1953 na gestão do Bento foi comemorado o primeiro centenário de emancipação política da Província do PR que até então era a chamada quinta comarca da Província de São Paulo.
A construção do novo Teatro Guaira estava no contexto das comemorações do centenário.
Já houve no passado teatro Guayra no Paraná e muitos outros teatros na capital que sempre foi referência importante na área. Paulo Goulart, Nicete Bruno, Ari Fontoura são alguns dos destaques e realizaram extensa obra nesta capital.
A primeira montagem da peça A Megera Domada no Brasil foi feita aqui em Curitiba. Sempre houve intensa atividade teatral em Curitiba e sempre com a casa lotada.
O Teatro Guaira tem três auditórios, sendo que o maior é chamado de Guairão e um dos menores, de guairinha. Abriga uma Orquestra com trinta e quatro anos que também tem o âmbito estadual. Esta conta com 128 músicos na atualidade.
O teatro conta também com um Corpo de Baile (de 1959) que está comemorando 50 anos e tem feito apresentações no nosso estado e fora dele.
Há também no teatro a Escola de dança com curso de duração de nove anos. Geralmente crianças na faixa dos 10 anos começam o curso em mais de uma centena e vai chegando a juventude, muitos vão optando por outras alternativas, outras afinidades e em geral terminam o curso menos de dez alunos. Alunos que, formados, estão preparados para importantes atuações no setor. Lembrou que a dança exige bastante fisicamente das pessoas e estima grosso modo que em razão disso, na média o homem aos 40 já está velho para a dança de alta performance e a mulher, aos 30. Por outro lado, havendo bailarinas/os de alto nível acima dessa faixa, criaram o G2 que é um grupo de dança do mesmo Teatro que tem a sua ação e atuação independente do Corpo de Baile local.
O Teatro Guaira conta atualmente com aproximadamente 300 funcionários totais.
Fez uma referência ao Teatro Zé Maria, no centro de Curitiba, que pertence ao Estado. O local era uma fábrica e na administração estadual em que o Advogado Renê Dotti era secretário de estado, com apoio deste, o governo comprou o prédio e nele foi instalado o atual Teatro Zé Maria.
Já pelo ano de 1884 Curitiba já tinha teatros. Um deles ficava num prédio histórico onde hoje é a Biblioteca Pública. No prédio funcionava um teatro e uma biblioteca. O prédio teve rachaduras e foi demolido e no local se fez a atual Biblioteca Pública.
O prédio demolido em 1930, ficou então até a década de 50 a cidade de Curitiba sem um teatro público oficial do Estado, o que foi retomado com o novo (e atual) Teatro Guaira. Por outro lado, a atividade teatral como sempre esteve bastante ativa e relevante por aqui.
Nos anos 50 o então governador Moises Lupion lançou o edital para construção do novo teatro. Na sequencia veio o mandato do Bento Munhoz no qual se comemorou em 1953 o primeiro centenário da emancipação do Paraná, que até 1853 era a chamada quinta comarca da Província de São Paulo.
Foram três os projetos munidos de pseudônimos dos seus autores, destacados pela comissão formada para tal. O Bento viu os projetos e escolheu um que achou Modernista como queria a Curitiba de então e para o futuro. Ao relevarem o autor, era o arquiteto Rubens Meister, então com 22 anos de idade, recém-formado e paulista de Botucatu.
Uma obra arrojada, não tinha no Brasil de então (anos 50) um guindaste para tocar a obra e foi trazido da Alemanha o equipamento juntamente com um operador do mesmo.
A obra do Teatro Guaira se iniciou em 1952 e teria durado ao todo 20 anos.
Nessa época nosso arquiteto paranaense renomado e que fez obras aqui e em maior escala em São Paulo era o Vilanova Artigas. Aqui uma das obras dele é o prédio do Hospital São Lucas e em São Paulo uma das obras é o prédio da FAU Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. A antiga rodoviária de Londrina estava sendo construida na década de 50 e era uma das obras do Artigas, que como foi citado, não participou do projeto do atual Teatro Guaira.
Em 1953 por ocasião do Centenário do Paraná, na obra do Teatro Guaira em fase do concreto bruto, foi feita uma apresentação teatral para marcar a data comemorativa. A primeira sala de apresentação foi inaugurada em 1954.
Em 1969 pegou fogo no atual Teatro Guaira e boa parte dele veio ao chão. Foi depois restaurado e reinaugurado em 1974. Período do presidente General Ernesto Geisel e aqui atuava o Ney Braga que seria um dos defensores de atividades culturais inclusive dele seria a iniciativa de regulamentar em lei a profissão de artista.
Um dos detalhes do Teatro Guaira após o incêndio é que muito do que foi feito é anti chama e inclui um enorme painel no fundo do palco, também anti chama, decorado pelo artista plástico Potty Lazzarotto. O tema seria o teatro no mundo.
O Teatro Guaira abriga um forte espaço de Criação em atividades de Teatro e Dança.
Sobre o entorno do Teatro Guaira, destacou que a Praça Santos Andrade no passado era um lugar alagadiço que foi depois saneado. Que o prédio histórico da UFPR nessa praça teria sido concebido com vista para a Serra do Mar e atualmente o mesmo está em quase 90% ocupado por espaços culturais. Que muitos prédios da década de 50 também foram construidos com essa orientação e tendo à frente o monumental Teatro Guaira. Destacou que os prédios da década de 50 eram ótimos para a época, mas não tinham garagem e na atualidade fica isso como restrição à moradia nos mesmos.
Sobre o Calçadão da XV ou Rua das Flores como também é chamada, teria sido revitalizado pela administração do arquiteto Jaime Lerner. Disse que na época que o Lerner resolveu revitalizar a rua e lançar de forma pioneira no Brasil um calçadão, no contexto programou que os comerciantes da rua tirassem as enormes placas que encobriam a beleza dos prédios locais. Os comerciantes não aceitaram. Uma certa noite o pessoal da prefeitura veio e retirou tudo e então as fachadas dos prédios ficaram de novo à vista do público, além do embelezamento feito na rua em si pela administração.
Destacou que em várias partes é comum a solução de revitalizar áreas urbanas decadentes criando espaços culturais nas mesmas e assim o povo volta a adotar o espaço como lugar agradável.
O guia disse que há bastante visita guiada mediante agendamento ao Teatro Guaira e é comum visita de grupos de estudantes de Arquitetura. Citou que revestimento em madeira ajuda na acústica do ambiente. Ele destacou que é um artista “barroco” mas que em obras, gosta da leveza dos prédios Modernistas.
Durante nossa visita de hora e meia, estava a portas fechadas havendo um ensaio da Orquestra Sinfônica no palco principal. Regida por um maestro convidado.
O Teatro Guaira tem 2.500 lugares entre seus três palcos, incluindo as galerias em mezzanino que são duas e camarotes nas duas laterais do Guairão.
Sobre figurinista, disse que Ney Souza foi um de renome nos aureos tempos em que se fazia Baile de Gala no Copacabana Palace no RJ por ocasião dos carnavais. Esse figurinista era daqui de Curitiba e foi de muita fama no setor. A cidade da Lapa-PR (cidade histórica) está em vias de ter o seu Museu da Moda e o acervo de Ney Souza deverá estar incluido nesse empreendimento.

