O livro resulta de uma tese de Doutorado do autor com trabalhos de campo focados em Bofete-SP e a vida do caipira de então. O estudo de campo foi de 1947 a 1954
Li este
livro por hobby entre 25-08 e 06-09-2020
no grupinho de leitura familiar em tempo de epidemia da covid 19.
Há no
início do livro uma foto do autor então aos 29 anos em 1948. O livro teve como
origem o trabalho de campo do autor para a tese de doutorado dele na USP na
área de Sociologia. Foco na Fazenda
Bela Aliança no município de Bofete-SP.
Como eu
sou de Cerquilho-SP que tem esse nome por ser um dos antigos pousos de
boiadeiros no rumo de Sorocaba, fiz um fichamento mais voltado pelas expressões
que tem afinidade com minha origem que é da mesma região. Sou de 1950, nascido na zona rural.
Alusão
do autor ao Cururu que é um tipo de poesia cantada entre cantadores que fazem
uma forma de desafio, um criticando o outro.
Usam rima que chamam de carreira que muda a cada
rodada e tem obediência a certas normas religiosas de então. No tempo do estudo em pauta, os cantadores
de cururu já estavam menos presos aos ritos religiosos e mais à exaltação
individual e o confronto pessoal no desafio cantado.
(viria o
nome cururu do sapo na lagoa que um canta e outro “responde”). Morei na zona rural até os dez anos e ouvi
muito cururu pela rádio Voz Agrícola de Piracicaba.
O autor,
na busca pela contextualização, entrou na problemática do mundo social onde
está a pessoa em estudo. Enfoque
sociológico sobre os “meios de vida” das pessoas.
No final
do estudo o autor acabou se posicionando sobre a condição social do povo
estudado em seu recorte. A pesquisa
foi de 1947 a 1954.
Visitou
comunidades rurais em Piracicaba – 7 visitas; Tietê-SP, 2 ; Porto Feliz,1;
Conchas, 2; Anhembi,1; Botucatu, 3 e Bofete onde ficou mais tempo, somando uns
dois meses;
Em outra
ocasião, visitou comunidades rurais em Cuiabá e Varzea Grande MT. (do outro lado do Rio Cuiabá)
...”Verificar
a tradição oral comunicada pelos velhos caipiras”. A tese terminou em 1954 para Doutorado em
Ciências Sociais na USP. Ele foi
professor na USP de FHC Fernando Henrique Cardoso e foi Professor junto com
Florestan Fernandes.
O
cenário onde estudou foi mudando com tendência a ser formar latifúndios à custa
da aglutinação das pequenas propriedades e do sistema de parceria. Parceiro é aquele que planta na terra de
terceiros e numa parceria no papel ou “de boca” divide a produção e assim não
há vínculo de emprego entre ambos.
Busca o
estudo descrever “um processo e uma realidade humana”.
Sugere
se for fazer Reforma Agrária, levar em conta... “não se deve ser baseada apenas
em enunciados políticos... mas também no estudo da sua cultura e da sua
sociabilidade”. Teve como
companheiro de visitas de campo Edgard Carone que conhecia o modo de vida e o
povo da região e o conhecimento de agricultura do companheiro ajudava em
detalhes práticos da relação com o ambiente e o povo.
Página
15 – O autor fala de passagem na chamada língua geral do interior. Eu já tinha ouvido algo e caberia uma
busca no tema.
Pessoas
contatadas no estudo de campo... eram todos analfabetos...”sendo alguns
admiráveis pela acuidade e inteligência”.
15 –
Contato com a vizinha cidade de Torre de Pedra-SP. Pioneiros locais – Artur Marques e Joaquim
Batista de Quevedo.
Se
hospedou em Bofete-SP (que há se chamou
Samambaia e Rio Bonito). Hospedado
por Alcides Rodrigues Ramos, conhecido por Alcídio Machado e Cristino Bueno de
Campos Penteado, o Nego Carreiro, naturais de Bofete-SP.
Como
leitor, digo que o tema tem um recorte local, mas tem muito de como foi a vida
no interior do Brasil nos anos 40-50 e seus reflexos nos povos mais novos.
Continua
por capítulo 2/10...............
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