CAPÍTULO
10 – FICHAMENTO – LIVRO OS PARCEIROS DO
RIO BONITO - autor: Antonio Candido (Professor da USP) –
FINAL
(o livro resulta de um trabalho de campo em Doutorado - pesquisas em Bofete-SP e região) 1947 a 1954
Página – 293 – Nos anos 40-50, o êxodo
rural levava miseráveis caipiras para zonas urbanas e algumas das mulheres
recrutadas para prostituição vinham dessas caipiras em miséria.
296 – Itapetininga-SP já tinha na
jurisdição, Tatui e este tem influência em Bofete.
296 – O viajante Saint-Hilaire esteve em
Itapetininga (1820) e fala do pessimismo do povo local. Passou lá justo no ano que a região passou
por safra ruim por problemas climáticos e o povo estava passando
necessidade. Na época na região o que
sobrava do sustento era vendido em Sorocaba que era um polo regional.
O nome do livro do Saint-Hilaire
citado: “Viagem à Província de SP e
resumo das viagens ao Brasil, província Cisplatina e Missões no Paraguay”.
298 – Itapetininga – posição destacada em
termos de população na Província de São Paulo.
...”que a colocava na segunda linha dos distritos mais povoados logo
após a Capital e Curitiba”. (nesse
tempo o Paraná era a Quinta Comarca de SP)
Uma tabela de produção consta entre outras,
o local chamado de Constituição
(suponho que seja a atual São Paulo capital)
300 – Dados de 1837 por Daniel Pedro Muller,
cita os Distritos e o número de comerciantes em cada:
Sorocaba, 158 comercios; Taubaté, 121; Itu,
102; Constituição, 93; Moji das Cruzes (então grafada com j), 55; Porto Feliz,
45; Atibaia, 42; Bragança, 21; Itapetininga, 6; Franca, 0 (sem registro)
300 – O autor Teodoro Sampaio descrevia
Itapetininga dos anos 1886 a 1887.
Altitude 600 a 700 metros, clima “delicioso”, terras frias, boas para
cereais, algodão, etc. Povo sadio,
robusto e bem apessoado.
301 – O autor deste livro registrou uma
expressão que se ouvia muito nos anos 50 inclusive. “Indio pegado a laço”.
312- Nho Roque disse que “dantes” o povo
comia mais farinha de mandioca que era mais “saúde” que a de milho. Disse que o povo mais antigo plantava
mandioca, mas a “porcada comia tudo” na roça e não sobrava para a família fazer
farinha.
312- Ele, Nho Roque explica com detalhe a
engenhoca caseira feita de madeira para uso caseiro e o processo de ralar a
mandioca, extrair amido e a fração que era torrada e virava farinha. O amido virava polvilho para vários usos
culinários.
313 – Cita a farinha de milho e a opção de
se fazer cuscuz.
313 – Plantavam amendoim. Faziam com amendoim inclusive óleo para uso
no período da Quaresma, porque nesse tempo santo não usavam a banha de
porco. No restante do ano, para
abastecer a lamparina era usado a banha de porco de produção local.
Do amendoim faziam bolo, paçoca doce, muito
usada para levar no trabalho longe e comer com banana.
313 – Medida de milho em palha na
roça. “Carro” de milho, uma medida
portuguesa. O carro se divide em frações
menores, os cargueiros e estes em mãos.
1 carro = 12 cargueiros. 1
cargueiro = 8 mãos = 2 cestos (ou balaios de bambu trançado).
315 – “Tentação” (capeta). Era um xingamento muito comum na região. Nasci em 1950 na região e a expressão me é
familiar de ouvir. Tipo: fulano é uma tentação.
Taçuira.
O nome deve ser indígena e se refere às pequenas formigas também
chamadas de “lava-pé” porque tem uma picada bem doida e atacam em quantidade
quando a pessoa por descuido pisa no ninho delas, um monte baixo de terra meio
circular. O nome lava pé vem do fato da
pessoa atacada, no desespero, esfregar um pé no outro para tentar se livrar das
taçuiras. Conheci isso na pele também.
Por estas e outras, alertei os leitores que
há um pouco do meu “DNA” nos relatos do autor e o motivo é que sou da mesma
época em que foi escrito o livro (sou de 1950) e da região bem perto de
Bofete-SP, a cidade de Cerquilho-SP.
FIM. (há outros fichamentos a caminho)