Este foi o resumo que captei da forma que consegui anotar. Espero que seja útil a quem gosta da cultura de modo geral. Se puder dar um feed back, sempre será bem aceito. orlando_lisboa@terra.com.br (uso bastante o Facebook também) e replico a matéria no blog www.resenhaorlando.blogspot.com.br



sexta-feira, 7 de junho de 2019

QUEM MATOU (SIMBOLICAMENTE) A ARTISTA PLÁSTICA IRIA CORRÊA??? (Paranaguá-PR - século XIX)

QUEM MATOU (SIMBOLICAMENTE) IRIA CORRÊA?
Em outras palavras: Quem foi Iria Corrêa?
Orlando Lisboa de Almeida - crônica
No dia 05-06-19 numa atividade de campo no curso sobre Patrimônio Histórico do Paraná, visitamos no Museu Paranaense (em Curitiba) a exposição com telas da artista plástica Iria Corrêa.
O que chama a atenção é que ela viveu a arte e da arte em sua pequena Paranaguá do seu tempo. Lá nasceu em 1839 e faleceu em 1887. Um desafio de formação na arte e de viver da arte na condição de mulher nesse tempo.
A produção dela tem como foco retrato de pessoas, arte de qualidade e chama a atenção dos estudiosos da atualidade o fato dela ser quase uma desconhecida mesmo no mundo da história da arte segundo informou a pessoa que nos guiou na visita ao acervo.
Uma parte do acervo dela está em exposição temporária no Museu Paranaense em Curitiba, este que fica no Centro Histórico, muito perto da Feirinha do Largo da Ordem.
A guia da visita nos informou que a pesquisadora Juliana Menezes dedicou doze anos de estudo da vida e obra da Iria Corrêa, o que é alentador para o reconhecimento da artista.
Consta que em São Paulo está para ocorrer uma exposição de obras de mulheres artistas plásticas e há expectativa de que alguma obra da Iria Corrêa estará no evento.
Algo até curioso nos retratos é o fato dela retratar o busto das pessoas e destacar mais comumente a mão direita aparente. Em menor recorrência, destaca o retratado com a mão esquerda aparente.
Ela era de familia numerosa, em nove irmãos e o pai era militar que atuava como burocrata em Paranaguá. Seria uma pessoa austera e todos seus filhos não se casaram e consta que não deixaram descendentes.
Por tudo isso fica a pergunta dos estudiosos: Será que o fato dela ser mulher teria influido para que ela, apesar do talento e de viver da arte, teria sido esquecida pelos que se interessam pelo mundo das artes plásticas?
O fato é que as obras dela merecem uma visita com certeza.
Retrato 1 - Joaquim Candido Corrêa (pai da artista)
Retratp 2 - Lucia G. Carneiro
Retrato 3 - Iria Corrêa (pelo que consta no prospecto)

sábado, 25 de maio de 2019

Fichamento do livro - O Filho Eterno - autor do livro: Cristovão Tezza


FICHAMENTO DO LIVRO - O FILHO ETERNO
            Autor: Cristovão Tezza - Editora Record -  Rio de Janeiro - 14ª  edição ano 2012 - 222 páginas

O nascimento do filho dia 03-11-1980
            Página 23 - O protagonista gostava de engenhocas - relojoeiro.  (mexendo na cama do hospital  maternidade com as alavancas)
            23 - Embaraço no primeiro contato com a esposa após o parto.   "Ele prefere a suavidade do humor ao ridículo do amor, mas disso não sabe ainda..."
            24 - Alice ou Felipe, as opções de nomes.
            25 - Ao telefonar para as famílias, lá fora... e tentar organizar o dia, o mês, o ano e a vida..."
            25 - O protagonista usou psicotrópico e largou aos 15 anos por medo.
            27 - Ele, pai do bebê, está desempregado quando o filho nasceu.
            31 - A morte tem sete dias de luto e a vida continua.  Mas no caso do filho que nasceu com Down não...
            32 - Passa pelo pensamento... não preciso desse filho; não preciso dessa mulher...
            34 - Como são os pequenos mongoloides... (explica)
            36 - Eles, os mongoloides, só surgiram no século XX?
