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domingo, 13 de setembro de 2020

CAP. 10/10 - FICHAMENTO - LIVRO - OS PARCEIROS DO RIO BONITO - Autor: Antonio Candido - Professor da USP. (Base 1954)

 

CAPÍTULO 10 – FICHAMENTO – LIVRO  OS PARCEIROS DO RIO BONITO  -  autor: Antonio Candido (Professor da USP) – FINAL

(o livro resulta de um trabalho de campo em Doutorado - pesquisas em Bofete-SP e região)    1947 a 1954

 

     Página – 293 – Nos anos 40-50, o êxodo rural levava miseráveis caipiras para zonas urbanas e algumas das mulheres recrutadas para prostituição vinham dessas caipiras em miséria.

     296 – Itapetininga-SP já tinha na jurisdição, Tatui e este tem influência em Bofete.

     296 – O viajante Saint-Hilaire esteve em Itapetininga (1820) e fala do pessimismo do povo local.   Passou lá justo no ano que a região passou por safra ruim por problemas climáticos e o povo estava passando necessidade.  Na época na região o que sobrava do sustento era vendido em Sorocaba que era um polo regional.

     O nome do livro do Saint-Hilaire citado:  “Viagem à Província de SP e resumo das viagens ao Brasil, província Cisplatina e Missões no Paraguay”.

     298 – Itapetininga – posição destacada em termos de população na Província de São Paulo.   ...”que a colocava na segunda linha dos distritos mais povoados logo após a Capital e Curitiba”.    (nesse tempo o Paraná era a Quinta Comarca de SP)

     Uma tabela de produção consta entre outras, o local chamado de Constituição   (suponho que seja a atual São Paulo capital)

     300 – Dados de 1837 por Daniel Pedro Muller, cita os Distritos e o número de comerciantes em cada:

     Sorocaba, 158 comercios; Taubaté, 121; Itu, 102; Constituição, 93; Moji das Cruzes (então grafada com j), 55; Porto Feliz, 45; Atibaia, 42; Bragança, 21; Itapetininga, 6; Franca, 0 (sem registro)

     300 – O autor Teodoro Sampaio descrevia Itapetininga dos anos 1886 a 1887.   Altitude 600 a 700 metros, clima “delicioso”, terras frias, boas para cereais, algodão, etc.    Povo sadio, robusto e bem apessoado.

     301 – O autor deste livro registrou uma expressão que se ouvia muito nos anos 50 inclusive.   “Indio pegado a laço”.  

     312- Nho Roque disse que “dantes” o povo comia mais farinha de mandioca que era mais “saúde” que a de milho.  Disse que o povo mais antigo plantava mandioca, mas a “porcada comia tudo” na roça e não sobrava para a família fazer farinha.

     312- Ele, Nho Roque explica com detalhe a engenhoca caseira feita de madeira para uso caseiro e o processo de ralar a mandioca, extrair amido e a fração que era torrada e virava farinha.   O amido virava polvilho para vários usos culinários.

     313 – Cita a farinha de milho e a opção de se fazer cuscuz.

     313 – Plantavam amendoim.  Faziam com amendoim inclusive óleo para uso no período da Quaresma, porque nesse tempo santo não usavam a banha de porco.   No restante do ano, para abastecer a lamparina era usado a banha de porco de produção local.

     Do amendoim faziam bolo, paçoca doce, muito usada para levar no trabalho longe e comer com banana.

     313 – Medida de milho em palha na roça.   “Carro” de milho, uma medida portuguesa.  O carro se divide em frações menores, os cargueiros e estes em mãos.   1 carro = 12 cargueiros.  1 cargueiro = 8 mãos = 2 cestos (ou balaios de bambu trançado).

     315 – “Tentação” (capeta).  Era um xingamento muito comum na região.   Nasci em 1950 na região e a expressão me é familiar de ouvir.   Tipo:   fulano é uma tentação. 

     Taçuira.   O nome deve ser indígena e se refere às pequenas formigas também chamadas de “lava-pé” porque tem uma picada bem doida e atacam em quantidade quando a pessoa por descuido pisa no ninho delas, um monte baixo de terra meio circular.   O nome lava pé vem do fato da pessoa atacada, no desespero, esfregar um pé no outro para tentar se livrar das taçuiras.   Conheci isso na pele também.

     Por estas e outras, alertei os leitores que há um pouco do meu “DNA” nos relatos do autor e o motivo é que sou da mesma época em que foi escrito o livro (sou de 1950) e da região bem perto de Bofete-SP, a cidade de Cerquilho-SP.

 

                    FIM.        (há outros fichamentos a caminho)

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