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domingo, 13 de setembro de 2020

CAP. 5/10 - FICHAMENTO - LIVRO - OS PARCEIROS DO RIO BONITO - Autor: Antonio Candido - Prof.da USP (base 1954)

 

CAPITULO 5/10

     Página 97 – “A cultura do caipira, como a do primitivo, não foi feita para o progresso:  a sua mudança é o seu fim”,...

     101 – Ranchos de pau a pique como morada, feita pelos próprios caipiras.

     102 – Cultivavam em terras que poderiam ser tomadas à força.  Era plantar e cuidar, deixando tempo para a caça, pesca, fazer utensilhos, lazer, rezas e festas.

     “O lazer era parte integrante da cultura caipira”. 

     103 – Na região onde o autor fez o estudo, os caipiras guardavam certos santos (faziam feriado) que oficialmente não eram para ser feriado, mas pela tradição local, eles guardavam.

     Dia de São Paulo, de São Roque, São Lourenço  (contra tempestades e redemoinhos), São Benedito (contra picadas de cobras), São Bartolomeu protetor contra loucura e possessão demoníaca.   Isto além de santos como São João, Santo Antonio e São Pedro.    O 3 de maio, dia da Exaltação da Santa Cruz.

     105 – Capítulo II do livro – A situação presente (1954)

     Bairros Lagoa, São Roque Novo, São Roque Velho e São João, este já em Conchas-SP.

     Lugares onde tem latifúndios:  Bairro Roseira, Morro Grande e Óleo.    Ele estudou o Bairro Roseira.

     Como já foi citado, Bofete antes já foi Samambaia, depois Rio Bonito e finalmente, Bofete por causa de gruta onde tropeiros se abrigavam e guardavam mantimentos na gruta como num buffet e daí surgiu Bofete.    Virou cidade em 1906  (época que ainda tinha bastante cafezal).

     109 – Havia fazendas e rotas de Jesuitas no passado que passavam pela região no rumo de Sorocaba e Paranapanema.

     111 – Até a década de 1910 havia mais café na região, que vinha do tempo dos escravos.   Depois a mão de obra foi substituída pelo trabalho de imigrantes europeus, com foco nos italianos.     Houve abundância de café na região e resultou em crise em 1902.

     114 – Na época do estudo (1947-1954) a região de Bofete-SP já tinha as terras exauridas e houve a expansão da pecuária que tende ao sistema de latifúndios.

     118 – Na época do fracasso do café, muitos agricultores locais migraram rumo ao Paraná e a Sorocaba.

     119 – Em 1948, nenhum fazendeiro de Bofete tinha jeep ou automóvel.   Não se usava adubação para fertilizar as lavouras e nada de máquinas agrícolas, nada de geladeiras em bares, etc.

     Em 1954 na cidade, havia dois automóveis e quatro jipes.

     121 – População rural e parceria agrícola.

     122 – o Cientista Social Caio Prado Junior publicou trabalhos importantes sobre o sistema agrário brasileiro da época.

     Constata-se que os pequenos produtores e arrendatários geralmente estão nas terras mais fracas.

     124 – O Meeiro.  Nesse sistema de parceria, o dono da terra fica com a metade da produção e a outra metade com o Meeiro que planta e cuida da lavoura até a colheita feita.

     Arrendatário – é quando o dono da terra arrenda, tipo um aluguel, da terra para o arrendatário plantar.   Em geral se estipula um custo em dinheiro.    Aqui o risco é todo do arrendatário.    Diferente do meeiro, que o risco da lavoura é suportado meio a meio.

     Quem não tem terra própria, sempre que possível busca ser parceiro, meeiro ou arrendatário porque no caso o agricultor tem parte no negócio e não tem um patrão.  Faz do seu jeito e no seu ritmo, o que dá uma certa liberdade.    Esta que é valorizada inclusive pelos que já tiveram pequenas propriedades e perderam a posse e buscam ficar na atividade de lavoura.

     125 – Os “camaradas” que trabalham ganhando por mês e tem algumas regalias, incluindo casa para moradia na fazenda onde são empregados.

     131 – Os Trabalhos e os Dias

     A Fazenda onde o autor fez os estudos tem ao redor de 700 alqueires ou 1.700 hectares (cada hectare = 10.000 m2).  É uma fazenda grande.  Foi fundada no século XIX e já foi forte na produção de café.   Teve escravos.

     133 – Os banheiros do caipira na zona rural.  Quando tem, é a chamada “casinha” tipo 1 m x 1 m, de tábuas, em cima da fossa e no quintal, um pouco afastada da casa   (e do poço quando este está presente, até para a fossa não contaminar a água do poço).

     A tábua perto da bica de água para servir de batedor de roupas para as mulheres lavarem roupas.  Tábua larga e inclinada até chegar no solo.    Há em vários casos o forno de barro no quintal onde as pessoas assam pão, etc.

 

 

............ próxima – capitulo 6/10

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