            37 - Penso que sou um escritor, mas até agora não escrevi nada...
            93 - Neste mundo...   você está aqui por uma soma errática de acasos e de escolhas.
            97 - Esteve em Frankfurt. Leu autores - Goethe, Thomas Mann, Günter Grass.
            98 - O protagonista é escritor.      ... o eterno observador de si mesmo e dos outros.   Alguém que vê, não alguém que vive.
            98 - Já fazendo frases de uma canção para o filho.
            105 - Nos intervalos dos exercícios (fisioterapia) para o filho, o ler, escrever e fumar como fuga e prazer.
            105 - Na Alemanha, trabalhando na limpeza do hospital e o colega brazuca que embolsa uma calculadora  e o protagonista o faz devolver a mesma.   "A denúncia é o último grau da indignidade"
            121 - O filho aos dois anos e dois meses dando os primeiros passos.         
            131 - De relojoeiro aos 23 anos em Antonina.         
            133 - Pai pensativo.   Dois livros por ele escritos na gaveta e dois filhos no mundo real.
            138 - O filho especial buzinando o carro com insistência... 
140 – Manual de guerrilha urbana do Maringhella que depois vira manual do crime organizado.
            141 – Em Coimbra com dinheiro desviado do MR 8 pelo integrante, o primo dentista de Medianeira-PR.
            Fica irritado com os chavões da esquerda, com os chavões da direita...
            142 – No Brasil, assume aos 34 de idade como professor concursado e se entrega ao “sistema”.
            144 – Ler e escrever como uma fuga também.
            148 – A explosão com o velho que buzinou do carro de trás dele.
            157 – Aos seis de idade do filho, a ruptura de ter que ir para outro território.  Mudar de escola...   para uma especial.
            159 – A sensação de que na primeira infância, inseguro e dividido com a literatura, não tivesse feito o suficiente pelo seu filho que requeria cuidados específicos...
            161 – O desespero de pai na primeira vez que o filho desapareceu...
            163 – Procurando o filho na rua.   ...” a simples vergonha masculina de perguntar...”
            165 – No desespero na rua procurando o filho.   E se ele entra em alguma casa, ele não sabe dizer quem é e nem o pai sabe quem é ele próprio.
            165 – A primeira coisa que o filho leu:     coca cola.
            167 – Um especial numa escola para aluno especial, argumenta-se aqui – a criança é sobrecarregada de não, bem acima do que ocorreria em escolas para os filhos “normais”.
            167 - ...acessos de teimosia inexpugnável ou de total alheamento...
            176 – Quando jovem, ele na delegacia com sua turma de teatro.  Ele branco, segundo grau, leu filosofia – do andar de cima em termos sociais.
            211 – O filho eterno – a eterna criança.
            212- A não preocupação do filho com a autoria nos seus quadros pintados.
            212 – Ser artista é um ato de rebeldia (ele diz com outras palavras).
            Algo como forçar a porta com cotovelos e joelhos...
            213 – O pai escritor – o protagonista.   “escreve umas coisinhas...”.  “o álibi de quem quer entrar no salão mas não recebeu convite”.      Uma década e meia com um “buraco” para se dizer escritor sem ter apresentado nada em termos editoriais.
            Seu sucesso foi o gesto de resistir bravamente convencido de que é escritor.
            214 – Professor – esta atividade, sim, defensável perante os outros...   ele enfim era alguém e alguém de uma certa importância.
            214 – Jovem, ele não acreditava em Deus.
          Fichamento pelo leitor Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida – Curitiba PR.        (41)  99917.2552
             e mail    orlando_lisboa@terra.com.br       maio de 2019

quinta-feira, 16 de maio de 2019

RESUMO DE PALESTRA SOBRE MEIO AMBIENTE (RIO BELEM) NA SANEPAR


Anotações pelo Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida
Data: 15-05-2019 – durante a Semana Nacional dos Museus
Local: No Museu do Saneamento da Sanepar no bairro Tarumã em Curitiba

Palestrante: Dudas que é Coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável e Turismo. (cujo Secretário é o Sr. Marcio Nunes)

Tema: História do Rio Belém que percorre a zona urbana de Curitiba e as degradações ao longo do tempo pela ação humana que usava e usa o rio como depósito de rejeitos

No preâmbulo da fala do Dudas que é um excelente comunicador, ele fez uma abordagem de vida que inclui percalço grave, superação, preparo para “voltar ao jogo” e conquistas na carreira. Entendo que vale registrar aqui de forma sintética. Ele está pelos 50 de idade e em fevereiro de 2015 sofreu um grave AVC no qual perdeu a função de metade do cerebelo, ficou cego temporariamente de um olho (que depois se restabeleceu a visão), perfuração no coração com mistura do sangue arterial e venoso que o deixou azul por tempos, perda de equilíbrio. Seis meses de UTI fora o tempo de readaptação geral. (brinca: Dudas Sauro – O Retorno)
Passado tudo isso, foi se reinventando com foco nos estudos e muitas leituras. E valorizando cada pequena conquista do dia a dia com justa razão depois de tudo o que passou.
Estando como funcionário da área de saneamento, focou o estudo no tema dos resíduos sólidos urbanos e fez pesquisas na literatura envolvendo inclusive a história da região em foco. O recorte da abordagem de hoje foi o Rio Belém que nasce em Curitiba, corta o centro da cidade e em parte foi “sepultado” (coberto por concreto) e por cima dele passa parte da Avenida Cândido de Abreu, o Passeio Público e segue pela Avenida Mariano Torres rumo à Rodoferroviária, nas imediações desta, volta a ser a céu aberto.
Cumprimentou e apresentou a equipe que lida no ramo de resíduos sólidos, dentre estes, o Eng.Agrônomo Rui Muller que acompanha a questão de resíduos de agrotóxicos.
Mostrou um desenho de uma estrutura que tem na base a EDUCAÇÃO, logo acima, o COMPROMETIMENTO e nos patamares acima em sequência: GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA (com resíduos sólidos), MÍDIA E MARKETING, OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS (no topo). Ou seja, os resíduos sólidos são graves como problema ambiental mas podem ser processados adequadamente e gerarem produtos e renda. Passa de limão para limonada.
Falando um pouco do comportamento do “humanoide terráqueo...” - o pior bicho do planeta. Nada agrada o tal. Suja as praias, depreda a Natureza.
O cara vai pra praia, leva o isopor cheio de latinhas de cerveja, passa lá um tempão e não vai ao WC mesmo tomando todas... Onde faz o xixi? Isso mesmo: na água. E depois reclama que a praia está muito poluida...
Lâmpadas usadas. A lei em vigor diz que devem ser recolhidas e os fabricantes ou importadores tem que dar a destinação correta às mesmas. As prefeituras do PR recolheram uma enormidade de lâmpadas e não conseguem dar destinação. Tem custo. E elas ficam proibidas de colocar dinheiro público para uma solução que por lei cabe à iniciativa privada. A Abilume que é a entidade que congrega os fabricantes e importadores de lâmpadas não tem feito a parte deles.
Para ilustrar que todos nós somos produtores de resíduos, mostrou inclusive uma divisão celular no início da vida humana. Disse que o primeiro órgão que surge é o ânus, ou seja, o orifício de saida de resíduos. Depois é que vem a boca e demais órgãos. Todos somos parte do problema dos resíduos e teremos que nos sentir parte da solução.
Em campanha sobre conscientização para a destinação correta de resíduos sólidos, a Sanepar fez convênio inclusive com a Yotuber Iara Capraro (de Morretes-PR) que tem uma legião de seguidores. Ela é uma formadora de opinião e ajuda na campanha pela destinação correta de resíduos sólidos.
Na busca de revitalização do Rio Belém, uma das etapas foi buscar um tanto da história do referido rio. E o palestrante encarou a tarefa. Mostrou uma série de dados sobre o tal. Seguem alguns: em 1857 aparece um mapa de Curitiba detalhando a presença do Rio Belém em destaque. Mostrou outro mapa localizando onde ficaram as colônias dos europeus que migraram para Curitiba, como Alemães, Poloneses, Italianos e outros.
No século XIX a exploração da erva mate, que já vinha de mais tempo em toda a região, estava em grande atividade. Curitiba era uma das cidades onde havia empresas que processavam a erva mate para destinar em parte ao escoamento via Porto de Paranaguá. Em 1873 já estava aberta a Estrada da Graciosa e então era uma das rotas de comércio da erva mate.
1876 – Lamenha Lins era o Presidente da Província do Paraná. O Rio Ivo que cortava o bairro do Batel foi canalizado e então todo resíduo gerado nas imediações se concentraram no Rio Belém.
1880 a 1885 foi o período da construção da Estrada de Ferro Paranaguá a Curitiba, já que ela se iniciou no litoral e subiu rumo a Curitiba. Estrada pronta, estação perto do Rio Belém, nova pressão sobre o Rio com dejetos gerados nos vários hoteis e hospedarias que se formaram no entorno da Estação. E havia então as estrebarias para cavalos, já que o transporte até então eram predominantemente a cavalo ou carroças. Animais que também geravam resíduos e que iam parar no Rio Belém.
Estrada de Ferro – foi desafiadora e feita em tempo relativamente curto, subindo os mais de 900 m de altitude da Serra do Mar. Um enorme desafio da engenharia. Trilhos e pontes de ferro vieram da Bélgica e aqui foram montados. Boa parte da obra ficou a cargo dos Engenheiros Rebouças, irmãos negros formados na Europa, filhos de pai branco com mãe negra. O pai era um dos conselheiros do Rei.
1899 – Fizeram um matadouro de bovinos e suinos perto do Rio Belém e todo rejeito ia direto para o Rio.
1910 – Cândido de Abreu visita Paris e se encanta com um portal de lá e resolve fazer uma réplica do mesmo no nosso Passeio Público. O curioso é que o portal lá de Paris é de um cemitério de cães datado de 1899.
Para mostrar que não é de hoje que o povo é descuidado para o meio ambiente, ele citou que o uso de penicos teria vindo de uso de embalagem de manteiga. Os patrões consumiam a manteiga e a embalagem passou a ser usada pelos escravos como penico para uso doméstico. A prática acabou sendo adotada depois pelos patrões e pela população urbana em geral da época.
1975 - Assinado documento que tratava de obra de “sepultamento” de parte do Rio Belém, escondendo apenas os problemas do mesmo com a deposição de resíduos ao longo do tempo. A obra ficou pronta em 1977.
Uma agravante a mais: No passado foi liberada uma área e construido um cemitério no Bairro Cachoeira (Curitiba) justo acima da cabeceira da nascente do Rio Belém. Mais de 3.500 sepulturas há no local.
Ele ironizou: O humanóide destroi mas tem piedade da coisa. Ele escreveu um livro sobre o rio Belém e na hora do título colocou: Rio Belém
“O desgraçado”
Consta que muitos ficaram indignados com o título, mas ele no conteúdo explica a razão do nome da obra.
Na fase final da palestra destacou que foi num grande evento de designer em Miami e havia fila para ver a obra primeira colocada no certame. Uma instalação com uma pia de WC e algo como uma massa marron que entrava pela torneira da pia e saia pelo sifão e deste, entrava num vaso sanitário. O caminho do resíduo...
O mote é conhecer nosso meio ambiente, ver como nos relacionamos com o mesmo e os cuidados que devemos ter para que o mesmo seja preservado até para perenizar as condições de vida para todos os seres. Todos. drsparana@gmail.com (e maildo Dudas)

terça-feira, 30 de abril de 2019

RESUMO DA PALESTRA DO GEÓLOGO DA PETROBRAS – DESCOBERTA DO PRÉ SAL (abril de 2019)


     Palestrante:  
     MARCO ANTONIO PINHEIRO MACHADO       08-04-2019
         O evento foi realizado na sede do Senge Sindicato dos Engenheiros no Paraná em Curitiba-PR.     Na ocasião foi também divulgado o livro do palestrante que atualmente é aposentado da Petrobras e fez parte da equipe que descobriu o petróleo do Pre Sal na costa marítima brasileira.   Nome do livro:   PRÉ SAL : A SAGA.
         O palestrante é graduado pela UFRS e trabalhou na empresa até 2016 quando se aposentou.    Destacou que a sua motivação para escrever o livro foi mostrar ao público leigo o que é o Pré Sal e seu potencial.
         Paralelamente, mostrar a importância da Petrobras à Nação.
         Descobertas de jazidas da camada do pré sal (águas profundas) como o campo de Parati, Tupi, Carcará.    Disse que Carcará foi recentemente vendido a preço de banana para uma estatal norueguesa.   
         Uma cronologia básica:    (Brasil)
         1859 – perfurado o primeiro poço de petróleo no Brasil
         ...  1973 – Guerra do Oriente Médio e  a formação da OPEP Organização dos Países produtores de Petróleo.
         1995 (tempos de FHC) o governo federal quebra o monopólio da Petrobrás na exploração de petróleo brasileiro.
         2006 – O Brasil chega à auto suficiência em petróleo.
         (atualmente, 2019 – nosso consumo está na casa dos 3 milhões de barris de petróleo por dia)
         2007 – Anúncio da descoberta de grandes jazidas de petróleo na camada do Pré Sal.
         2010 – O Brasil lança novo marco regulatório do petróleo.
         2016 – O Brasil decide pelo fim da exclusividade da Petrobrás em exploração de petróleo nas jazidas descobertas.  (no início do governo Temer)
         Os campos do pré sal estão mais comumente a 240 km da costa do estado do Rio de Janeiro.      Mas abrange uma região que envolve costa paulista, carioca e mais acima.
         O óleo importado dos árabes é mais leve, enquanto o óleo que o Brasil vinha explorando antes do pré sal geralmente é pesado e nossas refinarias estão mais calibradas para o óleo importado, mais leve.   Então comumente o Brasil exporta parte do óleo mais pesado em bruto, sem refino e compra óleo ou refinados de alguns outros países.
         Já o petróleo do Pré Sal é leve e favorável às nossas demandas.
         Citou alguns geólogos da equipe da descoberta do Pré Sal.   Gamboa, Marcos Bueno, Desidério, Marco Antonio Pinheiro Machado (o palestrante).
         Na prospecção de novas jazidas, há uso de navios com equipamentos de císmica de reflexão do som para mapear as camadas em profundidade.
         A primeira descoberta do Pré Sal é da reserva de Parati.   Mas o andamento das atividades teve meandros  e o poço de Tupi, apesar de descoberto depois, foi o que primeiro gerou petróleo comercial.     Na época da descoberta se definiu, para ajudar a divulgar o evento, o termo do Pré Sal.  
         Visto o potencial da descoberta, o Brasil criou uma nova empresa estatal para gerir as jazidas da modalidade.   PPSA.     Criou-se também o Fundo Social a ser abastecido por parte da renda do petróleo do Pré Sal e a destinação seria exclusivo à Educação.      Anteriormente a Noruega era um país que não despontava tanto em termos gerais até que descobriu petróleo em abundância e aquele país privilegiou a Educação e com isso deu um salto de bem estar social e desenvolvimento.    Essa inspiração moveu o governo brasileiro a focar em Educação com renda de fatia do Pré Sal.
         Num segundo momento o Congresso optou por colocar parte para a Educação, parte para a Saúde...   (isto no chamado regime de partilha)
         Dentre as instituições do setor, há a ANP Agência Nacional de Petróleo, vinculada ao Ministério das Minas e Energia.
         O salto em nossas reservas de petróleo requereu uma busca de captação de capital para a exploração.   A Petrobrás fez a maior capitalização  (via captação no mercado internacional) de 70 bilhões de dólares para expandir atividade.      Ela atua no pré sal via Cessão Onerosa.   Paga-se uma taxa definida à União pelo tanto de petróleo extraído de determinado campo.
         Ele citou uns números que resgato assim por aproximação.   Antes do pré sal as reservas brasileiras de petróleo eram estimadas na casa de uns sete bilhões de barris.   Numa primeira fase do pré sal, já se delimitou algo que soma ao redor de 35 bilhões de barris como nossas reservas.   Mas estima-se que nossas reservas chegarão a 100 bilhões de barris de petróleo o que nos coloca entre os grandes atores do setor, aí incluído o mundo árabe.      Tudo isso tem consequências geopolíticas e na desestabilização de governos por interesses hegemônicos externos.
         Ele também é da opinião de que o petróleo no mundo não vai acabar.  O que haverá é uma série de novas alternativas energéticas mais limpas e mais baratas que ganharão destaque e mercado.    Eólica e solar são dois exemplos.
         Os russos lideram teoria de origem não orgânica para o petróleo até pela quantidade que tem sido descoberta ao longo do tempo.
         Frase do Rockfeller:     “A maior empresa do mundo é uma petroleira e a segunda é uma petroleira mal administrada”.
         Ainda não li o livro do geólogo, mas na primeira oportunidade que surgir devo ler pois o setor energético é estratégico para qualquer Nação e até certo ponto esclarece de forma indireta a luta pela hegemonia mundial desde longa data.                           orlando_lisboa@terra.com.br
         Este conteúdo está também publicado no meu blog de fichamento de livros e de resenhas de palestras:    www.resenhaorlando.blogspot.com.br
         Havendo algum feed back, será sempre bem vindo.   Sendo leigo no assunto, posso ter cometido alguma falha de entendimento e anotação.

        
        

        

segunda-feira, 15 de abril de 2019


RESUMO DO CITY TOUR EM DUBAI NO RETORNO DA ÍNDIA

         Viajamos numa missão técnica para a Índia, partindo de São Paulo, Brasil e o foco do grupo foi a cana de açúcar e seus produtos, uma vez que o Brasil é o maior produtor mundial e grande exportador e a Índia é o segundo colocado no setor.     O grupo foi articulado pelo PECEGE que é um programa de pesquisa ligado à ESALQ USP de Piracicaba SP onde eu fiz Engenharia Agronômica entre 1973 e 1976.   
         Como blogueiro amador, fiz várias matérias aqui para o blog da viagem pela ordem de chegada, ou seja:  Mumbai, Pune, Agra e Nova Delhi na Índia.    A visita a Dubai não constava do roteiro porque em princípio iriamos apenas fazer escala naquele ponto turístico de grande procura.     Na volta, o voo da Emirates atrasou um tanto entre a Índia e Dubai e não alcançamos o voo em seguida rumo a São Paulo.    Assim ficamos acomodados um dia e uma noite em Dubai por conta da companhia, o que foi um mal que veio pra bem.   
         Seria uma pena só passar por lá e não fazer ao menos um city tour, o que acabou acontecendo por conta do atraso do voo.    Eram 3 h de Nova Delhi a Dubai e 14 horas desta até São Paulo.




         Nossa delegação estava em oito e fretamos uma van com
 motorista para nos levar nos principais pontos turísticos da cidade que fossem possível num dia que ao nosso ver rendeu bem.   Em alguns pontos só passamos em frente e em outros paramos como se verá a seguir.
         Visitamos um Museu da cidade que tem seu lado de longa história, já que uma atividade do passado por lá era o cultivo de pérolas na costa marítima.    Amostras de armas primitivas e trabalhos do cotidiano dos antepassados remotos.




         Passamos pelos hotéis Atlantis

o_Burj Al Arab Hotel  que tem a forma de um barco e que seria o único hotel sete estrelas, quando a escala normal é até cinco estrelas.    Fica numa micro ilha artificial de aterro, numa praia. Foto abaixo:


         A praia em si onde fica o hotel é um pouco estranha, já que a areia fica alta e de quem olha da orla, da calçada, se vê o mar um pouco adiante mas não se enxerga o local onde as ondas morrem na praia.   Não vi como quebram as ondas no local e tinha pouca gente de banhista.   Parecia haver mais turistas como nós dando uma olhada no local para depois seguir adiante.

         O hotel Atlantis
fica na chamada palmeira artificial, ou seja, aterraram o mar em forma de uma palmeira imensa e nesta há várias edificações de luxo incluindo o hotel citado.   No caso só passamos em frente e seguimos adiante.   Foto abaixo:



         Visitamos junto ao cais onde o pessoal faz uma pequena travessia de barco num braço de mar bem estreito, um trecho de uns 700 m de água. 


         Por perto, há um local de comércio popular como uma rua de calçadão só para pedestres, coberta num trecho de uns dois quarteirões, com lojas de joias e artesanatos mais populares, mas muito bonitos.
         Em seguida fomos a um enorme Shopping
(Shopping Mall of the Emirates


Vista acima, parcial do aquário em um dos setores

 foto com os crocodilos acima no aquário

que entre outras coisas tem um aquário gigantesco com uma série de atividades para os turistas, desde passar por algo como um túnel de vidro transparente vendo os peixes, alguns de mais de um metro e meio de tamanho (arraias, tubarões, etc), até andar em grupo num barquinho onde o guia alimenta os peixes e eles fervilham ao redor do barco e das pessoas.  Barco de fundo transparente para não se perder nada de vista e das filmagens para recordação.    Fizemos esse passeio pelo aquário e valeu a pena e o custo.
         Um setor com pinguins e um setor com dois enormes crocodilos de uns dois metros cada.


         Jantamos no Shopping e no lado externo deste há o local com lago onde tem no cair da noite o show das águas com movimento, luz e música.  Um belo espetáculo.


(tentei colocar o video feito com celular e não consegui.  então pela primeira vez postei um video no Youtube e aqui vai o link




         Ao lado do Shopping e do lago citado, fica a famosa 

torre Burj Khalifa 


     Amador, de celular, consegui fotografar a torre toda fatiada...

que seria a mais alta do mundo.      Quando fomos ver para tentar subir na torre, fomos informados que pelo horário já meio tarde, eles levavam a uma etapa tipo no 80º dos 160 andares.    A torre tem 828 m de altura.     Quem do grupo se informou disse que para a primeira etapa o custo sairia em reais por pessoa a R$.525,00 e se fosse mais cedo, para chegar ao topo, seriam ao todo algo como R$.620,00.     O pessoal achou por maioria que não iria subir e ninguém subiu de fato.   Ficaram as fotos como recordação.

         Uma bela mesquita 



foi vista numa avenida que percorremos e paramos um momento para tirar foto e seguir adiante.   Consta que o município com pouco mais de 2.000.000 de habitantes teria mais de 300 mesquitas entre grandes e pequenas.
         O aeroporto local é muito lindo e amplo e eles informam que os passageiros tem que se pautar mais pelos avisos escritos porque evitam anúncios em alto falantes para não incomodar as pessoas.
         Em resumo, para um dia de passeio que nem estava previsto no nosso roteiro, foi um grande brinde mesmo para nós já meio cansados de quase dez dias de viagem pela Índia sempre com agenda de atividades.